FRASEOLOGIA HISTÓRICA
1-APRESENTAÇÃO
Nesta seção da nossa página eletrônica, a fraseologia histórica embarca um conjunto de frases separadas por temas cujo objetivo básico é elucidar aspectos sociais da época a qual a frase foi dita e servir de aperfeiçoamento moral aos navegantes da rede mundial de computadores.
 
2-CONFLITOS MILITARES
“A guerra é mãe e rainha de todas as coisas; alguns transforma em deuses, outros, em homens, de alguns faz escravos, de outros, homens livres.” Heráclito (c. 535 a.C.-475 a.C.) 

“Toda arma fabricada, todo navio de guerra inaugurado, todo foguete lançado significa, em última instância, roubar daqueles que têm fome e não são alimentados, daqueles que têm frio e não são agasalhados. O mundo armado não gasta seu dinheiro sozinho, ele gasta o suor de seus trabalhadores, o gênio de seus cientistas, as esperanças dos seus filhos (…). Isso não é de forma alguma um modo de vida sem seu sentido verdadeiro.” Dwight David Eisenhower (1890-1969)

“Quando os ricos fazem a guerra, são sempre os pobres que morrem.” Jean-Paul Charles Aymard Sartre (1905-1980) 

3-EDUCAÇÃO
“Eduquem as crianças, para que não seja necessário punir os adultos.” Pitágoras (580 a.C.- 497 a.C.) 

“A melhor maneira que o homem dispõe para se aperfeiçoar, é aproximar-se de Deus.” Pitágoras (580 a.C.- 497 a.C.)

“O mestre disse: Por natureza, os homens são próximos; a educação é que os afasta.” Confúcio (551 a.C.- 479 a.C.) 

“O mestre disse: Não quero nada com quem não se pergunta: como fazer, como fazer?” Confúcio (551 a.C.- 479 a.C.)

“Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende.” Leonardo di Ser Piero da Vinci (1452-1519)

“A educação tem por objetivo suscitar e desenvolver na criança estados físicos e morais que são requeridos pela sociedade política no seu conjunto.” David Émile Durkheim (1858-1917)

“A sociedade e cada meio social particular determinam o ideal que a educação realiza.” David Émile Durkheim (1858-1917)

“Todos falam de paz, mas ninguém educa para paz. As pessoas educam para a competição e esse é o princípio de qualquer guerra. Quando educamos para cooperarmos e sermos solidários uns com outros, nesse dia estaremos educando para paz.” Maria Tecla Artemisia Montessori (1870-1952)

“O educador não pode só ensinar. Ele deve ver dentro da alma, para ajudar a criança na sua cura. Ela deve formar a personalidade, não pelo ensino, mas falando à sua alma, ao seu espírito, à sua inteligência, com compreensão, humildade e respeito.” Maria Tecla Artemisia Montessori (1870-1952)

“Um país se faz com homens e livros.” José Bento Renato Monteiro Lobato (1882-1948)

“A célula social por excelência é a família. Nela nasce o indivíduo e dela recebe a sua educação, isto é, o processo de integração que determinará a sua atuação, moldada nas tradições, nos usos e costumes, nas ideias e nos interesses da vida coletiva de seu grupo. Neste ambiente geográfico, social e econômico, quaisquer que venham a ser suas tendências individuais, passará a tomar parte nas relações sucessivamente familiais, locais, nacionais e internacionais.” Carlos Miguel Delgado de Carvalho (1884-1980)

“Os limites de cada enunciado concreto como unidade de comunicação discursiva são definidos pela alternância dos sujeitos do discurso, ou seja, pela alternância dos falantes. Todo enunciado – da réplica sucinta (monovocal) do diálogo cotidiano ao grande romance ou tratado científico – tem, por assim dizer, um princípio absoluto e um fim absoluto: antes do seu início, os enunciados de outros; depois do seu término, os enunciados responsivos (ou ao menos uma compreensão). O falante termina o seu enunciado para passar a palavra ao outro ou dar à sua compreensão ativamente responsiva.” Mikhail Mikhailovich Bakhtin (1895-1975)

“De um modo geral, pode definir-se o aprendizado como “uma mudança em rendimento, que resulta como função de um exercício ou prática”. Mas, sob o ponto de vista que agora nos interesses, ou seja, o do aprendizado cultural, poderíamos dizer que aprender é: aumentar o cabedal de recursos de que dispomos para enfrentar os problemas que nos apresenta a vida cultural. Ou uma definição menos precisa: “aprender é aumentar nosso capital de conhecimentos”. Toda aprendizagem tem, no mínimo, duas fases: a) compreensão e fixação; b) retenção e evocação. Na primeira intervém principalmente a capacidade de concentração mental e de captação de sensações e relações associativas.
Na segunda, ao contrário, intervém fundamentalmente o conjunto de capacidades funcionais vulgarmente conhecido por “memória”. Sob este ponto de vista prático, admite-se que o que se aprende “bem” se recorda “bem”, e vice-versa; mas os fatos não são tão simples, a menos que tomemos alhos por bugalhos e digamos, a posteriori, que alguma coisa se aprendeu bem pela única e simples razão de que se recordou integralmente durante muito tempo, sem necessidade de nova revisão.” Emilio Mira Y López (1896-1964)

“O principal objetivo da educação é criar homens capazes de fazer coisas novas, não apenas repetir o que outras gerações fizeram- homens criativos, inventivos e descobridores.” Jean William Fritz Piaget (1896-1980)

“Educação não transforma o mundo, educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo.” Paulo Regius Neves Freire (1921-1997)

“O quero dizer é o seguinte: que alguém se torne machista, racista, classista, sei lá o quê, mas se assuma como transgressor da natureza humana. Não me venha com justificativas genéticas, sociológicas ou históricas ou filosóficas para explicar a superioridade da branquitude sobre a negritude, dos homens sobre as mulheres, dos patrões sobre os empregados. Qualquer descriminação é imoral e lutar contra ela é um dever por mais que se reconheça a força dos condicionamentos a enfrentar. A boniteza de ser gente se acha, entre outras coisas, nessa possibilidade e nesse dever de brigar.” Paulo Regius Neves Freire (1921-1997)

“Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos a prenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra. O professor, assim, não morre jamais.” Rubem Azevedo Alves (1933-2014)

“Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas. Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de serem pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo.
Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em voo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.” Rubem Azevedo Alves (1933-2014)

“Criar condições para o desenvolvimento da inteligência, por exemplo, é uma das mais importantes funções da escola. Os alunos precisam aprender a pensar, raciocinar, questionar, criticar, criar. Mas tudo isso deve feito utilizando-se experiências e conteúdo do próprio contexto biológico, político, cultural e social do aluno. Assim, os alunos trabalharão conteúdo significativo e da realidade sócio-cultural e terão uma aprendizagem efetiva.” Argemiro Aluísio Karling

“Resumindo, ensinar é orientar a aprendizagem, é estimular o aluno, é sugerir o que e como aprender, é facilitar a aprendizagem e providenciar formas para deixar à disposição dos alunos todos os meios de que ele possa precisar para aprender. É ajudar o aluno a resolver problemas, é experimentar e praticar junto com ele.” Argemiro Aluísio Karling

“O ato de ensinar só tem sentido se os alunos aprenderem. Não adianta o professor se desdobrar se os alunos não querem ou não estão prontos para aprender. Além disso, quem faz com que ocorra aprendizagem é o aluno. Aprendizagem é um processo individual. Implica interesse e esforço do aluno. Cada aluno é diferente. Por isso, as atividades, as estratégias e mesmo o conteúdo devem atender a cada um.
Precisamos saber também o que ocorre na cabeça do aluno, o que ele faz com o que conhece e o que ele quer saber ainda. Precisaremos conhecer as causas que levam o aluno a estudar. Só depois o professor pode oferecer condições e atividades que atendam aos desejos e a essas causas do aluno.
Para que o aluno aprenda é preciso que ele preste atenção, que pense, que analise, que raciocine, que integre as coisas novas que faz, vê, lê e ouve com as coisas velhas que já conhece. Temos que “entrar” na cabeça do aluno e imaginar como ele aprende. Ensinar é exatamente ir ao encontro do aluno. É orientar sua caminhada em direção à aprendizagem.” Argemiro Aluísio Karling

4-ENSINO DE HISTÓRIA
“O estudo da História, a partir do século XIX, tem permanecido nos currículos escolares dos diferentes níveis do ensino básico e também como matéria dos cursos preparatórios ou de exames vestibulares brasileiros. A História escolar integra o conjunto de disciplinas que foram sendo constituídas como saberes fundamentais no processo de escolarização brasileira e passou por mudanças significativas quanto a métodos, conteúdos e finalidades até chegar à atual configuração nas propostas curriculares. Quando se analisa a trajetória da disciplina, constata-se que esta faz parte dos “planos de estudos” de 1837 da primeira escola pública brasileira, considerada de nível secundário. Acompanhando o percurso da História nos cursos de nível superior no Brasil, no entanto, verifica-se que os estudos históricos e a formação de seus profissionais foram criados apenas a partir da década de 30 do século XX. Tal situação provoca, sem dúvida, algumas indagações.” Circe Maria Fernandes Bittencourt (1945-...)

“Os materiais didáticos são instrumentos de trabalho do professor e do aluno, suportes fundamentais na mediação entre o ensino e a aprendizagem. Livros didáticos, filmes, excertos de jornais e revistas, mapas, dados estatísticos e tabelas, entre outros meios de informação, têm sido utilizados com frequência nas aulas de História. O crescimento, nos últimos anos, no número de materiais em suportes diferenciados daqueles que originalmente têm sido utilizados pela escola, baseados em vídeos e computadores. Diante dessa variedade de materiais didáticos, desigualmente distribuídos pelas diferentes escolas do País, torna-se urgente uma reflexão que ultrapasse uma visão apenas pragmática do problema.” Circe Maria Fernandes Bittencourt (1945-...)

5-GEOPOLÍTICA
“As relações internacionais representam os contatos materiais e espirituais mantidos reciprocamente pelas nações. Baseadas nos interesses econômicos, sociais e políticos de povos diferentes, são reflexos de determinados momentos históricos. Constituem, por assim dizer, equações de valores e os ambientes físicos e mentais são os fatores destas equações nas quais há também incógnitas cuja solução leva a discussões e mesmo a conflitos.” Carlos Miguel Delgado de Carvalho (1884-1980)

“A geopolítica preocupa-se com as relações de poder entre os diferentes atores que desempenham um determinado papel num espaço mais ou menos definido.” Yves Lacoste (1929-...)

“A geopolítica dos recursos naturais é aqui entendido como o estudo de diferentes tipos de competição por esses recursos que ocorrem entre os poderes que estão presentes num determinado território.” Yves Lacoste (1929-...)

"A formação das monarquias nacionais, no início dos Tempos Modernos, deu origem a várias questões políticas. Era comum os interesses de uma nação se chocarem com os de outra, levando a Europa as guerras internacionais. Depois dos descobrimentos, as disputas pelas áreas coloniais aumentaram ainda mais os conflitos. As questões internacionais foram se tornando tão frequentes que acabaram por condicionar uma nova maneira de solucioná-las – a diplomacia.
A diplomacia, cujo objetivo fundamental é a solução dos atritos internacionais por meios pacíficos, começou em Veneza e Florença (cidades da Itália) e desenvolveu-se lentamente. Como era através da diplomacia que os diferentes Estados se uniam em função de interesses comuns, estabelecendo acordos e normas de conduta, pode-se dizer que o desenvolvimento da diplomacia deu origem ao Direito Internacional.
Foi o Direito Internacional que instituiu os princípios sobre os direitos das nações: autonomia (isto é, liberdade de se governar por suas próprias leis), soberania (isto é, completa independência em relação às outras nações) e equilíbrio de poder entre os Estados. Esse equilíbrio pode-se apresentar de várias maneiras. Suas três formas básicas são os sistema imperial, o bipolar e o múltiplo. No sistema imperial - que é de grande estabilidade - há uma nação predominante em torno da qual giram as outras, suas subordinadas. No sistema bipolar são dois os Estados predominantes; as outras nações se dispõem em torno deles, agrupadas em diferentes graus de proximidade. Enquanto os dois membros principais estão em equilíbrio, há estabilidade: qualquer alteração na força de um deles coloca em crise todo o conjunto. O sistema múltiplo – extremamente instável – é formado por pequenas unidades políticas, de força idêntica, que se opõem numa constante alternância de combinações." José Jobson de Andrade Arruda (1942-...)

6-INCENTIVO
“Com organização e tempo, acha-se o segredo de fazer tudo e bem feito.” Pitágoras (580 a.C.- 497 a.C.)

“Escolha sempre o caminho que pareça o melhor, mesmo que seja o mais difícil; o hábito brevemente o tornará fácil e agradável.” Pitágoras (580 a.C.- 497 a.C.)

“O sucesso nasce do querer, da determinação e da persistência.” José Martiniano de Alencar (1829-1877)

“Quero afirmar minha crença firme de que a única coisa de que devemos ter medo é do próprio medo. Este país pede ação, e ação imediata. Pedirei ao Congresso poderes para travar uma guerra contra essa emergência.” Franklin Delano Roosevelt (1882-1945)

“Lute com determinação, abrace a vida com paixão, perca com classe evença com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve e a vida é muito para ser insignificante.” Charles Spencer Chaplin (1889-1977)

“O Brasil, sem ufania, tem um futuro imenso que escapa à nossa visão.” Osvaldo Euclides de Sousa Aranha (1894-1960)

“Sempre afirmei e repeti, que o Brasil seria grande com, sem e até contra a nossa vontade.” Osvaldo Euclides de Sousa Aranha (1894-1960)

“Aqui fazemos o impossível. Quando a milagres estamos nos adestrando.” NAe São Paulo (1963-2018)

7-HISTÓRIA
“Se queres prever o futuro, estuda o passado.” Confúcio (551 a.C.- 479 a.C.)

“O historiador e o poeta não se distinguem um do outro pelo fato de o primeiro escrever em prosa e o segundo em verso. Diferem entre si, porque um escreveu o que aconteceu e o outro o que poderia ter acontecido.” Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.)

“O primeiro dever do historiador é não trair a verdade, não calar a verdade, não ser suspeito de parcialidade ou rancores” Marco Túlio Cícero (106 a.C.–43 a.C)

“Não saber o que aconteceu antes do teu nascimento seria para ti a mesma coisa que permanecer criança para sempre.” Marco Túlio Cícero (106 a.C.–43 a.C)

“A História é testemunha do passado, luz da verdade, vida da memória, mestra da vida, anunciadora dos tempos antigos.” Marco Túlio Cícero (106 a.C.–43 a.C)

“Certa vez os índios vieram receber-nos com provisões, saudando-nos de maneira gentil e hospitaleira, a dez léguas de distância de uma grande cidade, ao chegar ao lugar, fomos presenteados com fartura de peixe, pão e carne e tudo mais que eles puderam fazer para a nossa máxima satisfação. Incontinente, o demônio se apossou dos espanhóis, que os passaram pelo fio da espada na minha presença, sem qualquer motive – mais de 3 mil almas, homens, mulheres e crianças. Eu vi terríveis crueldades: entravam nas cidades, vilas e aldeias sem poupar crianças, velhos grávidas nem doentes e lhes abriam a barriga e cortavam em pedaços como se fossem ovelhas cercadas no redil (…). Os senhores e os nobres eles matavam em fogueiras feitas com galhos sobre forcados, às quais ateavam fogo por debaixo para que queimassem lentamente e pudessem, com gritos desesperados de tormento, abandonar seus fantasmas.” Bartolomeu de las Casas (1484-1566)

“O poeta pode contar ou cantar as coisas, não como foram mas como deviam ser, e o historiador há de escrevê-las, não como deviam ser e sim como foram, sem acrescentar ou tirar nada à verdade.” Miguel de Cervantes Saavedra (1547-1616)

“A leitura de todos os bons livros é uma conversação com as mais honestas pessoas dos séculos passados.” René Descartes (1596-1650)

“Os exemplos dos tempos passados costumam ser regras e documentos para os presentes e futuros.” padre Antônio Vieira (1608-1697)

“Chegamos, enfim, a este grande império, que absorveu todos os impérios do universo, do qual saíram os maiores reinos por nós habitados, cujas leis ainda hoje respeitamos e que devemos, por conseguinte, conhecer melhor do que todos os outros impérios. Compreendeis bem, Monseigneur, que me refiro ao Império Romano.” bispo Jacques-Bénigne Bossuet (1627-1704)

“Ninguém pode duvidar, em nossos dias, de que a história de vez em quando deve ser reescrita: não só descobrimos documentos novos, mas como filhos do tempo que nunca para, precisamos, em cada período, de um novo ponto de vista, partindo do qual possamos contemplar e julgar o passado.” Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832)

“A História é um conjunto de mentiras sobre as quais se chegou a um acordo.” Napoleão Bonaparte (1769-1821)

“Minha maior glória não consistiu em ter ganho quarenta batalhas; Waterloo apagará a memória de tantas vitórias. O que nada apagará, o que viverá eternamente, é o meu Código Civil.” Napoleão Bonaparte (1769-1821)

“A necessidade, a natureza e a história não são mais do que instrumentos da revelação do Espírito.” Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831)

“O estudo da história acumula sobre a experiência individual à de muitos séculos milênios.” Mariano José Pereira da Fonseca, marquês de Maricá (1773-1848)

“Ninguém mente tanto nem mais do que a História.” Mariano José Pereira da Fonseca, marquês de Maricá (1773-1848)

“Não haveria história mais insípida e insignificante que a dos homens, se todos tivessem juízo.” Mariano José Pereira da Fonseca, marquês de Maricá (1773-1848)

“Não se conhece completamente uma ciência enquanto não souber da sua história.” Augusto Comte (1798-1857)

“A política externa quase não exige qualquer uma das qualidades peculiares à democracia. Pelo contrário, exige o uso perfeito de quase tudo em é deficiente. A democracia é favorável ao aumento das reservas internas do Estado; distribuir riquezas e conforto, promover o patriotismo e reforçar o patriotismo e reforçar o respeito à lei em todas as classes da sociedade. Todas essas vantagens somente têm influência indireta sobre as relações que um povo mantém com outro. Mas uma democracia pode apenas com grande dificuldade regulamentar os detalhes de um empreendimento, perseverar num objetivo fixado e esforçar-se por sua execução a despeito de obstáculos sérios.” Alexis-Charles-Henri Clérel, visconde de Tocqueville (1805-1859)

“O historiador desse ser mais que um pintor, deve, como o geólogo que explica os fenômenos do globo, descobrir o segredo da transformação das sociedades.” Napoleão III, imperador francês (1808-1873)

“Na história da humanidade (e dos animais também) aqueles que aprenderam a colaborar e improvisar foram os que prevaleceram.” Charles Robert Darwin (1809-1882)

“As Revoluções são a locomotiva da História.” Karl Heinrich Marx (1818-1883)

“A História se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda farsa.” Karl Heinrich Marx (1818-1883)

“Na manufatura e no artesanato, o trabalhador utiliza a ferramenta; na fábrica, ele é um servo da máquina.” Karl Heinrich Marx (1818-1883)

“A História da Sociedade até aos nossos dias é a história da luta de classes.” Karl Heinrich Marx (1818-1883)

“Os filósofos limitaram-se a interpretar o mundo de diversas maneiras, o que importa é modificá-lo.” Karl Heinrich Marx (1818-1883)

“A religião é o suspiro da criança acabrunhada, o coração de um mundo sem coração, assim como também o espírito de uma época sem espírito. Ela é o ópio do povo.” Karl Heinrich Marx (1818-1883)

“O caminho do inferno está pavimentado de boas intenções.” Karl Heinrich Marx (1818-1883)

“O fator em última análise determinante da história é a produção e a reprodução da vida imediata.” Friedrich Engels (1820-1895)

“Durante as revoluções, assiste-se ao desenvolvimento de vários sentimentos, habitualmente reprimidos, mas aos quais a destruição dos freios sociais dá livre curso. Esses freios, constituídos pelos códigos, pela moral e pela tradição, não são completamente destruídos; alguns sobrevivem às perturbações e são pouco utilizados para deter a explosão de sentimentos perigosos.” Gustave Le Bon (1841-1931)

“As grandes guerras modernas são a consequência dos estudos históricos.” Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844-1900)

“A desobediência, para quem conhece a história, é a virtude específica do homem. É pela desobediência que ela progrediu – pela desobediência e pela revolta.” Oscar Fingal O'Flahertie Wills Wilde (1854-1900)

"O descontentamento é o primeiro passo na evolução de um homem ou de uma nação." Oscar Fingal O'Flahertie Wills Wilde (1854-1900)

“Aqueles que não conseguem lembrar o passado estão condenados a repeti-los.” George Santayana, pseudônimo de Jorge Agustín Nicolás Ruiz de Santayana y Borrás (1863-1952)

“Somos mais de nosso futuro do que filhos de nosso passado.” Miguel de Unamuno y Jugo (1864-1936)

“A história da humanidade torna-se cada vez mais uma corrida entre a educação e a catástrofe.” Henry Gordon Wells (1866-1946)

“Só sei que através da história a verdade e o amor sempre venceram.” Mahatma Gandhi (1869-1948)

“Nos momentos de dificuldade de minha vida, lembrei-me que na história da humanidade o amor e a verdade sempre venceram.” Mahatma Gandhi (1869-1948)

“Se queremos progredir, não devemos repetir a história, mas fazer uma história nova.” Mahatma Gandhi (1869-1948)

“Há décadas em que nada acontece, mas há semanas em que décadas acontecem.” Vladimir Ilyich Ulianov, Lênin (1870-1924)

“É minha grande esperança que o estudo do passado possa dar orientação aos dias futuros, permitia a uma nova geração reparar alguns dos erros dos anos anteriores e com isso governar, de acordo com as necessidades e glória do homem desdobrar das cenas do futuro.” Winston Leonard Spencer-Churchill (1874-1965)

“Era bom saber que a alegria que à cidade a lei da abolição de 1888, foi geral pelo país. Havia de ser, porque já tinha entrado na convivência de todos a sua [da escravidão] injustiça originária. Quando eu fui para o colégio, um colégio público, à rua do Rezende, a alegria entre a criançada era grande. Nós não sabíamos o alcance da lei, mas a alegria ambiente nos tinha tomado. A professora, D. Tereza Pimentel do Amaral, uma senhora muito inteligente, creio que nos explicou a significação da coisa; mas com feitio mental das crianças, só uma coisa me ficou: Livre! Livre! Julgava que podíamos fazer tudo que quiséssemos; que dali em diante não havia mais limitação aos progressistas da nossa fantasia. Mas como estamos ainda longe disso! Como ainda no enleamos nas teias dos preceitos, das regras e das leis! [...] São boas essas recordações; elas têm um perfume de saudade e fazem com que sintamos a eternidade do tempo. O tempo inflexível, o tempo que, como moço é irmão da Morte, vai matando as aspirações, tirando perempções, trazendo, desalento, e só nos deixa na alma essa saudade do passado, as vezes composto de fúteis acontecimentos, mas que é bom sempre relembrar.” Afonso Henriques de Lima Barreto (1881-1922)

“A liberdade de uma democracia não está segura se o povo tolerar o crescimento de poderes privados a tal ponto que se tornem mais fortes do que o próprio Estado Democrático.” Franklin Delano Roosevelt (1882-1945)

“A história está para a humanidade assim como a memória está para o indivíduo; a história é a memória coletiva.” André Piganiol (1883-1968)

“Para mim, o romancista é o historiador do presente, enquanto o historiador é o romancista do passado.” Georges Duhmael (1884-1966)

“Os estudos de História sempre fizeram parte da bagagem cultural do indivíduo. Antigamente, era reservado aos principies e nobres o conhecimento da discutível reputação de seus antepassados. Com as tendências à democratização, foram os acontecimentos históricos referentes a um país revelados a seus súditos, promovidos a cidadãos. Hoje em dia, a História é uma disciplina cujos pontos do programa são emanações do espírito de seus autores. Com justiça, cabe primazia aos assuntos nacionais, mas acompanhada de lamentável negligência de outras nações. Este fato é, por vezes, prejudicial à compreensão da própria história pátria. Raramente se percebe, numa “História do Brasil”, que o nosso país sempre esteve intimamente integrado na história mundial.” Carlos Miguel Delgado de Carvalho (1884-1980)

“Os destinos de um país, como vem provando a experiência histórica, dependem menos dos recursos naturais, das riquezas, das possibilidades deste país do que do estado social e cultural de suas elites. É justo, entretanto, reconhecer que meios geográficos mais propícios do que outros a uma evolução cultural. Os problemas mais complexos da hora presente resultam do resíduo de um passado que criou conceitos, princípios e regras obsoletos, impedido o espírito de procurar na pesquisa, na invenção, nas técnicas a força exigida pelo mundo moderno. Em países desenvolvidos, como a França, por exemplo, já há elites que reconheceram o que Servan-Schreiber chamou o “desafio americano” e (sem elogios nem censuras) procuram explicar de que modo os americanos conseguem eliminar o passadismo e seus obstáculos à marcha do progresso, nos diversos quadros geográficos.” Carlos Miguel Delgado de Carvalho (1884-1980)

“A colonização marcou, na história da humanidade, cinco séculos de contatos sistemáticos dos povos europeus com as populações de outros continentes, com o objetivo de ocupar terras novas, de conquistar posições geo-estratégicas, de explorar riquezas naturais e trocar mercadorias; mas, de um modo geral, de dominar povos tidos como de civilização inferior. O desenvolvimento científico que caracterizou esta fase histórica, facilitando os transportes e as comunicações, dotou o movimento colonialista de seu tríplice aspecto: cultural, econômico e político. Nos dois últimos séculos, evoluíram as ideias e os métodos dos colonizadores: sob pretexto de converter, de civilizar, de enriquecer os indígenas, prestaram-lhes serviços à custa de sua liberdade e de suas tradicionais instituições. Aos poucos, foram estes povos despertando socialmente e procurando imitar seus dominadores. Os primeiros sinais de revolta foram dados pelos próprios colonizadores integrados nas terras conquistadas: os anglo-saxões da América do Norte e os latinos das duas Américas. O século XIX foi à fase por excelência da colonização executada pelos europeus, que correspondeu às novas necessidades criadas pela Revolução Industrial. O século XX assistiu ao início, ao prosseguimento e à rápida conclusão da luta libertação das colônias, que se tornaram nações. Para chegar a este resultado (cujo êxito hoje já parece completo), é evidente que, tanto por parte dos colonizadores como parte dos colonizados, os métodos empregados foram diferentes, e foram também diversas as novas situações nacionais criadas pela independência.” Carlos Miguel Delgado de Carvalho (1884-1980)

“Uma ideologia é um conjunto de ideias, relacionadas entre si (embora nem sempre logicamente interdependentes), relativas a certos assuntos sociais, econômicos, políticos e outros. As ideologias não são sempre determinadas por forças materiais, pois a mentalidade humana também sofre éticas sob forma de sugestões, de planos de ação, de interesses nacionais ou sob forma de propaganda organizada, sistema e persistente. Correntes motivadoras criam campos ideológicos diversos quer representam fatores importantes nas relações internacionais. Mas a grande complexidade dos elementos que entraram em jogo e determinaram o conflito constitui o principal obstáculo à visão clara e verdadeira dos acontecimentos históricos, isto é, à própria imparcialidade.” Carlos Miguel Delgado de Carvalho (1884-1980)

“A sociedade brasileira do fim do Império refletia naturalmente as condições gerais de economia do país, determinadas, por sua vez, pelo tipo de cultura agrícola extensiva e adstrita ao trabalho escravo nos grandes domínios rurais. Era, assim, das mais simples a sua estrutura. Quase duas classes apenas. A dos dirigentes, composta de fazendeiros, bacharéis, doutores, titulares da Monarquia, vivendo direta ou indiretamente da seiva da gleba imensa. Embaixo, a massa humilde dos escravos e agregados aos latifúndios, presos igualmente aos poderosos clãs agrícolas. Era ainda pouco sensível a influência na direção dos negócios públicos da nascente burguesia urbana do comércio e das profissões liberais. As indústrias mal se elevavam do tipo doméstico. O regime de autarquia econômica dos engenhos do Norte e fazendas do Sul dificultava a formação da pequena burguesia dos campos, contrariando o desenvolvimento das transações e permutas de utilidades e reduzindo ao mínimo as exigências de numerário. Brasil, ainda mais do que hoje – país sem aldeias... O ingresso nos derradeiros anos do Império de algumas centenas de milhares de colonos estrangeiros nas fazendas paulistas não bastara para alterar o tradicional aspecto da vida brasileira, larga, afetiva e acolhedora.” José Maria de Albuquerque Bello (1885-1959)

 “Com a inauguração da primeira presidência civil, poderia tentar a República o balanço dos seus cinco anos de atormentada existência. No primeiro momento, oferecera belo exemplo de ordem, tolerância e serenidade. O Brasil passara sem sobressalto da Monarquia centralizadora e parlamentar para a República federativa e presidencialista. O patriotismo e a generosidade de sentimentos de Deodoro da Fonseca compensavam-lhe de certo modo a falta de tato político e de experiência administrativa. Os republicanos doutrinários com que formara o seu primeiro ministério, apesar das pequenas rivalidades que, tantas vezes, os enchiam de prevenções e desconfianças recíprocas, tinham realizado uma grande obra de construção jurídica, acima, talvez, da própria expectativa. A elaboração constitucional honraria o Parlamento de qualquer grande nação de velha cultura política. A minoria dos antigos políticos do Império conformava-se facilmente com o novo regime. Os que a ele expressamente não aderiam, conservavam-se em discreta atitude. Os mais afeitos ao realismo da vida, aproveitando-se sagazmente da confiança que as suas antigas situações de relevo na política e na administração do Império inspiravam, faziam-se homens de negócios, diretores de empresas, presidente de bancos, concessionários de serviços públicos, etc. A política inflacionista de Rui Barbosa, continuação, sob técnica diversa, da de Ouro Preto, mantivera na capital do País o ambiente de euforia em que caíra o Império. Prendendo aos seus interesses materiais grande parte dos homens representativos da Monarquia, a República, repetindo, sem o perceber, o exemplo do reinado burguês de Luís Filipe, os convertia à nova ordem de coisas ou os tornava inofensivos.” José Maria de Albuquerque Bello (1885-1959)

“A despeito de que, às vezes, parecem imaginar os iniciantes, os documentos não surgem, aqui ou ali, por efeito de não se sabe qual misterioso decreto dos deuses. Sua presença ou ausência em tais arquivos, em tal biblioteca, em tal solo deriva de causas humanas que não escapam de modo algum à análise, e os problemas que sua transmissão coloca, longe de terem apenas o alcance de exercícios de técnicos, tocam, eles mesmos, no mais íntimo da vida do passado, pois o que se encontra assim posto em jogo é nada menos do que a passagem da lembrança através das gerações.” Marc Léopold Benjamim Bloch (1886-1944)

“A incompreensão do presente nasce fatalmente do passado.” Marc Léopold Benjamin Bloch (1886-1944)

“O tempo é o melhor autor; sempre encontra um final perfeito.” Charles Spencer Chaplin (1889-1977)

“O homem que não tem sentido na História, é como um homem que não tem ouvidos nem olhos.” Adolf Hitler (1889-1945)

“A História é tão antiga quanto meu avô.” Adolf Hitler (1889-1945)

“Se o velho morre e o novo não nasce, neste interregno ocorrerem os fenômenos mórbidos mais diversos.” Antonio Francesco Gramsci (1891-1937)

“A história escrita constituiu um registro irregular e incompleto do que a humanidade realizou, em certas partes do mundo, nos últimos cinco mil anos. O período por ela compreendido representa, nas melhor das hipóteses, cerca da centésima parte do tempo de existência do homem em nosso planeta. O quadro apresentado é francamente caótico: difícil reconhecer nele qualquer elemento unificador, ou quaisquer tendências direcionais. A Arqueologia examina um período cem vezes maior. Nesse campo de estudo mais amplo, revela tendências gerais, modificações cumulativas numa direção principal e no sentido de resultados perfeitamente identificáveis.” Vere Gordon Childe (1892-1957)

“A civilização brasileira é cósmica, uma fusão de raças, terras e climas.” Osvaldo Euclides de Sousa Aranha (1894-1960)

“A tradição é a experiência dos povos consagrada pelo tempo.” Osvaldo Euclides de Sousa Aranha (1894-1960)

“As nações crescem, vivem e morrem como as criaturas.” Osvaldo Euclides de Sousa Aranha (1894-1960)

“As revoluções trazem o progresso moral com sacrifício material dos povos.” Osvaldo Euclides de Sousa Aranha (1894-1960)

“Pobre México, tão longe de Deus e tão próximo dos Estados Unidos.” Lázaro Cárdenas del Río (1895-1970)

“Chegamos, então, ao fim, à Filosofia da História. À própria expressão é ambígua. Pode significar uma das duas coisas, ou ambas: a filosofia que o aluno usa no estudo e interpretação da História, e à qual espera que a História, conforme: ou pode significar, mais simplesmente, a filosofia que ele encontra na História, e à qual terá de se conformar.
À expressão Filosofia da História é formal e até mesmo proibitiva. Evoca-nos aqueles criadores de sistemas, e sistemas do passado, e do presente também, que organizaram filosofias da História completes, e exigiram que a História marchasse sob suas ordens: um Santo Agostinho que provou ser a História o desdobramento da vontade de Deus, um Hegel com seu senso místico da História como a história da Liberdade culminando no presente, um Condorcet que considerava toda História como um panorama de progresso constante, um Karl Marx com suas leis férreas da História como o registro da luta por objetivos materiais, um John Fiske com sua certeza de que a História era a evolução progressiva, um Henry Adams impondo uma irrelevante lei de termodinâmica ao relutante da História, um Benedetto Croce com seu princípio dogmático de que toda a História é História Contemporânea e deve ser recriada e compreendida individualmente por todos os historiadores, um Arnold Toynbee com sua teoria da ascensão e dispersão das civilizações.” Henry Steele Commager (1902-1998)

“A História como registro consiste em três estados, ou processos, geralmente tão habilmente misturados que parecem ser apenas um. O primeiro é o conjunto dos fatos considerados importantes; mas deve-se lembrar que os fatos importantes para uma pessoa podem não o ser para outra. O Segundo é a organização dos fatos para que formem um padrão coerente; mas devemos, também, lembrar, que dois padrões nunca são exatamente iguais. O terceiro é a interpretação dos fatos e do padrão; e certamente duas interpretações nunca são iguais. Podemos afirmar, ainda, que todos esses processos se influenciam uns aos outros. O historiador experimentado não tem, normalmente, consciência dessas etapas separadas tal como um jogador de baseball não percebe as diversas etapas por que passa” para resolver golpear a bola. É impossível, em primeiro lugar, coligir fatos sem alguma teoria que os relacione entre si; afinal de contas, o que estamos procurando? É impossível organizar os fatos dentro de um padrão sem alguma teoria determine esse padrão. E é impossível interpretá-los, a não ser baseando-nos no material selecionado e no padrão escolhido.” Henry Steele Commager (1902-1998)

“A primeira coisa a dizer sobre a História é que a própria palavra é ambígua, significa duas coisas completamente diferentes. Significa, também, o registro do passado – tudo o que os homens disseram e escreveram do passado ou, segundo Jacob Burckhardt, “o que um século julga digno de nota noutro século”. Diz-se, às vezes que estas duas coisas são, na verdade, uma só: que o passado existe apenas no registro que dele fazemos, ou na consciência que dele temos, e que sem tal registro nenhum passado teria significação. Assim, o grande filósofo-historiador italiano, Benedetto Croce, afirmou que toda História era História Contemporânea. Existe nisso, como podemos ver, um germe de verdade. Mas esta visão é mais confusa do que errada e, de certa maneira, deturpada. O passado não depende de nós para existir, mas existe em si. Aconteceu, mesmo que os historiadores tenham deixado de registrá-lo, assim como uma árvore caiu na floresta embora ninguém estivesse lá para ouvir o som de sua queda. A História não brota subitamente quando algum historiador se emenda sobre o passado, ou que descobre material novo e preenche alguma lacuna em nosso conhecimento do passado, não cria de fato o passado, embora possa recriá-lo. O que aconteceu independentemente do historiador, e as consequências disso também não dependem dele.” Henry Steele Commager (1902-1998)

“Em grande parte – mas não totalmente: pois o que sobrou – ou melhor, o que foi destruído – dependeu, em alto grau, do poder. O Juiz Holmes, da Corte Suprema dos EUA, costumava dizer que a VERDADE era o voto majoritário da nação que pudesse dominar e sobrepujar as outras. A história tem sido escrita pelos vencedores, através dos séculos, e não pelos vencidos. Foram os romanos que escreveram a história das guerras púnicas, e não os cartagineses; os cristãos registraram o triunfo do cristianismo sobre o paganismo, e não os pagãos; os espanhóis contaram a história das conquistas do México e Peru, e não os astecas ou os incas. Um dos traços menos gentis dos vencedores, no passado, foi o de destruir deliberadamente os registros inimigos e silenciar – geralmente pela morte – os historiadores dos povos vencidos.” Henry Steele Commager (1902-1998)

“Para estudar o passado de um povo, de uma instituição, de uma classe, não basta aceitar ao pé da letra tudo quanto nos deixou a simples tradição escrita. É preciso fazer falar a multidão imensa dos figurantes mudos que enchem o panorama da história e são muitas vezes mais interessantes e mais importantes do que outros, os que apenas escrevem a história.” Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982)

“Quem controla o passado dirige o futuro. Quem controla o futuro conquista o passado.” George Orwell (1903-1950)

“A história é escrita pelos vencedores.” George Orwell (1903-1950)

“A história é o conhecimento do passado humano.” Henri-Irénée Marrou (1904-1977)

“Assim a história é a relação, a conjunção, estabelecida, por iniciativa do historiador, entre dois planos de humanidade, o passado vivido pelos homens de outrora, o presente onde se desenvolve o esforço de recuperação desse passado em benefício dos homens que virão. (...)” Henri-Irénée Marrou (1904-1977)

“Não nos é possível isolar, exceto por uma distinção formal, de um lado um objeto, o passado, e, do outro, um sujeito, o historiador.” Henri-Irénée Marrou (1904-1977)

“A história é o resultado do esforço, num sentido criador, através do qual o historiador, o sujeito do conhecimento, estabelece essa relação entre o passado que ele evoca e o presente que é o seu.” Henri-Irénée Marrou (1904-1977)

“Uma palavra final: se todo conhecimento possui um valor pelo próprio fato de ser um conhecimento verdadeiro, reduzir a história ao mero prazer de conhecer pareceria uma justificava bem insuficiente para uma sociedade como a nossa, tão utilitária, tão preocupada com o rendimento: o enriquecimento da cultura atual pela recuperação dos valores do passado é, em definitivo, o único argumento que pode justificar, em última análise, o esforço do historiador aos olhos daqueles que, como vimos, estavam tão tentados a questionar o saber.” Henri-Irénée Marrou (1904-1977)

“A monarquia sempre fora, diziam os republicanos (que sempre os houve desde a Independência), uma planta exótica na América. E muitos monarquistas também, às vezes, repetiam isso. A monarquia representara, na ocasião da Independência, a solução mais viável correspondente ao entendimento entre os interesses da Inglaterra e os dos grandes proprietários de terras e de escravos. Graças à monarquia – que marcou fase decisiva de nossa formação – a nossa História constituiu, no decorrer do século XIX, como um capítulo à parte na inquieta história dos jovens países da América Latina. Não escapamos, todavia, nós também, desde logo depois da Independência até 1848, aos movimentos de rebeldia que correspondiam a fenômenos quase análogos aos dos demais países de origem ibérica.” João Cruz Costa (1904-1978)

“A abolição da Escravatura levaria os barões rurais, irritados contra a monarquia, que não os indenizara da propriedade do negro, a desinteressarem-se pela sorte do regime que haviam servido e do qual se serviam e, até, a se colocar contra ele, ingressando no Partido Republicano que, diga-se de passagem, talvez por “habilidade” política, nunca fora muito claro em relação ao problema da escravidão. Talvez, a muitos desses barões, ainda lhes ficava a ilusão de que o novo regime os indenizaria pelas perdas sofridas. Desaparecia, assim, a instituição sobre a qual s assentara, por mais de sessenta anos, a monarquia. Não faltaria muito para realizar-se a profecia de um dos grandes políticos do Império, o Barão de Cotegipe, quando disse a Princesa Isabel que ela ganhara a Abolição mas perdera o trono.” João Cruz Costa (1904-1978)

“Não se deve exagerar a importância da questão religiosa como causa imediata da República, pois essa querela entre bispos, governo e maçonaria passou-se em plano ignorado pela massa do povo e pela indiferença dos intelectuais. Ninguém, na ocasião, se movimentou a favor dos bispos e a maioria dos prelados brasileiros também, no decorrer da querela, guardou um prudente e tímido silêncio o que não impediu, por certo, a partir de então, que o alto clero se tornasse, se não antimonárquico, indiferente à sorte do regime e aceitasse, facilmente – e até com regozijo – a República.” João Cruz Costa (1904-1978)

“Mais uma questão (melhor se diria: mais uma série de incidentes entre militares e os gabinetes da monarquia) viria solapar a monarquia brasileira. Com a Abolição, o Império perdeu o apoio dos senhores de terras; em virtude da questão religiosa, perdera o apoio da Igreja e agora, com a chamada questão militar, perderia a morna simpatia das Forças Armadas.” João Cruz Costa (1904-1978)

“Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens ficam ricos pelo suborno e por influência, mas que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, eles é que estão protegidos de nós; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em autossacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada.” Ayn Rand, pseudônimo de Alisa Zinovievna Rosenbaum (1905-1982)

“Tomando-se a palavra indústria no sentido da elaboração da matéria-prima e apresentação no mercado de um produto já acabado, pronto para o consumo imediato, o açúcar é o primeiro produto de ramo industrial que existiu entre nós, não somente do ponto de vista cronológico, como também pela expansão que adquiriu e importância que ocupou no passado, chegando a ser artigo básico, tanto na produção quanto na exportação. Era ele que caracterizava o país; à sua sombra se desenvolveram outras atividades e se operou a criação das riquezas. Foi ele que deu poderio e dinheiro aos primitivos exploradores, originando-se daí a primeira aristocracia rural: os senhores de engenho. Para incrementar sua produção iniciou-se a importação de negros escravos da África, que ocupariam papel de relevo na formação do trabalhador brasileiro e em nossa constituição étnica, influindo poderosamente na formação racial, da nossa formação racial, da nossa constituição psicológica, da nossa formação racial, da nossa organização histórica, imprimindo sulco profundo na moral e nas artes nacionais.” Heitor Ferreira Lima (1905-1989)

“O Brasil nunca se manteve isolado do mundo. Depois da sua separação de Portugal, passou a girar sob a influência inglesa, quando esta nação se converteu na mais poderosa expressão do capitalismo moderno, e após a última Guerra Mundial, quando as relações com os E.U.A. se estreitaram bastante assumindo, por vezes, uma forma de dependência, particularmente de caráter econômico, em todas estas fases.” Heitor Ferreira Lima (1905-1989)

“O fim do regime colonial, entre nós, coincide, mais ou menos, com o fim do século XVIII, que marca por sua vez o levante geral das novas forças produtoras criadas no seio da sociedade medieval, personificadas na burguesia urbana, contra os entraves opostos ao seu florescimento pela ordem social vigente – o sistema feudal – encarnado esse levante no grande acontecimento socio-econômico que foi a Revolução Francesa. Mais ainda: por um desígnio que nada tem de misterioso, foi mesmo aquela gigantesca ação revolucionária que, em seu natural processo de expansão. Através de atos nem sempre previamente determinados por seus dirigentes e muitas vezes escapando ao seu próprio controle, veio a contribuir decisivamente para a nossa libertação do jugo colonial.” Heitor Ferreira Lima (1905-1989)

“O trabalho escravo era a questão nevralgia do Império, porque era a parte importante da produção – mão de obra – já que não usávamos máquinas no sistema de trabalho. Por isso ele se inseria na infra-estrutura da sociedade, com sua imensa repercussão. Não somente na lavoura e na casa-grande o serviço escravo preponderava, como também nas atividades artesanais e mesmo nos serviços domésticos familiares, por vezes sendo a principal ou a única fonte de renda. Isso explica as consideráveis forças que se levantavam contra a Abolição e a sua longa gestação durante todo o Segundo império. Daí que o processo abolicionista tenha sido vagarosos e também se efetuasse por etapas sucessivas, através de um movimento gradativo, cheio de lances dramáticos. Mas, à medida que tal processo evolutivo se relativa, como consequência da expansão econômica, ele influía por sua vez para forçar uma nova etapa do seu próprio desenvolvimento, numa ação recíproca, em verdadeiro movimento dialético. Além disso, suas causas, e também seus efeitos, não foram uniformes em todo o país variando nas diversas regiões, por motivos diferentes e conhecidos.” Heitor Ferreira Lima (1905-1989)

“O progresso realizado na economia brasileira na segunda metade do século XIX, que teve como fator preponderante a enorme expansão da produção e exportação cafeeiras, não se repartiu por igual por todas as regiões, porque essa atividade se concentrou na parte centro-leste, provocando assim um deslocamento do eixo econômico do país, de imensa significação histórica, levando a estagnação às velhas e tradicionais atividades, como as do açúcar e algodão. Se é justo, por isso, considerar a exportação, particularmente a do café, como o centro dinamizador de nossa economia naquela época, não se deve, contudo, desprezar, a esse respeito, a considerável ampliação do mercado interno verificada e cujos indícios (na falta de outros) podem ser aferidos pelo próprio aumento da renda per capita ocorrida então.” Heitor Ferreira Lima (1905-1989)

“O invólucro monárquico tornava-se incompatível com as novas formas de economia em gestação e desenvolvimento, condenando-o por isso ao perecimento. Foi o que aconteceu em 15 de novembro de 1889, com uma parada militar, no dizer exagerado de Euclides da Cunha.” Heitor Ferreira Lima (1905-1989)

“Nossa história econômica achava-se ainda deficientemente estudada, cheia de claros em suas análises, não existindo quase histórias dos produtos ou dos Estados, de modo a facilitar uma visão de conjunto do panorama nacional em sua dinâmica evolutiva. E sem esse material prelimitar, não pode haver um trabalho completo e consciencioso de nossa expansão material com sua consequente repercussão na superestrutura ideológica. Não queremos com isso menosprezar ou sequer subestimar a obra até aqui realizada nesse domínio, pois sabermos, por experiência própria, o quando ela representa de esforço e dedicação, sem qualquer ajuda ou estímulo de quem devia se interessar por ela.” Heitor Ferreira Lima (1905-1989)

“País de imensa costa voltada para o mar, a navegação, desde o começo, teria de desempenhar papel de relevo singular em nossa formação histórica. As comunicações e os transportes com o exterior eram feitos exclusivamente por mar, quer com a Metrópole, quer com as nações mais próximas ou os países mais afastados. Essa situação perdurou por muito tempo e perdura até hoje, de certo modo, já que o telégrafo, o rádio e o avião são ainda mais meios de comunicação do que de transporte propriamente dito, principalmente para grandes volumes de carga, pois nossas estradas de ferro só atingem o Uruguai, e a Transcontinental por enquanto é somente projeto e sonho. Continuamos sendo um povo de caranguejos, arranhando o litoral, da observação crítica de Frei Vicente do Salvador, e nossos grandes centros de população e produção mantêm-se ainda à beira-mar, ou próximos a ele, como São Paulo e Curitiba, permanecendo a vasta hinterlândia mal povoada e quase ao abandono. As caminhadas para o interior, dos bandeirantes e sertanistas, no período colonial, eram incursões e não penetração colonizadora.” Heitor Ferreira Lima (1905-1989)

“O comércio de todas as nações se divide em dois grandes setores, o interior e o exterior, cujas funções os próprios nomes indicam. Este ramo de atividade acha-se condicionado pela produção, indicando os artigos em que é autossuficiente, aqueles que pode exportar e os que precisa de importar. Por sua vez, o grau de desenvolvimento técnico condiciona a capacidade de aproveitamento das riquezas das nações, determinando-lhes a diversidade e a quantidade de produção. Assim, um país que tem solo rico, mas não possui técnica para explorá-lo, ou que tem matérias-primas, mas não utiliza, fica na dependência delas, importando-as, de modo a essas riquezas potenciais não influírem em sua produção, e portanto, em seu comércio. Também os períodos históricos influem na produção das nações, e consequentemente em seu comércio. Um artigo de grande procura em determinada época estimula sua produção, avultando em seu comércio. Sendo, porém, substituído por outro que ofereça maiores vantagens, decai, desaparecendo às vezes, provocando isso a ruína de toda a nação, ou pelo menos de uma região.” Heitor Ferreira Lima (1905-1989) 

“As lutas da Independência do Brasil não se circunscrevem ao ato simbólico do 7 de setembro de 1822, desenrolado no alto da colina do Ipiranga, em São Paulo, nem às suas consequências imediatas, na submissão das forças reacionárias que se opuseram ao movimento libertador, mas estenderam-se por um período mais largo, que abrange o primeiro reinado e Regência, durante o qual o país pode, pouco a pouco, ir conseguindo sua consolidação. É uma fase em que há predominância dos interesses políticos, administrativos e jurídicos, e na qual se lançaram os fundamentos da nacionalidade. Trata-se de época grandiosa de nossa história, cheia de entrechoques sociais de relevo. Tampouco se pode dizer que esses acontecimentos começam exatamente no dia 7 de setembro, embora seja este seu ponto culminante. A rigor, se deixamos de lado a chegada de D. João VI ao Brasil, seu início deve ser assinalado com a revolução constitucional do Porto, em 1820. É deste movimento que parte o apelo, ou melhor, a exigência para a volta do soberano à antiga sede do Reino. Das cortes constituintes saídas deste movimento é que se originam as medidas recolonizadoras, contra as quais se ergueram os brasileiros, proclamando a Independência. Por isso, dele devemos partir para estudar as etapas de nossa luta emancipadora.” Heitor Ferreira Lima (1905-1989)

“Pode-se compreender facilmente que o Primeiro Reinado, com suas crises econômica, financeira e política, a depressão cambial e amplo liberalismo praticado nas relações comerciais, não tenha sido um ambiente propicio para o florescimento das atividades manufatureiras. Os recursos nacionais encaminhavam-se para a lavoura, a tradicional ocupação do país, que emprestava foro de nobreza, principalmente o café, o novo produto que apresentava considerável expansão, ou então para o tráfico negreiro, igualmente em desenvolvimento. Os capitais estrangeiros vinham para os empréstimos governamentais ou dirigiam-se para o comércio, cabendo o atacadista ou grossista, como se dizia então, aos ingleses; o de modas, joalheiras, e artigos femininos em geral, aos franceses, e o varejista de gêneros alimentícios, os chamados de secos e molhados, aos portugueses, havendo assim uma espécie de tácita divisão do mercado.” Heitor Ferreira Lima (1905-1989)

“O enorme progresso que caracterizou o Segundo Império, do ponto de vista material, devido sobretudo à extraordinária expansão da economia cafeeira, ao aumento da população, ao desenvolvimento dos centros urbanos, ao crescimento da imigração estrangeira, ampliando a área de trabalho livre e com isso o mercado interno, redundou em maior enriquecimento do país, criando assim condições propícias para a aplicação em vasta escala de capitais alienígenas entre nós, particularmente ingleses, pois a Inglaterra estava em fase de plena expansão e dominava o mercado internacional, especialmente o da América do Sul. Disso resultou a organização ou a transferência para cá de uma série de empresas dedicadas às mais variadas atividades, como se pode constatar pelos dados abaixo.” Heitor Ferreira Lima (1905-1989)

“A implantação da República não trouxe mudança na estrutura econômica do país, porque continuamos com o nosso sistema agrário de produção baseado no latifúndio e uma economia monocultura voltada para a exportação, como no tempo da Monarquia. Contudo, não se pode negar que se verificaram transformações de certo vulto, facilitando determinadas modificações, que começaram a se fazer sentir.” Heitor Ferreira Lima (1905-1989)

“O impacto da Segunda Guerra Mundial sobre a economia brasileira foi tremendo. Muito maior que o da Primeira [Guerra Mundial], pois havíamos crescido consideravelmente e também a economia mundial se tornara mais complexa. Seus reflexos, nessas condições, não se fizeram sentir apenas no decorrer do conflito armado, mas estendem-se para além dele, com profunda repercussão em todos os setores de atividades. A intensidade de seus efeitos, no entanto, variou entre as diversas regiões e sua duração foi diferente entre elas. É preciso igualmente não esquecer que todos estes problemas tiveram duas fases: a primeira até 1942, quando éramos neutros, e a segundo depois, ao nos envolvermos na luta armada, acompanhando os Estados Unidos da América do Norte.” Heitor Ferreira Lima (1905-1989)

“A mestiçagem, signo sob o qual se formou a etnia brasileira, resulta da excepcional capacidade do português em se cruzar com outras raças. É a uma tal aptidão que o Brasil deveu a sua unidade, a sua própria existência com os característicos que são os seus. Graças a ela, o número relativamente pequeno de colonos brancos que veio povoar o território pode absorver as massas consideráveis de negros e índios que para eles afluíram ou nele já se encontravam; pode impor seus padrões e cultura à colônia, que mais tarde, embora separada da mãe-pátria, conservará os caracteres essenciais da sua civilização.
Teria contribuído para aquela aptidão o trato imemorial que as populações ocupantes do território lusitano tiveram com raças de compleição mais escura. Essa extremidade da Europa foi sempre, desde os tempos pré-históricos, um ponto de contato entre as raças brancas desse continente e aquelas outras cujo centro de gravidade estava na África. A invasão árabe mais tarde, senhoreando o território lusitano durante séculos; a expansão colonial do séc. XV que prolongou o contato dos portugueses com os mouros, e o estabelece com as populações negras África; tudo isto veio naturalmente favorecer a plasticidade do português em presença de raças exóticas.
É provável que tal predisposição tivesse contribuído a preparar o português para este novo horizonte de contatos raciais que se lhe deparou na América. Muito mais importante contudo, entre os fatores da mestiçagem brasileira, foi o modo com que se processou a emigração portuguesa para a colônia. O colono português para este novo horizonte de contatos raciais que se lhe deparou na América. Muito mais importante contudo, entre os fatores da mestiçagem brasileira, foi o modo com que se processou emigração portuguesa para a colônia. O colono português emigra para o Brasil, em regra, individualmente. A emigração para cá, sobretudo na fase mais ativa dela em que responde ao apelo das minas, tem um caráter aventuroso em que – é a regra geral em casos desta natureza -, o homem emigra só. Daí a falta de mulheres brancas. Mesmo quando o colono pretende trazer família, ele deixa isto para mais tarde, para quando pisar em terreno firme e já pode prover com segurança à subsistência dela. Na incerteza do desconhecido, ele começa partindo só.” Caio Prado Júnior (1907-1990)

“A falta de mulheres brancas sempre foi um problema de toda colonização europeia em territórios ultramarinos, mesmo naqueles em que ela se processou em moldes mais regulares e menos aventurosos que entre nós. Nos atuais Estados Unidos, onde por circunstâncias particulares que não ocorrem no Brasil, e que se relacionam com o que já observei no primeiro capítulo, a imigração por grupos familiares é numerosa, e em certos momentos e áreas até a regra geral, recorreu-se muitas vezes ao transporte de grandes levas de mulheres recrutadas na Inglaterra entre órfãs ou raparigas sem dote, até criminosas e prostitutas, que partiram em levas para as colônias do Novo Mundo a fim de satisfazer os apelos que lá vinham. Os franceses, no Canadá e na Luisiânia, agiram da mesma forma; e mais recentemente, seguiu-se o exemplo na colonização da Austrália e da Nova Zelândia” Caio Prado Júnior (1907-1990)

“A História do Brasil, costuma ser narrada de modo estranho. Parece decorrer sob o signo do acaso. Teria sido descoberto o país por um golpe fortuito de um navegador protegido pelo destino; obtida a independência por um repente de um príncipe, um tanto desequilibrado, e alcançada à república através de um motim militar que ultrapassou os objetivos do proclamador, empurrado contra a vontade, em desacordo com seus princípios.
Nosso ponto de partida será, pois, inicialmente um protesto. É certo que existe no curso da história o imprevisto. E às vezes é isto que lhe empresta um encanto especial. Esta interpretação pitoresca da História do Brasil pode ser divertida, mas é uma ofensa clamorosa à verdade. A História do Brasil é, antes de mas nada, uma eloquente demonstração da capacidade humana de construir uma nação.” nada de acasos, nada que se assemelhe a um acidente, ou a golpes bem-sucedidos de aventureiros ditosos, mas o esforço e a tenacidade de um povo, querendo vencer obstáculos, que parecem intransponíveis, e dominar imprevistos, aparentemente desanimadores.
É bem verdade que, ao falar de vontade de um povo em alcançar um determinado objetivo, não se está negando a existência de coordenadas econômicas e sociais dentro das quais ela pode atuar. As condições materiais estabelecem margens à ação do homem. Mas dentro delas há uma ampla possibilidade de manifestação da liberdade individual ou coletiva, optando por alternativas possíveis. É aí que se revela a capacidade de uma coletividade e, muitas vezes, de uma personalidade excepcional.” Américo Lourenço Jacobina Lacombe (1909-1993)

“Política é como nuvem. Você olha, está de um jeito. Você olha de novo, e ela já mudou.” José de Magalhães Pinto (1909-1996)

“É errônea a noção popular de que toda a Idade Média não passa de uma “Idade de Trevas”. Desde Carlos Magno (séc. VIII e IX) multiplicam-se as escolas. Do século IX em diante – e sobretudo nos séculos XII e XIII – a época é de progresso. Os fundamentos da civilização moderna estão profundamente fixados nesse período, sobretudo no terreno das doutrinas sociais e econômicas. A partir do século XI há uma civilização própria e elevada, que alcança o apogeu no século XIII.” Idel Becker (1910-1994)

“A opinião pública não faz a política externa, assim como faz a interna, mas nenhuma política, ao que parece, pode ser feita nem contra, nem sem ela. A opinião pública talvez não atue diretamente nos acontecimentos, não tem poder de decisão, mas tem o poder, ao que parece, de tornar ou não possível a política de seus representantes.” Alain Girard (1914-1996)

“A destruição do passado, ou melhor, dos mecanismos socais que vinculam nossa experiência pessoal à das gerações passadas, é um dos fenômenos mais característicos e lúgubres do final do século XX. Quase todos os jovens de hoje crescem numa espécie de presente contínuo, sem qualquer relação orgânica com o passado público da época em que vivem. Por isso os historiadores, cujo ofício é lembrar o que outros esquecem, tornaram-se mais importantes que nunca no fim do segundo milênio. Por esse mesmo motivo, porém, eles têm de ser mais que simples cronistas, memorialistas e compiladores. Em 1989 todos os governos do mundo, e particularmente todos os mistérios do Exterior do mundo, ter-se-iam beneficiado de um seminário sobre os acordos de paz firmados após os acordos de paz firmados após as duas guerras mundiais, que a maioria deles aparentemente havia esquecido.” Eric John Ernest Hobsbawm (1917-2012)

“A história é a ciência dos atos humanos do passado e dos vários fatores que neles influíram, vistos na sua sucessão temporal.” Josephus Jacobus van den Besselaar (1916-1991)

“Quase todas as civilizações que temos conhecimento, buscaram nas lições do passado normas de agir, e exemplos inspiradores, ou então, motivos de consolo nos seus pesares. Com efeito, o prestígio da história foi sempre muito grande, apesar de não lhe faltarem, de vez em quando adversários.” Josephus Jacobus van den Besselaar (1916-1991)

“Até agora o historiador foi “investigador”, isto é, esteve à procura de documentos históricos; daqui em diante precisa ser juiz para lhes estabelecer o valor objetivo. Pois os documentos são como que testemunhas que devem ser interrogadas criteriosamente. Assim como um juiz exige de uma testemunha a carteira de identidade antes de ouvi-la, assim o historiador pede ao documento a prova de autenticidade para ver se pode servir de testemunha. É a Crítica Externa. No segundo ato do exame passa a julgar a veracidade da testemunha: é a Crítica Interna. Assim como um juiz aceita com a devida reserva o depoimento de uma testemunha pessoalmente interessada num determinado êxito do litígio, ou a declaração de uma pessoa que possui apenas conhecimentos indiretos do caso, assim procede o historiador: examina a competência e a sinceridade do documento.
Por outras palavras, a Crítica Histórica é o exame judiciosos das fontes, visto nem tudo o que nelas se encontra ver verdadeiro. É o método científico para separar nos documentos a verdade do erro e da mentira, a certeza do que é provável ou apenas possível.” Josephus Jacobus van den Besselaar (1916-1991)

“Muitos fatos do passado foram observados e testemunhados por pessoas competentes e fidedignas. Foram-nos transmitidos de tal modo que podemos situá-los, mais ou menos, exatamente no tempo e no espaço, e descrevê-los com número maior ou menos de detalhes. Eis o resultado positivo que nos levou o estudo metódico dos documentos, exposto na segunda parte deste livro. A Crítica Histórica é um estudo importante e útil; contudo ela nada faz senão fornecer o material de que necessita o historiador. É impossível fazer uma construção sem haver material, mas a presença deste não é suficiente para se efetuar uma bela e sólida construção: requer-se um arquiteto organizador e ordenador. O mesmo sucede na historiografia. A tarefa do historiador não se restringe a averiguar os “fatos materiais” do passado; consiste muito mais em entendê-los, ordená-los e interpretá-los. Não pode ter nenhum desprezo pelos fatos. Pelo contrário, deve ser aterá servilmente aos fatos. Fará o possível para descobrir, atrás deles, aspectos não diretamente observáveis da “realidade humana” e as múltiplas conexões que existem entre eles. Ao estudar a “realidade humana” de outras épocas e ao patentear as relações existentes entre os diversos fatos históricos, ele perceberá cada vez mais que seu entendimento do passado é condicionado por sua própria situação no tempo.” Josephus Jacobus van den Besselaar (1916-1991)

“Toda e qualquer disciplina possui certos conceitos próprios, cuja existência e função decorrem da natureza dos objetos por ela estudados e dos métodos por ela empregados. Corresponde-lhes, em geral, só imperfeitamente uma terminologia própria. Por exemplo, o termo “analogia” terá significado diferente, conforme for usado por um biólogo, linguista ou filósofo; uma “causa” histórica difere bastante de uma causa física ou metafísica, e assim por diante. As palavras podem ser as mesmas; os conceitos, isto é, as realidades indicadas pelas palavras, são raras vezes idênticas. Assim como é ilegal transferir os métodos de uma ciência para outra, assim é ilícita a transferência irrefletida de um conceito, peculiar a certa disciplina, para outro campo de investigação científica. Quais são os principais conceitos de que se serve o historiador? Ao tratarmos desta questão, poderemos referir-nos, de vez em quando, a assuntos já estudados na primeira parte deste livro.” Josephus Jacobus van den Besselaar (1916-1991)

“É impossível compreender seu tempo para quem ignora todo o passado; ser uma pessoa contemporânea é também ter consciência das heranças, consentidas ou contestadas.” René Rémond (1918-2007)

“A humanidade primitiva estava sempre disposta a acreditar que o que fazia germinaras sementes para que a terra desse frutos era algum ser sobrenatural, e o trabalho dos governantes das cidades consistia em elaborar os ritos mágicos adequados para convencer os deuses a se comportarem bem. Além disso, precisavam garantir que tais ritos fossem realizados de forma adequada. Desse modo, as pessoas comuns acreditariam firmemente que a prosperidade da cidade e a vida do povo dependiam da sabedoria e da retidão dos sujeitos encarregados dos ritos. O resultado foi que o vale do Nilo ganhou uma classe sacerdotal que conservaria grande poder por milhares de ano.” Isaac Asimov (1920-1992)

“Qualquer que seja a verbiagem ou o discurso, a opção conservadora leva implícita e exige, a partir dos interesses burgueses internos e externos uma forma de acumulação capitalista impiedosa, que aprofunda as desigualdades econômicas e reforça os privilégios dos poderosos, nacionais e estrangeiros.” Florestan Fernandes (1920-1995)

“Um sistema de cultura não desaparece, entretanto, sem oferecer uma grande resistência. E com essa resistência ele se impõe, através de muitos de seus valores, ao novo sistema. No caso do feudalismo – refiro-me ao sistema de cultura e não aos fundamentos materiais apenas – essa resistência foi particularmente grande, devido ao fato de que a revolução comercial se produziu completamente fora dos quadros da sociedade constituída. Durante muito tempo, a sociedade feudal ignorou ou desprezou esse novo mundo que se desenvolvia a seu lado: os mercadores, suas cidades, sua ordem jurídica. E foram necessários muitos séculos para que se fizesse a completa assimilação dos dois sistemas um no outro.” Celso Monteiro Furtado (1920-2004)

“A análise da economia colonial é tão importante para a compressão da atual sociedade brasileira quanto a da formação histórica de Portugal para compreender-se a razão de ser das grandes expedições e o sentido que tomou a empresa de colonização.” Celso Monteiro Furtado (1920-2004)

“O Brasil foi a única criação duradoura da expansão comercial portuguesa. Perdido o monopólio do comércio das Índias Orientais, os lusitanos, que já haviam empreendido com sucesso a produção de açúcar nas Ilhas do Atlântico, se voltaram para Santa Cruz em busca de produtos tropicais que alimentassem o seu comércio. Antes mesmo do declínio do tráfico oriental, alguns mercadores lusos já haviam arrendado as novas possessões da Coroa com o objetivo de explorar madeiras e aves exóticas.” Celso Monteiro Furtado (1920-2004)

“Como um simples mecanismo de produção agrícola caudatário comércio português, Colônia se limitará a produzir as mercadorias que são de imediato interesse para a Metrópole: daí o império da monocultura, cujas principais consequências já assinalamos. De tudo haverá carência na Colônia, a fim de que a mão de obra não seja desviada da produção principal. O Brasil se apresenta, nessa fase, como uma imensa monoprodutora.
As fragilidades desse sistema econômico cedo se fizeram sentir. Qualquer flutuação na procura do produto único refletirá profundamente na Colônia. A monocultura, como todo sistema de produção em massa, é pouco flexível e muito mais sujeita a crises de que a policultura, na qual um produto é sustentado em sua queda pela alta do outro, e na qual as sustentado em sua queda pela alta de outro, e na qual as substituições de cultura se efetuam com relativa facilidade.” Celso Monteiro Furtado (1920-2004)

“O escravo não chegou de mãos vazias à América. Ele trouxe seu sentido da vida sedentária, da agricultura, enquanto sua melhor trazia o da vida doméstica, de dona de casa, perdido pelas mulheres índias demasiado ocupadas nos trabalhos agrícolas. Ele também trouxa suas receitas culinárias, seu sentido de uma alimentação equilibrada e adaptada dos trópicos, com receitas medicinais e ervas desconhecidas na América. Às novas técnicas ele acrescentou uma nova espiritualidade, o fetichismo, o islamismo, capazes de lhe abrir o espírito às verdades do cristianismo e, ao mesmo tempo, obstáculo, força religiosa difícil de ser vencida ou sobrepujada, produzindo esses cultos sincréticos que os turistas conhecem ainda hoje como xangô, em Pernambuco, candomblé na Bahia e macumba no Rio. Ao mesmo tempo, o negro trouxe à América um senso artístico excepcional.” Frédéric Mauro (1921-2001)

“Aos indígenas tudo foi tomado e nada foi concedido. Nem sequer conhecemos como chamavam ao seu país (salvo a mais do que poética aceitação de Pindorama, o país das palmeiras) e a si mesmos. Enquanto alguns filhos de incas, espanholizados, quiseram e souberam escrever sobre os avós maternos, tudo o que temos sobre o indígena brasileiro foi sentido, vivido e registrado por quem os aproveitou, seduziu e registrado por quem os aproveitou, seduziu e espoliou. A crônica do avanço da “civilização” Brasil adentro, ao norte e ao sul, é a da destruição de uma “raça”, o maior apossamento territorial ocorrido no mundo: 7 milhões de km². Não faz muitos anos que o homem e o chão indígena merecem respeito e proteção.” Hernâni Donato (1922-2012)

“O homem sempre se interessou por suas coisas – passado, presente e futuro. Vive da memória de quanto lhe acontece, da circunstância em que se encontra e da ansiedade pelo que virá. Se lhe importa mais o presente, não despreza o havido ou por haver. Em função do tempo ele existe: a categoria temporal se sobrepõe ao meio físico, de possível modelação pela tecnologia disponível. Ser eminentemente histórico, ele tem um processo, um desenvolvimento. É engano supor como sua característica só o gosto pelo passado, pois leva em conta o presente. O interesse pelo futuro já escapa à história, para descambar em especulações de natureza filosófica ou religiosa, na chamada escatologia ou, de acordo com estudos requintados, por projeções de agrado de cientistas, na discutida futurologia. Se o interesse foge à história, é em função dele que se existe, notadamente hoje, quando a maior consciência da realidade e do domínio dado pelas conquistas da ciência permitem a construção do futuro. A história fez que se estruturasse esse sentido, pois ela dá aos homens a noção de suas virtualidades e do que se pode e se deve fazer para uma sociedade mais livre e bela, ainda na expectativa. Advirta-se, logo de início, entender-se o seu estudo como coisa viva, realidade atuante e dinâmica.” Francisco Iglésias (1923-1999)

“Em síntese, a história é a lição de que a única realidade constante é a busca da afirmação do homem, no desvendamento da natureza para melhor aproveitá-la, na procura de uma ordem social justa para todos terem seu lugar, sem privilégios ou exclusivismos. O constante, enfim, é o anseio de liberdade, conquistada aos poucos, entre sofrimentos e lutas levando à vitória, não contando na perspectiva do tempo os eventuais retrocessos, pois o marcante é a afirmação cada vez mais plena da liberdade.” Francisco Iglésias (1923-1999)

“Estuda-te história para compreender o social e o atual, não como ornamento supostamente erudito ou para o brilho da conversa. Daí ser o historiador quem mais busca o humano em sua inteireza, integrando-se em sua época. Tanto mais se entende o passado quanto mais se participa do presente. O homem desligado de seu contexto não pode ter sentido histórico, como ensinam os mestres modernos, contrariando imagem popular e mesmo de alguns que se pretendem historiadores e não passam de curiosos de exotismos à procura apenas de confirmação de lendas ou interesses estratificados.” Francisco Iglésias (1923-1999)

“A atividade econômica, desde a vinda dos europeus, desenvolveu-se em função do dominador, no esquema do Pacto Colonial. Como o espanhol encontrasse grupos de alta tecnologia vivendo da riqueza mineral, continuou o labor de extração de ouro e prata e, em menor escala, de outros recursos. No Brasil, pela falta de metais e pedrarias, no primeiro momento a opção foi a agricultura, como nas colônias inglesas e nas Antilhas ou partes da América Latina. O continente era uma reserva para o europeu.” Francisco Iglésias (1923-1999)

“A história política do Brasil – como a de qualquer outra nação – só pode ser compreendida em função da história geral: como parte de um todo, tem ser vista nesse conjunto, que é, em suas linhas gerais, o do Ocidente. Os estudiosos insistem em serem os processos nacionais ininteligíveis se apenas considerados em seus limites de espaço e tempo. O pleno sentido só se esclarece no relacionamento das partes, com as quais se forma um sistema, configurador das várias fisionomias.” Francisco Iglésias (1923-1999)

“A História do Brasil tem de ser vista em função da História Geral, pois se inscreve em quadro maior – em suas linhas principais, o do Ocidente. Como assinalam os especialistas, as trajetórias nacionais se presas aos próprios limites de tempo e espaço e só adquirem pleno sentido quando relacionadas a outras, com as quais formam sistema, configurador de fisionomias.” Francisco Iglésias (1923-1999)

"A história política do Brasil - como a de qualquer outra nação – só pode ser compreendida em função da história geral: como parte de um todo, tem de ser vista nesse conjunto, que é, em suas linhas gerais, o do Ocidente. Os estudiosos insistem em serem os processos nacionais ininteligíveis se apenas considerados em seus limites de espaço e tempo. O pleno sentido só se esclarece no relacionamento das partes, com as quais se forma um sistema, configurador das várias fisionomias.” Francisco Iglésias (1923-1999)

“O feudalismo resultou das crises sofridas pela Europa com a desagregação do Império Romano e as invasões dos chamados povos bárbaros, no tolhimento de perspectivas do comércio e vida urbana, em diferentes escalas, durante quase todo o período medieval. A situação começa a ser alterada no século XI, em decorrência das Cruzadas. Os exércitos em movimento põem em contato povos diversos, estimulam o comércio e a economia monetária, dando oportunidades à conquista de postos a quantos nelas se distinguem. Inicia-se o abalo da estrutura do sistema, de processo bastante lento, pois ele, como qualquer outro, não acaba em simples momento, por efeito de decreto ou simples batalha, sendo impossível fixar uma data precisa.
Como forma ideal, o feudalismo desenvolve atividade econômica tendo em vista a autossuficiência: a produção é para as necessidades do feudo. Não há estímulo para mais, o comércio está limitado e as relações com outros são quase nulas. É sociedade com organização jurídica para servir o senhor, responsável por tudo. Os vassalos, em troca da segurança pela residência em castelo com defesas, para evitar riscos, aceitam a vontade soberana do chefe, em contrato tácito de deveres e vantagens. Tudo é regulamentado, do mais geral ao pormenor íntimo, com rigoroso sentido hierárquico. As tarefas são divididas, como, de certo modo, o resultado dos esforços. Assim, não há perspectivas para crescimento econômico. A técnica é rudimentar e deve ser mantida sem alteração, no domínio do artesanato. A economia é marcadamente agrícola, cabendo os cultivos aos servos, base da mão de obra do sistema produtivo. Os trabalhadores livres também conhecem laços de dependência. Cabe-lhes, no comum, o esforço artesanal, para elaborar a matéria-prima. Não se pede mais, o equilíbrio está fundado exatamente na observância das normas.” Francisco Iglésias (1923-1999)

“Em síntese e conclusão, o imperialismo representa o auge do capitalismo, quando a alta finança se associa ao Estado e usa força armada para conquista. Decorre de característica natural ao sistema, tendente ao monopólio. Quanto aos países dominados, pouco lhes dá. Se a América Latina, mesmo sofrendo sua ação, consegue algum progresso, há áreas na Ásia e África mantidas em condições sub-humanas. Daí a explosão verificada desde 1945.
O imperialismo atinge o auge no fim do século XIX e início do atual. É o esplendor da indústria e da finança, quando a Europa parece senhora do mundo, o capitalismo um sistema estável. Há sensação de euforia dos dominadores, esquecidos da dinâmica do processo social. Por baixo da aparência de prosperidade e paz havia a disputa entre as potências, esperando a hora de se sobreporem umas às outras, a hora de abalar a proeminência britânica; havia também o anseio de libertação dos vencidos; havia, sobretudo, a contradição, parte de todo sistema – ela minava o exercício do imperialismo capitalista. O resultado principal de tudo é a guerra de 1914, no abalo das estruturas e início de uma nova Idade.
Findo o conflito, há revisão no processo colonial, com a tendência ao surgimento de algumas nações. O processo culmina com a Segunda Guerra, de 1939 a 45, quando tem lugar tem lugar a chamada descolonização, com o aparecimento de inúmeros Estados na Ásia, na África, na América, como se vê no quadro da Organização das Nações Unidas. A verdade é que eles nem sempre são livres, pois ficam na dependência direta ou indireta de potências hegemônicas – sobretudo Estados Unidos e União Soviética -, em um panorama novo na política internacional, característico dos dias de agora. O imperialismo de estilo clássico desaparece, metamorfoseado em manifestações bem mais complexas e sutis.” Francisco Iglésias (1923-1999)

“O capitalismo conhecera muitas crises, com a reposição da ordem ao fim de pouco tempo. Eram crises de funcionamento, ou de conjuntura, enquanto a de 29 é algo mais, pois desnuda a inviabilidade do sistema, é de estrutura. A contar daí, mesmo seus mais ortodoxos defensores reconhecem a necessidade de revisão, com ajustes à nova ordem por uma política de planejamento. Se não negam a propriedade nem conduzem ao coletivismo, exigem ação maior do Estado.
 A crise de 29 difere das anteriores mesmo em seus traços comuns: não ocorre em época de alta de preços, de falta de produção, mas, ao contrário, quando há baixa generalizada e há o espectro do desemprego, chegando à casa dos milhões; não é localizada em um ou dois países, mas é mundial, como crise do capitalismo dominador dos grandes centros industrializados. Deles, se divulga pelos outros, pelo natural relacionamento e complementaridade.
Não só é mundial, como também é de toda a economia – a indústria, a agricultura, o comércio, a finança – e da sociedade no conjunto, não é um segmento o afetado, mas o agricultor, o rendeiro, o industrial, o comerciante, o banqueiro, a classe média, o operário, o camponês. O mundo se vê, assim, envolvido em dificuldades desconhecidas, parece anúncio do fim. Não era o do mundo, mas o de uma certa ordem, soçobrada em partes e adaptada em outras. Não se mantém como era.” Francisco Iglésias (1923-1999)

“A ordem política, econômica e social é alterada no começo do século com a Primeira Grande Guerra. Como se examinou. Ela faz a redivisão da Europa, abala um estilo de vida, vê a vitória do comunismo em uma nação, provoca a maré direitista em vários pontos. Decreta o fim do liberalismo político e econômico, com as experiências do planejamento. Assiste a crise econômica diversa das anteriores, profundo, pondo em jogo o próprio capitalismo. A paz estabelecida
 Se grande foi o abalo da Primeira Guerra, maior será o da Segunda, ao alterar mais fundamentalmente a estrutura da política e da economia. Se antes ficou afetado o prestígio europeu, com o surgimento de duas forças como a União Soviética e a República dos Estados Unidos, na outra é o impacto do imperialismo, com as independências e o surgimento de nações na Ásia e na África. Ao domínio cada vez maior da União Soviética e dos Estados Unidos, surge o desejo de oposição e forma-se o Terceiro Mundo. Assiste-se à maré esquerdista e à quebra de unidade no quadro do socialismo. O capitalismo financeiro é atingido, mas encontra novas formas de sobrevivência, como se dá com as empresas multinacionais. A crise leva a arte e o pensamento a formas inesperadas: se é profunda, não deixa de significar enriquecimento da criatividade. Como se dá também na ciência e na tecnologia.” Francisco Iglésias (1923-1999)

“O documento não é qualquer coisa que fica por conta do passado, é um produto da sociedade que o fabricou segundo as relações de força que aí detinham o poder. Só a análise do documento enquanto documento permite à memória coletiva recuperá-lo e ao historiador usá-lo cientificamente, isto é, com pleno conhecimento de causa.” Jacques Le Goff (1924-2014)

“A Idade Média, quando se trata de dinheiro, representa, na longa duração da história, uma fase de regressão. Nela, o dinheiro, é menos importante, está menos presente que no Império Romano, e, muito menos importante do que viria a ser a partir do século XVI, e especialmente do XVIII.” Jacques Le Goff (1924-2014)

“A cidade é [desde o ano 1000] o principal lugar das trocas econômicas que recorrem sempre mais a um meio de troca essencial: a moeda. [...] Centro econômico, a cidade é também um centro de poder. Ao lado do e, às vezes, contra o poder tradicional do bispo e do senhor, frequentemente confundidos numa única pessoa, um grupo de homens novos, os cidadãos ou burgueses, conquista “liberdades”, privilégios cada vez mais amplos.” Jacques Le Goff (1924-2014)

“A partir do ano 1000, a população europeia tem um grande aumento. Este crescimento demográfico se relaciona com as tecnologias desenvolvidas naquela época, as quais aumentaram a produção agrícola e melhoraram as condições de saúde e alimentação: a charrua, substituindo o arado, a utilização do cavalo nas lavouras, e a rotatividade de plantações, aproveitando melhor os solos. As populações do período agrupavam-se em aldeias em volta da igreja e do castelo.” Jacques Le Goff (1924-2014)

“Mais ou menos a partir do século XI, os cristãos organizaram expedições em comum contra os muçulmanos, na Palestina, para reconquistar os “lugares santos” onde Cristo tinha morrido e ressuscitado. São as cruzadas [...]. Os homens e as mulheres da Idade Média tiveram então o sentimento de pertencer a um mesmo grupo de instituições, de crenças e de hábitos: a cristandade.” Jacques Le Goff (1924-2014)

“A conquista do tempo através da medida é claramente percebida como um dos importantes aspectos do controle do Universo pelo homem. De um modo não tão geral, observa-se como, em uma sociedade, a intervenção dos detentores do poder na medida do tempo é um elemento essencial do seu poder: o calendário é um dos grandes emblemas e instrumentos do poder; por outro lado, apenas os detentores carismáticos do poder são senhores do calendário: reis, padres, revolucionários.” Jacques Le Goff (1924-2014)

“A memória é um elemento essencial do que se costuma chamar identidade, individual ou coletiva, cuja busca é uma das atividades fundamentais dos indivíduos e das sociedades de hoje, na febre e na angústia.” Jacques Le Goff (1924-2014)

“Controlar o passado ajuda a dominar o presente, a legitimar tanto as dominações como as rebeldias. Ora, são os poderosos dominantes. Estados, Igrejas, partidos políticos ou interesses privados que possuem e financiam veículos de comunicação e aparelhos de reprodução, livros escolares e histórias em quadrinhos, filmes e programas de televisão. Cada vez mais entregam a cada um e a todos um passado uniforme. E surge a revolta entre aqueles cuja História é “proibida”.” Marc Ferro (1924-...)

“A democracia não é um sistema feito para garantir que os melhores sejam eleitos, mas sim, para impedir que os ruins fiquem para sempre.” Margaret Hilda Thatcher, baronesa Thatcher de Kesteven (1925-2013)

“O documento é monumento. Resulta do esforço as sociedades históricas para impor ao futuro – voluntária ou involuntariamente – determinada imagem de si próprias. No limite, não existe um documento-verdade. Todo documento é mentira. Cabe ao historiador não fazer o papel de ingênuo. (...) É preciso começar por demonstrar, demolir esta montagem (a do monumento), desestruturar esta construção e analisar as condições de produção dos documentos-monumentos.” Michel Foucault (1926-1984)

“Mulheres comportadas, raramente fazem história.” Marilyn Monroe (1926-1962)

“Antigamente as nações mandavam seus exércitos conquistar territórios e o nome disto era colonização. Hoje as grandes nações mandam as suas multinacionais conquistar mercados e o nome disto é globalização.” Milton Almeida dos Santos (1926-2001)

“Todas as relações sociais são produto da atividade humana. A especialização desta atividade constitui a divisão social do trabalho, que é a repartição dos agentes sociais por tarefas econômicas, jurídico-políticas, ideológicas e outras.
O nível econômico compreende as formas de produção, distribuição e trocas de bens materiais. O nível jurídico-político diz respeito aos princípios e às práticas de exercício da autoridade e do poder e de sua respectiva legitimação, enquanto o nível ideológico fornece a representação do mundo que confere uma unidade profunda às estruturas sociais.” Manoel Maurício de Albuquerque (1927-1981)

“Quando a Câmara se reuniu em 1888, os deputados encontram-se diante de uma situação de fato: João Alfredo, chamado pela princesa Isabel para assumir o Ministério, apresentou a proposta do Executivo para que se convertesse em lei a extinção imediata e incondicional da escravidão. Contrariamente aos vaticínios de alguns, a nação não se viu arruinada. O que houve foi um abalo de fortunas e a ruína de alguns proprietários, cuja situação já estava abalada anteriormente e que tinham posto todas as esperanças em uma indenização que não veio. Muitos escravos abandonaram as fazendas e partiram em busca da liberdade. O movimento abolicionista extinguiu-se com a Abolição. Fora principalmente um movimento de homens e mulheres em sua maioria brancos e livres. O abolicionismo nascera mais do desejo de libertar a nação do “fardo da escravidão” do que do desejo de libertar a raça escravizada em benefício dela própria. O liberto foi abandonado à sua própria sorte.” Emília Viotti da Costa (1928-2017)

“A abolição não provocou a catástrofe social vaticinada pelos defensores da ordem, não levou a nação à ruína e ao caos, embora, certamente, tenha significado para alguns proprietários de escravos a ruína pessoal e a perda status. A abolição não correspondeu tampouco às expectativas dos abolicionistas. Ao contrário do que estes esperavam, ela não representou uma ruptura fundamental com o passado. As estruturas arcaicas de produção, a economia essencialmente monocultora e de exportação, vulnerável às oscilações do poder por uma minoria, a miséria e a marginalização política e econômica da grande maioria da população, as formas disfarçadas de trabalho forçado e as precárias condições de vida do trabalhador rural sobreviveram à abolição. Realizada principalmente por brancos e negros ou mulatos pertencentes à sua clientela, legitimada por um ato do parlamento, ratificada pelas classes dominantes, a abolição libertou os brancos do fardo da escravidão, abandonando os ex-escravos à sua própria sorte.” Emília Viotti da Costa (1928-2017)

“Os libertos, embora restituídos à sua natural condição, entrando para a comunhão social, ficavam submetidos a várias restrições: não podiam ser eleitores, só lhes sendo autorizado votar nas eleições primárias desde que obedecessem aos requisitos gerais para isso. Era lhes interditado também exercer qualquer cargo de eleição popular, para o qual a condição essencial era ser eleitor ou ter qualidades para sê-lo. Assim, ficava proibido seu acesso à posição de jurado, deputado, senador, juiz de paz, delegado, subdelegado, promotor, conselheiro, ministro, magistrado ou ao corpo diplomático, bem como a certos cargos eclesiásticos hierarquicamente superiores como o de bispo. Comentando essas restrições, dizia Perdigão Malheiros, em 1866, que seria conveniente ampliar o exercício dos direitos políticos e do poder público dos libertos.” Emília Viotti da Costa (1928-2017)

“A Abolição representou uma etapa apenas na liquidação da estrutura colonial. A classe senhorial diretamente relacionada com o modo tradicional de produção e que constituía o alicerce da monarquia foi profundamente atingida. A Coroa perdeu suas últimas bases. Uma nova classe dirigente formava-se nas zonas pioneiras e dinâmicas. A nova oligarquia, ainda predominantemente agrária, assumiu a liderança com a proclamação da República Federativa que veio atender aos seus anseios de autonomia, que o sistema monárquico unitário e centralizado não era capaz de satisfazer. A história da Primeira República estará desde suas origens até 1930 marcada pela sua atuação.
Abolição e República significam, de uma certa forma, a repercussão, no nível institucional, das mudanças que ocorreram na segunda metade do século XIX, prenunciando a transição da sociedade senhorial para a empresarial.” Emília Viotti da Costa (1928-2017)

“Um povo sem memória é um povo sem história. E um povo sem história está fadado a cometer, no presente e no futuro, os mesmos erros do passado.” Emília Viotti da Costa (1928-2017)

“Enquanto as transformações ocorridas na economia cafeeira durante o século XIX, a melhoria do sistema de transporte, o aperfeiçoamento da técnica de beneficiamento, possibilidades maiores de promover a imigração estrangeira, o crescimento da população livre, a extensão das lavouras em direção a terras mais férteis, bem como os altos preços atingidos pelo produto no mercado internacional criavam novas condições para a solução do problema da mão de obra, evoluía também a opinião pública a propósito do sistema escravista e as ideias abolicionistas encontravam uma receptividade cada vez maior em certos setores da população.
A formação de uma opinião favorável à abolição, o desenvolvimento e a aceitação da crítica ao chamado “regime servil” estão condicionados, evidentemente, a um fenômeno mais amplo que transcende os limites regionais das zonas estritamente cafeeiras. Trata-se de um problema nacional, e mais do que nacional, internacional, uma vez que a liquidação do regime escravista se iniciara desde os fins do século XVIII e prosseguira durante boa parte do século XIX nas regiões coloniais inglesas e francesas e nos Estados Unidos.” Emília Viotti da Costa (1928-2017)

“[A] história responde a uma necessidade tanto individual quanto coletiva de reflexão; a uma curiosidade; a um desejo; à procura de um prazer de ler e às vezes de um prazer de escrever.” Emmanuel Le Roy Ladurie (1929-...)

“O fato histórico refere-se ao passado mas, conforme seja sua dimensão, tem impacto no presente. É tarefa do historiador interpretar e explicar o fato histórico.” Boris Fausto (1930-2023)

“A História é uma ciência humana. Isto quer dizer que ela tem uma certa relatividade dependendo muito da visão do historiador. A história tem uma lógica, tem normas, tem um processo, portanto tem uma objetividade.” Boris Fausto (1930-2023)

“A história é vital para a formação da cidadania porque nos mostra que para compreender o que está acontecendo no presente é preciso entender quais foram os caminhos percorridos pela sociedade brasileira; senão parece que tudo começou quando tomamos consciência das nossas vidas.” Boris Fausto (1930-2023)

“A História está repleta de pessoas que, como resultado do medo, ou por ignorância, ou por cobiça de poder, destruíram conhecimentos de imensurável valor que em verdade pertenciam a todos nós. Nós não devemos deixar isso acontecer de novo.” Carl Edward Sagan (1934-1996)

“A democracia é definida como uma sociedade onde todas as relações econômicas, sociais, políticas e culturais estejam nos princípios da igualdade, solidariedade, diversidade, participação e liberdade. Essa definição difere substancialmente o conceito de democracia do conceito de liberalismo, definido como ideologia do sistema capitalista. O conceito de democracia implica na crítica radical do capitalismo.”  Herbert José de Sousa (1935-1997)

“O Brasil era a única Monarquia constitucional dentro de uma América Republicana. Além de lhe proporcionar uma estabilidade conservadora, esta situação não o diferenciava a tão profundamente dos outros países. A mesma ideologia liberal, pendência das repúblicas latino-americanas, formava a cabeça do imperador e influência os partidos do Império. A mesma classe dominante agrário-exportadora dava fundamento às estruturas institucionais e ideológicas.
O aparente absurdo desta situação se deriva do fato de que o liberalismo “caboclo” era expressão dos interesses da burguesia agrário-exportadora, e não da burguesia industrial, como ocorria na Europa. Ao contrário, nas economias capitalistas dependentes, o liberalismo era antes de mais nada o instrumento de contenção de emergência e do desenvolvimento de uma burguesia industrial. Daí os tons tão conservadores e autoritários deste liberalismo, que podia se conciliar tranquilamente com um colégio eleitoral seletivo, com a conservação do trabalho servil e escravo, com a tendência inevitável ao ecletismo, ao pragmatismo e ao empirismo, com o consequente desprezo pelas questões ligadas às novas tecnologias e à falta de qualquer preocupação com o desenvolvimento científico.” Theotônio dos Santos Júnior (1936-2018)

“A Primeira República, que se estabelece entre 1889 e 1930, foi uma expressão da conciliação entre estes interesses regionais, que tiveram sua expressão final na “política dos governadores”. Esta se caracterizou por uma aliança dos chefes políticos locais (os coronéis) com os governadores dos diferentes Estados da República e por uma articulação dos governadores entre si, no nível federal, tendo como centro aglutinador o grupo ligado ao café em São Paulo e à pecuária em Minas Gerais, os derrotaram as tendências hegemônicas de outras facções regionais (a melhor descrição do período e da política do coronelismo está em Victor Nunes Leal, 1948, e a melhor coleção de dados e fontes se encontra em Edgar Carone, 1959).
Este acordo, relativamente estável, entre interesses regionais tão fortes, tinha o seu epicentro no exército, que instaurou a República em 1889 e que continuava sendo a chave da unidade nacional, integrando as forças regionais, que se desmembraram em toda a América Latina em repúblicas menores e pouco estáveis.” Theotônio dos Santos Júnior (1936-2018)

“A função do Historiador é lembrar à sociedade daquilo que ele quer esquecer.” Peter Burker (1937-...)

“Todo professor tem de conciliar pelo menos duas vocações em seu coração: a da especialização, que adquire (com não pouco esforço) durante seus estudos, e a de ensina, a pedagógica, sem a qual (pode-se supor) não conseguirá ter sucesso no ensino de sua especialidade.” Jörn Rüsen (1938-...)

“No Segundo Reinado (1840-1889), criou-se um arranjo estável entre as elites avalizado pelo Poder Moderador exercido por d. Pedro II. Sem conflitos entre grupos de elite, reduziram-se também as oportunidades para as revoltas populares. O povo passou a manifestar-se, sobretudo, contramedidas do governo consideradas prejudiciais a seus interesses ou ofensivas a seus valores. Dessa natureza foram, por exemplo, as revoltas contra o recenciamento obrigatório e o registro civil dos nascimentos em 1851-1852; contra o recrutamento militar, desde o início da Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870) até a década de 1880; contra a introdução do sistema métrico, o Quebra-quilos, em 1874; contra o imposto de 20 réis sobre as dos bondes em 1879-1880. As manifestações contra o recrutamento militar tiveram a particularidade de serem lideradas por mulheres, o primeiro exemplo de ação política coletiva delas em nossa história.” José Murilo de Carvalho (1939-2023)

“A primeira coisa afazer quando se reflete sobre um objeto confuso e multifacetado como social é perceber as hierarquias das questões a serem esclarecidas. Sem isso, nos perdemos na confusão. O poder é a questão central de toda sociedade. A razão é simples. É ele que nos irá dizer quem manda e quem obedece, quem fica com os privilégios e quem é abandonado e excluído. O dinheiro, que é uma mera convenção, só pode exercer seus efeitos porque está ancorado em acordos políticos e jurídicos que refletem o poder relativo de certos estrados sociais. Assim, para se conhecer uma sociedade, é necessário reconstruir os meandros do processo que permite a reprodução do poder social real.
O exercício do poder social real tem de ser legitimação do poder social, que será a chave de acesso a todos os privilégios, são os intelectuais.” Jessé José Freire de Souza (1940-...)

“Até que os leões tenham seus próprios historiadores, as histórias de caçadas continuarão glorificando o caçador.” Eduardo Hughes Galeano (1940-2015)

“O quadro político e institucional da independência do Brasil não é menor conturbado e contraditório do que foi a transição econômica, e a ambiguidade de passagem do Brasil de colônia para nação independente é melhor exemplificada na pessoa de d. Pedro e dos abortados planos de reforma propostos por José Bonifácio. D. Pedro era, a uma vez, o herói que havia emancipado o Brasil de Portugal e o governante temporário que seu irmão, assegurando que sua filha se tornasse a rainha de Portugal. Ele era um rei demasiado “liberal” para os padrões da Santa Aliança na Europa, mas muito “despótica” para muitos brasileiros, sobretudo para os republicanos de Pernambuco que se insurgiram em duas ocasiões para repudiá-lo.” Kenneth Robert Maxwell (1941-...)

“A imagem é, para o historiador, ao mesmo tempo transmissora de mensagens enunciadas claramente, que visam seduzir e convencer, e tradutora, a despeito de si mesma, de convenções partilhadas que permitem que ela seja compreendida, recebida, decifrável.” Roger Chartier (1945-...)

“O Brasil colonial tem sido estudado da mesma maneira que a Lua era observada antes dos vôos espaciais; do lado que reflete o Sol, do lado de Portugal, da Europa. Incorporar os eventos transcorridos em Angola à narrativa dos eventos brasileiros é como descobrir o lado escondido da Lua, a metade oculta da história do Brasil.” Luiz Felipe de Alencastro (1946-...)

"O patriotismo é a base do nacionalismo, o nacionalismo é a base do imperialismo, o imperialismo é a base dos conflitos militares e os conflitos militares é a base do sofrimento da humanidade." Rodrigo Hemerly (1975-...)

“Em síntese, o fim do “milagre econômico” serviu de base para retirar ao regime e escassa solidariedade de um conjunto de grupos sociais transitoriamente comprometidos com o processo de acumulação apoiado nas grandes empresas multinacionais e estatais. A desilusão da pequena burguesia diante deste processo também teve seu correspondente no protesto do empresariado paulista, cansado de combater a monopolização estatal das decisões cruciais em matéria de política econômica. Os próprios militares demonstravam sua crescente preocupação com a falta de legitimidade do regime, agravada pela sucessão presidencial em 1978, quando ocorreria o fenômeno interno da “politização” das Forças Armadas. A distensão, pelo menos até inícios da década de 1980, continuava no seu rascunho.” Sônia Regina de Mendonça

“A História nos informa do passado do homem, sobre sua evolução, sobre suas descobertas, sua forma de viver e sobreviver. A História exerce enorme influência sobre a criança, pois reflete todo o passado todo o passado do homem sobre ela. A criança assimila, consciente ou inconscientemente, o meio em que ela vive, os costumes, as atitudes, as atitudes, as habilidades, enfim, a cultura que a cerca ou que chega até ela.” Argemiro Aluísio Karling

“Os registros escritos produzidos por cidades e Estados refletem as preocupações daqueles que estão no topo da pirâmide social; a manutenção dessa hierarquia em si era uma dessas preocupações. Os Estados deram origem a novos padrões de desigualdade social, que se expandiram a partir dos padrões que já existiam nas aldeias agrícolas e foram muitas vezes codificados em leis escritas. No início da história romana, por exemplo, a divisão social mais importante era entre os patrícios, grupo hereditário de famílias governantes, e os plebeus, o povo comum e livre. Os textos filosóficos e religiosos discutiam essas hierarquias, justificando-as com referência aos deuses ou à natureza.” Merry E. Wiesner-Hanks

“Em função da cultura clássica de Grécia e Roma e da qualidade do latim do latim, os humanistas do período do Renascimento pela primeira vez passaram a distinguir na história três fases, tendendo a desprezar a cultura medieval: uma, de ascensão cultural, marcada pelo latim médio e ínfimo, que corresponde à Idade Média; e uma terceira, marcada pela Renascença.
Tal divisão não resistiria hoje a qualquer análise crítica: o caráter pejorativo por ela atribuído à Idade Média como “época das trevas” ou “longa noite dos mil anos”, só pode ser entendido em função de uma supremacia cultural que o Renascimento julgava ter sobre a Idade Média, que, todavia não pode ser aceito, partindo-se do princípio de que cada cultura tem toda uma gama de valores próprios que só se desenvolvem ou não ao meio e ao momento histórico em que se inserem, sem admitir qualquer comparação como outro. Logo, ao período medieval nada mais coube que formar uma série de instituições adequadas a sua existência.” Arnaldo Fazoli Filho

“Não é exagero afirmar que o nosso conceito de arte tem no Renascimento o ponto de origem. No final do século XIV e início do XV, o fazer ganha importante diferenciação, com algumas esferas sendo guiadas não exclusivamente pela tradição ou pelo uso. Elas passam a ser coordenadas por aquilo que se poderia denominar “concepção”. Esse fazer orientado por uma concepção chamou a atenção para o realizador, para o artesão que realiza a obra com habilidade e inteligência. Sejam obras de arquitetura, pintura ou escultura, tais trabalhos nos atraem por um algo a mais que contêm. No princípio, esse aspecto é ainda pouco definível, mas pouco a pouco ele começa a ser identificado como um disegno, um desenho da mente, uma ideia guiada por uma intenção.
A obra deixa de ser um trabalho de uma coletividade e torna-se expressão de uma individualidade, ou seja, o que se representa não são mais os valores comuns e dominantes, mas sim a visão que se tem deles e daquilo que representam. Fica evidente que a emergência do indivíduo e da individualidade moderna foram fundamentais para a liberação das artes, daí sua intrínseca relação com o Humanismo renascentista. A obra passa a ser um processo que agrega aquele os outros. Assim, começam a se forjar o sistema que define o conceito de arte no Ocidente: obra, autor, concepção, valor representativo.” João Masao Kamita

“Para a obra da catequese e da conquista os padres têm os seus métodos bem estabelecidos e as prescrições bem assentadas para as igrejas que estão a construir. Suprimiram das novas construções os desvaneios góticos, custosos demais e que exprimem anseios medievais que já se esgotaram. A igreja jesuíta para as missões colonizadoras torna a ser como o templo romântico assente solidamente na terra. É a igreja bem no espírito da Contra-Reforma, onde já não se vive só em êxtases, olhos postos no céu, e atende-se melhor ao homem e às suas fraquezas. Sentem-se nela as preocupações humanísticas da Renascença. Os jesuítas são sobretudo educadores que, preconizando normas e processos, se voltam para a turba dos homens, e a sua igreja, contrariamente à esguia catedral da Idade Média, constrói–se com bases maçudas. Tem alguma coisa daquelas antigas construções dos frades-cavaleiros que seguiram também à conquista de novos fiéis pela Europa ainda pagã e construíram templos austeros e pesados como fortificados. Nenhuma flecha de pedra, subindo no céu num grande anseio místico. As torres servem apenas para que delas se ouça melhor o badalar dos sinos, chamando os fiéis. As portas de acesso a estas casas de oração fazem-se robustas, com largas almofadas, e tornam-se as guardiãs austeras dos instrumentos do culto, como as portas dos armários ou as pesadas arcas das ferramentas de trabalho.
A arquitetura da nova Igreja da Contra-Reforma também se deixou influenciar pelas construções da antiguidade clássica que a Renascença procura propagar. Tudo nela é mediterrâneo, como os frontões, as pilastras, as arcadas.” Miram de Barros Latif

“Na Idade Média, as cidades se desenvolviam aconchegadas à sombra protetora de um castelo. As construções, casa após casa, cresciam estar perto da ponte pênsil por onde correriam a se abrigar atrás das muralhas. Quando o casario se tornou volumoso constituiu o seu próprio recinto protetor e as cidades passaram a ser grandes castelos fortificados. As muralhas traçavam-se arredondadas para melhor abraça as casas. Eram altas. Quanto mais elevadas melhor defesa ofereciam do cimo das ameias. Mas, surgindo o primeiro canhão de campanha, os altos panos de parede ofereciam bom alvo aos balaços e as muralhas, receosas, tiveram que se abrigar no fundo das trincheiras. E, de arredondadas, passam a ter o seu traçado em alinhamentos retos, para que os canhões de defesa, colocados nos ângulos, pudessem melhor varrer o fosso, ao pé do muro com o aparecimento da artilharia, as muralhas perderam altura e tornaram-se poligonais – grandes polígonos estrelados como nos primeiros bastiões italianos. E, delimitando o casario por alinhamentos retos, alteram a disposição das antigas ruas que, paralelas ou normais às muralhas, permitem que se metralhe melhor o inimigo infiltrado no interior da cidade.
No fim da Idade Média os novos traçados urbanos já vão ser tornando mais geométricos e em disposição que favorece as tendências ordenadoras dos grandes conjuntos arquitetônicos, tão em voga na Renascença”. Miram de Barros Latif

8-MORAL
“O excesso de tristeza pelos mortos é loucura; pois é uma injustiça com os vivos, e os mortos não sabem disso.” Xenofonte (c.430 a.C.-354 a.C.)

“Quando vires um homem bom, tenta imitá-lo; quando vires um homem mau, examina-te a ti mesmo.” Confúcio (551 a.C.- 479 a.C.)

“Não corrigir nossas falhas é o mesmo que cometer novos erros.” Confúcio (551 a.C.- 479 a.C.)

“Ainda que o bem persigo esteja distante, contudo existe.” Confúcio (551 a.C.- 479 a.C.)

“Ainda não vi ninguém que ame a virtude tanto quanto ama a beleza do corpo.” Confúcio (551 a.C.- 479 a.C.)

“Não são as ervas más que afogam a boa semente, e sim a negligência do lavrador.” Confúcio (551 a.C.- 479 a.C.)

“A humildade é a única base sólida de todas as virtudes.” Confúcio (551 a.C.- 479 a.C.)

“O mestre disse: Quem se modera, raramente se perde.” Confúcio (551 a.C.- 479 a.C.)

“O mestre disse: Quem chega aos quarenta anos sem ser estimado, não o será nunca mais.” Confúcio (551 a.C.- 479 a.C.)

“Há pessoas que não estudam, ou estudando, não buscam ampliá-lo, mas não o abandonam [O Caminho]. Há pessoas que não buscam, ou buscando-o, não fazem com precisão, mas não o abandonam. Há pessoas que não discernem, ou discernindo-o, não fazem com clareza, mas não o abandonam. Há pessoas, por fim, que não o põe em prática; ou pondo-o, não o fazem por completo, mas não o abandonam.” Confúcio (551 a.C.-479 a.C.)

“Ajuda teus semelhantes a levantar a carga, mas não a carregues.” Pitágoras (580 a.C.- 497 a.C.)

“Anima-te por teres de suportas as injustiças; a verdadeira desgraça consiste em cometê-las.” Pitágoras (580 a.C.- 497 a.C.)

“O homem propõe, mas Deus dispõe.” Thomas von Kempen (c. 1379-1471)

“Poderás degenerar à maneira das coisas inferiores, que são os brutos, ou poderás, seguindo tua vontade, te regenerar a maneira dos superiores, que são divinos.” Pico Della Mirandola (1463-1494)

“A experiência e a razão demonstram que a riqueza reina onde há liberdade e justiça e não onde há cativos e corrupção.” José Bonifácio de Andrada e Silva (1763-1838)

“Moral e luzes são nossas primeiras necessidades.” José Antonio de la Santíssima Trinidad Simón Bolívar y Palacios (1783-1830)

“Pode-se enganar a todos por algum tempo; pode-se enganar alguns por todo o tempo; mas não se pode enganar a todos todo o tempo.” Abraham Lincoln (1809-1865)

"Não fortalecerás os fracos, por enfraquecer os fortes. Não ajudarás os assalariados, se arruinares aquele que os paga. Não estimularas a fraternidade, se alimentares o ódio.” Abraham Lincoln (1809-1865)

“Rancor para com ninguém, caridade para todos.” Abraham Lincoln (1809-1865)

“O caminho do inferno está pavimentado de boas intenções.” Karl Heinrich Marx (1818-1883)

“De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra; de tanto ver as injustiça; de tanto ver agiganta-se o poder nas mãos dos maus, chegará o dia em que o homem irá desaminar-se da virtude, a rir-se da honra e ter vergonha de ser honesto.” Ruy Barbosa de Oliveira (1849-1923)

“Ama a tua arte sobre todas as coisas e tem a coragem, que eu não tive, de morrer de fome para não prostituir o teu talento” Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (1865-1918)

"O apaziguador é aquele que alimenta um crocodilo na esperança de que ele o devore por último.” Winston Leonard Spencer-Churchill (1874-1965)

“Uma pessoa inteligente resolve um problema, um sábio o previne.” Albert Einstein (1879-1955)

“O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.” Albert Einstein (1879-1955)

“Os ideais que iluminaram o meu caminho são a bondade, a beleza e a verdade.” Albert Einstein (1879-1955)

“A solidariedade é o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana.” Franz Kafka (1883-1924)

“Humilhação é uma tentativa de alguém que sente superior para fazer outra pessoa se sentir inferior. Para isso, é preciso encontrar alguém que aceite a inferioridade.” Anna Eleanor Roosevelt (1884-1962)

“O tempo é o melhor autor; sempre encontra um final perfeito.” Charles Spencer Chaplin (1889-1977)

“Quanto mais a sociedade exige que o indivíduo corresponda aos seus conceitos e ideais, menos eficientemente ele consegue funcionar.” Friederich Salomon Perls (1893-1970)

“O indivíduo não tem capacidade de forjar, por si só, o conceito de tempo. Este, tal como a instituição social que lhe é inseparável, vai sendo assimilado pela criança à medida que ela cresce numa sociedade em que ambas as coisas são tidas como evidentes. Numa sociedade assim, o conceito de tempo não é objeto de uma aprendizagem, em sua simples qualidade de instrumento de uma reflexão destinada a encontrar resultado em tratados de filosofia; ao crescer, com efeito, toda criança vai se familiarizando com o ‘tempo’ como símbolo de uma instituição social cujo caráter coercitivo ela experimenta desde cedo no decorrer de seus primeiros dez anos de vida. Se ela não aprende a desenvolver um sistema de autodisciplina conforme essa instituição, se não aprender a se portar e a modelar sua sensibilidade em função do tempo, ser-lhe-á muito difícil, se não impossível, desempenhar o papel de um adulto no seio dessa sociedade. A transformação da coerção exercida de fora para dentro pela instituição social do tempo num sistema de autodisciplina que abarque toda a existência do indivíduo ilustra, explicitamente, a maneira como processo civilizador contribui para formar os habitus sociais que são parte integrante de qualquer estrutura de personalidade.” Nobert Elias (1897-1990)

“Você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das consequências.” Pablo Neruda, pseudônimo de Ricardo Eliécer Neftalí Reyes Basoalto (1904-1973)

9-PROVÉRBIOS
“O passado é história, o futuro um mistério e o presente uma dádiva.” Provérbio Chinês

“Jamais se desespere em meio as sombrias aflições de sua vida, pois das nuvens mais negras cai água límpida e fecunda.” Provérbio Chinês

“Cem homens podem formar um acampamento, mas é preciso uma mulher para se fazer um lar.” Provérbio Chinês

“As más companhias são como um mercado de peixe; acabamos por nos acostumar ao mau cheiro.” Provérbio Chinês

“O burro nunca aprende, o inteligente aprende com sua própria experiência e o sábio aprende com a experiência dos outros.” Provérbio Chinês

“Talvez DEUS queira que tu, ao longo da tua vida, conheças muitas pessoas falsas, para que quando tu encontres as verdadeiras, as saibas estimar e dar graças por elas.” Provérbio Chinês

“Se você quer saber como foi seu passado, olhe para quem você é hoje. Se quer saber como vai ser seu futuro, olhe para o que está fazendo hoje.” Provérbio Chinês

10-CONHECIMENTO POPULAR
“A prática leva a perfeição.” Ditado Popular

TEXTO PARA REFLEXÃO
O historiador e o poeta não se distinguem um do outro pelo fato de o primeiro escrever em prosa e o segundo em verso. Diferem entre si, porque um escreveu o que aconteceu e o outro o que poderia ter acontecido.” Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.)
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