HISTÓRIA ANTIGA 
1-APRESENTAÇÃO
Com o surgimento da escrita temos formalmente  o surgimento da História da qual o primeiro período foi a História Antiga (4000 a.C.-476 d.C.)  sendo caracterizado pela formação de diversos impérios dos quais podemos citar como exemplo os seguintes, a saber: Império Acádio, Império Assírio, Império Babilônico, Império Chinês, Império Persa, Império Macedônico, Império Sassânida e Império Romano. Podemos destacar como conflitos armados importantes para a sociedade humana ocorridos durante a História Antiga os seguintes, a saber: Guerras Persas (499 a.C.-479 a.C.), Guerra do Peloponeso (431 a.C.-404 a.C.), Primeira Guerra Púnica (264 a.C.-240 a.C.), Segunda Guerra Púnica (220 a.C.-202 a.C.) e Terceira Guerra Púnica (150 a.C.-146 a.C.).
Durante a História Antiga o império mais importante da Bacia Hidrográfica do Mar Mediterrâneo foi o Império Romano, cabendo ressaltar que a partir do latim (língua básica desse império) acabou servindo de base para o surgimento de diversas outras línguas (castelhano, francês, italiano, português e romeno). É importante ressaltar que durante esta fase histórica surgiu os fundamentos básicos da civilização ocidental (direito romano, filosofia grega e religião cristã). Em relação a filosofia grega podemos destacar como expoente dessa área do conhecimento humano os seguintes, a saber: Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.), Platão (427 a.C.-347 a.C.) e Sócrates (470 a.C.-399 a.C.). Em relação a esta instituição humana podemos destacar como expoente desse aspecto cultural os seguintes, a saber: Jesus Cristo e os Doze Apóstolos. Em relação ao direito romano podemos destacar como expoente dessa área do conhecimento humano os seguintes, a saber: Eneu Domício Ulpiano (150-223), Masúrio Sabino (data de nascimento e falecimento desconhecida) e Sérvio Sulpício Rufo (106 a.C.-43 a.C.). A seguir veremos os principais aspectos da História Antiga.

2-EGITO ANTIGO
2.1-ASPECTOS GEOGRÁFICOS
O Egito Antigo localizava-se no nordeste do continente africano, sendo delimitado ao norte pelo Mar Mediterrâneo, ao sul pela Sudão (Núbia), a oeste pelo Deserto da Líbia e por fim a leste pelo Mar Vermelho.
O Egito Antigo era um país desértico cabendo lembrar que como em outras partes do planeta Terra, os rios de modo geral tiveram uma relevância muito grande para a vida das pessoas, como, por exemplo, servindo de transporte e alimentação através da pesca.
No caso do Egito Antigo nós estamos nos referindo ao Rio Nilo (este rio é composto basicamente pela junção do Rio Nilo Azul que nasce na Etiópia e o Rio Nilo Branco que nasce em Uganda), que é um dos maiores e mais importante rio do mundo tendo aproximadamente 6.500 quilômetros de extensão.
Este rio é bastante relevante para o Egito Antigo por causa de um fenômeno natural que são as enchentes, as quais acontecem normalmente entre os meses de julho e novembro. Estas enchentes fertilizam as margens desse rio, pois quando as águas saem de suas margens depositam material orgânico nelas e com isso a agricultura é diretamente afetada (facilitada). Isto acontecesse devido ao fato que as plantas se desenvolvem com mais facilidade (devido à fartura de nutrientes encontrados no solo) contribuindo assim que a plantação produza uma grande quantidade de alimentos e temos como consequência direta desse fenômeno natural o abastecimento da população egípcia sem risco.

2.2-ASPECTOS POLÍTICOS
A História do Egito Antigo pode ser dividida em duas partes, a saber: Período Pré-dinástico (5000 a.C.-3200 a.C.) e o Período Dinástico (3200 a.C.-525 a.C.).
O Período Pré-dinástico tem o seu início quando há formação dos primeiros grupamentos humanos (nomos) no Egito Antigo e terminou quando este país é unificado politicamente.
O processo de centralização do Estado Egípcio deu-se aos poucos, tendo o início em 5000 a.C. quando tivemos o despertar da junção de várias tribos formando os nomos (cujo líder era o nomarca) que ao longo dos anos acabaram formando dois reinos o do Baixo Egito (norte) e do Alto Egito (sul). Aproximadamente no ano de 3200 a.C. estes dois reinos foram unificados por Mnesés chefe do Alto Egito que com isso funda a primeira dinastia do Egito Antigo tornando-se assim o primeiro faraó da civilização egípcia.
De modo geral o processo de centralização deu-se pela necessidade dos habitantes da região ocupada pelo Egito Antigo de trabalharem (podemos citar como exemplo desses trabalhos barragens e canais de irrigação) para a melhor utilização do Rio Nilo (mais especificamente em relação às enchentes).
Com a unificação do Egito Antigo a situação dos nomos e dos nomarcas é alterada, ressaltando que os nomarcas viraram funcionários escolhidos pelo próprio faraó para administrar os nomos, sendo que de modo geral os nomarcas eram escolhidos dentro da classe dominante egípcia e a capital do Egito Antigo foi inicialmente instalada na cidade de Tinis e depois transferida para Mênfis.
O Período Dinástico pode ser dividido em três períodos que são os seguintes, a saber: Antigo Império (3200 a.C.-2000 a.C.), Médio Império (2000 a.C.-1580 a.C.) e Novo Império (1580 a.C.-525 a.C.). Cabe ressaltar que a primeira fase é conhecida como Império Menfita, pois o centro do poder estava localizado na cidade de Mênfis, a segunda fase é conhecida como primeiro Império Tebano, pois o centro de poder estava localizado na cidade de Tebas e a terceira fase é conhecida como Segundo Império Tebano, pois o centro de poder estava localizado na cidade de Tebas.
No Antigo Império tivemos a invasão de povos nômades e rebeliões camponesas que colaboraram para o enfraquecimento do Estado Egípcio, sendo que no ano de 2280 a.C. o Egito Antigo esfarelou-se em quatro regiões autônomas (independentes).
No Médio Império houve a centralização política de novo através da classe dominante de Tebas (mais precisamente através da pessoa de Amósis I), tendo sido a capital do Egito Antigo colocado em Tebas.
Não poderíamos deixar de mencionar que foram neste período histórico que tivemos a invasão do Egito Antigo pelos hicsos (era um povo nômade que ficou aproximadamente dois séculos nessa região) facilitado pelas disputas políticas internas, rebeliões de escravos e camponeses devido a problemas relacionados à colheita. Com a invasão desse povo a capital do Egito Antigo foi colocada na cidade de Ávaris.
Durante o Médio Império tivemos a entrada do povo judeu (veremos mais sobre este povo tão importante para a História da Humanidade numa oportunidade mais apropriada) no Egito.
No Novo Império tivemos a expulsão dos hicsos e a volta da cidade de Tebas como a capital do Egito Antigo e a fuga dos judeus (sendo ela liderada por Moisés).
O máximo de esplendor egípcio foi alcançado neste período histórico podendo destacar especificamente o faraó Tutmés III (1480 a.C.-1448 a.C.) no qual o Egito Antigo chegou à extensão máxima do seu território.
Vale ressaltar que apesar de todo este esplendor foi neste período histórico que o Egito Antigo entrou definitivamente em decadência, sendo conquistado pelos persas (rei Cambises) em 525 a.C. na Batalha de Pelusa, sendo que os egípcios só conseguiram a sua independência política definitiva no ano de 1922 ao saírem do julgo dos britânicos.

2.3-ASPECTOS SOCIAIS
2.3.1-ESTRUTURA SOCIAL
A sociedade egípcia era extremamente desigual havendo basicamente dois grupos sociais, a saber: classe dominante e classe dominada.
A classe dominante era composta basicamente pela nobreza, sacerdotes e escribas.
A nobreza era responsável pela alta administração pública e principais cargos da área militar enquanto os sacerdotes eram responsáveis pela área religiosa e os escribas eram membros da administração.
A classe dominada englobava a grande maioria da população do Egito Antigo, sendo basicamente compostos por artesãos, felás e escravos.
Os primeiros eram de modo geral trabalhadores citadinos (da cidade) podendo destacar ferreiro, ceramista, carpinteiro, barbeiro e tecelão enquanto os felás (constituíam a maioria das pessoas) trabalhavam basicamente na agricultura.
Por fim temos os escravos que de modo geral eram prisioneiros de guerra (estrangeiros) ou pessoas que por ventura não pagaram alguma dívida, sendo que eles trabalhavam em atividades que exigiam muito esforço físico como pedreira.
Cabe ressaltar que o faraó e a sua família tinham uma posição destacada dentro da sociedade egípcia e devido a sua inserção nela eles tinham uma posição acima das classes dominante e dominada.

2.3.2-ESTRUTURA RELIGIOSA
Inicialmente temos que a religião dos egípcios era politeísta (tinha pelo menos 2.000 deuses) podendo destacar entre outros deuses os seguintes, a saber: Amon,Anúbia, Apah, Ápis, Aton, Geb, Hathor, Hórus, Ísis, Khepra, Konsu, Maat, Néftis, Nut, Osíris, Ptah, Rá, Seth, Shu, Sobeque, Taueret e Thot.
Os egípcios representavam os deuses sob três formas básicas que são as seguintes, a saber: antropomorfismo (forma humana), antropozoomorfismo (forma mista) e zoomorfismo (forma animal).
A religião egípcia tinha cunho moral, sendo que as pessoas falecidas seriam julgadas pelo deus Osíris que de acordo com o resultado do julgamento as pessoas iam ou não ter uma vida após a morte de tranquilidade e sem maiores problemas.
A vida depois a morte só se daria com a conservação do cadáver do falecido e a alma da pessoa voltaria a habitar o cadáver da pessoa morta, cabendo lembrar que havia um livro que tinha a função de servir como manual para a viagem entre a vida e a morte. Atualmente este livro é conhecido como Livro dos Mortos apesar de que entre os egípcios era conhecido como Livro Para Sair à Luz do Dia.
A partir disso tivemos o surgimento da mumificação (processo de conservação de cadáver), cabendo lembrar que a conservação dos cadáveres não era privilégios apenas das classes dominantes egípcias tendo em vistas que as classes dominadas dessa civilização também tinham os seus cadáveres mumificados. O que diferenciava o processo de mumificação feito entre os dois grupos sociais é o fato que a mumificação destinada a classe dominante era mais sofisticada (mais cara), enquanto a mumificação destinada a classe dominada era menos sofisticada (menos cara).
Em relação ao sepultamento dos egípcios cabe lembrar que havia três tipos de túmulos destinados a realeza egípcia que eram os seguintes, a saber: hipogeus (túmulo subterrâneo localizado nas montanhas), mastabas (túmulo recoberto de tijolos que aumentou de tamanho ao longo dos tempos tomando a forma piramidal) e pirâmide (túmulo mais conhecido do Egito Antigo e como o próprio nome indica tem o formado de uma pirâmide).
O faraó Amenófis IV (1353 a.C.-1336 a.C.) tentou implementar uma reforma religiosa visando acabar com o politeísmo e a instituir o monoteísmo (culto a Aton). Esta política tinha como objetivo básico quebrar o poder dos sacerdotes do culto a Amon que de modo geral estavam ameaçando o poder laico com a sua força.
O faraó Amenófis IV chegou a mudar o seu nome para Akenaton que entre outras versões pode ser traduzido como “sacerdote de Aton”.
Esta reforma político-religiosa não deu certa tendo em vista o politeísmo estar muito entranhado na sociedade egípcia e os sacerdotes do culto de Amon reagir veementemente a esta política faraônica.

2.3.3-ESTRUTURA ECONÔMICA
A economia egípcia era controlada pelo Estado e baseada na servidão coletiva (a população em geral era obrigada a trabalhar em obras do Estado (depósito de armazenagem, templo, palácio, monumento funerário e irrigação)).
A economia egípcia era baseada na agropecuária (cultivavam algodão, cevada, frutas, gergelim, lentilha, legumes, linho, milho, papiro, trigo e verdura e criavam asno, boi, cabra, carneiro, cavalo, ganso e pato) e comércio exterior (exportação de cerâmica, linho e trigo e importação de marfim, pele de animais e perfume).

2.3.4-CONHECIMENTO CIENTÍFICO
As ciências foram desenvolvidas devido às necessidades cotidianas no Egito podendo citar as seguintes, a saber:
a-Astronomia: esta ciência se desenvolveu devido às necessidades da navegação e agricultura;
b-Matemática: esta ciência se desenvolveu devido às necessidades da administração pública e comércio.

2.3.5-ESCRITA EGÍPCIA
No Egito Antigo houve três formas de escrita, sendo que a primeira escrita surgiu ainda no Período Pré-dinástico e era chamado de escrita hieroglífica e de modo geral a sua utilização dava-se em atividades religiosas. Esta forma de escrita tinha uma característica interessante que era o fato que cada sinal dela representar determinada coisa em vez de representar uma letra.
A partir dessa forma de escrita surgiu a escrita hierática que era utilizada em documentos em geral e a escrita demótica (anteriormente ela era conhecida como epistolográfica) que era de uso mais difundido entre a população em geral.
A decifração da escrita egípcia aconteceu a partir da descoberta da Pedra de Rosetta no ano de 1799 por parte de um oficial francês que fazia parte das tropas francesas que combatiam as tropas britânicas no Egito. Jean-François Champollion (1790-1832) conseguiu decifrar a escrita hieroglífica a partir do texto grego que também estava nesta pedra.
Esta atividade tão árdua teve o término no ano de 1822, significando um grande avanço nos estudos sobre o Egito Antigo, pois possibilitou a leitura de textos da época fazendo que nós tivéssemos maiores conhecimentos sobre os egípcios antigos.

3-ORIENTE MÉDIO
3.1-MESOPOTÂMIA
3.1.1-ASPECTOS GEOGRÁFICOS
Aqui trataremos não de um grupo étnico e sim de uma região chamada Mesopotâmia (este termo significa “entre rios), tendo aproximadamente 140.000 quilômetros quadrados de extensão sendo banhado no oeste pelo Rio Eufrates (2.800 quilômetros de extensão) e leste pelo Rio Tigre (1.500 quilômetros de extensão). Estes dois cursos d´água juntam-se formando um terceiro curso d´água chamado de Rio Chat-el-Arab que deságua as suas águas no Golfo Pérsico.
Esta região está localizada dentro do Crescente Fértil (região localizada na África e Ásia com o formado de uma lua crescente sendo caracterizado pela fertilidade das terras originando daí o nome dela), sendo delimitada ao norte pelos Montes Zagros, ao sul pelo Golfo Pérsico e a oeste pelo Deserto da Arábia e a leste pelo Planalto do Irã.
Continuando temos que a Mesopotâmia era dividida basicamente em duas regiões uma ao norte que era conhecida como Alta Mesopotâmia ou Assíria (é basicamente uma região montanhosa) e a outra localizada ao sul conhecida como Baixa Mesopotâmia ou Caldeia (é basicamente uma planície).
Em relação à Mesopotâmia é interessante ressaltar que de modo geral os seus territórios estão ocupados pelos seguintes países, a saber: Arábia Saudita, Irã, Iraque (principalmente), Jordânia, Kuwait e Síria.
Continuando a análise histórica sobre a Mesopotâmia temos que ressaltar que esta região tinha algumas semelhanças importantes com o Egito Antigo como à economia baseada na agricultura e a grande relevância dos rios Nilo (no caso do Egito Antigo) e Eufrates/Tigre (no caso da Mesopotâmia) para a vida deles, tendo em vista que estes rios fertilizam as suas margens quando há inundação a inundação por parte desses cursos d’água.

3.1.2-ASPECTOS POLÍTICOS
Esta região foi povoada por diversos povos podendo destacar os seguintes, a saber:
a-Sumérios (4000 a.C.-1900 a.C.): este povo desenvolveu uma série de obras (diques, reservatórios e canais de irrigação) com o intuito de lidar melhor com os rios Eufrates e Tigre, tendo como preocupação principal as grandes inundações oriundas desses dois cursos d`água.
A população suméria desenvolveu um sistema de escrita conhecido como cuneiforme que é caracterizado pelo fato que cada sinal representava uma concepção.
As cidades-estados sumérias eram independentes entre si até aproximadamente 2330 a.C. quando foram unificadas pelo rei Sargão I.
b-Amoritas (1900 a.C.-1600 a.C.): este povo fundou o Primeiro Império Babilônio ao tomarem quase toda Mesopotâmia, podendo destacar o rei Hamurábi neste processo histórico.
É bom lembrar que um dos principais aspectos do seu governo foi o Código de Hamurábi (conjunto de leis) que foi um dos primeiros códigos legais do mundo determinava basicamente que as punições a serem executadas deveriam ser do mesmo nível aos crimes cometidos (“olho por olho, dente por dente”). Cabe ressalvar que a posição social da vítima e do agressor alterava a punição.
b-Hititas (1600 a.C.-1200 a.C.): este povo fundou um grande império, tendo sido capital a cidade de Hattusa (Hattusha).
c-Assírios (1200 a.C.-612 a.C.): este povo formou um grande império, tendo sido a capital dele as cidades de Nínive e Assur de forma alternada.
d-Caldeus (612 a.C.-539 a.C.): este povo formou um grande império chamado de Neobabilônio ou Segundo Império Babilônio.

3.1.3-ASPECTOS SOCIAIS
De modo geral os moradores da Mesopotâmia eram politeístas e acreditavam em adivinhação, ou seja, achava que era possível a pessoa “descobrir/saber” o desejo dos deuses usando entre outras coisas a astrologia (inventada na própria Mesopotâmia).

3.2-FENÍCIA
3.2.1-ASPECTOS GEOGRÁFICOS
A Fenícia era localizada numa estreita faixa de terra localizada entre o mar e a montanha no local ocupado aproximadamente pelo Líbano cabendo lembrar que este grupo étnico ocupou esta região ainda na Pré-história.

3.2.2-ASPECTOS POLÍTICOS E SOCIAIS
Politicamente os fenícios estavam organizados em cidades-estados, ou seja, estavam organizados de forma descentralizada havendo para cada cidade-estado um rei. Interessante citar que os fenícios fundaram aproximadamente 300 cidades-estados podendo citar como exemplo de cidades-estados fenícias as seguintes, a saber: Biblos, Sídon, Tiro, Ugarit (Ásia), Beirute, Cartago (África), Marselha (França), Cádiz e Sevilha (Espanha).
Uma das principais senão a mais relevante atividade econômica exercida pelos fenícios durante a sua história foi o comércio marítimo, sendo que as cidades-estados fenícias eram de modo geral controladas pelos donos de embarcações e grandes comerciantes formando uma telassocracia. É interessante ressaltar que os fenícios eram exímios navegadores, tanto que no século VII a.C. eles foram contratados pelo faraó Necao II (610 a.C.-595 a.C.) para fazer a circunavegação do continente africano.
Tendo em vista as suas atividades comerciais surgiu à necessidade por parte dos fenícios de registrar as coisas de forma mais simples. Isto se manifestou com a criação de uma escrita baseada no alfabeto (tinha vinte e duas letras cada uma correspondendo a um som da voz). A partir disso tivemos o surgimento dos seguintes alfabetos, a saber: árabe, aramaico, grego, hebreu, indiano, latino e russo.
Os fenícios do ponto de vista étnico eram semitas.
Os fenícios eram politeístas havendo em cada cidade-estado vários deuses, podendo citar como exemplo os seguintes, a saber: Aliyan, Astarte, Baal e Melkart.

3.3-HEBREU
3.3.1-ASPECTOS POLÍTICOS
Em relação à História dos Hebreus pelos menos na época em que estamos tratando pode ser dividida em três fases, a saber: Período dos Patriarcas, Período dos Juízes e Período dos Reis.

3.3.1.1-PERÍODO DOS PATRIARCAS
Inicialmente os hebreus viviam no sul da Mesopotâmia (cidade de Ur) e o seu primeiro líder (patriarca) foi Abraão que começou instruir o povo judeu no monoteísmo (o culto único e exclusivo para Deus). Neste momento os hebreus começaram a sua peregrinação em direção a Canaã/Palestina chegando nesta região em torno de 2000 a.C..
Devido às dificuldades que estavam passando (vide a fome oriunda de secas na região da Palestina) eles emigraram em direção ao Egito aproximadamente em 1700 a.C. com a intenção de superar esta dificuldade.
Cabe lembrar que depois da expulsão do povo hicso do Egito os judeus foram feitos escravos pelos egípcios. Os judeus conseguiram sair do controle egípcio em torno de 1250 a.C. quando eles vão do Egito em direção à Palestina sob a liderança de Moisés, cabendo lembrar que os hebreus demoraram quarenta anos para chegarem a Canaã, tendo passado este tempo todo no deserto.
Durante esta viagem os judeus receberam os Dez Mandamentos (foram escritos nas Tábuas da Lei) de Deus através de Moisés tendo isto ocorrido no Monte Sinai.

3.3.1.2-PERÍODO DOS JUÍZES
Durante o Período dos Juízes os judeus travaram uma série de batalhas com o intuito de ocupar a Palestina, sendo que neste momento histórico os hebreus estavam divididos em doze tribos e havia a figura do juiz (líder judeu escolhido para chefiar os hebreus quando havia alguma questão em comum entre as diversas tribos judaicas podendo destacar Sansão, Gideão e Gefté entre outros).

3.3.1.3-PERÍODO DOS REIS
No Período dos Reis tivemos a unificação do povo hebreu e a instituição da monarquia podendo destacar basicamente os seguintes reis: Saul (1010 a.C.-1006 a.C.), Davi (1006 a.C.-966 a.C.) e Salomão (966 a.C.-926 a.C.).
O esplendor da monarquia hebraica deu-se com Salomão sendo que depois de sua morte o Reino Hebraico foi dividido em duas partes, a saber: Reino de Israel (composto por dez tribos) com capital em Samaria e o Reino de Judá (composto por duas tribos) com capital em Jerusalém. Esta divisão deu-se devido a divergências entre as diversas tribos judaicas e pelos altos impostos cobrados pelo então falecido rei Salomão. Esta divisão ficou conhecida como Cisma Hebreu (926 a.C.).
Em 722 a.C. o Reino de Israel caiu nas mãos dos assírios (as tribos que o compunha simplesmente somem dos registros da História da Humanidade) e o Reino de Judá caiu nas mãos dos babilônios no ano de 587 a.C..
De modo geral os judeus ficaram presos na Babilônia até o ano de 539 a.C. quando o Império Persa anexou à Babilônia e liberou os judeus do cativeiro tendo a autorização para voltar para a Palestina (esta região sob a dominação persa virou uma satrápia).
Com este retorno houve a reconstrução do templo de Jerusalém (templo construído por Salomão que tinha sido destruído pelos babilônios quando tomaram a cidade de Jerusalém).
Durante a dominação romana houve uma rebelião judaica contra a mesma a qual foi severamente controlada. Isto aconteceu durante o governo de Tito mais exatamente no ano de 70 d.C. e neste momento os judeus dispersaram-se pelo mundo fato histórico conhecido como Diáspora.
Nesta revolta a cidade de Jerusalém foi destruída e o segundo templo de Jerusalém não foi poupado sobrando apenas uma parede que atualmente é o muro das lamentações.

3.3.2-ASPECTOS RELIGIOSOS
A religião judaica é extremamente enraizada na cultura judaica moldando-a de forma bastante peculiar, cabendo ressaltar que esta cultura é de suma importância para a compreensão da sociedade ocidental, devido ao fato que ela serviu de base para a formação do cristianismo religião que moldou de forma crucial esta sociedade.

3.4-MEDO E PERSA
3.4.1-ASPECTOS POLÍTICOS
Houve várias migrações indo-europeias ao longo do tempo em direção ao Planalto do Irã, região localizada a leste da Mesopotâmia, sendo que a região a qual estamos tratando não era muito fértil sendo basicamente composta de desertos.
Em relação a estes povos podemos mencionar que no século VIII a.C., eles estavam organizados em países, merecendo atenção aos medos que se fixaram ao sul do Mar Cáspio e os persas que estavam localizados a leste do Golfo Pérsico.
É bom ressaltar que num primeiro momento o Reino da Pérsia estava sob influência (domínio) do Reino da Média (medo) que era um reino que teve certo predomínio na região na qual se localizava.
Esta situação não duraria por toda a eternidade, pois o Ciro I (559 a.C.-529 a.C.) da Pérsia consegue reverter à situação destronando o rei medo e impondo a preponderância persa.
Este rei persa iniciou um processo de expansão geográfica no qual o Império Persa acabaria conquistando uma grande área, sendo que o monarca Ciro I adotou uma política conciliatória e tolerante com os povos que estavam sob seu controle.
Ciro I morreu e o trono persa passou para o seu filho Cambises I (529 a.C.-522 a.C.) que dá prosseguimento a sua política expansionista, mas sem manter a mesma política conciliatória e tolerante com os povos dominados do seu reino.
Cambises I foi sucedido por Dario I (522 a.C.-486 a.C.) sendo que durante a sua permanência no trono o Império Persa chega ao seu apogeu (alcançando aproximadamente 5.000.000 de quilômetros quadrados) e a prática conciliatória e tolerante desse império com os povos por ele dominado volta a ser aplicada. O Império Persa tentou anexar as cidades-estados gregas em três ocasiões não tendo obtido sucesso nesta empreitada. Com as tentativas fracassadas de dominar o mundo grego o Império Persa ficou enfraquecido e isto contribuiu para o seu fim que ocorreu em 331 a.C. durante o reinado de Dario III quando as tropas persas foram derrotadas pelas tropas macedônias na Batalha de Arbelas.

3.4.2-ASPECTOS ADMINISTRATIVOS E ECONÔMICOS
Num primeiro momento o Império Persa tinha uma economia baseada na agricultura e criação de animais, mas é bom ressaltar que ao tomar outras regiões, elas mantiveram as suas atividades econômicas e tendo em vista a coesão política houve o incentivo das atividades comerciais e artesanais.
Para facilitar a manutenção da coesão do imenso império foram desenvolvidas as comunicações dentro dele. Neste aspecto podemos destacar a feitura de estradas mais especificamente a que ligava Susa (localizada perto do Golfo Pérsico) a Sardes (localizada perto do Mar Mediterrâneo) tendo em torno de 2.500 quilômetros de distância.
Com o intuito de melhorar a administração do Império Persa ele foi dividido por Dario I em satrápias que eram governadas pelos satrápas (eram escolhidos pelo rei), os quais tinham amplos poderes no âmbito administrativo, judicial e militar.
Para evitar um excesso de poder por parte dos sátrapas havia dois auxiliares, que cuidavam das comunicações e das tropas.
Complementando não poderíamos deixar de mencionar que Dario I com a intenção de melhorar a administração (mais precisamente a cobrança de imposto) e incentivar o comércio criou uma moeda de ouro (dárico) de circulação em todo o império, sendo que ele não proibiu a circulação faz moedas locais.

3.4.3-ASPECTOS RELIGIOSOS
Os persas inicialmente eram politeístas, sendo que depois começaram a seguir os ensinamentos de Zoroastro (628 a.C.-551 a.C.), nos quais o mundo havia um antagonismo que era a luta entre o bem (Ormuz, Ahura-Mazda ou Ormuz-Mazda) e o mal (Arimã ou Ariman), que as pessoas que seguissem  o bem seriam recompensados e as pessoas que seguissem o mal seriam punidas. O bem e o mal lutariam até a vitória do bem, sendo que com a vitória do bem começaria no mundo uma vida sem problemas.
Os seguidores do zoroastrismo acreditavam que três dias depois da morte da pessoa ela seria julgada e se condenada iria passar por sofrimentos caso, contrário (absolvição) teria uma vida após a morte sem sofrimentos havendo a possibilidade da pessoa não ser condenada e não ser absolvida sendo que neste caso ela ficaria num local que seria o “correspondente” ao purgatório dentro da cultura católica.
As bases dessa religião estariam registradas no livro Avesta (Zend-Avesta) que teria sido escrito por Zoroastro (Zaratustra e Zoroaster).
O zoroastrismo influenciou outras religiões podendo destacar o mitraísmo, gnosticismo e maniqueísmo.

4-EXTREMO ORIENTE
O Extremo Oriente é uma das regiões mais interessantes do ponto de vista histórico englobando a China (o país mais populoso do mundo), Coreia (atualmente é o único país do mundo que permanece dividido em duas partes (Coreia do Norte e Coreia do Sul), divisão ocorrida no ano de 1948), Japão (aliou perfeitamente as tradições milenares com a modernidade ocidental) e a Mongólia (este país não tem acesso ao mar).
Analisaremos nesta parte os aspectos geográficos e históricos dessa relevante parte do mundo durante a Idade Antiga e a Idade Média.

4.1-ASPECTOS GEOGRÁFICOS
A Ásia é o maior continente do planeta em termos de espaço físico possuindo aproximadamente 44.300.000 quilômetros quadrados, o que corresponde a um valor em torno de trinta por cento das terras emersas.
Cabe lembrar que toda a sua superfície está localizada no hemisfério oriental enquanto a imensa maioria de suas terras está alocada no hemisfério setentrional.
Devido a esta grande diversidade a Ásia pode ser dividida em quatros partes: Ásia Ocidental (Oriente Médio), Ásia Meridional e de Sudeste, Ásia Oriental (Extremo Oriente) e Ásia Setentrional e Central.
O Extremo Oriente é composto pelos seguintes países, a saber: China, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Japão e Mongólia. Essa região da Ásia pode ser dividida em duas partes: Parte Continental e Parte Insular.
A China engloba uma área territorial de 9.596.961 quilômetros quadrados, tendo um clima de montanha a oeste e sudeste, árido frio a norte, nordeste e centro e monção no litoral e no sul. Pequim é a capital desse país.
A Coreia (Coreia do Norte e Coreia do Sul) engloba uma área territorial de 222.379 quilômetros quadrados tendo um clima temperado continental. Pyonguang é a capital da Coreia do Norte e Seul é a capital da Coreia do Sul.
O Japão engloba uma área territorial de 372.824 quilômetros quadrados, tendo um clima temperado continental ao norte e subtropical ao sul. Tóquio é a capital desse país.
A Mongólia engloba uma área territorial de 1.564.160 quilômetros quadrados, tendo um clima temperado continental árido ao sul e árido frio ao norte. Ulan-Bator é a capital desse país.

4.2-ASPECTOS HISTÓRICOS
4.2.1-CHINA
Os primeiros habitantes da China começaram a habitar este local aproximadamente há 30000 anos (Pré-história (Paleolítico)), cabendo lembrar que em torno de 5000 a.C. (Pré-história (Idade dos Metais)) as primeiras aldeias formadas. De modo geral elas se localizavam nas imediações dos rios e eram chefiados por mulheres, além de praticarem a agricultura (em especial a cultura do arroz).
O grande desenvolvimento da agricultura no Vale do Rio Amarelo favoreceu o surgimento de diversas comunidades que ao longo do tempo formaram diversos Estados (geralmente de tamanho reduzido) cuja chefia era passada através de laços de parentesco.
Estes Estados foram unificados em torno de em torno de 2200 a.C. por Yü, o Grande o fundador da dinastia Xia (século XXIII a.C.-século XVIII a.C.). A China durante esta dinastia detinha aproximadamente 1600 quilômetros quadrados de área territorial.
Durante a dinastia Shang (século XVIII a.C.-século XI a.C.) a China detinha 100.000 quilômetros quadrados de área territorial e a sociedade chinesa passou por um grande desenvolvimento, tendo em vista a criação de uma escrita que seria a origem da escrita chinesa atual, criação de um calendário (tinha 365 dias), criação de instrumentos musicais (tambores e sinos) e a descoberta da técnica de fabricação de seda tendo como origem os casulos do bicho-da-seda. A dinastia Shang foi substituída pela dinastia Zhou (século XI a.C-210 a.C.).
A dinastia Qin (221 a.C.-206 a.C.) foi fundada por Qin Shi Huangdi (221 a.C.-210 a.C.) que vem a ser o primeiro imperador chinês e quem ordenou o início da construção da Muralha da China.
Essa dinastia foi caracterizada por exercer o governo de forma muito centralizado o que acabou levando a uma série de revoltas que teve como resultado final a substituição dela pela dinastia Han (206 a.C.-220 d.C.).
A dinastia Han em diversos aspectos deu continuidade administrativa a uma série de procedimentos praticados pela dinastia anterior, cabendo lembrar que nem tudo que foi feito nesta dinastia foi continuação da dinastia Qin.
Durante a dinastia Han tivemos um grande desenvolvimento da agricultura tendo em vista o uso de ferramentas de ferro ter expandido bastante e as queimadas terem sido substituídas pela irrigação.
Prosseguindo a análise histórica da China é relevante mencionar que o período compreendido pelos anos de 220-581 ficou conhecido como Idade Média Chinesa tendo em vista que o Estado Chinês passou por um processo político de enfraquecimento (descentralização) muito forte, o setor urbano esfarelou-se e por fim tivemos o aumento do interesse pelos assuntos religiosos. Estas características lembram alguns aspectos da sociedade medieval europeia.
A dinastia Sui (581-618) foi fundada por Yang Cien (Wen-Ti) que governou a China entre os anos de 581-604, cabendo lembrar que seu sucessor (Yang-Kuang (Yang-Ti)) durante o seu governo (604-618) restabeleceu o comércio com a Índia e a Pérsia.
Durante a dinastia Tang (618-907) tivemos um grande desenvolvimento da sociedade Chinesa que infelizmente acabou de uma forma bastante infeliz tendo em vista esta dinastia foi substituída por cinco dinastias que prevaleceram entre os anos de 907-960 (período de tempo foi de extrema instabilidade social).
Durante os anos de 907-960 a China esteve descentralizada politicamente, mas com a ascensão da dinastia Song (960-1279) este país asiático centraliza-se politicamente.
Na época que a dinastia Song estava governando na China os mongóis começam a invadir este país e durante esta invasão tivemos a fundação da dinastia Yüan (1206-1368) que é de origem mongol.
Os governantes dessa dinastia foram os primeiros estrangeiros a governarem a China e apesar de serem sinófilos (simpatizantes da cultura chinesa), os chineses interpretavam os mongóis como estrangeiros.
A partir desse contexto histórico os mongóis foram expulsos do comando da China através de uma rebelião contra a sua liderança. Esta rebelião foi liderada por Chu Yuan-chang que fundou a dinastia Ming (1368-1644).
A última dinastia chinesa foi à dinastia Mandchu (1644-1911) quando tivemos a implantação da república em substituição da república em substituição da monarquia (império).
A economia da China durante a Idade Antiga e a Idade Média era baseada na agricultura cabendo ressaltar que os chineses cultivavam diversas plantas das quais podemos destacar as seguintes, a saber: alho, arroz, abóbora, cevada, ervilha, feijão, melão, milho, pepino, sorgo e trigo.
Os chineses praticavam a criação de animais dos quais podemos destacar os seguintes, a saber: bovino, cunicular, equino, galináceos e ovinos.
A indústria chinesa englobava vários setores sendo a principal atividade industrial da china a indústria têxtil que tinha como principal produto os tecidos de seda.
Em relação às atividades mercantis da China não poderíamos deixar de ressaltar a existência da Rota da Seda que consistiu num conjunto de rotas (terrestre e marítima) perfazendo aproximadamente 7.000 quilômetros que ligava a China com o Ocidente.
Esta rota comercial servia basicamente para fazer a ligação econômica entre ambas as partes no qual haveria um intenso comércio de diversas mercadorias das quais podemos destacar as seguintes, a saber: canela, chá, gengibre, madeira, papel, pimenta, pólvora, sal e seda (a origem do nome dessa rota comercial provem dessa mercadoria).
A China formou uma sociedade muito interessante culturalmente, podendo citar as seguintes contribuições para a sociedade humana: acupuntura, besta (arma), bússola, dominó, impressão, estribo, guarda-chuva, leme, molinete (instrumento usado para pescar), papel, pólvora, porcelana, seda e tinta.
Os chineses eram muito religiosos praticando inclusive o confucionismo e o taoísmo que não são exatamente religiões e sim filosofias que orientavam o comportamento das pessoas.
A primeira foi criada por Confúcio (551 a.C.-479 a.C.) e pregava o respeito pelas pessoas (em especial pelos antepassados) e a segunda foi criada por Lao-tsé (aproximadamente século VI a.C.) que era a favor do respeito pela natureza e a paz de espírito.
A escrita da China é ideográfica.
A História da China desde a Antiguidade até o século XX pode ser simplificada como um país agrário e um sistema político que oscilou entre a centralização e a descentralização.

4.2.2-COREIA (COREIA DO NORTE E COREIA DO SUL)
A Coreia no século I a.C. estava dividia em três reinos (Koguryo, Paekche e Silla) cabendo lembrar que ela foi unificada no ano de 688 através do Reino de Silla que contou com a ajuda da dinastia Tang que era da China.

4.2.3-MONGÓLIA
O grupo étnico mongol formou um grande império (século XIII) que ficou conhecimento historicamente como Império Mongol que no seu auge dominou terras que iam do leste da Europa até o oeste da Ásia.
Com o término desse império no século XIV as tribos mongóis se dispersaram.

4.2.4-JAPÃO
O Japão foi ocupado há aproximadamente 30000 anos atrás por populações que viviam basicamente da caça e da coleta cujas origens eram a Península Coreana e a Rússia (mais precisamente a Sibéria).
Em torno de 10000 a.C. a população residente no Japão aprendeu a criar objetos de barros, sendo que o grande desenvolvimento dessa população ocorreu durante a Era Yayoi (300 a.C.-200 d.C).
Durante este período de tempo os japoneses foram fortemente influenciados pelos chineses e aprenderam a plantar arroz, confeccionar objetos a partir de bronze e ferro, tecer e usar a escrita ideográfica.
O Japão passou um longo período de sua história descentralizado politicamente, sendo que isto acabou aproximadamente no ano de 660 a.C., quando diversos reinos foram unificados através da pessoa de Jimmu Tenno.
A partir do século XII tivemos o xogunato (na sociedade ocidental corresponderia ao feudalismo), no qual os xoguns controlam o país em detrimento do poder imperial (enfraquecimento do poder central). O primeiro xogunato do Japão foi o Xogunato de Kamakura fundado por Minamoto Yoritomo.
Os japoneses praticavam entre outras religiões o xantoismo que é uma religião animista (religião que acreditavam que os espíritos habitavam em diversos lugares).

5-GRÉCIA ANTIGA
A Grécia Antiga pela influência histórica que iria ter para a formação da civilização ocidental acabou sendo considerada conjuntamente com Roma Antiga (pelo mesmo motivo) o berço da civilização ocidental, o que indica para nós a relevância do estudo desse aspecto histórico da História da Humanidade que ministraremos neste capítulo.

5.1-ASPECTOS GEOGRÁFICOS
A Grécia Antiga era localizada na Bacia Hidrográfica do Mar Mediterrâneo, sendo que do ponto de vista geográfico ela era dividida basicamente em duas partes, a saber: Grécia Insular (composta pelas ilhas dos mares Egeu e Jônico como, por exemplo, Creta, Lebos e Rodes) e Grécia Continental (formada pela Península Balcânica, sul da Península Itálica e a costa da Ásia Menor).
De modo geral o território grego é montanhoso e tem uma influência muito grande da presença do mar, não havendo lugar da Grécia Antiga que estivesse localizado longe dos mares.

5.2-ASPECTOS POLÍTICOS
A História da Grécia Antiga é dividida nos seguintes períodos históricos, a saber: Período Pré-homérico (séculos XX a.C.-XII a.C.), Período Homérico (séculos XII a.C.-VIII a.C.), Período Arcaico (séculos VIII a.C.-VI a.C.), Período Clássico (séculos V a.C.-IV a.C.) e Período Helenístico (séculos IV a.C.-II a.C.).

5.2.1-PERÍODO PRÉ-HOMÉRICO (SÉCULOS XX a.C.-XII a.C.)
O Período Pré-homérico ficou caracterizado pela invasão dos povos indo-europeus na região do Mar Egeu. A chegada dos povos indo-europeus não se deu de forma homogênea, tendo em vista que os agueos chegaram no século XIX a.C., jônios e eólios chegaram no século XVII a.C. e dórios chegaram no século XII a.C.. Cabe lembrar que esta invasão alterou profundamente o povoamento dessa região tendo em vista que os pelasgos acabaram perdendo o destaque que desfrutava antes da invasão dos povos indo-europeus.
Durante o Período Pré-homérico tivemos a existência da civilização cretense (civilização minóica), civilização está caracterizada do ponto de vista político por ser uma confederação de cidades-estados liderada por Cnossos. A base social dessa civilização era a Ilha de Creta.
A principal atividade econômica era o comércio marítimo, podendo destacar os seguintes produtos, a saber: cerâmica, madeira, tecido e vinho.
Os conhecimentos sobre a civilização cretense não são profundos, sendo a principal fonte de informações sobre esta civilização é a arqueologia.
Esta civilização usava uma escrita conhecida como Escrita Linear A (não foi decifrada), tendo servido de base para o surgimento da Escrita Linear B (foi decifrada) que era usada pela civilização micênica.
A civilização micênica foi constituída a partir da população aquéia (aqueus), cabendo lembrar que ela coexistiu com a civilização cretense durante dois séculos. Estas duas civilizações tinham intenso comércio entre si.

5.2.2-PERÍODO HOMÉRICO (SÉCULOS XII a.C.-VIII a.C.)
O Período Homérico ficou caracterizado pela vida na comunidade rural (genos). Devido à forte violência inerente a imigração dos povoas indo-europeus (mais especificamente os dóricos (dórios)) em direção a Hélade (mais especificamente a cidade-estado de Micenas), provocou dispersão populacional. Esta dispersão populacional ficou conhecida na historiografia como Primeira Diáspora Grega.

5.2.3-PERÍODO ARCAICO (SÉCULOS VIII a.C.-VI a.C.)
O Período Arcaico ficou caracterizado pela substituição da comunidade rural (génos) pelas cidades-estados.
A formação das cidades-estados gregas foi um processo histórico que aconteceu aos poucos, tendo começado ainda no Período Homérico quando os dóricos invadiram a região que aonde afloraria a civilização grega e acabaram desmontando a organização social vigente neste local fazendo com que a vida urbana fosse abandonada e consequentemente substituída por um modo de vida rural.
A população de modo geral reuniu-se em génos, ou seja, organizaram-se em uma rede familiar (família) na qual a vida econômica estava baseada na propriedade comunal. Cabe lembrar que este tipo de organização social começou a degradar-se devido às dificuldades em alimentar a população e levando-se em consideração a disputa pelas melhores terras, o surgimento de grupos de pessoas que tinham a terra e as que não tinham a terra e a briga entre génos criou um quadro de instabilidade.
Com isso as classes dominantes dos diversos génos começaram a unirem-se para garantirem a instalação de um poder forte. Isto acabou incentivando aproximação dos génos formando as fratias, que depois se uniram em tribos que posteriormente juntaram-se dando origem às cidades-estados já no Período Arcaico.
A organização política da Grécia Antiga era baseada na cidade-estado, podendo citar como exemplo as seguintes, a saber: Argos, Atenas, Corinto, Delfos, Eleuses, Éfeso, Esparta, Epidauro, Erétria, Heracleia, Larissa, Maratona, Mégara, Micenas, Mileto, Olimpia, Tebas e Pilos.
Cabe lembrar um aspecto muito importante para História da Grécia Antiga que foi o fato de os gregos terem fundado uma série de cidades-estados (colônias) o que de certa maneira está ligado à formação das cidades gregas visto anteriormente.
Isto advém do fato que se haviam dificuldades por parte dos gregos em alimentar a população e isto incentivou a formação das cidades-estados, essa questão não foi equacionada (resolvida) pelos gregos incentivando assim que eles emigrassem (saíssem) das suas terras de origem para conseguirem viver de forma adequada. Esta dispersão populacional ficou conhecida na historiografia como Segunda Diáspora Grega.
Como consequência da expansão (colonização) grega tivemos a fundação de diversas colônias (Apolônia, Baska, Cirene (África), Calcedônia, Fanagósia, Ólbia, Sinope, Tiras (Ásia) Ádria, Alália, Antibes, Agrigento, Crotona, Cumas, Eleias, Epidauro, Messina, Mônaco, Nápoles, Naucratis, Nice, Posidônia, Odessa, Siracusa, Sívaris e Tarento (Europa) e Istambul (Ásia e Europa)), propagação da cultura grega na Bacia Hidrográfica do Mar Mediterrâneo e aumento do comércio através do mar.
As cidades-estados fundadas devido à pressão demográfica (escassez alimentar) eram conhecidas como apoikia, enquanto cidades-estados fundadas para servirem de entreposto comercial eram conhecidas como emporion (este tipo de colônia era raro).
Atenas que se localizava na Península Ática era dividida socialmente nas seguintes partes, a saber: eupátridas (tinham direitos políticos, sendo que as mulheres e as crianças não faziam parte dela), metecos (estrangeiros ou seus descendentes viviam do comércio e do artesanato eram ricos, mas não tinham direitos políticos) e os escravos.
Esparta estava dividida socialmente em três partes, a saber: espartanos (descendentes dos dórios - os fundadores de Esparta - formavam a classe dominante da cidade tendo direitos políticos e serviam ao exército), periecos (eram pessoas livres que trabalhavam no comércio e só serviam ao exército em caso de necessidade, mas sem direitos políticos) e hilotas (não tinham direitos políticos sendo escravos e eram extremamente vigiados).

5.2.4-PERÍODO CLÁSSICO (SÉCULOS V a.C.-IV a.C.)
O Período Clássico ficou caracterizado por ser o período áureo da civilização grega.
As Guerras Persas (492 a.C.-479 a.C.) aconteceram devido ao fato que diversas cidades-estados gregas estavam sob o controle do Império Persa, sendo que a opressão desse império em relação a estas cidades-estados aumentou bastante e Mileto acabou rebelando-se contra esta opressão servindo de estopim para o surgimento desse conflito armado em questão.
As cidades-estados da Grécia Antiga venceram as Guerras Persas (Guerras Médicas - este nome advém do fato que os persas eram conhecidos como medos pelos gregos antigos).
A Guerra do Peloponeso (431 a.C.-404 a.C.) transcorreu devido à disputa de poder entre Atenas e uma série de cidades ligadas a ela através da Confederação de Delos e Esparta e uma série de cidades ligadas a ela através da Liga do Peloponeso. Nesta guerra quem saiu vitoriosa foi Esparta e as suas aliadas.

5.2.5-PERÍODO HELENÍSTICO (SÉCULOS IV a.C.-II a.C.)
Vale lembrar que nem sempre a História da Grécia Antiga foi um mar de flores, tendo em vista que as cidades-estados gregas estavam enfraquecidas por sucessivas guerras o que facilitou bastante a sua dominação por parte da Macedônia fato histórico que ocorreu quando elas são derrotadas na Batalha de Queronéia em 338 a.C., tendo isto ocorrido quando Felipe I reinava na Macedônia.
Depois disso Felipe I morreu tendo assumido o seu lugar Alexandre, o Grande que consegue montar um grande império.
O Império Macedônio (Império Alexandrino) desmorona quando Alexandre, o Grande morreu no ano de 323 a.C. não deixando herdeiros e o império acabou ficando dividido em quatro partes.
Estes reinos ficaram conhecidos como reinos helenísticos sendo que todos acabaram caindo nas mãos do Império Romano.

5.3-ASPECTOS CULTURAIS
5.3.1-ASPECTOS RELIGIOSOS
Os gregos antigos eram politeístas sendo que os deuses gregos tinham características humanas se diferenciando da espécie humana pelo fato de serem imortais e terem poderes. Cabe ressaltar que na religião grega antiga não havia dogmas e o culto se resumia apenas na tentativa de convencer os deuses para a obtenção da proteção para si, sua família e cidade-estado.
Segundo a religião grega os deuses gregos moravam no Monte Olimpo (maior montanha da Grécia contanto com 2.917 metros de altura).
Para tentar saber sobre a vontade dos deuses, os gregos antigos além de tentar interpretar os presságios eles consultavam os oráculos que eram locais onde determinadas pessoas respondiam aos questionamentos de outras.
Os Jogos Olímpicos (776 a. C.-393) foram criados para homenagear Zeus, sendo realizados em Olímpia. Esta atividade religiosa teve seu término decretado devido a pressão exercida pela Igreja Cristã em torno da pessoa do imperador Teodósio I (379-395), porque esta instituição religiosa ser contra atividades religiosas de cunho pagã.
Na mitologia grega os heróis eram filhos de alguma divindade com algum mortal, sendo que as cidades de modo geral tinham algum herói como protetor.
É interessante ressaltar que o conceito de céu e inferno na cultura grega antiga é totalmente diferente da cultura cristã, pois não havia a noção de recompensa e punição.
O hades (inferno) não era considerado como um local de sofrimento e a maioria das pessoas iriam residir neste local enquanto os Campos Elíseos (céu) não eram considerados um local de benevolência e a minoria das pessoas iria residir neste local. Não havia a dicotomia inferno e céu.
Complementando não poderíamos deixar de citar a existência do Reino dos Tártaros, local onde ficam as divindades encarceradas por ordem de Zeus.
As musas eram divindades que velavam pelas artes e ciências, sendo que residiam no Monte Hélicon e eram filhas de Mnemósine (memória).
Ao total tínhamos nove musas sendo que cada qual era responsável por uma determinada arte ou ciência. As musas são as seguintes, a saber: Calíope (poesia épica), Clio (história), Érato (poesia lírica), Euterpe (música), Melpômense (tragédia), Polímnia (retórica), Tália (comédia), Terpsícore (dança) e Urânia (astronomia).
É bom ressaltar uma peculiaridade da cultura grega é o fato que o moira (destino) é inflexível com todos (inclusive com os deuses), tendo em vista o fato de ninguém poder escapar de suas determinações.
As Sete Maravilhas do Mundo Antigo foram escolhidas pelo poeta grego Antípatro de Sídon (século II a.C.) sendo elas as seguintes, a saber: Colosso de Rodes (Grécia), Estátua de Zeus (Grécia), Farol de Alexandria (Egito), Jardins Suspensos da Babilônia (Iraque), Pirâmides de Gizé (Egito), Templo de Artemis (Turquia) e Túmulo do Rei Mausolo (Turquia). A única dessas obras magníficas da genialidade humana que ainda persiste ao tempo são as Pirâmides de Gizé.
Apesar da diversidade cultural as cidades-estados gregas tinham duas características em comum do ponto de vista arquitetônico que eram as seguintes, a saber:
a-Acrópole: parte alta aonde se localizava as construções mais relevantes da pólis;
b-Ágora: praça central aonde ocorria às reuniões para decidir a vida política da pólis.

5.3.2-ASPECTOS ARTÍSTICOS
Em relação ao teatro não poderíamos deixar de mencionar que ela foi uma das mais relevantes expressões culturais da Grécia Antiga, sendo importante ressaltar que esta manifestação cultural surgiu a partir das festas dedicadas ao deus Dionísio e inicialmente tratavam apenas de assuntos ligados à religião e mitologia.
Depois ela desembocou nas comédias (crítica à política e as tradições) e tragédias (críticas as atitudes das pessoas).
Na tragédia podemos destacar como dramaturgos importantes Ésquilo (c.525 a.C.-c.455 a.C.), Sófocles (495 a.C.-405 a.C.) e Eurípedes (480 a.C.-406 a.C.), enquanto na comédia temos Aristófanes (c.447 a.C.-c.385 a.C.).
É interessante ressaltar uma característica relevante do teatro grego é o fato que os atores eram sempre pessoas do sexo masculino e encenavam inclusive os personagens que eram do sexo feminino.
Originalmente as representações teatrais não ocorriam em lugares específicos para tal atividade cultural, cabendo ressaltar que no século VI a.C. surgiu o teatro como local específico para realização dessa atividade cultural. Podemos citar como exemplos de teatros gregos os seguintes, a saber: Teatro de Delfos, Teatro de Dionísio, Teatro de Dodona, Teatro de Epidauro, Teatro de Segesta e Teatro de Siracusa.
A escultura foi uma expressão cultural muito importante dentro da cultura grega antiga, sendo que o escultor mais relevante da Grécia Antiga foi Fídias tendo esculpido diversas imagens de Atena e Zeus.

5.3.3-ASPECTOS GERAIS
A filosofia é um dos traços culturais mais relevantes da cultura grega, cabendo ressaltar que ela foi criação dessa sociedade. Houve diversos filósofos gregos dos quais podemos destacar entre outros os seguintes, a saber:
a-Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.): foi o responsável pela fundação do Liceu de Atenas, cabendo lembrar que abordou diversos assuntos como, por exemplo, metafísico, moral e lógica. Segundo este filósofo a obtenção do conhecimento é dada através da pesquisa e a experimentação;
b-Platão (427 a.C.-347 a.C.): foi o principal discípulo de Sócrates, cabendo lembrar que escreveu diversas obras entre elas as seguintes, a saber: A República, Apologia de Sócrates e O Banquete. Segundo este filósofo a realidade humana é o mundo das ideias, mundo este que é alcançado através do conhecimento;
c-Sócrates (470 a.C.-399 a.C.): foi um dos principais filósofos gregos não tendo deixado nenhum texto para a posteridade. Ele criou um método de reflexão conhecido como maiêutica, consistindo basicamente em perguntas e respostas, cabendo lembrar que este filósofo tinha como preocupação principal de suas reflexões é em relação ao comportamento (moral) das pessoas (cidadãos).
É interessante destacar que os gregos contribuíram diretamente para o desenvolvimento dos estudos históricos podendo ressaltar o nome de dois estudiosos (os quais tiveram importante participação na consolidação da história como área do conhecimento humano) que foram Heródoto (484 a.C.-425 a.C.) e Tucídides (460 a.C.-396 a.C.).
A sociedade grega era patriarcal.

6-ROMA ANTIGA
6.1-ASPECTOS GERAIS (POVOAMENTO DA PENÍNSULA ITÁLICA E SURGIMENTO DE ROMA)
O Império Romano foi um dos maiores impérios do mundo durante toda a Antiguidade, tendo começado a partir da cidade de Roma (está cidade esta localizada no Lácio região da Península Itálica, península esta que fica no Mar Mediterrâneo) que era uma pequena cidade-estado que aos poucos foi expandindo-se até conseguir dominar toda região em volta do Mar Mediterrâneo.
A Península Itálica foi ocupada por diversos povos podendo destacar os italiotas, os etruscos e os gregos.
Os italiotas eram divididos em vários grupos (équos, latinos, sabinos, samnitas, úmbrios e volscos) e chegaram à Península Itálica por volta de 2000 a.C. tendo se fixados na região central dessa península.
Os etruscos chegaram nesta península aproximadamente no século VIII a.C. ocupando também a região central da Península Itálica e depois se expandiu para as regiões norte e sul da Península Itálica.
Os gregos chegaram nesta península aproximadamente no século VIII a.C. ocupando o sul da Península Itálica cabendo lembrar que as cidades gregas desse lugar no seu todo eram conhecidas como Magna Grécia.
De modo geral existem duas versões para explicar a fundação da cidade de Roma, sendo que a primeira (é baseada em pesquisas) diz que ela teria sido fundada no ano 1000 a.C. para servir na defesa dos latinos em relação aos etruscos.
A segunda versão sobre a fundação da cidade de Roma é uma lenda a qual diz que os irmãos gêmeos Remo e Rômulo teriam fundado esta cidade no ano de 753 a.C..
Segundo consta após o término da Guerra de Tróia, Enéas e alguns companheiros fixaram residência na Península Itálica. Ele casou-se com Creúsa (princesa latina) e dessa união nasceu Ascânio (fundador da cidade de Alba Longa).
Cabe ressaltar que depois do falecimento de Ascânio, Sílvio assume o trono de Alba Longa e depois de doze gerações nasce Númitor que foi destituído do trono de Alba Longa pelo seu irmão (Amúlio), o qual mata os filhos do monarca deposto com exceção de Rea Sílvia que é obrigada a se tornar sacerdotisa do tempo da deusa Vesta e consequentemente manter-se virgem.
O objetivo de Númitor em ir contra seus sobrinhos era garantir o trono de Alba longa para si, tendo em vista a ausência de herdeiros para reclamar o trono para si ou defender o trono de Númitor.
Marte (deus da guerra) se apaixona por Rea Sílvia e a sacerdotisa acaba engravidando de gêmeos, os quais são colocados num cesto e este é colocado no Rio Tibre para morrerem afogados. A ordem para que os gêmeos fossem assassinados foi dada por Amúlio.
Este plano maléfico acabou não dando certo, pois o cesto não afundou e uma loba encontrou e os amamentou.
Depois de algum tempo um pastor (Faustolo) encontrou os gêmeos criando-os até tornarem-se adultos, momento este que ele conta a origem deles.
Os gêmeos quando adultos retomam o trono para o seu avô e recebem autorização para fundarem uma cidade. Ao fundarem a cidade de Roma, Remo e Rômulo se desentendem e Rômulo acaba assassinando seu irmão. O nome Roma é derivado do nome Rômulo.
A História do Império Romano pode ser dividida em três fases que são as seguintes, a saber: Monarquia (753 a.C.-509 a.C.), República (509 a.C.-27 d.C.) e Império (27 d.C.-476 d.C.).

6.2-MONARQUIA
A cidade de Roma teve grande influência do povo etrusco, cabendo lembrar que durante os anos de 616 a.C.-509 a.C. ela foi governada por três reis etruscos (Tarquínio, o Antigo, Sérvio Túlio e Tarquínio, o Soberbo).
Socialmente temos a cidade de Roma dividida em dois grupos, a saber: classe dominante (patrícios) e classe dominada (plebeus, clientes e escravos).
Os patrícios tinham direitos políticos sendo que os plebeus não tinham direitos políticos, mas eram livres (não escravos), os clientes estavam colocados sob a proteção dos patrícios prestando-lhes serviços e por fim na base da sociedade romana tínhamos os escravos que neste momento específico eram poucos numerosos não sendo muito importantes nesta época para a História de Roma.
É interessante ressaltar que os escravos no Império Romano tinham diversas origens como o nascimento de uma criança filha de escravos ou crianças que porventura fossem abandonadas, mas a principal fonte de fornecimento de escravos eram os prisioneiros capturados em guerra.
Os escravos exerciam diversas atividades dentro do Império Romano como o comércio, a agricultura e artesanato.
Na Monarquia existia o rei (cuidava dos assuntos administrativos e judiciários) que era eleito a partir de uma lista tríplice montada pelo Senado (Conselho dos Anciões) no qual a Assembleia Curiata escolhia um desses nomes para ser o rei. Cabe lembrar que esta assembleia votava as propostas de leis que o Senado apresentava. Senado e Assembleia Curiata eram compostos pelos patrícios, sendo que no Senado só participava os patrícios mais relevantes.
Nesta época os plebeus não tinham espaço político, só obtendo algum espaço político quando o rei Sérvio Túlio institui a Assembleia Centuriata (que era uma assembleia no qual quem participava era quem servia ao exército) e a permissão da entrada dos plebeus no exército romano. Os patrícios controlavam esta assembleia tendo em vista terem mais centúrias (unidade básica do exército romano) que os plebeus. A tensão gerada pela divisão entre classe dominante e a classe dominada é um traço marcante do Império Romano.
Os plebeus (parte integrante da classe dominada) obtiveram diversas vitórias ao longo da história podendo citar, por exemplo, uma série de leis favoráveis aos seus interesses tais como:
a-Lei das Doze Tábuas (450 a.C.): esta legislação foi a primeira coletânea de leis escritas do Império Romano;
b-Lei Canuléia (445 a.C.): instituiu a igualdade civil e o casamento entre patrícios e plebeus;
c-Lei Licina Sixtia (367 a.C.): instituiu a igualdade civil e o casamento entre patrícios e plebeus e proibiu a escravidão por dívida; e
d-Lei Hortênsia (287 a.C.): definia que toda legislação aprovada no Concílio da Plebe (Assembleia Plebe) tivesse força de lei, não precisava mais ser aprovada pelo Senado para ter validade.

6.3-REPÚBLICA
A República foi instituída a partir da derrubada do rei Tarquínio, o Soberbo tendo em vista que os reis etruscos se posicionaram a favor dos plebeus desagradando assim os patrícios que derrubaram este rei instituindo a República.
Durante a República passou a não existir mais a figura do rei permanecendo o Senado, Assembleia Centuriata e a Assembleia Curiata. A Assembleia Centuriata tinha a função de aprovar as propostas de leis emanadas do Senado, cabendo lembrar que a Assembleia Curiata aos poucos foi perdendo as suas funções políticas permanecendo apenas as funções religiosas.
Durante a República o poder executivo era exercido basicamente pelos magistrados que de modo geral eram eleitos pela Assembleia Centuriata podendo destacar os seguintes, a saber:
a-Censor: era responsável pela contagem dos cidadãos e comportamento das pessoas;
b-Cônsul: era responsável pela administração do Estado Romano;
c-Ditador: era responsável pela administração do Estado Romano em casos de calamidades públicas e guerras, assumindo as funções dos outros magistrados;
d-Edis: era responsável pela manutenção, policiamento e abastecimento das cidades;
e-Inter-rex: era responsável pela administração do Estado Romano enquanto não eram escolhidos os substitutos dos cônsules na sua ausência (falecimento);
f-Pretor: era responsável pela justiça;
g-Pontífice: era responsável pela religião;
h-Questor: era responsável pelas finanças do Estado Romano.
A plebe desde época da monarquia era discriminada dentro da sociedade romana, mas eles não se conformaram com esta situação lutando por dias melhores, podendo destacar que a plebe fazia parte do exército romano e no ano de 494 a.C. eles fizeram uma greve, afastando-se da cidade de Roma ficando num lugar chamado Monte Sagrado e devido ao desfalque dentro das suas tropas devido a esta atitude dos plebeus, Roma prefere ceder.
Roma institui os tribunos da plebe (inicialmente eram dois tendo sido aumentado para dez ao longo do tempo) e tinham a função de defender a plebe através do veto de leis as quais eles julgassem lesivas (prejudiciais) para a plebe, formando mais um cargo da magistratura.
Continuando temos que a plebe não era único setor da sociedade romana que sofria opressão por parte da classe dominante romana havendo o exemplo dos escravos que por sua vez nem sempre aceitavam esta opressão de forma passiva, pois entre os anos de 73 a.C.-71 a.C. ocorreu uma rebelião de escravos liderados por Espártaco que tinha como objetivo obterem liberdade.
Esta revolta acabou sendo controlada pelas tropas romanas comandadas por Lícino Crasso, sendo que milhares de rebelados acabaram presos e crucificados e consequentemente este movimento não obteve êxito.
Uma das características de Roma nesse período aqui estudado foi à expansão territorial podendo destacar as Guerras Púnicas (264 a.C.-146 a.C.) que foram no total três guerras contra a cidade de Cartago (cidade esta fundada pelos fenícios no norte do continente africano) sendo elas as seguintes, a saber: Primeira Guerra Púnica (264 a.C.-240 a.C.), Segunda Guerra Púnica (220 a.C.-202 a.C.) e a Terceira Guerra Púnica (150 a.C.-146 a.C.).
Roma venceu as três guerras contra Cartago obtendo mais terras para si expandindo assim o seu território, cabendo lembrar que a Primeira Guerra Púnica deu-se pela disputa das ilhas da Córsega, Sardenha e Sicília, sendo que os cartagineses para tentar superar esta derrota foram colonizar a Espanha.
A Segunda Guerra Púnica aconteceu devido à disputa pelas terras localizadas na Espanha que estavam sob dominação de Cartago e por fim a Terceira Guerra Púnica representou o fim definitivo de Cartago, tendo em vista que alguns setores da sociedade romana tinham interesses comerciais no fim dessa cidade, pois ela apesar de debilitada pelas duas derrotas anteriores competia com o Império Romano em alguns setores comerciais.
Dando prosseguimento a análise histórica sobre a expansão territorial do Império Romano não podemos deixar de mencionar que houve três conflitos armados entre os romanos e os samnitas pela disputa de territórios localizados na Península Itálica.
O resultado final das guerras samnitas foi a favor do Império Romano apesar da grande dificuldade dos romanos vencerem os samnitas tendo em vista que este grupo étnico ter usado táticas de guerrilhas durante os conflitos armados.
Com a desestabilização da sociedade romana tendo em vista o contexto histórico de brigas sociais e políticas a República foi substituída pelo Império no qual o imperador teria grandes poderes.

6.4-IMPÉRIO
O Império foi dividido em duas partes, a saber: Alto Império (27 a.C.-235 d.C.) e Baixo Império (235 d.C.-476 d.C.).
O Alto Império foi o período áureo de Roma, sendo que o Império Romano conseguiu atingir a sua extensão máxima durante o governo de Trajano (98-117).
Tivemos basicamente dois motivos para a derrocada do Império Romano que foi a Crise do Escravismo e a Invasão dos “Povos Bárbaros”.
No primeiro caso refere-se aos problemas relacionados à mão de obra escrava, visto os escravos serem um elemento relevante dentro da sociedade romana e a sua crise ter provocado um grande desgaste no Império Romano.
Tudo aconteceu quando o Império Romano entra numa fase de paz externa, o que cortou do Império Romano de sua principal fonte de suprimento de escravos fazendo com que este tipo de mão de obra cada dia fosse mais raro e caro dentro desse império.
Com isso os latifundiários tiveram os seus lucros bastante diminuídos e consequentemente os impostos a serem recolhidos para o império também diminuíram obrigando assim o governo a fazer cortes de gastos (podemos destacar o corte de ajuda da plebe urbana (de modo geral migraram para o campo)) e o aumento de impostos. Cabe lembrar que pela situação caótica que o Império Romano estava passando várias pessoas alojarem-se nas vilas (grandes propriedades rurais) para encontrar proteção.
Para fugir dessa situação caótica os latifundiários arrendavam pedaços de suas terras para pessoas que em troca deveriam ceder parte de sua produção e alguns dias de trabalho por semana para os latifundiários e devido à grande mobilidade dessa mão de obra (devido em parte ao fato dos trabalhadores não estarem conseguindo suportar a exploração dos latifundiários, não conseguindo pagar o que deviam a eles) foi determinado que eles não pudessem sair das vilas.
Com isso tudo houve o deslocamento das bases do Império Romano das cidades para o campo (acompanhado da descentralização política) minando assim as suas forças colaborando para o seu fim.
Este processo foi complementado com a invasão dos “povos bárbaros”, que desgastou bastante o Império Romano (Roma não conseguiu defender-se dessa invasão) que encontrara o seu fim quando o imperador romano Rômulo Augusto foi derrotado por Odoacro (líder do povo hérulos) no ano de 476 d.C..
Cabe lembrar que o termo “povos bárbaros” era como os romanos designavam os povos que não falavam latim e o grego, cabendo lembrar que basicamente os “povos bárbaros” eram os germânicos.
O processo de descentralização política e a ruralização da economia entre outras coisas serviu como gênese do feudalismo.

6.5-ASPECTOS CULTURAIS
6.5.1-ASPECTOS GERAIS
A língua oficial do Império Romano era o latim, cabendo lembrar que dessa língua surgiram às seguintes línguas, a saber: castelhano (espanhol), francês, italiano, português e romeno.
A literatura romana é caracterizada pela estética, podendo destacar os seguintes escritores romanos, a saber: Cícero (106 a.C.- 43 a.C.), Horácio (65 a.C.-8 a.C.), Ovídio (43 a.C.-17 d.C.) e Tito Lívio (59 a.C.-17 a.C.).

6.5.2-ASPECTOS RELIGIOSOS
Os romanos de modo geral eram politeístas sendo que a religião era diretamente ligada ao Estado tanto que durante o Império a pessoa do imperador começou a ser cultuada. É interessante ressaltar que havia dois cultos (culto público e oculto familiar) dentro da religião romana. No culto familiar os romanos cultuavam os seus antepassados e estavam baseados na crença dos numina (conjunto de divindades) os quais tinham a função de proteger a família, enquanto no culto público (organizado pelo Estado) tinha a função dos romanos obterem favores dos deuses (isto era feito através de oferendas).
Durante a época que Augusto (27 a.C.-14 d.C.) estava no comando do Império Romano nasceu Jesus Cristo na cidade de Belém (cidade localizada na região da Palestina) e a partir de suas pregações surgiu uma nova religião chamada cristianismo (religião monoteísta), cabendo lembrar que ela tornou-se a principal religião da História da Humanidade.
É importante ressaltar que Jesus Cristo escolheu doze pessoas para serem apóstolos, ou seja, pessoas com a nobre missão de ajudá-los na missão de divulgação da palavra de Deus, tendo acompanhado o messias na sua caminhada na Palestina. Os apóstolos foram os seguintes, a saber: André, Bartolomeu, Filipe, João, Judas Iscariotes, Paulo, Pedro, Simão, o Zelote, Tiago, filho de Alfeu, Tiago, filho de Zebedeu, Tadeu e Tomé.
Esta relevante religião por ter diversos pontos de atritos com o Império Romano começou a ser perseguida. Podemos citar, por exemplo, o fato que os cristãos não aceitavam cultuar o imperador de Roma.
Apesar de todas as dificuldades o cristianismo acabou espalhando-se por todo o Império Romano tornando-o cristão. Complementando tivemos que durante o reinado de Teodósio (378-395) este imperador através do Édito de Tessalônica (380) tornou o cristianismo religião oficial do Império Romano.

TEXTO PARA REFLEXÃO
Quase todas as civilizações que temos conhecimentos, buscaram nas lições do passado normas de agir, e exemplos inspiradores, ou então, motivos de consolo nos seus pesares. Com efeito, o prestígio da história foi sempre muito grande, apesar de não lhe faltarem, de vez em quando adversários.” José van den Besselaar (1916-1991
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