HISTÓRIA MODERNA 
1-APRESENTAÇÃO 
A História Moderna (1453-1789) é o terceiro período da História sendo caracterizado pela consolidação das monarquias nacionais, consolidação do processo de expansão da sociedade europeia, eclosão da Reforma Protestante e surgimento da Revolução Industrial. Em relação a Expansão Marítima e Comercial não poderíamos deixar de ressaltar tivemos a Descoberta da América (1492) e a Descoberta da Oceania (1521). Inserido neste processo histórico cabe ressaltar que o Brasil veio a tona na História Universal, pois no ano de 1500 tivemos a descoberta das terras brasileiras por parte da Coroa Portuguesa. 
Podemos destacar como conflitos armados importantes para a sociedade humana ocorridos durante a História Moderna os seguintes, a saber: Guerra das Duas Rosas (1455-1485), Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), Guerra de Devolução (1667-1678), Guerra Franco-Holandesa (1672-1678), Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1713) e Guerra dos Sete Anos (1756-1763). Concluindo a análise histórica sobre a História Moderna não poderíamos deixar de mencionar que a Revolução Francesa (1789-1815) marcou profundamente a civilização ocidental. Cabe ressaltar, que a Revolução Industrial (segunda metade do século XVIII) possibilitou a reestruturação da sociedade humana em termos sociais com o surgimento do capitalismo (iria consolidar no período histórico seguinte). A seguir veremos os principais aspectos da História Moderna. 

2-REFORMA PROTESTANTE
Nesta parte da seção referente à História Medieval, trataremos de um dos fatos históricos mais relevantes da História da Humanidade (principalmente da parte que tem como religião o cristianismo), que foi a Reforma Protestante. Este acontecimento histórico refere-se a mais uma divisão dentro do cristianismo visto que no ano de 1054 tivemos uma cisão no qual surgiu o cristianismo ortodoxo.

2.1-ECLOSÃO DA REFORMA PROTESTANTE
A eclosão da Reforma Protestante (e consequentemente o surgimento do protestantismo) foi um acontecimento histórico bastante complexo envolvendo diversos aspectos da sociedade humana, cabendo lembrar que a sua difusão pelos diversos países do mundo aconteceu de acordo com as características de cada local.

2.1.1-MOVIMENTOS PRECURSORES DA REFORMA PROTESTANTE
Dos movimentos precursores da Reforma Protestante podemos destacar inicialmente o movimento liderado por John Wycliffe (c. 1320-1384), movimento este que era a favor da prevalência do poder civil em relação ao poder religioso e preceitos religiosos baseados na Bíblia Sagrada e não na tradição. Este movimento religioso ocorreu durante a segunda metade do século XIV.
Prosseguindo análise histórica sobre a Reforma Protestante não poderíamos deixar de mencionar o movimento precursor da Reforma Protestante liderado por Jan Huss (1369-1415), que foi fortemente influenciado pelos ideais de John Wycliffe.
Uma característica relevante desse movimento foi o fato dele ser a favor do poder religioso ser submisso ao poder civil.
De modo geral estes movimentos precursores da Reforma Protestante foram combatidos pela veementemente pela religiosidade oficial (Igreja Católica Apostólica Romana).

2.1.2-ECLOSÃO DA REFORMA PROTESTANTE
A Reforma Protestante aconteceu por diversos motivos sendo elas as seguintes, a saber: política, religião e economia.
Começando pelos motivos religiosos temos a degradação moral da Igreja Católica Apostólica Romana como, por exemplo, os clérigos sem o menor preparo intelectual para o exercício de suas funções religiosas.
Na parte referente à falta de moral de alguns membros da Igreja Católica Apostólica Romana podemos destacar os seguintes problemas, a saber: falta de conhecimentos relativos à doutrina cristã (católica), fornicação, consumo excessivo de bebidas alcoólicas, comercialização de cargos eclesiásticos, a simonia (venda de relíquias religiosas (normalmente ligadas aos santos católicos ou Jesus Cristo)) e venda de permissão para o não cumprimento de determinações legais dessa instituição religiosa e a comercialização de indulgências (perdão dos pecados).
As indulgências são nada mais do que o perdão dos pecados das pessoas, sendo que as indulgências inicialmente não eram vendidas e sim fornecidas para as pessoas que tivessem tido alguma boa ação o que ao longo dos anos foi alterado, transformando-se na venda dos mesmos.
Com isso concluísse que se a pessoa tivesse algum recurso financeiro automaticamente esta pessoa estaria livre dos pecados e de ir para o inferno, pois era o bastante para comprar a sua “passagem” direta para o céu.
As causas políticas foram nada mais do que a nascente noção de nação (nacionalismo) que surgiu aos poucos no continente europeu, o que fez com que houvesse certa insatisfação perante a Igreja Católica Apostólica Romana, visto a sua constante interferência na vida dos países da Europa.
As causas econômicas estão ligadas ao fato que a Igreja Católica Apostólica Romana condenava os lucros exagerados e a cobrança de juros indo de encontro contra os interesses da burguesia, favorecendo em muito o surgimento da Reforma Protestante.
Este incentivo aconteceu devido ao fato que a restrição por parte da Igreja Católica Apostólica Romana de deixar a burguesia enriquecer-se livremente prejudicava-a, incentivando o afastamento dessa instituição religiosa e a aproximação com uma que não tivesse este posicionamento.
Prosseguindo temos que ressaltar o fato que a Igreja Católica Apostólica Romana era uma das instituições mais ricas (trinta por cento das terras alemãs e vinte por cento das terras francesas pertenciam a esta instituição religiosa) do continente europeu, o que acabou provocando um imenso interesse por parte das pessoas em relação ao seu patrimônio.
Isto incentivava as pessoas se desligassem com esta instituição religiosa para conseguir ficar com o seu patrimônio.
Complementando isto não poderíamos deixar de mencionar que havia uma saída de dinheiro das diversas regiões da Europa em direção a Península Itálica (local onde fica localizado a sede da Igreja Católica Apostólica Romana), devido às contribuições a que deveriam ser pagos para a Igreja Católica Apostólica Romana, provocando uma grande insatisfação na população em geral visto o fato que isto drenava muitos recursos em favor da região mencionada anteriormente sem a devida contrapartida por parte dessa instituição religiosa.
Finalizando os motivos que levaram o surgimento da Reforma Protestante não poderíamos deixar de citar o Renascimento tendo em vista que este movimento cultural propôs uma nova maneira de compreender o mundo, visão que valoriza a espécie humana em detrimento da Igreja Católica Apostólica Romana, enfraquecendo a crença nos dogmas dessa instituição religiosa a adesão das pessoas ao protestantismo.
O motivo imediato para o surgimento da Reforma Protestante foi relativo à venda das indulgências mais precisamente, quando o frade dominicano Johann Tetzel (1465-1519) estava vendendo indulgências para arrecadar dinheiro para a Igreja Católica Apostólica Romana (esta instituição religiosa iria usar o dinheiro na reconstrução da Basílica de São Pedro). Este frade dominicano conseguiu atrair a atenção de muitas pessoas, o acabou indignando bastante o monge agostiniano Martinho Lutero (1483-1546).
Devido a isto ele colocou as 95 teses (estas teses constam no apêndice cinco) na porta da catedral da cidade de Wittenberg criticando a venda de indulgências tendo isto ocorrido no dia 31.10.1517, começando assim a Reforma Protestante.
Nesta situação a Igreja Católica Apostólica Romana começou a pressionar Martinho Lutero com a intenção de removê-lo de suas opiniões. Esta instituição religiosa ameaça excomungá-lo através da bula papal Exsurge Domini datada 15.06.1520 e como não consegue Martinho Lutero acaba sendo excomungado através da bula papal Decet Romarum Pontificem datada de 3.01.1521.
Martinho Lutero foi perseguido duramente por causa de suas concepções religiosas tendo encontrado refúgio para a sua pessoa através da proteção do príncipe Frederico da Saxônia.
Cabe lembrar que Martinho Lutero acabou não ficando sozinho nas suas concepções religiosas, tendo em vista que uma boa parte da população do Sacro Império Romano-Germânico posicionou-se a favor das suas opiniões religiosas criando assim uma divisão política/religiosa dentro desse país.
Para resolver a briga entre as duas partes em questão, tivemos as Dietas (reunião de príncipes alemães) de Spira nos anos de 1526 e 1529, sendo que na primeira reunião os príncipes alemães luteranos conseguiram obter o direito de impor a sua religião aos seus súditos. Isto foi revogado na Dieta de Spira de 1529, provocando protestos por partes desses príncipes.
Inserido neste processo histórico é importante ressaltar que ano de 1530, Martinho Lutero e Philipp Melanchton (1497-1560) elaboraram a Confissão de Augsburg, que era um documento no qual indica os principais aspectos doutrinários do luteranismo. Os principais pontos desse documento são os seguintes, a saber: a salvação da alma é dada exclusivamente pela fé, a interpretação da Bíblia Sagrada é feita livremente por cada pessoa, a instituição de apenas dois sacramentos (batismo e eucaristia (ceia)), aceitação de apenas de um dogma o qual seria que a Bíblia Sagrada é a verdade absoluta, extinção do celibato clerical (proibição dos clérigos contraírem matrimônio) e o culto de imagem e a supremacia do Estado sobre a Igreja.
Os protestantes continuaram bastante insatisfeitos com a situação e a desavença religiosa continua, só havendo a pacificação do Sacro Império Romano-Germânico quando tivemos a Dieta de Augsburgo no ano de 1555, a qual se seguiu a Paz de Augsburgo (1555) que determinava fosse seguido o princípio Cujus Regis Ejus Religio (Cada Príncipe Com Sua Religião) que definia que cada região do império teria a religião que fosse do nobre que o chefiasse.
Em relação ao protestantismo vale à pena ressaltar que ele é bastante diferente do catolicismo em diversos aspectos dos quais podemos citar os seguintes, a saber: diminuição dos sacramentos (sete sacramentos (batismo, crisma (confirmação), eucaristia (ceia), matrimônio (casamento), penitência (confissão), ordem sacerdotal, unção dos enfermos (extrema-unção) no catolicismo contra dois sacramentos (batismo e ceia) no protestantismo), salvação pela fé (no catolicismo a salvação é dado pela fé e pelas obras) e a liberdade de interpretar a Bíblia Sagrada (característica ausente no catolicismo). É bom ressaltar que o protestantismo não é homogêneo havendo profundas diferenças entre os seus diferentes ramos.

2.2-EXPANSÃO DO PROTESTANTISMO
2.2.1-ESCÓCIA
O protestantismo (mais especificamente o calvinismo) foi implantado na Escócia por John Knox (1505-1572). O calvinismo na Escócia é conhecido como presbiterianismo.

2.2.2-FRANÇA
As pessoas que são protestantes da França são conhecidas como huguenote, cabendo lembrar que os huguenotes são minoria na sociedade francesa. Os huguenotes são caracterizados por lutar pela sua liberdade religiosa.
A História da França durante o século XVI foi bastante conturbada devido à rivalidade entre católico e protestante, sendo o ponto alto a Noite de São Bartolomeu (24.08.1572) quando tivemos o massacre dos huguenotes.
O Édito de Nantes (13.04.1598) foi uma lei que garantiu tolerância religiosa aos huguenotes. Este édito foi revogado pelo Édito de Fontainebleau (23.10.1685).

2.2.3-INGLATERRA
Na primeira metade do século XVI (mais precisamente no ano de 1533) o rei inglês Henrique VIII solicitou ao papa Clemente VII (1523-1534) a anulação do seu casamento com Catarina de Aragão para ele poder casar-se com Ana Bolena. A solicitação acabou não sendo atendido, com isso Henrique VIII rompe com a Igreja Católica Apostólica Romana, contando com o apoio do parlamento inglês. O parlamento inglês em 1534 aprovou o Ato de Supremacia (Act of Supremacy) o qual concedeu autoridade (Real Supremacia (Royal Supremacy)) ao monarca inglês sobre a igreja.
A instalação do protestantismo na Inglaterra não foi muito fácil, tendo em vista que depois do falecimento de Henrique VIII houve a tentativa de reintrodução do catolicismo neste país.
Isto é decorrência do fato que Eduardo VI (1547-1553) seu sucessor (era filho de Henrique VIII) mantém a política de favorecimento do protestantismo em detrimento do catolicismo e quando é substituído por sua irmã Maria Tudor (1551-1558) implanta uma política de favorecimento do catolicismo em detrimento do protestantismo.
A situação se estabiliza com a ascensão de Isabel I (1558-1603) que volta com a política de favorecimento do protestantismo em detrimento do catolicismo e durante o seu reinado tivemos a promulgação por parte do parlamento inglês da Lei dos 39 Artigos (1562) que tornava o anglicanismo um misto de catolicismo e protestantismo.
Não houve uma alteração radical dentro da Igreja Católica Apostólica Romana 1562 quando ela ficou sob a jurisdição do Reino da Inglaterra, pois esta mudança religiosa visava mais atender determinados interesses do que melhorar a religião cristã no território inglês.
Podemos citar como bons exemplos disso o fato dos sete sacramentos existentes na Igreja Católica Apostólica Romana terem permanecido na Igreja Anglicana e o patrimônio da Igreja Católica Apostólica Romana ter sido tomado dela.

2.2.4-SUÍÇA
O protestantismo acabou sendo introduzido na Suíça pelas mãos de Ulrich Zwinglio (1484-1531), mas centralizaremos a análise desse importante caso, pela sua importância na pessoa de João Calvino (1509-1564) que era francês e formado nos cursos de direito e teologia.
João Calvino foi expulso de sua terra natal (França) devido ao fato de ter aderido a Reforma Protestante e foi para a Suíça onde já tinha começado este movimento religioso.
Ele era da opinião que existia a predestinação, concepção teológica a qual afirmava que a pessoa estava destinada à salvação ou não independe do seu comportamento.
João Calvino achava que a prosperidade econômica da pessoa era sinal da salvação dela o que agradou bastante a burguesia, visto que isto ia de encontro com os interesses desse setor da sociedade, pois legitimava a busca insaciável pelo lucro o que não ocorria dentro das concepções teológicas da Igreja Católica Apostólica Romana.
João Calvino chegou a chefiar a cidade de Genebra no período de 1541-1560 impondo a esta cidade um governo teocrático.
O calvinismo não ficou restrito único e exclusivamente a Suíça podendo citar como exemplo os huguenotes na França e os presbiterianos na Escócia.

2.3-REAÇÃO DA IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA
A Igreja Católica Apostólica Romana não ficou passiva diante do avanço do protestantismo, tentando contra-atacar através da Contrarreforma (ou Reforma Católica) que foi composta por: Concílio de Trento (1545-1563), Tribunal do Santo Ofício da Inquisição (1231-...) e Companhia de Jesus (1534-...).
O Concílio de Trento determinou uma série de medidas com intuito de contornar os ataques da igreja protestante. Como resultado dessa reunião houve as seguintes medidas, a saber: instituição de seminário em cada diocese com o intuito de melhorar o nível do clero, confirmação da necessidade de obras além da fé para a salvação da pessoa, a manutenção dos sete sacramentos, reafirmação da Bíblia Sagrada e as tradições como fontes da fé, e por fim a instituição de uma lista de livros (Index Librorum Prohibitorum (Índice dos Livros Proibidos)) que seriam proibidos de serem lidos pelos católicos tendo a responsabilidade de prepará-la o Tribunal do Santo Ofício da Inquisição. Esta lista foi abolida no ano de 1966, pelo Papa Paulo VI (1963-1978).
Inácio de Loyola (1491-1556) fundou a Companhia de Jesus no dia 15.08.1534, tendo tido a confirmação pelo papa João III no dia 27.09.1540 através da bula papal Regimini Militantis Ecclesiae, cabendo lembrar que esta ordem religiosa surgiu tendo como função propagar o catolicismo, com o intuito de impedir o avanço do protestantismo.
Tribunal do Santo Ofício da Inquisição tinha como função ir contra as pessoas que se desviassem da fé católica.
É interessante mencionar que a Contrarreforma não conseguiu acabar com o protestantismo, mas limitou a sua expansão e propiciou a difusão do catolicismo no continente americano.

2.4-DESDOBRAMENTOS SOCIAIS DA REFORMA PROTESTANTE
Em relação aos desdobramentos sociais da Reforma Protestante é de fundamental importância saber que amplos setores das classes sociais menos abastadas que aderiram a Reforma Protestante interpretaram este movimento religioso como sendo um movimento de cunho social além de religioso. Isto advém do fato da ansiedade de partes consideráveis da sociedade europeia em relação ao seu bem-estar tendo em vista a pobreza ser generalizada na Europa nesta época e as pessoas estarem sem esperança em relação à vida e consequentemente interpretaram este movimento religioso como uma esperança para os seus problemas sociais.
A partir dessa situação tivemos uma rebelião (Guerra dos Camponeses (1524-1526)) de cunho social bastante forte, cujo objetivo era melhorar a situação social das pessoas desfavorecidas socialmente sendo um dos líderes desse movimento Thomas Muentzer (1489/1490-1525).
Esta rebelião foi esmagada e obviamente não alcançou os objetivos desejados, cabendo lembrar o fato que Martinho Lutero foi contra este movimento social, pois ele estava mais preocupado com as questões religiosas e não com as questões sociais.
O surgimento da Reforma Protestante acabou tornando o cenário político mais complexo, pois agregou mais um elemento a ser considerado nas disputas políticas devido ao fato que os países levavam em consideração o fato de os oponentes serem católicos ou protestantes.
 
3-ANTIGO REGIME
Nesta parte referente à seção da História Moderna analisaremos o Antigo Regime (forma de organização social característica do continente europeu durante a Idade Moderna) englobando o absolutismo e o mercantilismo.
Em relação a esta forma de organização social é interessante ressaltar que a classe dominante era composta pela nobreza encabeçada pela figura do monarca, mas havia a participação da burguesia num segundo plano.
Dando prosseguimento é interessante ressaltar que o absolutismo é a expressão política e o mercantilismo é a expressão econômica do Antigo Regime.

3.1-ABSOLUTISMO
O absolutismo foi uma forma de organização política caracterizada pela concentração política na figura do monarca e por extensão seus auxiliares diretos.
O absolutismo não foi uma forma de organização política homogênea, tendo em vista que a sua manifestação em cada país não se dava de forma igual.

3.1.1-LEGITIMAÇÃO
Em relação ao absolutismo houve a tentativa por parte de uma série de pessoas de tentar justificar o absolutismo destacando as seguintes, a saber: Hugo Grotius (1583-1645), Jacques-Bénigne Bossuet (1627-1704), Jean Bodin (1530-1596), Nicolau Maquiavel (1469-1527) e Thomas Hobbes (1588-1679).
Hugo Grotius foi um dos diversos intelectuais que tentou legitimar o absolutismo, sendo que na obra Do Direito da Paz e da Guerra (1625) tem como tema principal o direito internacional.
Nesta obra este intelectual trata da organização política do estado e afirma que esta instituição deveria ter o poder ilimitado, pois sem o mesmo a sociedade passaria por agitação política.
Jacques-Bénigne Bossuet era um religioso francês que no seu livro Política Extraída da Sagrada Escritura (1708) afirmava que o poder do monarca era dado diretamente por Deus e como tal seria pecado questionar a pessoa do monarca, mas em contraponto o rei deveria governar a favor da religião e da população do seu país. Esta concepção política ficou conhecida como Teoria do Direito Divino.
Jean Bodin era um jurista nascido na França que achava que o rei tinha esta posição devido à vontade divina. Nicolau Maquiavel foi um dos primeiros intelectuais a tentar legitimar o absolutismo, sendo que na sua obra O Príncipe (1513) afirmava que o monarca deveria tomar decisões racionalmente para atender os interesses do Estado os quais estariam acima dos interesses do indivíduo.
Thomas Hobbes era um filósofo inglês que segundo as suas concepções políticas o rei absolutista teria legitimidade, tendo em vista que em determinado momento da História da Humanidade as pessoas viveriam em permanente briga pelos seus interesses individuais, mas a sociedade concederia autoridade ao monarca que em contrapartida administraria os problemas (briga) dessa sociedade.
Cabe lembrar que o rei absolutista dentro das concepções políticas de Thomas Hobbes não estaria submisso a ninguém, sendo que estas opiniões sobre política foram publicadas no livro Leviatã (1651) e a sua concepção política ficou conhecida como Contrato Social.

3.1.2-ABSOLUTISMO ESPANHOL
O absolutismo espanhol esteve diretamente ligado ao catolicismo, tendo em vista que a Igreja Católica Apostólica Romana apoiou diretamente o absolutismo na Espanha.
É interessante ressaltar que o governo absolutista da Espanha tinha uma política expansionista muito forte devido a sua política mercantilista. O Império Espanhol atingiu seu auge durante o reinado de Felipe II (1580-1598), tendo terras localizadas na África, América, África e Europa.
A  monarquia absolutista espanhola teve o seu término na segunda metade do século XIX, como fruto das lutas de setores liberais da sociedade espanhola e ecos da Revolução Francesa.

3.1.3-ABSOLUTISMO FRANCÊS
Luís XIII (1610-1643) ao assumir o trono francês não era emancipado e devido a isto Maria de Médici assume o cargo de regente durante os anos de 1610-1617, porém houve resistência a este cenário político e foram convocados os estados gerais no ano de 1614 para contrapor esta situação.
Dentro da política francesa dessa época é importante ressaltar a participação do cardeal Richelieu (Armand-Jean du Plessis) que foi primeiro-ministro durante os anos de 1628-1642. Ele soube impor os interesses da Coroa Francesa personalizando assim um absolutista a serviço de um Estado Absolutista.
Na política interna o cardeal Richelieu implantou uma política de pacificação do país e submissão da oposição (setores da nobreza, protestantes e revolucionários) a autoridade da Coroa Francesa.
Na política externa o cardeal Richelieu implantou uma política de expansão com o intuito de tornar a França o país mais poderoso entre os países da Europa Continental.
Em relação à política externa francesa não poderíamos deixar de ressaltar que um dos seus pilares foi a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) que colocou em lugares opostos entre outros países Áustria e a França.
O resultado final foi positivo para a França, tendo sido selado a paz entre os beligerantes através da Paz de Westfalia (1648) que determinou a transferência de territórios entre países (a Coroa Francesa foi beneficiada com esta transferência) e a adoção do princípio que determinava que os súditos devessem seguir a religião do seu soberano.
É interessante ressaltar que o cardeal Richelieu faleceu no ano de 1642, portanto antes do término da Guerra dos Trinta Anos e no cargo de primeiro-ministro ele é substituído pelo cardeal Mazarino que fica no cargo entre os anos de 1643-1661. O cardeal Mazarino afasta-se desse cargo devido ao seu falecimento, fato ocorrido durante o reinado de Luís XIV (1643-1725).
Luís XIV foi o monarca absolutista por definição por ter encarnado esse sistema na sua totalidade.
Durante o seu reinado houve importantes acontecimentos na França como um grande desenvolvimento da economia, que foi alcançado através de Jean-baptiste Colbert (exercia o cargo de ministro da economia) e um grande desenvolvimento das forças armadas (especificamente do exército) promovido por François Michel Le Tellier de Louvois (ministro da guerra).
Dando prosseguimento a análise histórica do absolutismo francês é interessante ressaltar que existiu um conjunto de rebeliões contra a Coroa Francesa que ficou conhecida como Guerra das Frondas (1648-1652).
Esta rebelião aconteceu devido basicamente ao fato que os parlamento de diversos de diversas cidades estavam sob influência direta da burguesia e como este órgão do sistema judiciário francês estava sob pressão de serem arrendados, o Parlamento de Paris propôs a limitação do poder da Coroa Francesa. A reação desse Parlamento ocorreu através do Manifesto dos 27 Artigos.
A Coroa Francesa inicia a repressão às pessoas envolvidas com este manifesto e a resposta dada ao governo foi o início da Guerra da Fronda. Esta rebelião foi reprimida o que acabou fortalecendo o absolutismo.
Luís XIV teve como política externa a tentativa de impor de forma incontestável o seu domínio sobre a Europa e a partir desse objetivo participou de diversos conflitos armados dos quais podemos destacar a Guerra de Devolução (1667-1678), Guerra Franco-Holandesa (1672-1678) e a Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1713).
É interessante ressaltar que nem todas as guerras travadas pela Coroa Francesa durante o reinado de Luís XIV foram favoráveis à França. A partir desse cenário político a Coroa Francesa perdeu a sua preponderância na Europa Continental.
Depois do reinado de Luís XIV a França entra em decadência (apesar de um breve período de revigoramento) e acaba desembocando no reinado de Luís XVI (1774-1791) na qual a Coroa Francesa entra em colapso e tivemos a eclosão da Revolução Francesa que acabou com o absolutismo na França.

3.1.4-ABSOLUTISMO INGLÊS
Sobre o término do absolutismo inglês é interessante ressaltar que o mesmo terminou através da Revolução Inglesa (1641-1689), que foi um movimento revolucionário que possibilitou a implantação da monarquia constitucional no lugar da monarquia absolutista e a consolidação do poder da burguesia. Este movimento revolucionário aconteceu em quatro etapas, a saber: Revolução Puritana (1641-1649), República Puritana (1649-1659), Restauração (1660-1688) e Revolução Gloriosa (1688-1689).

3.1.4.1-CENÁRIO GERAL
O absolutismo inglês como de modo geral todos os outros absolutismos existentes durante a História da Humanidade foram instalados no momento em que houve a Formação da Monarquia Nacional e no caso em questão foi instalado pela dinastia Tudor.
Antes de prosseguirmos a análise histórica é bom sabermos que foi basicamente a burguesia contando com a ajuda da nobreza rural (gentry) que combateu veementemente o absolutismo e acabou vencendo-o.
A burguesia inglesa aproveitou-se bastante do absolutismo inglês para conseguir êxito nos seus objetivos, mas como parte desse sistema político começou a prejudicar a amplos setores desse setor da sociedade inglesa, ela começou a conspirar contra o absolutismo.
A burguesia foi prejudicada nos monopólios, pois eles eram concedidos pelos monarcas para um pequeno grupo da burguesia prejudicando assim a grande maioria dela que acabava ficando sem acesso a uma determinada atividade econômica, fazendo com que este grupo social ficasse contrário ao absolutismo.
Vale lembrar que a nobreza rural lutou contra o absolutismo porque o governo absolutista da Inglaterra tinha tomado algumas medidas contrárias a este grupo social fazendo com que a nobreza rural ficasse insatisfeita com este sistema político.
Isto ocorreu devido ao fato que a nobreza rural tinha uma visão mais comercial de suas terras comparando com os outros setores da nobreza, ou seja, era um setor da nobreza o qual os resquícios das tradições feudais não estavam arraigados (lembre-se que no feudalismo as pessoas não tinham uma visão comercial desenvolvida).
Esta situação estava criando atrito com o governo inglês, devido ao fato que estes nobres avançavam sobre as terras dos pequenos proprietários com o intuito de terem mais terras, o que o governo da Inglaterra restringia (o mesmo para manter o equilíbrio político no país) e consequentemente deixava a nobreza rural numa aversão muito grande em relação aos governantes ingleses.
Com a morte da rainha Elizabeth I (ela não deixou descendentes) no ano de 1603 a dinastia Tudor (1485-1603) foi substituída pela dinastia Stuart no comando da Inglaterra sendo que Jaime I foi o primeiro rei da dinastia Stuart (Jaime I era primo da rainha Elizabeth I e era rei da Escócia fato este que acabou levando a unificação dos reinos da Escócia e da Inglaterra). Em relação a esta dinastia (Stuart) é bom mencionar que ela (os seus membros) de modo geral era a favor do absolutismo e iria adotá-lo com mais ênfase que a sua dinastia antecessora o que iria provocar problemas a ela.
Durante o reinado de Jaime I (1603-1625) ele vai tentar aplicar as suas posições políticas absolutistas (chegou a fechar o parlamento), sendo que a sua política acaba provocando grandes resistências ao absolutismo (ao seu governo), cabendo lembrar que esta situação agravou-se bastante com a ascensão de Carlos I (1625-1649) que adotou uma posição mais dogmática em relação ao absolutismo que seu antecessor. Cabe lembrar que neste momento o relacionamento entre o monarca e o parlamento não era bom visto a política absolutista dos reis.
O reinado de Carlos I também não foi muito tranquilo havendo um conflito armado entre a Inglaterra e a França e devido a este conflito armado o rei é obrigado a solicitar para o parlamento recursos os quais são recusados. Com isso tivemos que este monarca obrigou as pessoas concederem empréstimos (ainda que contra a própria vontade) ao governo inglês e as pessoas que se colocam contra são punidas. A punição era feita através do alojamento compulsório de tropas nas suas residências e prisão.
Tendo em vista esta situação no ano de 1828 o parlamento obriga que o rei assine a Petição de Direitos do Parlamento documento que determinava a proibição do alojamento de tropas nas casas das pessoas, convocação das forças armadas sem autorização do parlamento e a política financeira seria atribuição do legislativo e não mais do executivo, proibição do rei prender alguém.
Cabe lembrar que isto não resolve o problema tendo em vista que o rei continua a tomar atitudes autoritárias tanto que o parlamento acabou sendo fechado e assim ficou por aproximadamente onze anos.
A coisa complicou-se de vez quando o rei Carlos I tenta impor o anglicanismo aos escoceses (os escoceses de modo geral eram presbiterianos) e estes se revoltaram no ano de 1637 contra esta medida autoritária. Tendo em vista esta situação o rei convoca o parlamento em 1640 com o intuito do mesmo aprovar o aumento da carga tributária, porém o parlamento mantém uma postura adversa ao monarca e o mesmo fecha o mesmo. Como o parlamento funcionou pouco tempo (menos de um mês) ele ficou conhecido como Parlamento Curto (Short Parliament).
É importante ressaltar que ainda no ano de 1640 o parlamento inglês é convocado pelo rei, porém o relacionamento de ambos continua tenso. Este parlamento ficou conhecido na historiografia como Parlamento Longo (Long Parliament), tendo em vista ter funcionado no período de 1640-1653.

3.1.4.2-REVOLUÇÃO PURITANA (1641-1649)
A situação política acaba agravando-se e estoura uma guerra civil (Revolução Puritana) no qual foram colocados em lados opostos o parlamento e o monarca. O parlamento vence esta guerra civil, a qual foi liderada por Oliver Cromwell (1599-1658), cabendo lembrar que o rei Carlos I acabou sendo julgado e executado. Depois disso tivemos a implantação da república (Commonwealth) pela pessoa de Oliver Cromwell.

3.1.4.3-REPÚBLICA PURITANA (1649-1659)
Em relação a esta fase da Revolução Inglesa é interessante ressaltar a aprovação por parte do parlamento inglês no ano de 1651 do Ato de Navegação (Navigation Act). Esta lei consistia basicamente na obrigatoriedade de toda mercadoria importada pela Inglaterra de ser transportada em navios ingleses ou navios que tivessem a mesma origem (nacionalidade) das mercadorias transportadas beneficiando bastante o setor naval, pois incentivou diretamente este setor da economia e indiretamente a economia como um todo.
Com o falecimento de Oliver Cromwell, quem assumiu o comando do país foi Richard (1626-1712) o qual ficou apenas seis meses liderando o país. Ele renunciou ao cargo de chefia da nação devido não ter pulso firme com o exército.
A partir desse contexto histórico houve uma luta pelo poder entre os generais, cujo resultado foi à vitória do general Monck e promoveu a eleição para o parlamento, parlamento este que conduziu ao comando do país Carlos II (1660-1685), possibilitando assim a restauração da monarquia.

3.1.4.4-RESTAURAÇÃO (1660-1688)
À volta da dinastia Stuart não traz paz política para a Inglaterra e o rei Jaime II é derrubado devido ao fato que havia preocupação por parte de setores da sociedade inglesa que o absolutismo fosse implantado novamente neste país.

3.1.4.5-REVOLUÇÃO GLORIOSA (1688-1689)
A derrubada desse monarca deu-se através da Revolução Gloriosa (1688-1689) e quem assumiu o governo inglês foi Guilherme de Orange e sua consorte Maria (era a filha primogênita do rei Jaime II).
Com esta mudança no governo inglês a monarquia absolutista é extinta, sendo substituída pela monarquia constitucional (o parlamento ganha força e o rei tem os seus poderes limitados tendo que aceitar a Declaração de Direitos (Bill of Rights)).
A Declaração de Direitos (22.01.1689) determinava que o rei não pudesse instituir imposto sem autorização do parlamento, revogar lei oriunda do legislativo além de conceder direito ao parlamento de escolher o rei caso o titular da pasta falecesse.
Cabe lembrar que este movimento acabou favorecendo o surgimento da Revolução Industrial e consequentemente do capitalismo visto que a burguesia teve mais espaço político dentro do governo britânico podendo influenciá-lo com mais facilidade fazendo assim que ele tomasse atitudes favoráveis aos seus interesses o que no transcurso do processo histórico fomentou a eclosão da Revolução Industrial.

3.1.5-ABSOLUTISMO PORTUGUÊS
O absolutismo português era caracterizado pela forte perseguição aos seus opositores, cabendo lembrar que o mesmo na primeira metade do século XIX, como fruto das lutas de setores liberais da sociedade lusitana e ecos da Revolução Francesa.

3.2-MERCANTILISMO
Em relação ao mercantilismo (conjunto de práticas econômicas) vale lembrar que ele foi adotado pelas diversas monarquias absolutistas visando enriquecer os seus respectivos países, cabendo lembrar que apesar de haver características gerais havia algumas diferenças entre os mercantilismos praticados pelos diversos países europeus.
O mercantilismo tinha como preocupação central à atração de metais preciosos (ouro e prata), tendo em vista que neste contexto histórico em que estamos tratando, o país seria considerado rico pela maior ou menor quantidade de metais preciosos que porventura tivesse em seu poder.
Os metais preciosos eram obtidos de modo geral com a exploração de minas de ouro e prata (que porventura existissem nos territórios de cada país) e através de comércio.
Com isso os países tentavam manter a balança comercial favorável (vendendo mais e comprando menos), sendo que os países aumentavam as tarifas alfandegárias para tentar obter o seu intento.
As colônias neste aspecto tiveram um papel muito importante, pois todos os países queriam vender muito e comprar pouco, dificultando assim num primeiro momento a execução desse objetivo e as colônias ao fazerem comércio com as suas respectivas metrópoles ia favorecer bastante a execução desse objetivo.

4-ILUMINISMO
O  iluminismo (ilustração, filosofia das luzes e movimento das luzes) é uma corrente filosófica surgida na Europa (mais precisamente na França) no século XVII e seu término ocorreu no século XIX, sendo que seu ápice aconteceu no século XVIII (devido a isto este século é conhecido como Século das Luzes ou Idade da Razão).
Esta corrente filosófica acabou tendo uma relevância muito grande no desenvolvimento da História da Humanidade (especialmente do continente europeu) tendo em vista ter influenciado em muito a maneira que as pessoas pensavam e consequentemente as suas ações. A partir dessa situação o iluminismo acabou influenciando os rumos da História da Humanidade (especialmente de alguns fatos históricos), podendo citar como exemplos de fatos históricos que o iluminismo influenciou os seguintes, a saber: deterioração do Antigo Regime, Independência das Treze Colônias, Revolução Francesa e Independência da América Latina.
É importante ressaltar que a burguesia utilizou de forma ampla e irrestrita o iluminismo como ideologia para incentivar e justificar as suas ações na História da Humanidade com o intuito de alcançar os seus objetivos, o que acabou ocorrendo historicamente.
Complementando as informações iniciais sobre o iluminismo não poderíamos deixar de ressaltar que pela sua influência na História da Humanidade, podemos considerá-la sem sombra de dúvida que ela é uma das principais correntes filosóficas que a humanidade teve ao longo de sua história.

4.1-CARACTERIZAÇÃO GERAL
Sobre o iluminismo podemos abordar diversos aspectos relevantes, sendo que abordaremos inicialmente o fato que esta corrente filosófica defendia a tolerância religiosa, sendo que isto era de extremo interesse da burguesia.
Este interesse estava relacionado ao fato que se a pessoa tivesse alguma restrição por motivos religiosos estaria restringindo a possibilidade dessa pessoa em contribuir para o desenvolvimento econômico fazendo com que os burgueses perdessem dinheiro tendo em vista que esta pessoa teria dificuldade de comprar as coisas diminuindo o mercado consumidor das mercadorias da burguesia.
Outro aspecto relevante o qual o iluminismo era a favor e que está diretamente alinhado com o que foi explicado anteriormente foi à garantia das liberdades pessoais, ou seja, os iluministas eram contrários à escravidão devido ao fato que os escravos não recebendo pagamento pelos seus serviços não poderiam ser consumidor, ficando assim fora do mercado consumidor prejudicando diretamente os burgueses.
Continuando temos que ressaltar o fato que os iluministas eram contrários ao Antigo Regime, pois esta forma de organização social não estava atendendo os anseios de determinados setores da sociedade europeia, por mais liberdade.
Terminando esta parte do texto não poderíamos deixar de ressaltar que os iluministas tinham aversão a Igreja Católica Apostólica Romana tendo em vista que esta instituição religiosa baseava-se na verdade revelada e tinha uma influência muito grande na sociedade não incentivando assim a procura de novos conhecimentos, conhecimentos estes que poderiam beneficiar a humanidade em geral e em particular a burguesia. Resumidamente podemos afirmar que os adeptos dessa corrente filosófica achavam que esta instituição religiosa era prejudicial para o desenvolvimento da sociedade humana.

4.2-PENSADORES ILUMINISTAS
Ao longo da História do Iluminismo houve diversos pensadores iluministas dos quais veremos alguns, a seguir:
a-Charles de Secondat Montesquieu (1689-1755): na sua obra O Espírito das Leis (1748) posicionou-se a favor da divisão do Estado em três poderes (executivo, legislativo e judiciário) com a intenção de evitar que as pessoas tivessem os seus direitos restringidos e os governantes tivessem muito poder;
b-Denis Diderot (1713-1784) e Jean Le Rond d`Alembert (1717-1783): foram os principais responsáveis pela publicação da Enciclopédia que era composta por trinta e cinco volumes que versavam sobre diversos assuntos. Esta obra sofreu forte oposição por parte das instituições (Estado Absolutista e Igreja Católica Apostólica Romana) que eram contra o iluminismo;
c-François-Marie Arouet (1694-1778): mais conhecido como Voltaire era a favor da liberdade religiosa;
d-Immanuel Kant (1724-1804): através de sua obra A Crítica da Razão Pura (1781) afirmava que o conhecimento sobre o mundo era dado apenas através da experiência (empirismo) e de conceitos metafísicos (uso da razão);
e-Jean-Jacques Rousseau (1712-1778): escreveu O Contrato Social (1762) no qual afirmava que o monarca deveria gerir os negócios públicos visando o bem estar da sociedade como um todo;
f-John Locke (1632-1704): tinha uma concepção política na qual as pessoas teriam direito a vida, a liberdade e a propriedade sendo que elas teriam feito acordo entre si constituindo o governo.
O governo teria a finalidade de garantir estes direitos e se o mesmo não estivesse cumprindo esta obrigação, as pessoas em geral teriam o direito de rebelarem-se e mudarem o governo.
O iluminismo abordou diversos aspectos relacionados à sociedade humana e como não poderia deixar de ser acabou versando sobre economia. Esta corrente filosófica acabou abordando este tema através de duas vertentes, a saber: escola fisiocrática e a escola do liberalismo econômico.
Na primeira corrente podemos destacar diversos intelectuais dos quais abordamos inicialmente Anne Robert Jacques Turgot, barão de Laune (1727-1781) que escreveu Reflexões Sobre a Formação e a Distribuição de Riquezas (1766) e Cartas Sobre a Liberdade de Comércio e Cereais (1770), sendo este autor a favor da liberdade comercial.
François Quesnay (1694-1774) economista francês contrário ao intervencionismo do Estado na economia e no seu livro Fisiocracia, o Governo da Natureza afirmava ser a agricultura o setor da economia que realmente produzia riquezas, enquanto o comércio e a indústria apenas aumentavam as riquezas.
Jacques Claude Marie Vicente, marquês de Gournay (1712-1759) foi discípulo de François Quesnay e consequentemente seguia as linhas gerais o pensamento do seu mestre. A única divergência entre ambos intelectuais é o fato que o primeiro acreditava que os setores econômicos que produziam riquezas era a agricultura e a indústria enquanto o segundo achava que apenas a agricultura produziria riquezas.
Na segunda corrente podemos destacar diversos intelectuais dos quais abordamos inicialmente Adam Smith (1723-1790) economista britânico que na sua obra Ensaio Sobre a Riqueza das Nações (1776), coloca-se totalmente contrário à intervenção do Estado na economia e afirmava que o trabalho das pessoas é que verdadeiramente produziria riquezas.
Davi Ricardo (1772-1823) economista britânico contribuiu para os estudos econômicos através da análise sobre a distribuição de riquezas, na qual afirmava que havia três fatores (lucro, salário e renda (atividades agrárias)) podiam desorganizar a economia. Este intelectual afirmava que quando um desses fatores aumentava demasiadamente a economia entrava em desequilíbrio.
John Stuart Mill (1806-1873) economista britânico defensor árduo do liberalismo econômico, mas era a favor que a riqueza produzida pela economia liberal fosse distribuída na sociedade.

4.3-DESPOTISMO ESCLARECIDO (DESPOTISMO ILUSTRADO)
É interessante ressaltar que alguns monarcas europeus adotaram algumas concepções iluministas com a intenção de gerir os seus países de uma maneira que trouxesse desenvolvimento para os mesmos. Isto ocorreu sem que eles abrissem mão de forma exagerada de sua autoridade e com nenhuma intenção de fazer uma mudança radical na estrutura social desses países que atendessem os anseios dos desfavorecidos socialmente. Isto de modo geral acabou surtindo efeitos benéficos para estes países como um todo, mas não para as camadas sociais mais baixas.
A adoção do iluminismo pelas coroas europeias ficou conhecida pela historiografia como despotismo esclarecido (despotismo ilustrado), cabendo pontuar que as pessoas que adotaram esta política ficaram conhecidas como déspotas esclarecidos podendo citar como exemplo os seguintes casos, a saber: Carlos III (1759-1780) da Espanha, Catarina II (1763-1796) da Rússia, dom José I (1750-1777) de Portugal, Frederico II (1740-1780) da Prússia e José II (1780-1790) da Áustria.
Carlos III aplicou medidas modernizadoras podendo destacar melhorias na administração das colônias espanholas no continente americano visando aumentar os lucros auferidos com a exploração colonial.
Catarina II melhorou o gerenciamento da administração do Estado Russo, além de ter se apoderado dos bens pertencentes à Igreja Ortodoxa e com os recursos obtidos abriu escolas, hospitais e orfanatos e doou parte desses recursos às pessoas diretamente ligadas a monarquia russa.
Dom José I designou como secretário de estado do reino (primeiro-ministro) Sebastião José de Carvalho e Melo, marquês de Pombal, o qual promoveu importantes reformas na sociedade portuguesa, podendo destacar os seguintes aspectos, a saber: administração pública, economia, educação e religião.
O principal representante do despotismo esclarecido em Portugal foi marquês de Portugal.
Frederico II instalou várias escolas para fornecer instrução para as pessoas com o intuito de favorecer o desenvolvimento do setor agrícola e industrial e posicionou-se a favor da tolerância religiosa.
José II apropriou-se das terras da Igreja Católica Apostólica Romana diminuindo o seu poder, instituiu a liberdade religiosa, aboliu a servidão e incentivou no desenvolvimento das manufaturas.

5-REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
5.1-CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A Revolução Industrial teve o seu início no Reino da Grã-bretanha na segunda metade do século XVIII (1701-1800) espalhando-se depois para outras partes do mundo, cabendo lembrar que este fato histórico provocou grandes alterações na sociedade destacando o surgimento do capitalismo.
Antes de prosseguirmos na análise histórica temos que ressaltar o fato que o processo produtivo com o surgimento da Revolução Industrial passou por três fases de uma forma bastante rápida. As três fases as quais o processo produtivo passou foram às seguintes, a saber: artesanato, manufatura e maquinofatura.
A produção artesanal era uma produção baseada no trabalho do artesão que fazia toda a atividade produtiva e ele mesmo era o proprietário do material usado na feitura das coisas.
A manufatura corresponde à etapa seguinte, sendo que a atividade produtiva era dividida pelos diversos funcionários (divisão de trabalho) facilitando assim o aumento de produção, sendo que o trabalhador já não tinha a propriedade do material que era usado na produção dos objetos.
Nesta fase ao contrário da anterior já temos certa concentração de trabalhadores no local de trabalho.
Na maquinofatura temos o surgimento da indústria na qual tivemos a intensificação da divisão de trabalho, grande concentração de funcionários no local de trabalho e a utilização de máquinas.

5.2-SURGIMENTO E CONSOLIDAÇÃO DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
5.2.1-SURGIMENTO DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A Revolução Industrial é um fato histórico bastante complexo havendo uma profunda diversidade ao longo do tempo histórico e espaço geográfico, podendo ser dividido nas seguintes fases, a saber: Primeira Revolução Industrial (1760-1860), Segunda Revolução Industrial (1860-1900) e Terceira Revolução Industrial (1900-1970) e Quarta Revolução Industrial (2010-...).
Na Primeira Revolução Industrial podemos destacar o fato de esse fato histórico ter ficado restrito ao seu lugar de origem e o setor da economia mais afetado por ela foi o setor têxtil e podemos destacar a relevância do carvão devido ao fato de ser a principal fonte de energia.
A Segunda Revolução Industrial foi caracterizada pela expansão da industrialização para outras partes do mundo tais como as seguintes, a saber: Alemanha, Bélgica, Estados Unidos da América, França, Itália, Japão e Rússia. Nesta fase tivemos a utilização de novas fontes de energia (eletricidade e petróleo).
A Terceira Revolução Industrial foi caracterizada basicamente pela expansão da Revolução Industrial para todos os continentes e o surgimento e a expansão das multinacionais (empresas que atuam em mais de um país), empresas estas que têm tido grande relevância para a História da Humanidade.
Durante a Terceira Revolução Industrial o setor industrial é diversificado através dos seguintes setores, a saber: biomédico, eletrônico e químico. Nesta fase tivemos a utilização de novas fontes de energia (nuclear e solar).
A Quarta Revolução Industrial ficou caracterizada pelo uso intensivo da automação e troca de dados.

5.3-CONSEQUÊNCIAS DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Apesar do “desenvolvimento” que a industrialização trouxe para a sociedade, ela também significou graves problemas para os setores mais desfavorecidos socialmente, pois no processo de industrialização (principalmente na fase inicial) as condições de trabalho eram bastante precárias não havendo praticamente nenhuma legislação que protegesse os trabalhadores (principalmente na fase inicial do processo de industrialização).
Podemos mencionar a título de ilustração o fato que trabalhadores trabalhavam várias horas por dia recebendo baixíssimos salários.
Podemos citar também como consequência da Revolução Industrial a grande concentração de pessoas nas cidades, tendo em vista a grande concentração de indústrias na área urbana podendo citar o caso do Reino Unido da Grã-Bretanha que tinha uma população urbana de 6.500.000 em 1750, passou para 16.300.000 em 1801 chegando ao ano de 1851 com 27.500.000, tendo havido um aumento de aproximadamente quatro vezes num período um pouco superior a de cem anos.
Vale lembrar que com o desenvolvimento da indústria tivemos o estímulo ao Imperialismo visto à necessidade de escoar a produção industrial desses países.
A partir da Revolução Industrial acabou colaborando para a degradação ambiental devido ao aumento da poluição.

5.4-POSICIONAMENTO EM RELAÇÃO À NOVA SITUAÇÃO
Cabe ressaltar que diversas pessoas não ficaram apáticas em relação à Revolução Industrial e a sociedade surgida a partir dela podendo destacar que houve um grupo contrário e o outro a favor a mesma.
Veremos inicialmente um exemplo das pessoas que eram a favor da Revolução Industrial e as suas consequências, que foi o grupo adepto do liberalismo econômico que visava basicamente legitimar a nova sociedade surgida com a Revolução Industrial podendo citar como alguns teóricos relevantes dessa linha de pensamento os seguintes, a saber: David Ricardo (1772-1823) e Thomas Malthus (1766-1834).
David Ricardo tentou justificar a situação de miséria da população em geral, através da concepção que o trabalho das pessoas era apenas uma mercadoria e como tal o preço (salário) dela era definido pela oferta e procura, ou seja, se tivesse uma oferta grande e pouca procura o salário seria baixo e se ocorresse ao contrário seria alto.
Thomas Malthus no seu livro Ensaio Sobre Princípio da População, afirma que o problema da pobreza está ligado ao aumento da população (especificamente a das camadas menos favorecidas socialmente), pois se as pessoas tivessem uma grande quantidade de filhos elas não teriam condições de mantê-los.
Estas explicações se alinham diretamente com os interesses da classe dominante, pois tira qualquer responsabilidade por parte da classe dominante na geração desse grave problema social.
Do lado dos mais desfavorecidos socialmente sugiram vários movimentos em defesa dos mesmos tendo em vista a grave situação social das pessoas em geral, sendo que neste texto analisaremos basicamente os seguintes, a saber: cartismo, ludismo e o socialismo.
O cartismo foi um movimento em prol da melhoria da vida dos operários surgido na Inglaterra na primeira metade do século XIX e partia do pressuposto que os direitos políticos garantiriam os direitos sociais dos operários.
Este movimento tem esse nome devido ao fato que no ano de 1837 ele apresentou ao parlamento britânico a Carta do Povo ao Parlamento Britânico no qual era feito uma série exigências das quais podemos citar abolição do voto censitário e a instituição do voto universal e secreto (para as pessoas do sexo masculino) e remuneração dos representantes da sociedade britânica no parlamento.
O cartismo conseguiu obter algumas vitórias para os operários como a regulamentação do trabalho feminino e infantil e a fixação da jornada de trabalho em dez horas diárias. Este movimento acabou diluindo-se ao longo do tempo até acabar de vez.
O ludismo foi basicamente um movimento de resistência que destruía as máquinas (as visto serem consideradas as culpadas pela precária situação dos trabalhadores, com a intenção de que a situação das pessoas não piorasse socialmente) e segundo consta teria sido iniciado por Ned Ludlam.
O ludismo foi enfraquecido pela repressão do governo britânico e pela ascensão dos sindicatos britânicos.
Não poderíamos deixar de mencionar as doutrinas socialistas que eram basicamente as seguintes, a saber: anarquismo, socialismo cristão, socialismo científico (marxismo) e socialismo utópico.
Podemos citar como expoente do anarquismo Mikail Aleksandrovitch Bakunin (1814-1876) que era a favor da violência para implantar o anarquismo, sistema social no qual não haveria Estado (os anarquistas eram a favor que as pessoas cuidassem dos diversos aspectos da sociedade através do autogerenciamento das coisas) e nem diferença social.
No socialismo cristão podemos destacar como expoente dessa corrente política o papa Leão XIII (1878-1903) que promulgou no ano de 1891 a bula papal Rerum Novarum (documento básico dessa corrente política). Esta corrente política visava basicamente aplicar os preceitos cristãos na luta por melhorias da situação social das classes dominadas, mas sem querer alterar profundamente a estrutura socioeconômica da sociedade humana.
No socialismo científico podemos destacar como expoentes dessa corrente política os seguintes, a saber: Karl Heinrich Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895).
Dentro dessa concepção de análise podemos mencionar que a sociedade evoluiria até chegarmos ao comunismo, que seria um sistema social no qual não haveria diferença social nenhuma, inclusive não existiria o Estado.
Podemos citar como publicações relevantes do marxismo as seguintes obras, a saber: Contribuição à Crítica da Economia Política, Manifesto Comunista e O Capital.
Como expoente do socialismo utópico podemos destacar os seguintes, a saber: conde Claude de Saint-Simon (1760-1825) e Charles Fourier (1772-1837).
Conde Claude de Saint-Simon era contrário ao liberalismo econômico e a exploração das classes menos favorecidas socialmente, sendo a favor de uma sociedade sem diferença social e que a pessoa ganhasse o valor exato do seu trabalho.
Este pensador achava que os problemas sociais seriam diminuídos se houvesse uma forte presença do Estado neste sentido.
Charles Fourier achava que a sociedade seria transformada numa instituição menos desigual se fossem organizados os falanstérios, que seria nada mais do que fazendas cuja atividade principal seria a agroindústria baseada no coletivismo.
É importante pontuar que ao longo da história houve diversas organizações internacionais, cujo objetivo básico era congregar os diversos movimentos operários, dos quais podemos destacar as seguintes, a saber: Primeira Internacional (1864-1876), Segunda Internacional (1889-1916), Terceira Internacional (1919-1943), Quarta Internacional (1938-...) e Internacional Socialista (1951-...). Estes movimentos internacionais é caracterizado por serem um conjunto de movimentos internacionais heterogêneos, compostos por diversas correntes operárias, que foi moldado ao longo do tempo de acordo com o contexto histórico os quais tiveram suma importância na história do movimento operário.

6-INDENPENDÊNCIA DAS TREZE COLÔNIAS
6.1-SURGIMENTO DA INDEPENDÊNCIA DAS TREZE COLÔNIAS (REVOLUÇÃO AMERICANA)
A Independência das Treze Colônias foi um fato histórico de grande importância histórica tendo em vista tudo que ela significou podendo destacar o fato que estas colônias foram às primeiras colônias americanas a obterem a independência política, servindo de exemplo para o processo de independência para a América e delas nós tivermos o surgimento de um país que iria influenciar em muito a História da Humanidade.
Cabe lembrar que as ideias iluministas colaboraram em muito para o processo de independência dessas colônias visto o questionamento que elas faziam de algumas questões relevantes da época em que estamos tratando.
Para compreendermos claramente este fato histórico cabe lembrarmos que as Treze Colônias começaram a concorrer comercialmente com o Reino Unido da Grã-Bretanha (isto deixava a metrópole dessa região colonial bastante insatisfeita com os colonos, pois estas mercadorias tomavam espaço no mercado das mercadorias britânicas) cenário que ficou mais complicado devido ao surgimento da Revolução Industrial visto que houve a necessidade de mais mercado consumidor para escoar os produtos ingleses fazendo com que a metrópole tomasse medidas para controlar melhor esta colônia com o intuito de defender os seus interesses.
Não poderíamos deixar de ressaltar que Reino Unido da Grã-Bretanha não impunha um pacto colonial tão rígido as Treze Colônias devido ao fato que esta área possuir um clima semelhante à da sua metrópole (elas produziam aproximadamente as mesmas mercadorias que a metrópole) e não havia num primeiro momento nenhum produto não ligado ao clima que fossem de grande interesse a metrópole.
Como o Reino Unido da Grã-Bretanha tentou impor um controle mais rígido os colonos acabaram não aceitando bem e consequentemente acabou incentivando que estas colônias procurassem obter a sua independência política.
Encerrando a análise mais geral do contexto histórico que levou a Independência das Treze Colônias, veremos agora o motivo imediato para a ocorrência desse fato histórico que foi a Guerra dos Sete Anos (1756-1763).
Este confronto militar (contrapôs Reino Unido da Grã-Bretanha e Prússia a Áustria, Espanha, França, Rússia e Saxônia) foi vencido pelo Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte e sua aliada, sendo que esta vitória militar custou muito aos cofres britânicos devido às despesas militares e os custos administrativos que foram aumentados tendo em vista os novos territórios coloniais anexados e precisavam ser controlados de alguma forma.
Levando em consideração esta situação a Coroa Britânica instituiu uma carga tributária maior com o objetivo de tentar contornar este problema, sendo que os colonos das Treze Colônias ficaram bastante insatisfeitos, pois achavam os impostos eram ilegais. A base legal dessa opinião era que uma lei inglesa afirmava que os tributos só deveriam ser pagos no caso se os mesmos tivessem sido aprovados no parlamento inglês, havendo a presença das pessoas ou de seus representantes.
Desses impostos podemos destacar os seguintes, a saber: Lei do Açúcar (Sugar Act), Lei do Selo (Stamp Act), Lei Townshend (Townshend Acts) e Lei do Chá (Tea Act).
A Lei do Açúcar (1764) determinava a cobrança de impostos sobre derivados da cana-de-açúcar importados pela colônia que não fossem oriundos das Antilhas Britânicas prejudicando assim o comércio das Treze Colônias. Em 1765 foi instituído a Lei do Selo na qual era obrigatório à utilização de um selo em jornais, documentos públicos e cartazes, selo este o qual deveria ser pago onerando estes documentos e por fim tivemos a Lei Townshend que consistiu numa série de normas legais (cinco ao todo) instituídos durante os anos de 1767-1768 que determinava entre outras coisas a taxação sobre uma série de produtos tais como o chá, ferro e tinta que substituiu a Lei do Selo revogado em 1766.
Tendo em vista as reações negativas dos colonos ao comportamento da Coroa Britânica, ela revoga no ano de 1770 estas taxas alfandegárias com exceção do chá que é mantida para que a autoridade real fosse preservada.
Como a Companhia das Índias Orientais estava em dificuldades financeiras foi instituída no ano de 1773 uma lei (Lei do Chá) que concedia o monopólio da comercialização do chá para esta empresa, deixando os colonos bastante insatisfeitos, com isso 150 pessoas entram em três navios carregados de chá dessa companhia e lançam a carga no mar. Cabe lembrar que este fato histórico aconteceu no dia 16 de dezembro de 1773 (quinta-feira) e acabou ficando conhecido como Boston Tea Party (Festa do Chá de Boston).
A Coroa Britânica tomou algumas medidas para punir os colonos como, por exemplo, fechar o porto de Boston até que houvesse o devido ressarcimento pelo prejuízo provocado pela destruição das mercadorias e a ocupação militar da colônia de Massachusetts (nesta colônia ficava localizado o porto de Boston), estas medidas punitivas ficaram conhecidas como Leis Intoleráveis ou Leis Coercitivas (1774).
A partir dessa situação complicada os colonos fizeram o Primeiro Congresso Continental de Filadélfia (este congresso aconteceu no ano de 1774), para posicionar-se em relação a esta situação, ou seja, defender os seus interesses, mas ainda sem pensar na separação política entre as duas partes.
No Segundo Congresso Continental de Filadélfia (1775-1776) os colonos das Treze Colônias se colocaram a favor da independência o que ficou bastante claro na Declaração de Independência (esta declaração consta no apêndice oito) tendo acontecido isto no dia 4.07.1776 (esta data é considerada o dia no qual os Estados Unidos da América ficaram independentes de sua metrópole).
As Treze Colônias tiveram ajuda da Espanha (alianças entre as famílias reinantes da Espanha e França), França (este país ajudou os colonos rebeldes com o intuito de recuperar as possessões territoriais perdidas devido a Guerra dos Sete Anos) e Países Baixos (questões políticas) na guerra pela sua independência política cabendo lembrar que a vitória é obtida no dia 17 de outubro de 1781 (quarta-feira), quando as tropas metropolitanas se rendem em Yorktown devido ao fato de terem sido derrotados pelas tropas rebeldes na batalha travada neste local. A ajuda recebida pelas Treze Colônias por estes países europeus aconteceu através do envio de dinheiro, equipamentos e tropas.
Cabe lembrar que no Tratado de Versalhes (3.09.1783) o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte reconhece a independência política das Treze Colônias e cede territórios para as coroas francesa (a França ficou com Senegal e parte das Antilhas Britânicas) e espanhola (a Espanha ficou com a Flórida e a Ilha da Minorca).

6.2-ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
As Treze Colônias emergiram do seu processo de independência, organizadas do ponto de vista político como uma confederação tendo, portanto, cada estado praticamente total independência em relação aos outros estados e ao governo central.
Tendo em vista as grandes dificuldades ocasionadas pela forma a qual elas se organizaram, esta organização foi repensada e no ano de 1787 tivemos a promulgação da constituição estadunidense (ela entrou em vigor em 1788 tendo em vista que segundo a legislação da época, fazia necessário a aprovação dela por nove estados para ela entrar em vigor). Com algumas alterações (27 emendas constitucionais) ela ainda é a atual constituição dos Estados Unidos da América na qual o governo central tem diversos poderes, mas preservando de forma incontentável a autonomia dos estados.
O primeiro presidente dos Estados Unidos da América foi George Washington (o nome da capital estadunidense é em homenagem a pessoa dele), tendo ele sido eleito no ano de 1789 pelo congresso estadunidense.
A separação política das Treze Colônias do Reino Unido da Grã-bretanha acabou não provocando alteração significativa na estrutura socioeconômica tendo em vista o fato que a independência política foi feita pelas classes dominantes não havendo interesse por mudanças radicais, sendo um exemplo nítido disso a manutenção da escravidão (a escravidão só seria extinta na segunda metade do século XIX), ou seja, a classe dominada continua numa situação subalterna com a separação política das colônias e metrópole.
Esta situação ainda permanece nos Estados Unidos da América apesar do alto nível social alcançado por este país.
Vale lembrar que a Independência das Treze Colônias acabou favorecendo indiretamente o surgimento da Revolução Francesa (1789-1815), tendo em vista que a França ajudou as Treze Colônias obterem a sua independência política e isto lhe custou dinheiro ajudando assim a piorar ainda mais as finanças da Coroa Francesa.
A partir dessa grave situação financeira que a França passava houve a convocação da Assembleia dos Estados Gerais que foi o ponto inicial para o surgimento da Revolução Francesa.

7-REVOLUÇÃO FRANCESA
7.1-ASPECTOS GERAIS
Revolução Francesa significou basicamente o desmoronamento do Antigo Regime e a ascensão da burguesia ao poder na França, sendo que ela pode ser dividida nas seguintes partes, a saber: Assembleia Nacional (1789-1792), Convenção Nacional (1792-1795), Diretório (1795-1799), Consulado (1799-1804), Império (1804-1815) e Governo dos Cem Dias (1815).
A Revolução Francesa foi um dos fatos históricos mais relevantes da História da Humanidade cabendo lembrar que apesar de ter sido uma revolução burguesa os rebelados eram compostos por diversos setores da sociedade francesa e o seu lema era Liberdade, Fraternidade e Igualdade.
Podemos considerar como motivo para a eclosão da Revolução Francesa o fato da situação social da França estar bastante complicada (o que contribuía para desestabilizar o sistema social), destacando que a sociedade francesa estava dividida em estados/ordens (primeiro estado-clero, segundo estado-nobreza e terceiro estado-povo (tudo o que não estava no primeiro e segundo estado)) e o primeiro e o segundo estado terem privilégios que o terceiro estado não tinha como, por exemplo, a isenção de pagamentos de impostos.
Este fato foi um complicador muito grande tendo em vista que o terceiro estado compunha aproximadamente noventa e oito por cento de toda a população francesa no final do século XVIII, que apesar de ser a imensa maioria das pessoas residentes na França tinha a função de arcar basicamente com o funcionamento (pelo menos em sua maior parte) do Estado Francês, o que não ocorria com o primeiro e segundo estado.
Complementando tivemos na França a tentativa da burguesia de obter mais parcelas de poder e as ideias iluministas que serviram para questionamento da estrutura social (Antigo Regime) da sociedade francesa.
Um dos motivos para o surgimento da Revolução Francesa foi à grave situação econômica da França podendo destacar, por exemplo, a grande dívida externa (5.000.000.000,00 de libras esterlinas) que o governo francês tinha na época que correspondia a quase o dobro de todo o dinheiro que circulava na economia francesa.
É importante ressaltar que a ajuda prestada aos rebeldes estadunidenses na luta de Independência das Treze Colônias contribuiu diretamente para o agravamento das finanças públicas francesas, tendo em vista que a Coroa Francesa gastou muito dinheiro nesta empreitada.
Complicando ainda mais esta situação tivemos que tanto o setor agrícola como o setor “industrial” sofreu alguma forma de contratempo importante que contribuíram para piorar a situação da França.
Em relação ao setor agrícola, vale lembrar que por uma série de motivos ele não obteve uma colheita satisfatória dificultando a vida das pessoas em geral contribuindo assim que a sociedade francesa se desestabilizasse.
Complementando isto tivemos que o governo francês firmou um acordo (Tratado Éden-Raynel) com o governo britânico no ano de 1786 no qual ficou acertado que tecidos britânicos entrariam na França com tarifas alfandegárias reduzidas e vinhos franceses ingressariam na Inglaterra com tarifas alfandegárias reduzidas. Isto provocou dificuldades no setor têxtil francês o que acarretou desempregos piorando ainda mais a situação social da França, além de deixar insatisfeita a burguesia devido aos prejuízos provocados a ela.

7.2-PROCESSO REVOLUCIONÁRIO
7.2.1-ASSEMBLEIA NACIONAL
O monarca francês tentou contornar a precária situação da França não conseguindo êxito no seu intento, tendo em vista que os ministros das finanças (Anne Robert Jacques Turgot (1727-1781), Jacques Necker (1732-1804) e Charles Alexandre de Calonne (1734-1802)) ao tentarem cobrar imposto do primeiro e segundo estado encontraram resistência por parte desses dois setores da sociedade francesa, praticamente inviabilizando tal projeto.
De acordo grave situação econômica explicitada na França foi convocada pelo rei Luís XVI (1774-1792) a Assembleia dos Estados Gerais (não era convocada desde o ano de 1614 e foi instalada no Palácio de Versalhes) no dia 27 de dezembro de 1788 (sábado) havendo o intuito de encontrar a solução para tão grave situação o que acabou não ocorrendo tendo em vista que nesta assembleia houve uma grave divergência relativa ao sistema de votação entravando assim o encaminhamento da solução do problema.
Isto advém do fato que tradicionalmente nesta assembleia a votação era por estado, ou seja, um estado um voto, mas o terceiro estado não aceitou mais este tipo de votação tendo em vista que ela representava a maioria da população francesa e possuía 578 deputados na Assembleia dos Estados Gerais contra 270 deputados do segundo estado e 291 deputados do primeiro estado sendo que de modo geral o primeiro estado votava com o segundo estado ela sempre perdia qualquer votação.
Prosseguindo temos que o terceiro estado tentou alterar o sistema de votação para que cada deputado tivesse direito a um voto que seria mais vantajoso para ele visto que este estado tinha a maior bancada e como não obteve sucesso nesta empreitada ele se rebela reunindo-se no local onde era realizado o frontão (jogo da pela) do referido palácio formando assim a Assembleia Nacional Constituinte com o intuito de fazer uma constituição.
Neste contexto histórico surgiu o Juramento do Frontão que afirmava que as pessoas não iam acabar com a Assembleia Nacional Constituinte e iriam se reunir onde fosse necessário para garantir a feitura da constituição.
O rei Luís XVI num primeiro momento coloca-se contra a posição do terceiro estado de se reunir em separado para fazer a constituição tanto que ele começa a preparar tropas para resolver a questão o que não resolve piorando ainda mais a situação política da França, pois as pessoas começaram a pegar em armas para se defenderem do monarca francês.
Neste momento histórico temos o início do movimento revolucionário propriamente dito, tendo em vista que a população francesa organizou-se contra a atitude hostil do monarca em relação aos acontecimentos relativos à Assembleia Nacional Constituinte.
A população em geral foi em direção ao arsenal dos inválidos com o intuito de pegar armas e como não encontraram munições, a população vai para a Bastilha que era uma fortaleza na qual estava funcionando uma prisão e um depósito, conseguindo as tão desejadas munições. A Tomada da Bastilha (14.07.1789) acabou simbolizando o início da Revolução Francesa.
A rebelião se alastrou da cidade de Paris para diversos locais da França inclusive a região rural na qual os camponeses reagiram de forma bastante violenta contra as pessoas que as oprimiam.
Cabe lembrar que devido à grave situação o rei cedeu reconhecendo a legitimidade da Assembleia Nacional Constituinte (esta assembleia aprovou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão no dia 26.08.1789 (esta declaração consta no apêndice dezesseis) cuja função era servir de base para formação da constituição) determinando que o primeiro estado e o segundo estado se juntassem com o terceiro estado nesta assembleia e com o intuito de apaziguar os ânimos dos mais agitados esta assembleia tomou algumas medidas importantes, podendo citar a abolição do sistema feudal (4.08.1789) na qual foram abolidos os direitos feudais que a classe dominante tinha sobre os camponeses.
Depois dos trabalhos constituintes a constituição fica pronta no ano de 1791 (a Assembleia Nacional Constituinte se dissolveu transformando-se na Assembleia Legislativa) sendo que de modo geral foi uma constituição baseada nos interesses da burguesia cabendo lembrar que houve a instituição da igualdade legal (apesar disso não foi abolida a escravidão nas colônias francesas) não haveria privilégios devido à origem social da pessoa, a greve de empregados seria proibida e o voto seria censitário.
Com a implantação da constituição a monarquia absolutista foi substituída pela monarquia constitucional e o Estado foi dividido em três poderes (executivo, legislativo e judiciário), além de determinar que o voto fosse censitário.
Um fato histórico importante que aconteceu na época que se estava confeccionando a constituição foi à instituição por parte da Assembleia Nacional Constituinte da Constituição Civil do Clero no ano de 1790, que definiu os bens da Igreja Católica Apostólica Romana seriam incorporados ao governo para servir de lastro para a emissão dos assignats (dinheiro) e a submissão dessa instituição religiosa perante o Estado Francês.
Devido às estas medidas a Igreja Católica Apostólica Romana coloca-se contrária ao governo francês e a partir disso a França rompe as relações diplomáticas em 1791 com a Santa Sé.
Levando em consideração esta situação o clero francês acabou ficando dividido em dois grupos, a saber: juramento e refratário. O primeiro grupo acabou aceitando a Constituição Civil do Clero (alinhando-se assim com a Revolução Francesa) e o segundo grupo não aceitou (não se alinhando com a Revolução Francesa).
O monarca francês tentou fugir no ano de 1791 com o intuito de se juntar com os opositores da Revolução Francesa, entretanto ele acabou não conseguindo obter o seu objetivo devido ao fato dele ter sido preso perto da fronteira na cidade de Varennes. Apesar disso a França foi invadida e os invasores foram derrotados (20.09.1792) na Batalha de Valmy.
A Assembleia Legislativa determinou que o rei Luís XVII tivesse os direitos de monarca suspensos (sendo nomeado no seu lugar um conselho (com funções administrativas) que foi dirigido pela pessoa de Georges Jacques Danton).

7.2.2-CONVENÇÃO NACIONAL
Cabe lembrar que foi escolhida uma assembleia (Convenção Nacional) em substituição a Assembleia Legislativa com o objetivo de fazer uma nova constituição. A Convenção Nacional foi instalada no dia 21 de setembro de 1792 (sexta-feira) inaugurando uma nova fase na Revolução Francesa que ficou conhecida como Convenção Nacional.
A Convenção Nacional acaba com a monarquia e institui a república cabendo lembrar que o rei Luís XVI foi julgado e condenado a morte tendo sido guilhotinado no dia 21.01.1793. A concretização da pena de morte do monarca francês acabou provocando o surgimento de uma rebelião conservadora em Vendéia e da Primeira Coligação ambas vencidas pela França.
A constituição ficou pronta no mesmo ano de 1793 e o voto segundo este documento legal não seria censitário.
Vale lembrar que politicamente a Convenção Nacional estava dividida em três correntes políticas, a saber:
a-Girondino: era um grupo de direita que representava a alta burguesia, sendo conservadores e eram defensores da limitação política dos mais desfavorecidos socialmente;
b-Jacobino (Montanha): era um grupo de esquerda que representava a pequena burguesia e as classes sociais mais desfavorecidas socialmente, sendo a favor da igualdade;
c-Planície (Pântano): era um grupo de centro que representava a alta e a média burguesia e as suas posições políticas variavam de acordo com a situação.
Inicialmente os girondinos estavam no poder e depois os jacobinos ascenderam ao poder instalando realmente um governo revolucionário podendo destacar a instituição de uma legislação social (Lei dos Preços Máximos - esta lei controlava o preço dos alimentos).
Cabe lembrar que os jacobinos foram afastados do poder com o golpe deferido pela alta burguesia (girondinos), tendo este golpe o intuito de garantir os seus interesses e evitar a volta do Antigo Regime e o igualitarismo dos jacobinos, tanto que algumas medidas tomadas pelos girondinos foram revogadas neste período.

7.2.3-DIRETÓRIO
No ano de 1795 tivemos mais uma constituição (ela estabelece novamente o voto censitário) na França, sendo que ela instituiu o Diretório abrindo assim mais uma fase da Revolução Francesa chamada de Diretório. Diretório era o órgão que cuidaria dos assuntos executivos do governo sendo composto de cinco pessoas. O Diretório foi uma fase bastante conturbada da Revolução Francesa havendo várias rebeliões neste período cujo intuito básico era a mudança no comando político do país.

7.2.4-CONSULADO
Com a instabilidade do Diretório a burguesia achou por bem apoiar Napoleão Bonaparte com a intenção de estabilizar politicamente o país evitando maiores problemas, sendo que ele chegou ao poder através do Golpe do 18 do Brumário. Ao dar este golpe Napoleão Bonaparte acaba com o Diretório instalando o Consulado, sendo ele composto por três cônsules, que são os seguintes, a saber: Napoleão Bonaparte, Roger Ducos e Sieyès, sendo que no final de 1799 foi promulgada uma constituição que determinava que Napoleão Bonaparte fosse o primeiro-cônsul tendo muitos poderes.
O governo de Napoleão Bonaparte foi de grande satisfação para a burguesia a qual lhe deu como recompensa o título de cônsul vitalício podendo escolher o seu sucessor tendo este fato acontecido no ano de 1802. Neste contexto histórico no ano de 1804 tivemos o Código Napoleônico (código civil), cuja intenção era regular as relações sociais da sociedade francesa, tendo contemplado várias questões de interesse da burguesia.
Prosseguindo neste aspecto temos que abordar o fato da administração pública francesa ter sido organizada facilitando o bom desenvolvimento da economia da França. A fundação do Banco da França (detinha a responsabilidade de emitir dinheiro) e a formação de corpo de cobradores de imposto são dois exemplos desse aspecto histórico.
No campo social houve o término da desavença entre o Estado Francês e a Igreja Católica Apostólica Romana no ano de 1801 quando foi assinada a Concordata entre ambas as partes e determinou que as bulas papais só tivessem valor na França com o beneplácito do governo francês e o papa consideraria fato consumado a incorporação do patrimônio de sua instituição religiosa pelo Estado entre outras coisas.

7.2.5-IMPÉRIO
Aproveitando-se da situação política favorável a pessoa dele (ele tinha apoio político dentro da sociedade francesa) Napoleão Bonaparte instituiu um plebiscito no qual sessenta por cento dos votos foram no sentido de instalar a monarquia e Napoleão Bonaparte fosse o monarca tendo isto acontecido no ano de 1804.
Napoleão Bonaparte instituiu uma política de domínio (expansionista) em relação aos outros países europeus fazendo com que eles se posicionarem ainda mais contra a França contribuindo para a derrocada do Império Napoleônico.
Devido à dificuldade em derrotar o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda foi instituído por parte da França o Bloqueio Continental, cujo objetivo era evitar o comércio da Europa com o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda para que este país entrasse em colapso e consequentemente tivesse que pedir a paz com a França o que acabou não ocorrendo.
Continuando temos que o Império Francês acabou sentido dificuldades em manter o Bloqueio Continental contribuindo assim para o seu fim, pois as indústrias francesas não estavam conseguindo dar conta de abastecer o mercado europeu de produtos industrializados surgindo muita insatisfação em relação à França devido a isto.
Ligado a isto a Rússia rompe com o Bloqueio Continental e a França invade este país para mantê-lo neste bloqueio o que o Império Francês não consegue fazer e ainda é invadido por tropas de diversos países e Napoleão Bonaparte acaba abdicando do seu posto e fica na Ilha de Elba (localizada no Mar Mediterrâneo) e no seu lugar foi colocado Luís XVIII (tendo em vista que seu irmão Luís XVI e o sobrinho Luís XVII (filho do rei guilhotinado) terem morrido).

7.2.6-GOVERNO DOS CEM DIAS
Napoleão Bonaparte não se dá por derrotado e no início do ano de 1815 volta para a França e reassume o governo francês e consequentemente o conflito com as demais nações europeias ressurge e as tropas napoleônicas são derrotadas definitivamente na Batalha de Waterloo (18.06.1815). A partir dessa situação Napoleão Bonaparte foi aprisionado e confinado na Ilha de Santa Helena (Oceano Atlântico) tendo sido substituído no comando do governo francês por Luís XVIII.

7.3-CONGRESSO DE VIENA (1814-1815)
Tendo em vista o desenrolar da Revolução Francesa tivemos o Congresso de Viena que visava reorganizar o continente europeu devido o término dessa revolução. Este congresso decidiu adotar o Princípio da Legitimidade, princípio este que definia que a situação política anterior a Revolução Francesa deveria ser restabelecida (consequentemente os monarcas (ou os seus herdeiros) deveriam ser reconduzidos aos seus respectivos tronos) e as fronteiras restabelecidas. Este princípio foi proposto pelo representante francês (Klemens Wenzel Nepomuk Lothar von Metternich (1773-1859)) neste congresso tendo em vista a preocupação da França em ser severamente punida pelos demais países que faziam parte do Congresso de Viena.
Complementando não poderíamos deixar de mencionar que este congresso decidiu que a França deveria pagar 700.000.000,00 de francos aos vencedores e ceder diversas fortalezas aos austríacos e prussianos.
A partir daí tivemos a formação da Santa Aliança que foi um acordo entre Áustria, Prússia e Rússia para evitar o sucesso por parte dos movimentos de contestação da ordem vigente, através da intervenção militar onde fosse necessário (este projeto só obteve êxito parcial).
A Revolução Francesa mais precisamente as Guerras Napoleônicas foram relevantes para a independência política da América Latina.

TEXTO PARA REFLEXÃO
Assim a história é a relação, a conjunção, estabelecida, por iniciativa do historiador, entre dois planos de humanidade, o passado vivido pelos homens de outrora, o presente onde se desenvolve o esforço de recuperação desse passado em benefício dos homens que virão. (...)” Henri-Irénée Marrou (1904-1977)
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