HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA
1-APRESENTAÇÃO
A História Contemporânea (1789-...) é o quarto período da História sendo caracterizado pela consolidação do processo de industrialização (consolidação do capitalismo), expansão do conhecimento humano sobre o universo e a consolidação do processo de globalização. O conhecimento sobre este período histórico é importante para o cotidiano das pessoas, pois é o período o qual a sociedade humana está. 
É interesse ressaltar que neste período histórico a sociedade humana foi marcada pela ocorrência de diversas guerras tais quais podemos citar como exemplo as seguintes, a saber: Guerra da Crimeia (1853-1856), Guerra Civil Americana (1861-1865), Guerra do Paraguai (1864-1870), Guerra do Pacífico (1879-1883), Guerra Hispano-americana (1898), Primeira Guerra Mundial (1914-1918), Guerra do Chaco (1932-1935), Segunda Guerra Mundial (1939-1945), Guerra Indo-Paquistanesa de 1947 (1947), Guerra da Coreia (1950-1953), Guerra do Vietnã (1959-1975), Guerra Indo-Paquistanesa de 1965 (1965), Guerra do Futebol (1969), Guerra Indo-Paquistanesa de 1971 (1971), Guerra Cambojana-vietnamita (1975-1989), Guerra Sino-vietnamita (1979), Guerra Afegã-soviética (1979-1988), Guerra Irã-Iraque (1980-1988), Guerra das Malvinas (1982), Guerra de Cenepa (1995), Primeira Guerra do Congo (1996-1997), Segunda Guerra do Congo (1998-2003) e Guerra Russo-Georgiana (2008). Neste período histórico houve diversas revoluções das quais podemos citar como exemplo as seguintes, a saber: Revolução Liberal do Porto (1820), Revolução Mexicana (1910), Revolução Russa (1917), Revolução Chinesa (1949), Revolução Cubana (1959), Revolução dos Cravos (1974) e Revolução Iraniana (1979).
Paralelamente a isto tivemos a conquista do espaço pela espécie humana através do desenvolvimento tecnológico e incentivado por questões políticas. Tendo em vista a necessidade harmonizar as relações entre os diversos países e construir uma sociedade mais solidária foi constituída diversas organizações internacionais com este intuito dos quais podemos citar os seguintes, a saber: Liga das Nações (1919-1946), Organização dos Estados Americanos (1948-...), Organização das Nações Unidas (1945-...), Organização da Unidade Africana (1963-2002) e União Africana (2002-...). É importante ressaltar a grande participação dessas organizações internacionais no esforço internacional pela manutenção da paz em especial da Organização das Nações Unidas, através das operações de manutenção da paz, as quais foram levadas a cabo em diversas partes do mundo com resultados bastantes distintos entre si. A seguir veremos os principais aspectos da História Contemporânea. 

2-REVOLUÇÕES LIBERAIS DO SÉCULO XIX
Apesar do enfraquecimento do Antigo Regime devido a Revolução Francesa houve a tentativa de restaurar a situação política anterior ao surgimento desse movimento revolucionário sendo que historicamente o Antigo Regime não voltou ao seu esplendor e teve o seu fim ainda no século XIX.
A partir desse cenário político houve uma série de revoltas (revoluções liberais) na Europa durante o século XIX com a intenção de sepultar definitivamente com o Antigo Regime (mais especificamente o absolutismo), sendo que algumas dessas revoltas tinham também características nacionalistas e sociais.
Prosseguindo a análise histórica não poderíamos deixar de mencionar que as Revoluções Liberais do Século XIX foram extremamente relevantes para a História da Humanidade (em especial para a História da Europa) tendo em vista as alterações históricas provocadas por ela e o ideário que o embasava.
Este fato histórico foi uma experiência histórica tão profunda para a sociedade humana (principalmente para a sociedade europeia) que algumas de suas consequências históricas se enraizaram na História da Humanidade e estão presentes até os dias de hoje (independência de alguns países e mais liberdade política).
Podemos delimitar precisamente três fases das Revoluções Liberais do Século XIX que são as seguintes, a saber: Primeiro Período Revolucionário (1820-1829), Segundo Período Revolucionário (1829-1834) e o Terceiro Período Revolucionário (1848).

2.1-PRIMEIRO PERÍODO REVOLUCIONÁRIO (1820-1829)
Esta onda revolucionária foi caracterizada por ter contribuído para a independência de alguns países da América Latina.

2.1.1-ESPANHA E NÁPOLES
Na Espanha e Nápoles no ano de 1820 houve uma revolução liberal contra abolição de algumas medidas liberais implementadas durante a ocupação ocorrida nestes dois lugares pela França durante a Revolução Francesa. Tinha sido o monarca espanhol Fernando VII que revogou estas medidas liberais.
Diante desse cenário político a Santa Aliança intervém militarmente e consegue controlar este movimento rebelde.

2.1.2-GRÉCIA
Na Grécia tivemos uma revolução liberal de cunho nacionalista iniciada no ano de 1821 cujo objetivo era à obtenção da independência grega em relação ao Império Otomano. Esta rebelião obteve o sucesso esperado tendo em vista que no ano de 1829 a Grécia obteve a sua independência.

2.1.3-PORTUGAL
No ano de 1820 houve uma revolução liberal em Portugal (mais precisamente na cidade do Porto) contra a precária situação política a qual se encontrava este país. Esta rebelião atingiu seus objetivos políticos e colaborou para que o Brasil obtivesse a sua independência em relação a Coroa Portuguesa.

2.2-SEGUNDO PERÍODO REVOLUCIONÁRIO (1829-1834)
Esta onda revolucionária foi caracterizada por ter fato da revolução liberal ocorrida na França ter influenciado outras revoluções liberais neste período, cabendo lembrar que ficou conhecida pela acunha o sol de junho.

2.2.1-BÉLGICA
A Bélgica fazia parte dos Países Baixos desde o ano de 1815 por determinação do Congresso de Viena e consegue a sua independência através de uma revolução liberal ocorrida em 1830.

2.2.2-FRANÇA
Com isso o término da Revolução Francesa houve a tentativa de voltar à situação política anterior a este fato histórico, tanto que a dinastia dos Bourbons retomou o poder na França através das pessoas de Luís XVIII (1815-1824) e Carlos X (1824-1830).
Luís XVIII falece no ano de 1824 e seu irmão (Carlos X) assume o comando da Coroa Francesa e mantém a política absolutista do monarca anterior fazendo com que o clima de tensão política na França continuasse.
A partir dessa situação política eclode uma rebelião (liderada pelas classes dominadas) na cidade de Paris no ano de 1830 e Carlos X acabou perdendo o trono francês. Com isso a dinastia dos Bourbons é substituída pela dinastia Orléans através da pessoa de Luís Filipe. As classes dominantes (mais especificamente a burguesia) se aproveitaram dessa situação e impõem ao país um monarca (Luís Filipe (1830-1848)) que atenderia aos interesses dela e por extensão no segundo semestre de 1830 a França promulga uma constituição (esta legislação visava atender as necessidades das classes dominantes (mais especificamente a burguesia)).

2.2.3-POLÔNIA
A Polônia no ano de 1830 levantou-se com a intenção de combater o Antigo Regime (mais especificamente o absolutismo) e conseguir a sua independência da Rússia. O sonho de independência só aconteceria no ano de 1918.

2.3-TERCEIRO PERÍODO REVOLUCIONÁRIO (1848)
Esta onda revolucionária foi caracterizada por ter havido diversas tentativas por parte dos grupos étnicos de se autogovernarem, cabendo lembrar que ficou conhecida como a Primavera dos Povos.

2.3.1-ALEMANHA
A revolução liberal também ocorreu na Alemanha tendo isto ocorrido no ano de 1848 cabendo lembrar que esta rebelião visava basicamente acabar com o Antigo Regime (mais especificamente o absolutismo) e unificar politicamente a Alemanha.
A revolução liberal ocorrida na Alemanha foi controlada não alcançando os seus objetivos.

2.3.2-FRANÇA
O reinado de Luís Filipe acabou desagradando amplos setores da sociedade francesa, tendo o cenário político francês complicado bastante na década de quarenta do século XIX devido a questões socioeconômicas, cabendo lembrar que o governo francês não consegue contornar esta situação e as classes dominadas levantam-se novamente.
Este levante ocorreu no ano de 1848 e consegue destituir do trono francês Luís Filipe e substituem a monarquia pela república (Segunda República).
Foi implantado um governo controlado pelas classes dominadas, mas logo depois as classes dominantes (mais especificamente a burguesia) suplantaram as classes dominadas e assumiram o controle do governo francês.
Dando prosseguimento cabe lembrar que as classes dominantes (mais especificamente a burguesia) ficaram receosas dos seus interesses tendo em vista a atuação das classes dominadas no cenário político e acharam por bem dar um direcionamento mais à direita na política francesa.
Neste contexto histórico Luís Napoleão Bonaparte (sobrinho de Napoleão Bonaparte) vence as eleições presidenciais ocorridas em 1848 e no ano de 1851 dá um golpe de estado o que acaba levando-o a controlar o Estado Francês como um ditador.
No ano de 1852, Luís Napoleão Bonaparte parte instituiu o Segundo Império em substituição da Segunda República tendo governado a França com o título de Napoleão III.

2.3.3-ITÁLIA
A revolução liberal também ocorreu na Itália tendo isto ocorrido no ano de 1848 cabendo lembrar que esta rebelião visava basicamente acabar com o Antigo Regime (mais especificamente o absolutismo) e unificar politicamente a Itália.
A revolução liberal ocorrida na Itália foi controlada não alcançando os seus objetivos.

2.4-CONSEQUÊNCIAS DAS REVOLUÇÕES LIBERAIS DO SÉCULO XIX
Podemos constatar de forma clara três consequências básicas das Revoluções Liberais do Século XIX que são as seguintes, a saber: forte enfraquecimento do Antigo Regime (mais especificamente com o absolutismo) que levou ao seu término até o final do século XIX, maior fração do poder nas mãos das classes dominantes (mais especificamente a burguesia) e independência de países europeus.
As monarquias absolutistas já vinham enfraquecidas da Revolução Francesa e com as Revoluções Liberais do Século XIX elas enfraqueceram ainda mais o que acabou levando ao seu fim até término do século XIX (a única exceção a isto foi à monarquia absolutista russa que tem o seu término no século XX com a Revolução Russa no ano de 1917).
A burguesia através das Revoluções Liberais do Século XIX obtiveram mais poder dentro da estrutura socioeconômica do continente europeu em detrimento da nobreza, que saiu bastante enfraquecida desse movimento revolucionário.
Em relação à independência dos países americanos e europeus as Revoluções Liberais do Século XIX contribuíram diretamente para que isto ocorresse.

3-AMÉRICA LATINA DURANTE O SÉCULO XIX
O processo de independência política da América Latina aconteceu basicamente na primeira metade do século XIX tendo surgido de uma série de fatores (fatores estes que foram tanto internos como externos a América Latina).

3.1-SURGIMENTO DA INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA ESPANHOLA
O primeiro fator que incentivou a emancipação política da América Espanhola que abordaremos neste texto foi a Independência das Treze Colônias acontecida ainda no século XVIII, pois acabou servindo de exemplo para a América Espanhola.
Outro fator relevante a ser abordado para o surgimento da Independência da América Espanhola refere-se às Guerras Napoleônicas tendo em vista que elas acabaram chegando à Península Ibérica e no caso específico da Espanha o governo desse país foi derrubado e colocado no seu lugar um governo chefiado pelo irmão (José Bonaparte) de Napoleão Bonaparte.
Neste cenário de caos político a América Espanhola acabou não passando imune devido ao fato que os cabildos instalaram as juntas governativas não havendo de modo geral a intenção proclamar a Independência da América Espanhola.
Em relação a isto é bom ressaltarmos que nas juntas governativas havia basicamente três correntes políticas que são as seguintes, a saber: os que eram a favor da Independência da América Espanhola (num primeiro momento não era a principal corrente política), os fiéis ao rei espanhol e por fim os fiéis do rei espanhol que desejavam liberdade para governar as colônias espanholas. Ao longo do processo histórico a primeira corrente política se tornaria a principal corrente política neste contexto histórico.
Dando prosseguimento aos motivos que levaram a América Espanhola ao seu processo de independência política não poderíamos deixar de mencionar que dentro da sociedade da América Espanhola havia uma fração (criollos-setor da classe dominante da América Espanhola nesta região e descendente dos espanhóis) dela que tinha poder econômico, mas não tinha acesso aos melhores cargos da administração colonial, em contraponto aos chapetones (membros da elite branca nascida na Espanha) que tinham acesso aos cargos administrativos.
Nesta situação de desvantagem social os criollos posicionaram-se a favor da Independência da América Espanhola com a intenção de terem mais espaço político.
Um fator relevante que contribuiu bastante para o término das maiorias das colônias espanholas no continente americano foi o fato de ter surgido um novo sistema social no mundo (inicialmente no continente europeu) chamado de capitalismo o qual acabou entrando em choque com os impérios coloniais, tendo isto inserido no contexto da Revolução Industrial.
Isto se aconteceu devido ao fato que havia a necessidade do escoamento da produção industrial o que foi bastante dificultado pelo fato de existir neste momento histórico o monopólio colonial.
A nível ideológico não poderíamos deixar de mencionar que a difusão dos ideias iluministas incentivou o processo de independência da América Espanhola, por difundir entre outros aspectos a liberdade.
Cabe ressaltar ainda um aspecto muito importante no processo de emancipação política que foi o fato de modo geral não ter havido alteração significativa na estrutura socioeconômica da América Espanhola, ou seja, de modo geral as classes dominantes continuaram dominando enquanto as classes dominadas prosseguiram dominadas.

3.1.1-INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA ESPANHOLA (ESTUDO DE CASOS)
3.1.1.1-CAPITANIA-GERAL DO CHILE (CHILE)
As tropas francesas ocupam a Espanha e no ano de 1810 o governo da municipalidade de Santiago constituiu uma junta de governo. No ano seguinte esta junta de governo estava sob a direção de José Miguel Carrera coloca-se a independência do Chile.
A emancipação política do Chile veio depois de uma guerra travada entre este país e a Espanha, guerra esta que durou entre 1813-1818 tendo a vitória final dos chilenos sido conquistada na Batalha de Maipú (5.04.1818).
O processo de independência do Chile foi liderado pelo general Bernardo O`Higgins Riquelme (1778-1842) tendo tido ajuda do general José Francisco de San Martín y Matorras (1778-1850).
Bernardo O`Higgins Riquelme foi indicado para o cargo de Diretor Supremo do Estado no ano de 1817 e ficou neste cargo até o ano de 1823 quando renunciou devido à pressão da oposição.

3.1.1.2-CAPITANIA-GERAL DE CUBA (REPÚBLICA DOMINICANA)
No século XVIII (mais precisamente no ano de 1795) o lado oriental da Ilha Hispaniola (República Dominicana) é anexado ao império colonial da França, sendo que no ano de 1814 a Espanha retoma o lado oriental da Ilha Hispaniola.
No ano de 1821 a República Dominicana obtém a sua independência (ainda que temporariamente) através das mãos de José Nuñez de Cáceres (1722-1846) com o nome de Estado Independente do Haiti Espanhol.
Durante os anos de 1822-1844 a República Dominicana é ocupada pelo Haiti, sendo que a independência definitiva é obtida em 26 de fevereiro de 1844 (segunda-feira) através das mãos de Juan Pablo Duarte (1813-1876) e Pedro Santana.

3.1.1.3-CAPITANIA-GERAL DA GUATEMALA (COSTA RICA, EL SALVADOR, GUATEMALA, HONDURAS E NICARÁGUA)
A Capitania-geral da Guatemala do ponto de vista político estava estável tendo em vista que não tinha sido afetada pela onda emancipacionista que tinha atingido o continente americano, mas pela influência do Vice-reino de Nova Espanha (México) este processo histórico foi ativado e no ano de 1821 esta capitania-geral obtém a sua emancipação política, mas acaba sendo incorporada ao México no ano de 1823. Houve resistência à anexação havendo necessidade do uso de tropas para combatê-la.
No ano de 1824 ela se separa do México e funda as Províncias Unidas da América Central que se dissolve em 1838 devido a uma série de motivos podendo destacar a falta de integração econômica, interesses locais, dificuldade de comunicação e interferência externa (influência dos Estados Unidos da América e o Reino Unido da Grã-Bretanha da Irlanda do Norte). Os países que surgiram com a dissolução desse país foram os seguintes, a saber: Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras e Nicarágua.

3.1.1.4-VICE-REINO DE NOVA ESPANHA (MÉXICO)
No caso do México tivemos inicialmente uma revolta pela emancipação política comandada pelo padre Miguel Gregorio Antonio Ignacio Hidalgo y Costilla Gallaga Mondarte Villaseñor (1753-1811) que tinha começado no dia 16 de setembro de 1810 (sexta-feira) na localidade de Dolores.
 Este movimento tinha um cunho social muito grande tanto que este padre instituiu uma série de medidas populares podendo citar o fim da escravidão e a redução de impostos sendo que este movimento não teve maiores consequências e este padre foi morto tendo sido o movimento parcialmente esvaziado. Cabe ressaltar que o desejo pela independência não acaba com este contratempo inicial tanto que outro padre cujo nome era José María Teclo Morelos y Pavón (1765-1815) assume a liderança pela independência de seu país e é derrotado no ano de 1815.
A Independência do México aconteceu através das mãos do general Cosme Damián Augustín de Itúrbide y Arámburu (1783-1824), o qual deveria ter reprimido uma revolta pela independência liderada por Vicente Rámon Guerrero Saldaña (1782-1831) e não o fez.
Os dois uniram-se pelo Plano de Iguala (24.02.1821) no qual previa a independência política desse país instalando-se a monarquia (quem deveria assumir o cargo segundo este plano seria Fernando VII ou alguém que fosse da família real espanhola), a igualdade entre espanhóis e mexicanos (independente da cor) e preponderância do catolicismo em relação às outras religiões.
No dia 24 de fevereiro de 1821 (sábado) o México obtém a sua independência com o general Cosme Damián Augustín de Itúrbide y Arámburu que se tornou rei do México com o nome de Augustín I.

3.1.1.5-VICE-REINO DE NOVA GRANADA (COLÔMBIA, EQUADOR, PANAMÁ E VENEZUELA)
Colômbia, Equador, Panamá e Venezuela faziam parte do Vice-reino de Nova Granada (Venezuela posteriormente seria separada dela e teríamos a fundação da Capitania-geral da Venezuela).
A Colômbia foi liberada do jugo da Coroa Espanhola através das mãos de José Antonio de la Santíssima Trinidad Simón Bolívar y Palacios (1783-1830), tendo sido o ponto culminante a Batalha de Boyacá (1819). Consequentemente tivemos o surgimento da República da Grã-Colômbia (Colômbia, Equador, Panamá e Venezuela).
No ano de 1830 Equador e Venezuela se separam dessa república, provocando o seu término.

3.1.1.6-VICE-REINO DO PERU (BOLÍVIA E PERU)
O Vice-reino do Peru era composto por territórios que iam formar o território peruano, cabendo lembrar havia uma fatia do território boliviano que pertencia a este vice-reino.
O Peru foi um dos principais focos de resistência contra o processo de emancipação da América Espanhola e devido a isto as forças militares que obtiveram a emancipação política desse país eram na sua imensa maioria de outras partes do continente americano.
A luta pela independência do Peru teve início no ano de 1820 através das mãos de José de San Martín, tendo sido proclamada a liberdade desse país em 1821.
A independência peruana foi consolidada com a vitória obtida pelo general Antonio José de Sucre (1795-1830) na Batalha de Ayacucho (9.12.1824) contra as tropas legalistas.

3.1.1.7-VICE-REINO DO RIO DA PRATA (ARGENTINA, BOLÍVIA, PARAGUAI E URUGUAI)
Em relação ao processo de emancipação política do Vice-reino do Rio da Prata cabe lembrar que dele surgiu quatro países, a saber: Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai.
A emancipação política da Argentina aconteceu no ano de 1816 com a proclamação de sua independência no Congresso de Tucumán sendo que este país consolidou a sua independência através da luta armada contra a sua metrópole, cabendo ressaltar que a base social do processo de independência da Argentina foi a burguesia mercantil portenha.
A luta pela independência da Bolívia foi feita através da liderança de Antonio José de Sucre e José Antonio de la Santíssima Trinidad Simón Bolívar y Palacios, sendo que durante a Assembleia dos Representantes (presidida por Antonio José de Sucre), foi proclamada a Independência da Bolívia (6.08.1825).
A Junta de Governo de Buenos Aires tentou submeter o Paraguai ao seu governo em 1810, mas as tropas do general Manuel José Joaquin Del Sagrado Corazón de Jesús Belgrano (1770-1820) são repelidas e posteriormente tivemos a indicação de dois conselheiros para auxiliar o governador espanhol estabelecer um novo governo. Estes dois conselheiros eram José Gaspar Rodriguez Francia (1776-1840) e Fulgencio Yegros e Franco de Torres (1780-1821).
O governo tríplice dura até o ano de 1813 quando os conselheiros foram eleitos cônsules, sendo que com o falecimento de Fulgencio Yegros e Franco de Torres, José Gaspar Rodriguez Francia convoca um Congresso que o aclamou como ditador (inicialmente por dois anos e posteriormente de forma vitalícia) e acabou montando um governo centralizado e colocou o país num isolamento em relação à comunidade internacional.
Em relação ao Uruguai vale lembrar que este país vai tentar obter a sua independência política em relação a Espanha, mas acaba sendo anexado pelo Brasil no ano de 1821 com o nome de Província Cisplatina. O Uruguai só obteve a sua emancipação política no ano de 1828 depois de um conflito armado contra o Brasil no qual a Argentina ajuda os rebeldes uruguaios.

3.1.2-INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA FRANCESA (ESTUDO DE CASO)
3.1.2.1-HAITI
Haiti ocupa a parte ocidental da Ilha Hispaniola enquanto a parte oriental é ocupada pela República Dominicana. No ano de 1697 a Espanha cede o Haiti para a França através do Tratado de Ryswick.
No ano de 1791 eclodiu no Haiti uma rebelião (a base social desse movimento rebelde foram os escravos) cujo líder era François-Dominique Toussaint-L`Ouverture (1743-1803). Este movimento sedioso visava à emancipação política do Haiti e teve grande influência da Revolução Francesa.
Com a prisão e o falecimento de François-Dominique Toussaint-L`Ouverture a rebelião continua, mas sob o comando de Alexandre Sabes Pítion (1770-1818) e Jean-Jacques Dessalines (1758-1806). A emancipação política do Haiti foi proclamada no dia 1º de janeiro de 1804 (domingo) e Jean-Jacques Dessalines acaba assumindo o governo haitiano.

3.2-AMÉRICA LATINA APÓS A INDEPENDÊNCIA
3.2.1-ORGANIZAÇÃO POLÍTICA
Tendo o término do processo de Independência da América Latina de modo geral os países tornaram-se repúblicas (México e Haiti tiveram curtos períodos de experiência monárquica e o Brasil foi o único país que teve um maior contato com o sistema monárquico, mas até o final do século XIX (1889) este país transformou-se em uma república), cabendo lembrar que genericamente houve uma disputa política dentro dos países recém-independentes em torno da centralização política (unitarismo) e descentralização política do país (federalismo).
Continuando tivemos que a preocupação em organizar politicamente os países que conseguiram a sua independência não era apenas em relação a sua organização interna, mas também em relação com os outros países, não podendo deixar de ressaltar o pan-americanismo.
Este posicionamento político teve certa força na época do processo de independência do continente americano tendo em vista a intenção desse continente de defender-se de uma eventual invasão europeia e por semelhanças geográficas e históricas.
Resumidamente podemos considerar o pan-americanismo como a solidariedade a ser praticada entre os diversos países americanos, ajuda a promover a paz dentro do continente em questão e preservar a Independência da América.
Basicamente o pan-americanismo expressou-se sob dois vertentes o boliviarismo e monroísmo.
O boliviarismo advém de Simon Bolívar que teve uma grande importância na História da América Latina, que tinha como princípio básico aproximar politicamente os diversos estados americanos (basicamente os diversos estados americanos de origem espanhola) com o intuito de defendem de uma eventual intervenção estrangeira (principalmente oriunda da Espanha).
O pan-americanismo boliviarista não esteve apenas no campo das ideias havendo tentativas de implementá-los como o Congresso do Panamá (1826), no qual ficou resolvido pela instituição de um acordo de união entre os países americanos, a manutenção da paz na América, o quanto cada país deveria contribuir para garantir a defesa do continente de alguma agressão externa, fim da escravidão e por fim os países deveriam resolver as suas diferenças através de arbitramento.
Participaram ativamente desse congresso Grã-Colômbia (Equador, Colômbia e Venezuela), México, Peru e Províncias Unidas da América Central, sendo que os Estados Unidos da América participaram apenas como observadores.
Este congresso não obteve sucesso por resistência dos Estados Unidos da América (pelo fato de terem interesse em se expandir sua influência dentro do continente americano), o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte (por temer que a América se tornasse um continente politicamente forte, dificultando assim a manutenção de sua influência nesta região) e os atos que foram decididos neste congresso não terem sido aprovados posteriormente pelos países.
Cabe lembrar que o pan-americanismo boliviarista não termina neste fracasso inicial tendo esta política prosseguido, mas sem alterar profundamente o funcionamento da América Latina.
O pan-americanismo monroísta é a versão estadunidense para o pan-americanismo e visava atender unicamente os interesses dos Estados Unidos da América no sentido de garantir a sua expansão em direção ao continente americano e a manutenção do seu poder nesta região, sendo que o marco inicial dessa política foi à mensagem do presidente estadunidense James Monroe ao congresso de seu país neste sentido.
O posicionamento político desse presidente estadunidense ficou conhecido como Doutrina Monroe.

3.3-GUERRA DO PACÍFICO (1879-1884)
A Guerra do Pacífico foi um conflito armado envolvendo Bolívia e Peru em oposição ao Chile (que contava com apoio do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte), tendo em vista a exploração do salitre (nitrato de sódio).
O motivo pelo qual eclodiu este conflito armado foi o fato que o Chile explorava as minas de salitre da Bolívia e havia um acordo entre ambas as partes para que não houvesse aumento das tarifas relativas a esta exploração.
Peru sentiu-se prejudicado devido ao fato que o Chile explorava as minas de salitre da Bolívia e incentivou que o governo boliviano aumentasse as tarifas referentes a esta atividade econômica iniciando mais um conflito armado na América Latina.
A Guerra do Pacífico foi vencida pelo Chile o qual obteve parcelas dos territórios da Bolívia (província de Antofogasta) e o Peru (províncias de Arica, Tacna (devolvida posteriormente) e Tarapará). É importante lembrar que o principal prejudicado desse conflito armado foi à Bolívia que além de ter perdido parte de suas riquezas naturais, perdeu o seu acesso ao mar (Oceano Pacífico) dificultando em muito o desenvolvimento da sociedade boliviana.
A falta de acesso ao mar tem trazido sérios problemas ao desenvolvimento da sociedade boliviana devido a dificuldades em estabelecer contato com outros países (transporte em geral) e acesso a fontes de renda associado aos mares (pescado, petróleo, gás natural e turismo).

4-ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA DURANTE O SÉCULO XIX
4.1-SEGUNDA GUERRA DE INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA (1812-1814)
As intenções dos Estados Unidos da América em expandir o seu território em direção ao Canadá (este país neste momento ainda fazia parte do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda tendo em vista que era uma colônia britânica), questões comerciais (restrição por parte dos britânicos em relação ao comércio estadunidense com a França - isto está relacionado às questões referentes à política europeia (Revolução Francesa)) e devido ao recrutamento forçado de tripulação e embarcação estadunidenses pelos britânicos fizeram com que este país lutasse contra a sua antiga metrópole numa guerra que aconteceu durante os anos de 1812-1814.
Esta guerra acabou não tendo maiores consequências para os dois beligerantes havendo um acordo entre ambas as partes cujo nome foi Paz Eterna de Gand (1814) selando a paz, sendo que foi definida a fronteira entre os Estados Unidos da América e o Canadá.

4.2-EXPANSÃO TERRITORIAL DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA (SÉCULOS XVIII-XIX)
4.2.1-ASPECTOS GERAIS
A Expansão Territorial dos Estados Unidos da América durante os séculos XVIII-XIX, tendo ficado conhecido na historiografia como Marcha Para o Oeste.
Diversos foram os motivos que contribuíram para que este fato histórico ocorresse como o incentivo por parte do governo (facilidade para a compra de terras), falta de espaço na área próxima ao Oceano Atlântico e a descoberta de ouro no ano de 1848 na Califórnia entre outros motivos.
A Marcha Para o Oeste inicialmente se deu de uma forma totalmente desordenada sendo que no ano de 1787 tivemos por parte do governo estadunidense a instituição do Édito do Noroeste cujo objetivo era orientar esta expansão.
Este édito regulamentava a constituição de novos estados que deveria ser feito em três etapas, sendo a primeira etapa quando a região não tivesse alcançado ainda a cifra de 5.000 pessoas residentes, o local estaria sob a responsabilidade do governo federal.
A segunda etapa refere-se quando a área atingisse a cifra de 5.000 pessoas habitando nela, o que geraria o direito dela possuir um governo autônomo e a terceira etapa refere-se ao momento que a área alcançasse 60.000 pessoas morando nela quando a mesma seria incorporada aos Estados Unidos da América como Estado.
Em relação à expansão territorial dos Estados Unidos da América vale lembrar que foi um fato histórico que ocorreu de forma bastante turbulenta, tendo em vista que ao ocupar este imenso território os estadunidenses o fizeram sem levar em consideração o fato que estas terras já eram ocupadas por outras populações (basicamente indígenas e mexicanos) e simplesmente não tiveram o menor apreço por elas, provocando assim sérios problemas para estes grupos populacionais.
Cabe lembrar que um aspecto relevante neste momento histórico para a sociedade estadunidense era a questão relativa à escravidão e para que não ocorresse um desequilíbrio entre a região escravista (sul) e a não escravista (norte) no ano de 1820 foi instituído o Compromisso de Missouri.
Este compromisso determinava que os novos estados que fossem sendo incorporados aos Estados Unidos da América que por ventura fossem localizados ao sul do paralelo 36 graus e 30 minutos norte deveriam ser escravistas, enquanto os novos estados que fossem incorporados aos Estados Unidos da América que por ventura fossem localizados ao norte do paralelo 36 graus e 30 minutos norte não deveriam ser escravistas.
Dando prosseguimento não poderíamos deixar de ressaltar que este compromisso acabou sendo anulado posteriormente, pois a Califórnia ao ser incorporado aos Estados Unidos da América no ano de 1848 ela deveria ser escravocrata devido ao fato dessa região estar localizada ao sul do paralelo 36 graus e 30 minutos norte, resolveu por conta própria ser um estado não escravista criando assim certo mal-estar dentro dos Estados Unidos da América com esta situação.
A partir disso foi instituído no ano de 1854 que seria o próprio estado que decidiria se seria escravocrata ou não.
A expansão territorial estadunidense foi tão forte que os Estados Unidos da América começaram a sua vida como país com uma área territorial de 130.000 quilômetros quadrados e no final desse processo histórico alcançou a cifra de 9.363.520 quilômetros quadrados um aumento aproximado de setenta e duas vezes.

4.2.2-ASPECTOS ESPECÍFICOS
Neste processo histórico de expansão territorial não poderíamos deixar de mencionar os seguintes casos, a saber: Louisiana (comprada da França no ano de 1803), Flórida (comprada à Espanha no ano de 1819), Oregon (cedido pelo Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte no ano de 1846), Alasca (comprada da Rússia no ano de 1867), Arizona, Califórnia, Colorado, Nevada, Novo México, Texas e Utah (comprado, incorporado e cedido pelo México nas décadas de quarenta e cinquenta do século XIX) e o Havaí (incorporado dos nativos polinésios no ano de 1898).

4.2.2.1-ANEXAÇÃO DE TERRITÓRIOS DO MÉXICO
O México perdeu boa parte do seu território para o seu vizinho Estados Unidos da América a partir de um desentendimento entre as duas partes em torno do Texas.
Isto acabou ocorrendo tendo em vista que o México permitiu a entrada de estadunidenses na área do Texas (então pertencente a este país latino-americano) a partir da década de 1820 com o intuito de colonizar esta área.
Em relação a isto nem tudo foram flores, pois além da população mexicana ter virado minoria no Texas começou haver atritos entres colonos estadunidenses e o governo mexicano devido ao fato que os colonos estadunidenses utilizaram à mão de obra escrava enquanto o México no ano de 1829 proibiu a escravidão no seu território.
Como este problema não foi contornado por via pacífica Texas acaba tomando uma posição mais dura em relação ao México que foi a proclamação de sua independência no ano de 1836 e pede para ser anexado aos Estados Unidos da América o que acabou sendo feito no ano de 1845.
De acordo com esta situação o México entra numa guerra contra os Estados Unidos da América que ocorreu durante os anos de 1846-1847.
O resultado desse conflito armado foi bastante negativo para o México que perdeu a guerra e o seu presidente (general Antonio López de Santa Anna) acabou saindo do seu posto, cabendo lembrar que o Tratado de Guadalupe-Hidalgo (1848) determinou que o México cedesse 2.000.000 de quilômetros quadrados do seu território em troca de 15.000.000,00 de dólares.

4.2.2.2-ANEXAÇÃO DO HAVAÍ
O estado do Havaí está localizado num arquipélago do Oceano Pacífico conhecido como Ilhas Sandwich, sendo que este local era habitado por diferentes tribos que foram unificadas politicamente no ano de 1810 quando os últimos grupos nativos se juntaram ao Reino Kamehameha.
Ao longo do tempo os interesses estadunidenses aumentaram muito neste arquipélago, até que no ano de 1894 aconteceu uma tentativa de derrubada da rainha por parte de tropas dos Estados Unidos da América e milícias que encontraram êxito no seu intento colocando no lugar da monarquia uma república.
No ano de 1898 o Havaí acabou sendo anexado ao território dos Estados Unidos da América, sendo transformado em estado (50° e último estado a ser instituído pelos estadunidenses) no ano de 1959.

4.2.2.3-ANEXAÇÃO DA LOUISIANA
Os Estados Unidos da América tinham obtido autorização da Espanha para a utilização do porto da cidade de Nova Orleans, entretanto como toda a Louisiana acabou ficando nas mãos da França, país este que vetou a manutenção do uso desse porto por parte dos estadunidenses, os Estados Unidos da América acharam por bem comprar esta região dos franceses.
Oregon foi incorporado pelos Estados Unidos da América através de um acordo (Tratado do Oregon) com o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda firmado no ano de 1846.

4.3-GUERRA DE SECESSÃO (1861-1865)
4.3.1-SURGIMENTO DA GUERRA DE SECESSÃO
Apesar da ascensão dos Estados Unidos da América no século XIX nem tudo foram flores para este país, pois houve a Guerra de Secessão (Guerra Civil Americana) que aconteceu devido ao fato da estrutura socioeconômica da região norte ser incompatível com a estrutura socioeconômica da região sul gerando assim sérios atritos entre as duas partes em questão.
A região norte tinha uma economia voltada basicamente para a indústria, sendo ela a favor de tarifas alfandegárias altas (para defenderem as suas indústrias) e do término da escravidão (para o aumento do seu mercado consumidor), enquanto o sul tinha uma economia voltada basicamente para a agricultura. A região sul era a favor de tarifas alfandegárias baixas (para facilitar a compra de mercadorias industrializadas) e da escravidão (os escravos eram a principal mão de obra dessa região).
O motivo imediato para o surgimento dessa guerra foi à eleição de Abraham Lincoln que era a favor dos interesses da região norte e como a região sul ficou bastante ciosa de seus interesses os estados sulistas de modo geral resolveram desligar-se dos Estados Unidos da América.
O estado sulista que tomou a iniciativa de desligamento dos Estados Unidos da América foi Carolina do Sul.
No início do ano de 1861 tivemos um congresso realizado na cidade de Montgomery (Alabama) no qual foi determinada a formação dos Estados Confederados da América (a capital dele era a cidade de Richmond localizada no estado da Virgínia) que chegou a contar com onze estados que são os seguintes, a saber: Alabama, Arkansas, Carolina do Norte, Carolina do Sul, Flórida, Geórgia, Louisiana, Mississipi, Texas e Virgínia. Nem todos os estados sulistas participaram dos Estados Confederados da América permanecendo fiéis ao governo central dos Estados Unidos da América.

4.3.2-DESENVOLVIMENTO DA GUERRA DE SECESSÃO
Este conflito armado teve início quando as tropas confederadas tomam a iniciativa dos combates no dia 12.04.1861 quando atacam o Fort Sumter. Apesar dos confederados terem tido a iniciativa dos combates eles acabaram perdendo este conflito armado que no seu final ocasionou a morte de 620.000 pessoas aproximadamente.
Os sulistas começaram este conflito armado em vantagem militar, mas a região norte acabou equilibrando a situação e conseguiu obter a tão desejada vitória. Isto aconteceu basicamente ao fato que a economia dela ser industrializada (oitenta e cinco por cento da capacidade industrial dos Estados Unidos da América estavam instalados neste local) e consequentemente tinha mais condições de suprir as necessidades das tropas durante o conflito armado o que não ocorreu com a região sul.
Durante a Guerra de Secessão Abraham Lincoln determinou o término da escravidão nos estados rebelados com o intuito de desestabilizá-los facilitando assim a vitória sobre os mesmos, sendo que a abolição da escravidão em todo o território estadunidense se deu no ano de 1865 através do congresso nacional dos Estados Unidos da América.

4.3.3-RESULTADO DA GUERRA DE SECESSÃO
Abraham Lincoln acabou não terminando o seu mandato presidencial tendo em vista que ele acabou sendo assassinato na cidade de Washington (capital dos Estados Unidos da América) num teatro (Ford`s Theater) por um adepto incondicional da região sul (o nome dele era John Wilkes Booth (1838-1865)).
Um aspecto muito relevante que merece ser abordado é o fato que a abolição da escravidão nos Estados Unidos da América não significou uma grande melhoria da vida dos ex-escravos tendo em vista que o preconceito continuou (houve uma série de medidas instituídas basicamente nos estados sulistas que restringiam a liberdade social entre os afrodescendentes) e o desnível social entre os afrodescendentes e os brancos continuou grande até os dias de hoje.
A vitória dos estados nortistas deu uma nova direção a História dos Estados Unidos da América, tendo em vista que foi implementando uma política que notoriamente atendeu os interesses nortistas o que explica em parte o fato que este país é bastante desenvolvido do ponto de vista socioeconômico, tendo a região sul um grande subdesenvolvimento em relação ao resto do país.
Em relação a isto não poderíamos deixar de mencionar o surgimento da Ku-Klux-Klan (KKK) instituição que visava reafirmar a supremacia branca e consequentemente manter os afrodescendentes a margem da sociedade estadunidense.
 
5-UNIFICAÇÃO ITALIANA E UNIFICAÇÃO ALEMÃ (1871)
Tanto a Unificação Alemã como a Unificação Italiana foram fatos históricos de muita importância para a compreensão da História da Europa (e de certa maneira para a História da Humanidade) visto a influência que elas teriam tido para o final do século XIX e meados do século XX sendo por esta relevância que nesta parte desse texto vamos entendê-los.
 Cabe lembrar que o processo de unificação desses dois países foi executado de cima para baixo, ou seja, a classe dominante da Itália e Alemanha é que liderou este movimento (cabe lembrar que no caso da Itália chegou a haver certo envolvimento das classes dominadas).

5.1-UNIFICAÇÃO ITALIANA (1871)
Cabe lembrar que no processo histórico que levou a Unificação Italiana tivemos basicamente duas correntes políticas que durante o século XIX lutaram para que esta unificação ocorresse sendo elas as seguintes, a saber: republicana (liderada por Giuseppe Mazzini e Giuseppe Garibaldi) e a monarquista (tinha como principais baluartes o Reino do Piemonte-Sardenha e o conde de Cavour (Camillo Benso/1810-1861)). A segunda corrente foi a que obteve êxito nesta empreitada.
 Em relação a segunda corrente política é bom ressaltar que o conde de Cavour achava que a Itália deveria ser montada a partir do Reino do Piemonte-Sardenha tendo em vista que este país era governado por uma casa monárquica oriunda da própria Península Itálica. Este conde acabou sendo chamado no ano de 1852 pelo Vitor Emanuel II para ser o primeiro-ministro do Reino do Piemonte-Sardenha e esta corrente política acabou sendo vitoriosa.
Prosseguindo temos que ressaltar que o Reino do Piemonte-Sardenha era um país com uma forte presença do setor industrial na sua economia e devido a isto ela vai ter muito interesse nessa unificação, pois isto garantiria mercado consumidor para ela.
Para realizar este objetivo o Reino do Piemonte-Sardenha deveria superar a Áustria (que tinha em suas mãos algumas regiões italianas), os Estados Pontifícios e o Reino das Duas Sicílias sendo que em vista dessa situação o Reino do Piemonte-Sardenha achou por bem se aliar a alguma nação poderosa (em relação a isto este reino italiano firmou um acordo com a França que cederia apoio a ele em troca dos territórios de Nice e Savóia).
Dando prosseguimento tivemos que no ano de 1859 o Reino do Piemonte-Sardenha entra numa contra a Áustria tendo o apoio da França. O resultado desse conflito armado foi favorável ao Reino de Piemonte-Sardenha, pois além da vitória militar este país obteve diversos territórios italianos que estavam sob a jurisdição da Áustria.
A vitória só não foi total devido o fato de a França ter retirado o seu apoio ao Reino do Piemonte-Sardenha durante a guerra com receio da reação da população católica da França tendo em vista o governo francês ter dado apoio ao Reino do Piemonte-Sardenha e este país ter um governo avesso a Igreja Católica Apostólica Romana.
Depois desse conflito armado ainda faltaram alguns territórios italianos (Estados Pontifícios, Reino das Duas Sicílias e Venécia) fora da órbita do Reino de Piemonte-Sardenha os quais precisariam ser anexados para que a Unificação Italiana fosse concretizada.
Prosseguindo tivemos que o conde de Cavour se alia ao Giuseppe Garibaldi, o qual consegue conquistar o Reino das Duas Sicílias no ano de 1860, cabendo ressaltar que posteriormente houve um plebiscito que determinou que este reino fosse incorporado ao Reino do Piemonte-Sardenha.
A Venécia foi incorporada ao Reino do Piemonte-Sardenha depois que este reino apoiou a Prússia na Guerra das Sete Semanas, guerra esta que obtiveram vitória.
Havia algumas tropas francesas localizadas na cidade de Roma que foram retiradas pela França para participarem da Guerra Franco-Prussiana, cabendo ressaltar que esta transferência de tropas ocorreu tendo em vista que a Coroa Francesa acreditou que o Reino do Piemonte-Sardenha não invadiria esta cidade, o que acabou não ocorrendo.
A Unificação Italiana foi formalizada no ano de 1871 quando Vitor Emanuel II transfere-se para a cidade de Roma e logo depois há um plebiscito o qual referenda a anexação dessa cidade.
Como a Igreja Católica Apostólica Romana perdeu poder (os Estados Pontifícios caíram nas mãos da Itália inclusive a cidade de Roma) no processo de Unificação Italiana ela não ficou nem um pouco satisfeita com este fato histórico.
Esse problema só foi resolvido com o Tratado de Latrão (Itália-Benito Amilcare Andrea Mussolini, Igreja Católica Apostólica Romana-papa Pio XI) resolvendo a Questão Romana. Com isso temos o surgimento de um Estado independente chamado Vaticano (ligado a Igreja Católica Apostólica Romana). Atualmente o Vaticano é um dos menores Estados do mundo sendo localizado dentro da cidade de Roma (Itália).

5.2-UNIFICAÇÃO ALEMÃ (1871)
Em relação à Unificação Alemã podemos mencionar o que incentivou pelo menos em parte o desenvolvimento do processo histórico foi à questão econômica, visto que a Prússia um dos países mais desenvolvidos economicamente da região (que ia formar a Alemanha) estava de certa maneira prejudicada com a falta de união dos vários estados alemães, interessando então a unificação dos diversos países alemães. Neste aspecto vale lembrar os vários estados alemães tinham as suas próprias taxas alfandegárias e moedas que atrapalhavam os interesses da Prússia.
Nesta situação a Prússia tenta implantar uma espécie de união alfandegária cujo nome era Zollverein na qual era previstas a uniformização dos pesos e medidas e tarifas alfandegárias, cabendo lembrar que ano de 1853 quase todos os estados alemães estavam fazendo parte dessa união.
A Prússia tinha uma política de tentar unificar a Alemanha sob seu comando fato que foi obtido depois de muita luta, podendo destacar três momentos históricos diferentes, mas relevantes para que fato ocorresse que são os seguintes, a saber:
a-Guerra dos Ducados (1864): este fato histórico se refere basicamente a um conflito armado entre a Dinamarca de um lado e a Prússia e Áustria do outro lado, tendo como foco de atrito a disputa pelos condados de Schleswig e Holstein (eram de população alemã) que estavam sob a administração dinamarquesa desde o início do século XIX (isto aconteceu devido a uma decisão do Congresso de Viena (1814-1815)) e que tinham sido incorporados ao território da Dinamarca.
A Dinamarca acabou saindo derrotada desse conflito armado perdendo estes dois ducados em questão.
b-Guerra das Sete Semanas (1866): esta guerra está ligada diretamente a Guerra dos Ducados tendo em vista que houve uma séria divergência entre a Prússia e a Áustria pela divisão dos territórios obtidos da Dinamarca, sendo que nesta guerra a Prússia acabou sendo vitoriosa (vitória obtida na Batalha de Sadowa).
Dessa guerra saiu o Tratado de Praga que extinguiu com a Confederação Germânica (associação de trinta e nove estados alemães sob a liderança da Áustria) e substituída pela Confederação Germânica do Norte (que englobava os estados alemães do norte sob a liderança da Áustria).
Os estados alemães do sul ficaram organizados na Confederação Germânica do Sul e eram contrários a hegemonia prussiana.
c-Guerra Franco-Prussiana (1870-1871): este confronto aconteceu a partir da crise da sucessão do trono espanhol com a deposição da rainha Isabel II, tendo em vista que foi apresentado como candidato ao trono da Espanha Leopoldo Hohenzollern (primo do monarca prussiano).
A França ficou bastante receosa com esta situação, pois se fosse concretizada ela ficava cercada por vizinhos não muitos amistosos e para se defender dessa situação ela pressionou para que esta candidatura fosse retirada o que acabou acontecendo.
A situação não foi totalmente contornada devido ao fato que a Prússia entra numa guerra contra a França (tendo como motivo imediato um comunicado do rei Guilherme I para a embaixada francesa o qual foi alterado (modificado) pelo Otto Leopold Edvard von Bismarck-Schönhausen (primeiro-ministro prussiano) que provocou uma reação adversa por parte da França por ter sido considerado ofensivo). A Unificação Alemã é obtida devido à vitória prussiana neste conflito armado e consequentemente tivemos o Tratado de Frankfurt (10.05.1871) para selar a paz entre estes dois países. 
Este tratado determinava que França indenizasse a Alemanha em 5.000.000.000,00 de francos e entregaria a região da Alsácia-Lorena para este país.
Encerrando a análise desse fato histórico cabe ressaltar a relevância da derrota francesa na Guerra Franco-Prussiana, visto os interesses franceses no sentido de não haver esta unificação para evitar que surgisse um grande país, o que poderia ser bastante prejudicial para os interesses França o que pelo menos em parte foi provado anos mais tarde que essa sua preocupação tinha fundamentos.

5.2.1-COMUNA DE PARIS (1871)
Depois da vitória da Prússia na Guerra Franco-Prussiana foi instalado na França um governo conservador, cabendo lembrar que a situação social das pessoas em geral não era satisfatória, o que acabou provocando uma rebelião (Comuna de Paris) na cidade de Paris no ano de 1871 que tinha um forte cunho social.
Apesar do forte aspecto social da Comuna de Paris a mesma teve um curto período de existência (setenta e dois dias), cabendo ressaltar que apesar disso, a mesma foi muito importante para a História da França tendo sido uma experiência muito relevante para as classes populares.
Inserido neste contexto histórico podemos fazer referência a uma série de medidas tomadas pela liderança da Comuna de Paris com o intuito de melhorar o nível de vida da população parisiense das quais podemos destacar a instituição da igualdade entre homens e mulheres, a instituição de pensões para as pessoas que por ventura fossem órfãs e viúvas e o término de atividades profissionais no período da noite.
A Comuna de Paris foi controlada pelo governo francês contando com o apoio da Alemanha, controle este que provocou a morte de aproximadamente de 20.000 pessoas.

6-IMPERIALISMO
6.1-ASPECTOS GERAIS
O imperialismo é uma expressão do capitalismo, sendo extremamente importante ressaltar que a expressão dessa organização social tem como função básica resolver as contradições inerentes ao sistema capitalista. O imperialismo se expressa através da dominação de um país/região em relação a outro país/região. Essa dominação ocorre basicamente através das seguintes maneiras, a saber: domínio econômico, domínio territorial e domínio cultural.
O imperialismo surgiu a partir da consolidação do capitalismo podendo datar o seu início no século XIX e existente até os dias de hoje. O seu surgimento se deu basicamente por uma série de motivos podendo destacar a procura de fornecedores de matéria-prima, consumidores de produtos industrializados, obtenção de lugares que servissem de base naval com o intuito de garantir a manutenção das rotas comerciais marítimas, exportação de população excedente e a investimentos de capitais excedentes.
Os principais mecanismos pelos quais o imperialismo se expressou ao longo do tempo foram os seguintes, a saber:
a-Áreas de Investimento de Capital: o país mantinha a estrutura política funcionando normalmente, mas era controlado por algum país imperialista através da dependência econômica. Podemos citar como exemplo disso a América Latina em relação aos Estados Unidos da América a partir do século XX;
b-Colônias: o país estava sob o controle total de algum país imperialista. Podemos citar como exemplo disso a África em relação a alguns países imperialistas durante o século XIX e meados do século XX;
c-Protetorado: o país mantinha a estrutura política funcionando normalmente, mas estava sob a tutela de algum país imperialista. Podemos citar como exemplo disso Porto Rico em relação aos Estados Unidos da América a partir do século XX;
c-Zona de Influência: o país mantinha a estrutura política funcionando normalmente, mas tinha áreas do seu território sob a influência de algum país imperialista. Podemos citar como exemplo disso a China em relação a alguns países imperialistas durante a primeira parte do século XIX.
 Prosseguindo não poderíamos deixar de mencionar que o imperialismo em parte ajudou o surgimento da Primeira Guerra Mundial tendo em vista que ela acabou colocando os países imperialistas um contra o outro aumentando bastante à tensão política no cenário internacional propiciando a eclosão dessa guerra.
A Alemanha e Itália entraram tarde na corrida imperialista devido ao fato desses países terem se unificado tardiamente (consequentemente estavam enfraquecidos e inviabilizou praticamente a entrada deles nesta disputa com alguma chance real de vitória) e por causa disso encontraram dificuldades na obtenção de colônias tendo em vista que os outros países já terem conseguido obter boa parte das colônias.
E por fim não poderíamos deixar de mencionar que o imperialismo favoreceu o enriquecimento de alguns países e o empobrecimento de outros ajudando assim que a situação social de diversas partes do mundo não melhorasse e sim piorasse, além de consolidar ou estabelecer relações de domínio entre os países, concluindo daí que este fato histórico acabou servindo para o aumento da desorganização social da sociedade humana e consequentemente ampliando o sofrimento da espécie humana.
Cabe lembrar que o imperialismo foi exercido em diversos momentos da História da Humanidade em lugares diferentes sendo que veremos alguns casos bastante ilustrativos desse fato histórico nos próximos itens.

6.2-IMPERIALISMO NO CONTINENTE AMERICANO
Um dos países que mais praticou o imperialismo foram os Estados Unidos da América e uma das suas principais áreas de atuação foi o continente americano podendo destacar inicialmente o caso de Cuba, Filipinas e Porto Rico acontecido simultaneamente, tendo isto transcorrido basicamente através da Guerra Hispano-Americana (1898).
Em relação a este conflito armado ocorrido entre os Estados Unidos da América e a Espanha é bom ressaltar que Cuba e Porto Rico foram os dois últimos lugares do continente americano que no final do século XIX ainda estavam sob a dominação política da Coroa Espanhola.
No caso de Cuba havia por parte dos Estados Unidos da América um especial interesse por este país tendo em vista que os estadunidenses tinham fortes interesses na indústria açucareira cubana e na posição geográfica desse país na entrada do Golfo do México vai “colaborar” com o processo de emancipação política de Cuba.
O desejo da independência política por parte de Cuba era latente dentro de sua sociedade cabendo lembrar que no ano de 1895 eclodiu uma rebelião em Cuba com a intenção de obterem a independência tendo sido o seu líder máximo José Julián Martí (1853-1895) que morreu ainda no início do conflito.
O motivo imediato para a entrada dos Estados Unidos da América neste conflito armado foi um grave acidente ocorrido com o encouraçado Maine de bandeira estadunidense que acabou ocasionando a morte de 260 marinheiros, cabendo lembrar que este navio estava na área do conflito para resgatar os cidadãos estadunidenses dos perigos de um conflito armado.
Os Estados Unidos da América entraram neste conflito armado vencendo-o e ajudando a “libertar” Cuba, Filipinas e Porto Rico do controle espanhol o que depois provocou um efeito bastante negativo para estes países que foi a instalação de vez do imperialismo estadunidense nestes três países.
O único país desses três países que conseguiu libertar-se do imperialismo estadunidense foi Cuba quando um levante liderado por Fidel Alejandro Castro Ruy derrubou o governo ditatorial de Fulgêncio Batista y Zaldívar no ano de 1959, sendo que devido a questões relativas à política internacional, tivemos a implementação do comunismo em 1961 neste país.
Ainda em relação a Cuba cabe ressaltar que este país foi obrigado a aceitar pelos Estados Unidos da América uma emenda a sua constituição do ano de 1901 na qual este país imperialista podia intervir em Cuba (esta emenda não existe mais e ela ficou conhecida como Emenda Platt) além desse país ter sido coagido a aceitar a instalação de uma base militar no seu território.
Outro caso de Imperialismo praticado pelos Estados Unidos da América que merece muita atenção que foi a Independência do Panamá que até o início do século XX fazia parte da Colômbia que não tinha aceitado num primeiro momento o acordo oferecido pelos estadunidenses em abrir um canal que ligasse um caminho entre os oceanos Atlântico e Pacífico com o intuito de facilitar as atividades econômicas dos Estados Unidos da América, tendo em vista as dificuldades que os navios enfrentavam para passar de um lado para o outro do continente americano.
Com isso os Estados Unidos da América resolveram intervir na política interna da Colômbia com a intenção de fazer com que o Panamá proclamasse a sua independência para que logo a seguir este novo país aceitasse que os Estados Unidos da América instalassem o canal que ligasse o Oceano Atlântico com o Oceano Pacífico, sendo que este canal é conhecido com o nome de Canal do Panamá.

6.3-IMPERIALISMO NO CONTINENTE ASIÁTICO
Em relação ao continente asiático temos um caso bastante interessante que é o japonês, tendo em vista o Japão ter sofrido um forte assédio por parte do imperialismo e conseguiu defender-se dele e implementar o seu próprio imperialismo que ocorreu basicamente na Ásia e Oceania.
O Japão teve o seu primeiro contato com a civilização ocidental através dos navegadores portugueses ainda no século XVI, sem portanto trazer alguma consequência negativa de maior tamanho para este país e não tendo maiores contados com esta parte do mundo até o século XIX.
Antes de prosseguirmos cabe ressaltar que o Japão do ponto de vista social era um país basicamente feudal no qual ele era chefiado pelos xoguns (líderes militares/feudais) que tinham sob a sua jurisdição os samurais (militares), sendo que o imperador não tinha maiores poderes nesta organização social.
Esta situação não ficaria inalterada por toda a eternidade tendo em vista que em meados do século XIX uma esquadra estadunidense comandada pelo comodoro (almirante) Perry conseguiu forçar a abertura comercial do Japão em relação aos Estados Unidos da América (não poderíamos deixar de mencionar neste contexto histórico o Tratado de Kanagawa (1854) que obrigou o Japão possibilitar o contato comercial através de dois portos).
Em relação a isto não poderíamos deixar de ressaltar que o Japão acabou posteriormente assinando outros tratados comerciais com outros países.
De acordo com esta situação que o Japão estava passando os japoneses perceberam que só conseguiriam sair dessa situação de desvantagem em relação aos outros países quando a sociedade japonesa se modernizasse (mais precisamente se industrializando).
A partir desse contexto histórico houve uma rebelião no Japão no ano de 1868 protagonizada basicamente pelos samurais no qual o imperador Mutsu Ito consegue controlar e acaba aumentando o seu poder e acabou com o xogunato neste país asiático.
Com isso este país acabou instituído uma política de modernização da sociedade japonesa (principalmente de sua economia), modernização esta que ficou conhecida como Era Meiji e foi colocada em prática pelo imperador Mutsu Ito.
Cabe ressaltar que o Japão depois de conseguir êxito no plano de desenvolvimento ele mesmo começou a praticar o imperialismo podendo mencionar o caso da China que no ano de 1895, os dois países entraram num confronto bélico no qual o Japão saiu vitorioso dessa guerra e a Ilha de Formosa (Taiwan) e a Coreia saíram da órbita da China e caem na órbita do Japão.
Dando prosseguimento tivemos uma guerra entre o Japão e a Rússia (1904-1905) por interesses japoneses na Manchúria (território pertencente à China) e o resultado foi favorável ao Japão que através do Tratado de Portmouth consegue obter o sul da Ilha Sacalina, Port Arthur além da jurisdição da Manchúria.
Mudaremos de país, mas não de continente, pois outro caso interessante de imperialismo foi o da Índia que teve os seus primeiros contatos com europeus no ano de 1498 com os portugueses através do navegador Vasco da Gama, mas quem ficou mesmo controlando esta região foi o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda que ficou com esta região devido a Guerra dos Sete Anos (1756-1763), sob a forma de protetorado (neste caso a Índia ainda preservava alguns traços de autonomia política).
A Índia não permaneceu toda a vida na forma de protetorado, pois tendo em vista a derrota de uma rebelião de cunho libertador conhecida como Rebelião dos Cipaios (1857-1859) que foi derrotado pelo governo britânico, o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda tornou a Índia sua colônia, sendo que no ano de 1876 ela foi incorporada ao Império Britânico como território integrante ao dele.
O nome da Rebelião dos Cipaios se deve ao fato que a base dessa rebelião foi militares nativos da Índia que eram conhecidos como Cipaios.
Com esta rebelião a Companhia das Índias Orientais acabou sendo afastada da administração das Índias sendo substituídas por uma pessoa escolhida pelo parlamento britânico para exercer o cargo de vice-rei, os cargos mais altos da administração colonial foram ocupados pelos britânicos e por fim as tropas britânicas formadas pela população local foram reformadas e compostas por pessoas mais fiéis aos britânicos.
Em relação à China não poderíamos deixar de mencionar que este país utilizava basicamente o ópio para usos medicinais, entretanto como o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda produzia em grande quantidade este produto em questão na Índia, os britânicos forçaram o comércio desse produto com a China incentivando (propagando) de certa maneira o vício (dependência química) entre os chineses, entretanto a China não fica inerte (parada) em relação a esta nefasta situação visto que no ano de 1839 os este país apreende aproximadamente 20.000 caixas desse produto e se desfaz dessa mercadoria lançando-a no mar.
O Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda não fica inerte diante dessa situação e tem a iniciativa de tentar resolver este atrito com os chineses através da Guerra do Ópio (1840-1842) do qual obtém a vitória.
Com a derrota chinesa este país assina o Tratado de Nanquim (1842), no qual é obrigado a ceder Hong Kong aos britânicos, abrir cinco portos para o comércio britânico e não aplicar a legislação chinesa aos cidadãos britânicos.
Prosseguindo temos que mencionar que a abertura comercial que este país foi obrigado a fazer devido a ação do Imperialismo acabou atrapalhando ainda mais a vida econômica desse país, contrapondo cada vez mais o imperador chinês e a classe dominante desse país oriental.
A partir dessa situação de crise acabou surgindo uma rebelião contra a dominação estrangeira que foi a Revolta de Taiping (1850-1864) revolta esta que acabou não dando resultados esperados pelos seus organizadores, pois foi controlada pelo governo chinês que contou com ajuda estrangeira para controlar esta rebelião.
A resistência chinesa a presença estrangeira não esmoreceu com esta derrota, havendo no ano de 1900, outra rebelião que ficou conhecida como Guerra dos Boxers.
Esta rebelião como nas rebeliões ocorridas anteriormente não conseguiu obter o êxito desejado contra as forças do imperialismo e a China viu-se na obrigação perante os países imperialistas de pagar indenizações e ainda tolerar a presença de forças militares estrangeiras no seu território.
Em relação à delicada situação (interferência externa) pela qual a China estava passando não duraria por toda a eternidade, pois no ano de 1949 este país asiático tornou-se comunista e conseguiu afastar o imperialismo de si, protegendo assim os seus interesses e principalmente o seu povo.
m relação à expansão imperialista em direção a China é interessante ressaltar que este país foi coagido a assinar uma série de tratados os quais ficaram conhecidos como tratados desiguais. Estes tratados consistiam em acordos firmados entre as nações imperialistas e a China cujos conteúdos eram extremamente desvantajosos aos chineses surgindo disso o nome desses acordos.
Podemos citar como exemplo de tratados desiguais os seguintes, a saber: Tratado de Nanquim (1842), Tratado de Pequim (1860), Tratado de Aigum (1860) e Tratado de Shimonoseki (1895).

6.4-IMPERIALISMO NO CONTINENTE AFRICANO
Em relação ao imperialismo na África temos que abordar inicialmente que houve a Conferência de Berlim (1884-1885) que visava demarcar as áreas sob influência dos países imperialistas e definir normas pelas quais esses países deveriam se comportar, sendo que a conquista imperialista no continente africano foi tão intensa que no final do século XIX boa parte da África já estava loteada pelos países imperialistas.
No continente africano tivemos um caso bastante interessante de imperialismo que foi o caso do Egito que foi dominado pelo Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda, tendo em visto o fato de esse país africano ser muito importante aos interesses britânicos na Índia, tendo em vista que no Egito foi construído no século XIX o Canal do Suez, canal este que liga o Mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho facilitando assim a ligação da Europa a Ásia e consequentemente dinamizando a ligação desse país europeu com a sua colônia asiática.
Os britânicos queriam garantir a sua influência na região para evitar eventuais problemas relacionados com este canal, pois através do Canal do Suez o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda mantinha a sua ligação com a Índia. Caso o canal tivesse algum problema os britânicos seriam obrigados a usar outra rota marítima (que é muito mais longa) para manter esta ligação prejudicando assim em muito os seus interesses no local citada anteriormente.

7-AMÉRICA LATINA DURANTE O SÉCULO XX
7.1-ORGANIZAÇÃO ECONÔMICA
O aspecto principal da organização econômica da América Latina durante o século XX permanece o mesmo em relação ao século XIX, que é ter a economia atrelada aos interesses do capitalismo internacional.
Cabe ressaltar que esta região do planeta teve um desenvolvimento considerável (principalmente Argentina, Brasil e México) o que colaborou em diminuir a dependência em relação ao capitalismo internacional.
No continente latino-americano a base da economia é o setor primário (agropecuária e minério) tendo crescido bastante o setor secundário (indústria) no século XX, tanto que alguns países latino-americanos tem uma forte base industrial (Argentina, Brasil e México).

7.2-ORGANIZAÇÃO POLÍTICA
A América Latina começa o século XX com a grande maioria de suas unidades políticas independentes politicamente (o que não ocorreu no século XIX), mas manteve a mesma estrutura política do século anterior, ou seja, uma pequena classe dominante (composta basicamente de pessoas de origem europeia) controlando uma grande classe dominada (composta basicamente de pessoas de origem africana, europeia e indígena).
Cabe ressaltar que o tão sonhado pan-americanismo não foi realizado na sua totalidade apesar de todo o avanço obtido nesta área. Podemos citar como exemplo de avanços nesta área a fundação de uma série de órgãos internacionais acordos internacionais que visam à integração do continente americano (em especial da América Latina) dos quais podemos mencionar os seguintes, a saber:
a-Associação dos Estados do Caribe (AEC): esta instituição internacional tem foi fundada no 24.07.1994 através do Convênio Constitutivo da Associação dos Estados do Caribe e visa basicamente incentivar a integração dos países banhados pelo Mar do Caribe, sendo sediada na cidade de Port of Spain (Trinidade e Tobago). Ela é composta por Antígua e Barbuda, Aruba, Bahamas, Barbados, Belize, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Curuçao, Dominica, El Salvador, Granada, Guadalupe, Guatemala, Guiana, Guiana Fransesa, Haiti, Honduras, Ilhas Turks e Caicos, Jamaica, Martinica, México, Nicarágua, Panamá, República Dominicana, São Cristóvão e Névis, Santa Lúcia, São Martinho, São Vicente e Granadinas, Suriname, Trinidad e Tobago e Venezuela.
b-Associação Latino-Americano de Integração (ALADI): esta instituição internacional foi fundada no dia 12.08.1980 através do Tratado de Montevidéu (em substituição da Associação Latino-Americana de Livre Comércio (ALALC)) e visa aumentar a integração da região para favorecer o desenvolvimento socioeconômico dela, sendo sediada na cidade de Montevidéu (Uruguai). Ela é composta pela Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela;
c-Comunidade Andina de Nações (CAN): esta instituição internacional foi fundada no ano de 1969 (através do Acordo de Cartagena) com o nome de Pacto Andino (assumiu o nome atual no ano de 1996) e visa integrar os países participantes para a obtenção de um maior desenvolvimento para eles sendo sediada na cidade de Lima (Peru). Ela é composta pela Bolívia, Colômbia, Equador e Peru;
d-Comunidade Caribenha (CARICOM): esta instituição internacional foi fundada no dia 4.06.1973 através do Tratado de Chaguaramas (em substituição da Associação de Livre Comércio do Caribe (CARIFTA)), visando a obter desenvolvimento para o Caribe, sendo sediada na cidade de Geordetown (Suriname). Os resultados tão esperados não foram alcançados devido ao fato das economias dos países caribenhos serem isoladas uma das outras e possuírem ligações relevantes com economias de países de outras partes do mundo que não do Caribe. Ela é composta pela Antígua e Barbuda, Bahamas, Barbados, Belize, Dominica, Granada, Guiana, Haiti, Jamaica, Santa Lúcia, São Cristóvão e Névis, São Vicente e Granadinas, Suriname e Trinidad e Tobago;
e-Mercado Comum do Sul (MERCOSUL): esta associação foi fundada no dia 26.03.1991 através do Tratado de Assunção, sendo que o objetivo básico dela é a integração para o desenvolvimento dos países-membros. Ela é composta pela Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela;
f-Parlamento Latino-Americano (PARLATINO): esta instituição internacional foi fundada no dia 7.12.1964, tendo como função básica estimular a integração latino-americana. Ela é composta pelos representantes do poder legislativo de cada país (Argentina, Aruba, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Curaçao, El Salvador, Equador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Peru, Panamá, Paraguai, República Dominicana, São Martinho, Suriname, Uruguai e Venezuela);
g-Organização dos Estados Americanos (OEA): esta instituição internacional foi fundada no dia 30.04.1948 para tratar dos interesses do continente americano sendo sediada na cidade de Washington (Estados Unidos da América). Ela é composta pela Argentina, Antígua e Barbuda, Bahamas, Barbados, Belize, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Dominica, Equador, El Salvador, Estados Unidos da América, Granada, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Santa Lúcia, São Cristóvão e Névis, São Vicente e Granadinas, Suriname, Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela;
h-Organização dos Estados do Caribe Oriental (OECO): esta instituição internacional foi fundada no dia 18.06.1981 através do Tratado de Basseterre para promover a integração regional sendo sediada na cidade de Castries (Santa Lúcia). Ela é composta pela Anguilla, Antígua e Barbuda, Dominica, Granada, Ilhas Virgens Britânicas, Montserrat, São Cristóvão e Névis, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas;
i-União de Nações Sul-Americanas (UNASUL): esta instituição internacional foi fundada no dia 8.12.2004 visando integrar os países da América do Sul numa zona de livre comércio, sendo sediada em Quito (Peru). Ela é composta pela Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Colômbia, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.
Complementando a análise histórica sobre a integração latino-americana não poderíamos deixar de abordar que houveram dez Conferências Pan-americanas (1889-1954), que foram as seguintes, a saber: I Conferência Pan-americana (1889-1890), ocorrida nos Estados Unidos da América, II Conferência Pan-americana (1901-1902), ocorrida no México, III Conferência Pan-americana (1906), ocorrida no Brasil, IV Conferência Pan-americana (1910), ocorrida na Argentina, V Conferência Pan-americana (1910), ocorrida no Chile, VI Conferência Pan-americana (1928), ocorrida em Cuba, VII Conferência Pan-americana (1933), ocorrida no Uruguai, VIII Conferência Pan-americana (1938), ocorrida no Peru, IX Conferência Pan-americana (1948), ocorrida na Colômbia e a X Conferência Pan-americana (1954), ocorrida na Venezuela.
No século XX os Estados Unidos da América mantiveram a sua política de manter a América Latina dentro de sua área de influência (pan-americanismo monroísmo) sendo que na presidência de Theodore Roosevelt (1901-1909) foi instituído o Corolário Roosevelt Para a Doutrina Monroe (1904) que legitimava as intervenções militares estadunidenses na América Latina.
Devido a questões políticas houve uma mudança na política estadunidense para a América Latina durante a presidência de Franklin Delano Roosevelt (1933-1945), que foi a suspensão das intervenções militares estadunidenses no continente latino-americano e a sua substituição por uma política de aproximação entre ambas as partes, que ficou conhecida como Política de Boa Vizinhança.

7.3-REVOLUÇÃO MEXICANA (1910)
A Revolução Mexicana foi um movimento de contestação da ordem vigente do México na virada do século XIX para o século XX, tendo sido a primeira revolução de cunho popular a assumir o poder num país da América Latina no século XX.

7.3.1-SURGIMENTO DA REVOLUÇÃO MEXICANA
O general José de la Cruz Porfírio Díaz Mory chegou ao poder no México no ano de 1876 através de uma rebelião militar que depôs Sebastán Lerdo de Tejada do governo mexicano.
Este general comandou o México de 1876 até 1911 (quando renunciou ao cargo de presidente da república) com exceção do período 1880-1884 no qual este país latino-americano foi comandado por Manuel Gonzálvez.
Durante o governo do general José de la Cruz Porfírio Díaz Mory o México teve um grande crescimento econômico (principalmente no setor industrial) no qual poucos setores foram beneficiados (aumento da exploração do homem), cabendo lembrar que a maioria da população mexicana não tinha acesso diversas às instâncias de decisão política.
De acordo com este cenário político Francisco Madero funda no ano 1909 o Partido Nacional Antirrelacionista cujo objetivo básico era impedir a continuidade do general no poder.
A proposta inicial de Francisco Madero foi ser candidato à vice-presidente da república na chapa do general José de la Cruz Porfírio Díaz Mory e aos poucos ditar as orientações gerais do governo tendo em vista a idade avançada do general, mas acabou não sendo aceita pelo militar.
Nesta situação Francisco Madero para lança a sua candidatura para presidente da república e para evitar problemas para a sua reeleição o general José de la Cruz Porfírio Díaz Mory manda prender o seu oponente sob a acusação de insuflar o povo à rebelião.
A prisão dele aconteceu na cidade de Monterrey tendo ele sido transferido para a cidade de San Luís de Potosí.
Com isso o general se reelegeu sem maiores problemas, mas Francisco Madero foge para a cidade de San Antonio no estado do Texas (Estados Unidos da América) onde lança o Plano de San Luís de Potosí que previa um levante no dia 20.11.1910 para a derrubada do general José de la Cruz Porfírio Díaz Mory do cargo de presidente da república, anulação das eleições presidenciais de 1910, Francisco Madero seria instituído presidente da república de forma provisória, devolução das terras indígenas que tivessem sido tomadas através da Lei de Baldios e não haveria reeleição para nenhum cargo político.
Na data marcada houve o levante, sendo que o mesmo não durou muito tempo, pois no ano de 1911 o general José de la Cruz Porfírio Díaz Mory renuncia ao cargo de presidente da república.
A Revolução Mexicana ficou caracterizada pela intensa agitação política devido à multiplicidade de correntes políticas que faziam parte dela e a oposição que queria impedir o seu progresso.
Vale lembrar que dentro do processo revolucionário os camponeses se organizaram em torno de José Doroteo Arango (mais conhecido como Pancho Villa) e Emiliano Zapata Salazar exigindo terras.

7.3.2-GOVERNO FRANCISCO MADERO (1911-1913)
Com a saída do general José de la Cruz Porfírio Díaz Mory do governo mexicano foi instalado um governo provisório presidido por Francisco Leon de la Barra que passou o cargo de presidente da república para Francisco Madero no ano de 1911.
Francisco Madero acaba não conseguindo resolver os problemas de seu país, além de ter enfrentado resistências tanto da direita como a esquerda.
As resistências propunham cada qual derrubar o governo para atender as suas necessidades. À direita (classe dominante mexicana e os Estados Unidos da América) para preservar os seus interesses e a esquerda (zapatistas) para o aprofundamento da Revolução Mexicana.
No primeiro caso os Estados Unidos da América incentivaram o golpe de estado através do seu embaixador (Henry Lane Wilson) no México que firmou o Pacto da Embaixada (1913) com a classe dominante mexicana que tratava sobre o assunto, enquanto os zapatistas através do Plano de Ayla (previa a derrubada do governo, reforma agrária e reorganização dos ejidos (terras de uso público)) tentou, mas não conseguiu impor seus interesses.
Francisco Madero acabou sendo derrubado pela direita através da pessoa do general Victoriano Huerta e logo depois executado.

7.3.3-GOVERNO GENERAL VICTORIANO HUERTA (1913-1914)
O general Victoriano Huerta acabou ficando pouco tempo no governo devido às pressões internas e externas tendo se exilado no exterior quando renunciou ao cargo de presidente da república.
Internamente Venustiano Carranza Graza se rebela contra o general Victoriano Huerta, tendo havido apoio de Emiliano Zapata Salazar e Pancho Villa nesta rebelião. Isto aconteceu devido ao fato que o general em questão não ter atendido os interesses de setores da sociedade mexicana.
Externamente os Estados Unidos da América voltou-se contra o mandatário mexicano por este não estar atendendo as necessidades estadunidenses.

7.3.4-GOVERNO VENUSTIANO CARRANZA GARZA (1914-1920)
No ano de 1917 tivemos a instituição da constituição mexicana que foi uma das primeiras a garantir proteção social aos desfavorecidos socialmente. O governo Venustiano Carranza Garza acabou através de um golpe de estado executado pelo general Álvaro Obregón devido a questões políticas.

7.3.5-GOVERNO LÁZARO CÁRDENAS DEL RIO (1934-1940)
Lázaro Cárdenas del Rio foi o presidente da república que mais fez pelo desenvolvimento da Revolução Mexicana, podendo citar a implantação de avanços na reforma agrária, nacionalização do setor petrolífero através da fundação da PEMEX, industrialização e incorporação da população mexicana no sistema educacional.

7.3.6-INSTITUCIONALIZAÇÃO E ESTABILIZAÇÃO DA REVOLUÇÃO MEXICANA
Cabe lembrar que a institucionalização e estabilização da Revolução Mexicana aconteceram a partir da instituição do Partido Nacional Revolucionário (PNR) no ano de 1929, tendo mudado de nome para Partido Nacional Mexicano (PNM) em 1938. Em 1946 tivemos a dotação do nome atual que é Partido Revolucionário Institucional (PRI).
O Partido Revolucionário Institucional ficou numa situação de domínio total da política mexicana do ano de 1929 até 2000 quando Vicente Fox Quesada foi eleito presidente da república pelo Partido da Ação Nacional (PAN) fundado em 1939. Isto aconteceu basicamente pelo desgaste político do Partido Revolucionário Institucional ao longo de setenta e um anos no poder.

7.4-GUERRA DO CHACO (1932-1935)
A Guerra do Chaco foi um confronto bélico entre a Bolívia e Paraguai pela disputa do Chaco (região localizada nos territórios da Argentina, Brasil, Bolívia e Paraguai) tendo isto ocorrido por questões territoriais e econômicas (petróleo).
O primeiro ponto refere-se ao fato que não havia total clareza sobre os limites geográficos de ambos os países gerando assim dúvidas de quem seria o verdadeiro dono dessa região.
O segundo ponto e que foi determinante para a deflagração do conflito bélico em questão é a existência de petróleo no local e interesses internacionais relacionados ao assunto.
Era vantajoso para cada país envolvido na disputa obter o maior pedaço possível do Chaco, pois teria assim um maior acesso a esta matéria-prima tão relevante a sociedade.
Complementando a análise histórica não poderíamos deixar de mencionar o fato que a Standard Oil Company tinha várias concessões de exploração de recursos naturais na Bolívia e havia a necessidade de escoamento do petróleo através do Paraguai por ser o melhor caminho.
O problema se refere ao fato que a Royal Dutch-Shell concorrente da Standard Oil Company no mercado internacional tinha concessões de exploração de recursos naturais no Paraguai e criava constrangimento para a passagem do petróleo da outra empresa por este país, utilizando-se para isso a sua influência no governo paraguaio.
A finalidade disso era prejudicar a sua concorrente e ter acesso fácil ao petróleo localizado na região.
Paraguai venceu a guerra e acabou ficando com a maior parte das terras localizadas no Chaco.

7.5-Guerra Peruano-Equatoriana (1941-1942)
A Guerra Peruano-Equatoriana foi um conflito armado no qual, Equador e Peru se enfrentaram militarmente, com nítida vitória das tropas peruanas. O seu término foi marcado pela celebração do protocolo de Paz, Amizade e Limites do Rio de Janeiro (1942).

7.6-Guerra Peruano-Equatoriana (1941-1942)
A Guerra Peruano-Equatoriana foi um conflito armado no qual, Equador e Peru se enfrentaram militarmente, com nítida vitória das tropas peruanas. O seu término foi marcado pela celebração do protocolo de Paz, Amizade e Limites do Rio de Janeiro (1942).

7.7-Guerra de Pasquisha (1981)
A Guerra de Pasquisha foi um incidente diplomático entre Equador e Peru devido o posicionamento de 3 postos de observação, tendo o Peru levado leve vantagem neste imbróglio ocorrido nos meses de janeiro e fevereiro do ano de 1981.

7.8-Guerra do Cenepa (1995)
A Guerra do Cenapa foi um conflito armado entre Equador e Peru, tendo sido inconclusiva, apesar das equatorianas ter tido levado vantagem militar sobre as tropas peruanas. Na área diplomática a vitória coube ao Peru.

7.9-REVOLUÇÃO CUBANA (1959)
A República de Cuba é um país insular localizado na América Central (Caribe), o qual era colônia do Reino da Espanha e obteve a sua emancipação política através da Guerra Hispano-Americana (1898), guerra está protagonizada pelos Estados Unidos da América e o Reino da Espanha. É interessante ressaltar que ao sair da área de influência do país europeu em questão, a República de Cuba, entra na área de influência do país americano em questão, estabelecendo assim uma relação bastante desigual entre estes 2 países, estimulando assim o surgimento da Revolução de Cubana (1959).
Apesar de eventuais aspectos positivos da influência estadunidense na República de Cuba, de modo geral ela ficou caracterizada pela intensa interferência dos Estados Unidos da América no cotidiano desse país caribenho, a tal ponto que a economia cubana ficou atrelada a economia estadunidense, pois a principal atividade econômica da República de Cuba tinha como função básica abastecer o mercado consumidor estadunidense de açúcar, fazendo com que a República de Cuba tivesse a sua soberania bastante comprometida devido a dependência econômica em relação aos Estados Unidos da América. Complementando isto é bastante relevante pontuar que os Estados Unidos da América usavam este país caribenho como “parque de diversões”, pois havia uma extensão rede de casinos localizada neste local que era amplamente usada pelos cidadãos estadunidenses ampliando ainda mais a influência estadunidense na República de Cuba.
Em paralelo a isto, é interessante ressaltar que Fulgêncio Batista Zaldívar (1901-1973), lidera um regime ditatorial no período de 1952-1959, o qual desagrada diversos setores da sociedade cubana, estimulando assim ao surgimento da Revolução Cubana. Resumindo a situação que levou ao surgimento da Revolução Cubana, podemos reduzir a dois aspectos principais, a saber: aspectos econômicos (economia cubana atrelada a economia estadunidense) e aspectos políticos (regime ditatorial de Fulgêncio Batista Zaldívar).
Concluindo este texto sobre a Revolução Cubana é interessante ressaltar que a República de Cuba, apenas rompe com o sistema capitalista e adere ao sistema comunista no ano de 1961 devido a questões políticas, tornando assim o único país americano a adotar o sistema comunista, complicando em muito a política externa estadunidense devido o contexto histórico relativo a Guerra Fria.

7.10-DITADURAS MILITARES
Durante o período compreendido entre as décadas de 50 e 80 a América Latina foi assolada por uma série de ditaduras militares que atenderam as necessidades dos Estados Unidos da América e da direita latino-americana.
Um aspecto que merece atenção especial em relação às ditaduras militares latino-americanas é a Operação Condor que consistiu numa aliança entre os diversos governos militares (mais precisamente Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai) no sentido de colaborarem entre si no combate a oposição aos regimes militares.

7.10.1-DITADURA PARAGUAIA (1954-1989)
O general Alfredo Stroessner Matiauda instala uma ditadura militar no ano de 1954 quando derruba o governo do presidente da república Frederico Chávez Careaga.
Esta ditadura militar é apoiada pelo Partido Colorado (partido de direita, sendo um dos principais do Paraguai).
Durante o governo do general Alfredo Stroessner Matiauda tivemos o acordo entre Brasil e Paraguai no ano de 1973 no sentido de construir a usina hidrelétrica de Itaipu.
Esta ditadura militar encontra o seu término no ano de 1989 quando um golpe de estado liderado pelo general Andrés Rodrigues Pedotti derruba o governo do general Alfredo Stroessner Matiauda.
Logo depois do golpe de estado houve eleições presidenciais as quais foram vencidas pelo general Andrés Rodrigues Pedotti.

7.10.2-DITADURA CHILENA (1973-1990)
Chile como outros países da América Latina teve um crescimento considerável no setor industrial depois da Segunda Guerra Mundial, sendo que esta situação não resultou numa melhoria significativa do nível social da população em geral.
A partir dessa situação nós tivemos a ascensão de Eduardo Nicanor Frei Montalva do Partido Social Democrata a presidência da república e não efetivou as reformas sociais necessárias ao país, o que possibilitou a ascensão de Salvador Allende Gossens ao governo através do Partido Socialista.
Como Salvador Allende Gossens tomou uma posição mais firme em relação às necessidades sociais do país e contrariou interesses dos Estados Unidos da América e da direita chilena, acabou ocasionando o golpe de estado em 1973 que o retirou do cargo de presidente da república.
Com isso é aberto um novo período ditatorial na América Latina através das mãos do general Augusto José Ramón Pinochet Ugarte.
Chile teve certo crescimento econômico, mas não favoreceu a imensa maioria da população e devido ao desgaste político do regime o mesmo desmoronou, cabendo lembrar que no ano de 1989 tivemos eleições presidenciais e Patrício Aylwin Azócar vence as mesmas pelo Partido Social Democrata.

7.10.3-DITADURA URUGUAIA (1973-1985)
Juan Maria Bordaberry no início da década de setenta é eleito presidente da república, sendo que em 1973 com ajuda dos militares dá um golpe de estado (o poder legislativo é fechado) implantando uma ditadura militar.
Nesta ditadura militar é implantada uma política que atendia os interesses da classe dominante uruguaia e do capitalismo internacional.
Tendo em vista o desgaste político desse regime político, ele acabou desmoronando e no ano de 1984, Julio Maria Sanguinetti (Partido Colorado) vence as eleições presidenciais e começa a governar em 1985.

7.10.4-DITADURA ARGENTINA (1976-1983)
A Argentina teve uma história muito agitada durante a segunda metade do século XX podendo destacar a ditadura militar ocorrida entre os anos de 1976-1983.
Juan Domingo Perón faleceu no ano de 1974 fazendo com que a sua esposa (María Estela Martínez de Perón (mais conhecida como Isabelita Perón)) assumisse o cargo de presidente da república.
No ano de 1976 houve um golpe de estado proferido pelos militares (foi liderado pelo general Jorge Rafael Videla) retirando Isabelita Perón do seu cargo e implementando uma ditadura militar (uma das mais violentas que a América Latina conheceu).
A ditadura militar perdeu apoio ao longo do tempo e devido a isto o general Leopoldo Fortunato Galtiere iniciou a Guerra das Malvinas (1982).
O plano desse general consistia basicamente em anexar as Ilhas Malvinas (Falklands Islands) para tirar o foco nos problemas internos da Argentina e tentar unir o país em torno de um inimigo comum (Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte) para evitar que a ditadura militar ruísse de vez.
 O plano não deu certo porque os argentinos perderam este conflito armado e acabou tendo o efeito inverso que o desejado pela ditadura militar.
Com a derrota da Argentina na Guerra das Malvinas o general Leopoldo Fortunato Galtiere foi substituído pelo general Reynaldo Benito Bignome no cargo de presidente da república.
A ditadura militar da Argentina terminou no ano de 1983 quando Raúl Ricardo Alfonsín assume a presidência da república depois de ter vencido as eleições presidenciais através da União Cívica Radical.
Os crimes cometidos pela ditadura militar argentina foram investigados durante o mandato presidencial de Raúl Ricardo Alfonsín (1983-1989), tendo sido condenados diversos militares dos quais podemos destacar os seguintes, a saber: almirante Emilio Eduardo Massera, general Jorge Rafael Videla e o general Roberto Eduardo Viola.

7.11-REVOLUÇÃO SANDINISTA (1979)
Nicarágua é um país cuja economia era baseada na exportação de produtos agrícolas (em especial o café) no início do século XX, sendo que os Estados Unidos da América tinham interesses na economia nicaraguense e na possibilidade de construir um canal que ligasse os oceanos Atlântico e Pacífico.
Na virada do século XIX para o século XX Nicarágua tinha forte influência britânica sendo que durante os anos de 1893-1912 quem governou esta república foi José Santos Zelaya que não facilitou o acesso estadunidense a Nicarágua, devido à influência britânica. Ele era do Partido Liberal.
Neste contexto histórico os Estados Unidos da América a Nicarágua no ano de 1912, tendo tido apoio do Partido Conservador (que ascendeu ao poder com esta invasão) e assinam o Tratado Bryan-Chamorro com o novo governo nicaraguense no ano de 1916.
Ficou firmado que a Nicarágua concederia permissão para a construção de um canal interoceânico e a cessão de uma ilha e um porto para a construção de uma base naval estadunidense.
Através desse acordo o predomínio britânico é substituído pelo predomínio estadunidense.
Apesar da presença militar estadunidense no período de 1912-1925 existe certa instabilidade na Nicarágua, fazendo com que os Estados Unidos da América iniciando uma nova intervenção (1926-1933).
Para tentar resolver a questão foi instituído o Pacto do Espinho Negro no ano de 1927. Este pacto estabelecia a reafirmação do Tratado de Bryan-Chamorro, prosseguimento da ocupação das tropas estadunidenses até a instituição da Guarda Nacional por parte da Nicarágua e o desarmamento por parte dos grupos que estavam fazendo parte dessa instabilidade.
Houve resistência popular contra a situação pela qual passava a Nicarágua tanto que Augusto César Sandino liderou o Exército Defensor da Soberania Nacional contra a presença estadunidense.
Os Estados Unidos da América retiraram-se da Nicarágua no ano de 1933 deixando no seu lugar a Guarda Nacional que estava sob o comando de Anastácio Somoza García, mantendo a sua influência neste país.
No ano de 1934, Augusto César Sandino aceita um acordo de paz e morre assassinato tendo em vista os interesses da classe dominante nicaraguense e Estados Unidos da América serem incompatíveis com a manutenção da sua vida.
Em 1937 Anastácio Somoza García dá um golpe de estado e assume o governo da Nicarágua e monta um esquema de poder no qual a sua família beneficiada. O poder dessa família se mantém baseado na ajuda estrangeira (basicamente Estados Unidos da América), controle da administração pública e apoio de parte da sociedade nicaraguense.
No ano de 1961, a Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) foi fundada, havendo os primeiros combates para derrubar a dinastia Somoza em 1963, tendo havido êxito no seu intento no ano de 1979.
A Frente Sandinista de Libertação Nacional monta um governo no qual havia a presença de outras correntes políticas, sendo que a sua proposta de trabalho era a montagem de uma sociedade igualitária sem o controle dos Estados Unidos da América sobre a Nicarágua.
Prosseguindo a análise histórica é bom ressaltar que a Nicarágua teve fortes problemas devido a esta proposta de trabalho da Frente Sandinista de Libertação Nacional inclusive enfrentando uma guerra civil.
Esta guerra civil foi incentivada pelos Estados Unidos da América, sendo que ela terminou depois de um acordo firmado entre o governo nicaraguense e os guerrilheiros (contras).
A experiência socialista realizada pelo movimento sandinista realizada pelo movimento sandinista quando a Frente Sandinista de Libertação Nacional sai derrotada nas eleições realizadas no ano de 1990.

8-PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (1914-1918)
8.1-SURGIMENTO DA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL
Em relação à Primeira Guerra Mundial temos que ressaltar que houve uma série de motivos (de modo geral interligados entre si) que justificam o surgimento desse fato histórico tão relevante para a História da Humanidade, podendo citar os seguintes motivos, a saber: assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando (1863-1914), imperialismo (luta por mercados (tanto consumidor de produtos industrializados como fornecedor de matérias-primas)) e a Política de Aliança (Tríplice Aliança (Alemanha, Império Austro-Húngaro e Itália) versus Tríplice Entente (França, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte e Rússia)).
Os dois primeiros motivos citados foram muito importantes visto que colocaram em campos opostos vários países com um nível de tensão muito alto, podendo a qualquer momento eclodir um confronto armado (no caso a Primeira Guerra Mundial) de grandes proporções.
O motivo imediato para o surgimento da Primeira Guerra Mundial se deve ao surgimento de problemas relacionados à disputa por poder na área da Península Balcânica, cabendo ressaltar que as Guerras Balcânicas (1912-1913) alteraram o cenário político dessa região fazendo com que os interesses da Sérvia e do Império Austro-Húngaro fossem antagônicos.
Isto ocorreu porque a Sérvia saiu fortalecida desse conflito armado e consequentemente tentou implantar um projeto político o qual visava englobar toda a população eslava da Península Balcânica sob a sua jurisdição política o que fatalmente iria fazer com seus interesses fossem contra os interesses do Império Austro-Húngaro tendo em vista que uma porção da população desse império era composta por eslavos.
O pomo da discórdia foi o fato que o arquiduque Francisco Ferdinando (herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro) tinha um projeto de reorganizar politicamente este império e consequentemente os eslavos teriam mais espaço político.
Esta situação não era do agrado dos sérvios, pois se este projeto fosse concretizado iria diminuir o interesse dos eslavos por ter mais liberdade e consequentemente deles se juntarem com a Sérvia formando um país que fosse o lar dos eslavos e a partir dessa situação o arquiduque Francisco Ferdinando e a sua esposa (Sofia Chotek) foram assassinatos por Gavrilo Princip (1894-1918) que fazia parte de uma organização secreta pela independência da Bósnia-Herzegovina cujo nome era Mão Negra. O assassinato aconteceu na cidade de Sarajevo (capital da Bósnia-Herzegovina).
Continuando vale lembrar que durante as investigações sobre o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando foi descoberto que o planejamento do homicídio transcorreu na Sérvia criando um foco de atrito entre o Império Austro-Húngaro e a Sérvia, foco este não solucionado ativando assim o sistema de alianças e provocando o início da Primeira Guerra Mundial.

8.2-DESENVOLVIMENTO DA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL
Em relação ao desenvolvimento que a Primeira Guerra Mundial teve não poderíamos deixar de mencionar que ela pode ser dividida em três fases, a saber: Primeira Fase (1914-1915), Segunda Fase (1915-1917) e a Terceira Fase (1917-1918).

8.2.1-PRIMEIRA FASE (1914-1915)
A Primeira Fase da Primeira Guerra Mundial foi caracterizada pela grande movimento das tropas envolvidas neste conflito armado podendo destacar a tentativa dos alemães de vencer logo as tropas francesas, o que não foi conseguido por parte da Alemanha, pois as tropas francesas seguraram as tropas alemãs na Batalha do Marne.
No lado oriental o ímpeto por parte dos alemães de obter a vitória em relação aos russos não foi concretizada pelo fato dos russos terem contido as tropas da Alemanha.

8.2.2-SEGUNDA FASE (1915-1917)
A Segunda Fase da Primeira Guerra Mundial foi caracterizada pela imobilidade das tropas (conflito armado baseado nas trincheiras) tendo isto acontecido basicamente na frente ocidental.
Nesta fase de conflito militar a frente oriental foi caracterizada pelo fato da Alemanha começar a levar vantagem em relação à Rússia, pois as tropas russas começaram a ruir diante as tropas alemãs.

8.2.3-TERCEIRA FASE (1917-1918)
A Terceira Fase da Primeira Guerra Mundial foi caracterizada pela saída da Rússia da Primeira Guerra Mundial, a Explosão de Halifax, ingresso dos Estados Unidos da América na Primeira Guerra Mundial e a vitória da Tríplice Entente.
A Rússia saiu da Primeira Guerra Mundial devido ao fato que o Império Czarista desmoronou e este país perdeu as condições de manter-se neste conflito armado, sendo oficializado através do Tratado de Brest-Litovsk (3.03.1918).
A Explosão de Halifax (6.12.1917) foi uma tragédia ocorrida no Canadá tendo ligação direta com a Primeira Guerra Mundial tendo em vista que ela aconteceu devido ao incidente entre duas embarcações (Mont-Blanc e Imo) no porto de Halifax. Isto ocorreu devido ao fato que o navio Mont-Blanc estava carregado de explosivos (para serem levados para a Europa com o intuito de serem utilizados na Primeira Guerra Mundial pela Tríplice Entente) e ao tentar não alborroar o navio Imo houve uma combustão nos explosivos devido a faíscas produzidas pelo motor da embarcação Mont-Blanc que seguindo as ordens do comandante foi colocado a ré.
O incêndio durou vinte minutos depois do qual tivermos uma grande explosão a qual provocou a morte de 1.700 pessoas e ferindo 4.000 pessoas. Esta explosão provocou a destruição de 1.630 construções na cidade de Halifax.
Os Estados Unidos da América entraram neste conflito armado para defenderem os seus interesses tendo em vista que este país era ligado economicamente a Tríplice Entente o que que numa eventual derrota significaria sérias dificuldades por parte dos estadunidenses de conseguirem recuperar os seus investimentos, além do fato que a vitória da Alemanha inevitavelmente faria que este país europeu obtivesse maior influência na Europa diminuindo o espaço dos Estados Unidos da América no continente europeu.
Completando a análise histórica não poderíamos deixar de mencionar que os Estados Unidos da América entraram neste conflito armado por outros motivos podendo destacar o fato da Alemanha ter criado um cerco naval (basicamente com submarinos) ao Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte com a intenção de enfraquecê-la e consequentemente vencê-la.
Inserido neste contexto histórico os submarinos alemães atacaram diversas embarcações, entre as quais podemos destacar o Lusitânia (embarcação britânica) que foi afundada no dia 7.05.1915, falecendo aproximadamente 600 passageiros dos quais 128 eram estadunidenses (perfazendo o total de 21,33%). Com a morte de civis estadunidenses devido ao afundamento de um navio de passageiros indignou profundamente a opinião pública estadunidense fazendo com que os Estados Unidos da América se aproximassem mais de tomar a decisão de entrar na Primeira Guerra Mundial ao lado da Tríplice Entente.
O motivo imediato para o ingresso dos Estados Unidos da América na Primeira Guerra Mundial foi o fato da Alemanha ter prometido ajuda ao México para recuperar os territórios perdidos para os Estados Unidos da América em troca de ajuda por parte dos mexicanos para os alemãs vencerem o conflito armado em questão.
Os Estados Unidos da América descobriram este pedido de ajuda quando o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte interceptaram e decodificaram um telegrama (Telegrama Zimmerman) enviado pelo ministro do exterior alemão (Arthur Zimmerman (1864-1940)) ao embaixador alemão (Heinrich von Eckardt) junto ao governo mexicano solicitando a este diplomata que fizesse este pedido de ajuda.
A Itália acabou não entrando nesta guerra pelo lado da Tríplice Aliança devido ao fato que segundo este país alegar que a aliança só valia quando um dos países fosse atacado (que não foi o caso em questão) e a promessa de obtenção de territórios (o que acabou não acontecendo).

8.3-CONSEQUÊNCIAS DA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL
Depois de uma guerra dessas proporções dificilmente não haveria consequências significativas para a História da Humanidade e especial aos países envolvidos de alguma forma neste confronto militar, podendo mencionar, por exemplo, as seguintes, a saber: a morte de 10.000.000 de pessoas (que é uma quantidade duas vezes maior de mortes ocorridas em guerras durante o período de 1789-1914), 20.000.000 de pessoas sofreram alguma forma de ferimentos, a desorganização das economias (basicamente economias europeias), contribuiu para a eclosão da Revolução Russa, remodelou o mapa político do continente europeu (surgimento de países (Áustria, Estônia, Finlândia, Hungria, Iugoslávia, Letônia, Lituânia, Polônia e Tcheslovâquia)) e abriu às portas para a ascensão e consolidação dos Estados Unidos da América como potência mundial (paralelamente tivemos a perda de espaço da Europa no cenário mundial).
Depois do término da Primeira Guerra Mundial tivemos a Conferência de Versalhes (1919) que foi uma conferência de paz na qual houve o comparecimento de trinta e nove países, mas quem tomava as decisões eram Estados Unidos da América, França e o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda.
A Conferência de Versalhes teve como um de seus frutos o Tratado de Versalhes (28.06.1919) tendo sido assinado com a Alemanha, na qual este país deveria pagar uma indenização aos vencedores (foi suspensa no ano de 1932), perderia a Alsácia-Lorena para a França, Eupen e Malmedy a Bélgica, Slesvig a Dinamarca e em relação à Polônia este país receberia territórios da Alemanha possibilitando o acesso ao mar (inclusive a cidade portuária de Dantzig), entrega de navios mercantes para a Bélgica, França e Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, o exército estaria limitado a um contingente de 100.000 pessoas, não possuir marinha e aviação militar. O Tratado de Versalhes foi o principal tratado assinado com alguma parte (país) derrotada havendo a existência de outros tratados de paz relacionados à Primeira Guerra Mundial.
Em relação aos outros tratados de paz podemos mencionar o Tratado de Saint-Germain (10.09.1919) firmado com o Império Austro-Húngaro e determinava que este país devesse reconhecer a independência dos seguintes países, a saber: Iugoslávia, Hungria, Polônia e Tchecoslováquia. Isto fez com que este império encontrasse seu término como tal sendo que o seu sucessor do ponto de vista institucional foi a Áustria, que foi proibida de se juntar institucionalmente com a Alemanha.
Com a Bulgária foi o Tratado de Trianon (04.06.1919) que determinava que este país devesse ceder parte de seu país a outros países.
Com o Império Otomano (depois da Primeira Guerra Mundial este país passou a ser chamado de Turquia) foi firmado o Tratado de Sèvres (10.08.1920) que determinava que este país tivesse que ceder parte do seu território a outros países.
Continuando temos que houve uma rebelião na Turquia que foi comandada por Mustafá Kemal que acabou implementando a república neste país e conseguiu uma reavaliação do acordo de paz assinado, tendo surgido o Tratado de Lausanne (1923) que era mais vantajoso para a Turquia.
Outro fruto da Conferência de Versalhes foi à criação da Sociedade das Nações, cuja sede ficava localizado na cidade de Genebra (Suíça) e sua missão básica era zelar pela manutenção da paz.
Uma consequência relevante desse conflito armado foi o término da Belle Époque, tendo em vista que a grande destruição provocada por este conflito militar levou a sociedade humana a ter uma visão mais crítica em relação aos rumos da História da Humanidade.
Complementando tivemos que este conflito armado acabou favorecendo o surgimento da Segunda Guerra Mundial tendo em vista o desequilíbrio provocado pelas consequências negativas oriundas desse conflito armado.

9-REVOLUÇÃO RUSSA (1917)
Analisaremos nesta seção um dos fatos históricos mais relevantes da História da Humanidade que foi a implementação do comunismo na Rússia forma de organização social o qual não deveria haver diferença social significativa entre as pessoas, ou seja, não haveria a exploração do homem pelo homem (o que infelizmente é tão comum na sociedade humana).

9.1-GÊNESE DA REVOLUÇÃO RUSSA
Em relação à Rússia no período anterior ao surgimento da Revolução Russa cabe mencionar que era um país nitidamente de base rural com forte aspecto feudal (só no ano de 1861 tivemos o fim da servidão), mas cabe lembrar que este país entrou num processo de “modernização” havendo certa industrialização.
Complementando isto vale lembrar que o poder na Rússia estava centralizado na figura do czar que tinha como base política o setor agrário e a situação socioeconômica da Rússia era extremamente precário tendo em vista que a riqueza desse país não estava distribuída igualmente pela população em geral. A partir dessa situação social é que vamos ter o início do processo histórico que acabou levando ao surgimento da Revolução Russa.
É bom ressaltar que a população russa em geral não ficou estática em frente dessa situação tão nefasta fazendo oposição ao governo podendo destacar a fundação do Partido Social-Democrata Russo (este partido teria uma grande importância dentro do processo histórico que desembocou no surgimento da Revolução Russa) no ano de 1898 (partido de orientação marxista), entretanto este partido no ano de 1903 realizou o seu segundo congresso (este congresso foi realizado na cidade de Londres) no qual acabaram aparecendo duas correntes políticas que são as seguintes, a saber: bolchevique (maioria) e menchevique (minoria).
O primeiro grupo tinha como principal liderança Vladimir Ilitch Ulianov (mais conhecido como Lênin) e era a favor da tomada do poder através da violência.
O segundo grupo tinha como principais lideranças Gheorghi Plekhanov e Lulii Martov, sendo este grupo mais moderado que o primeiro e eram adeptos da tomada do poder através de uma via mais pacífica como, por exemplo, as eleições.
Dando prosseguimento a análise desse partido político não poderia deixar de mencionar que a divisão entre bolchevique e menchevique aumentou ao longo do tempo havendo separação total entre ambas as partes no ano de 1914. Em 1918 os bolcheviques mudaram de nome passando a se chamar de Partido Comunista Russo e no ano de 1925 mudam novamente o seu nome passando a usar o seguinte nome, a saber: Partido Comunista da União Soviética.
Complicando ainda mais a situação social da Rússia houve a Guerra Russo-Japonesa (1904-1905) guerra esta vencida pelo Japão e daí houve um tratado de paz chamado de Tratado de Portsmouth que determinou que a parte meridional (sul) da Ilha de Sacalina ficasse com Japão o mesmo destino de Port Arthur.
Esta guerra acabou desgastando bastante a Rússia o que acabou incentivando o surgimento da Revolução de 1905 (Ensaio Geral), cabendo lembrar que ela é considerada o preâmbulo da Revolução Russa.
A Revolução de 1905 teve o seu início a partir de uma manifestação ocorrida na cidade de Petrogrado. Esta manifestação consistiu basicamente na ida de várias pessoas (esta manifestação foi liderada pelo padre Georg Gapon (1870-1906)) a moradia oficial do czar (Palácio de Inverno) fazer reivindicações ao líder máximo da Rússia podendo citar como exemplo de reivindicação a instituição do salário mínimo e eleições para uma Assembleia Constituinte.
Os manifestantes não foram atendidos nos seus pedidos e a manifestação foi controlada com bastante violência por parte do governo czarista, ficando conhecido este fato histórico como Domingo Sangrento.
A partir desse fato surgiu uma série de greves, revoltas (em unidades das forças armadas russas) e atentados terroristas, sendo que o governo achou melhor sinalizar com eleições não vieram às agitações voltaram e o governo czarista tomou uma série de medidas para apaziguar a situação o que acabou conseguindo. Neste contexto histórico surgiu a Duma (parlamento).

9.2-O DESENROLAR DA REVOLUÇÃO RUSSA
A situação em que passava a Rússia desembocou na Revolução Russa (1917) que acabou provocando a renúncia (27.02.1917) do czar Nicolau II (1894-1917) e a implementação do comunismo, entretanto é bom ressaltar que este processo histórico não se deu um momento para o outro. A renúncia do czar Nicolau II representou o término da dinastia Romanov.
Num primeiro momento no ano de 1917 tivemos a Revolução de Fevereiro que acabou ocasionando a queda do czar Nicolau II e na organização de um governo provisório tendo como primeiro-ministro o príncipe Lvov. Este governo provisório tomou uma série de medidas relevantes como, por exemplo, a diminuição da quantidade de horas a serem trabalhadas pelos trabalhadores (reduzindo de doze horas para oito horas), liberdade aos presos políticos e autorização para o retorno das pessoas que estavam no exílio.

9.3-GOVERNO LÊNIN (1917-1924)
Cabendo lembrar que governo provisório caiu devido à oposição popular a ele tendo em vista a insistência do governo provisório em manter a Rússia na Primeira Guerra Mundial (vale ressaltar que a Primeira Guerra Mundial colaborou para o surgimento de a Revolução Russa visto ter desgastado ainda mais a Rússia que estava numa situação socioeconômica complicada).
Com a queda do governo provisório e o poder ficou nas mãos dos bolcheviques através da Revolução de Outubro, podendo ressaltar que o governo instalado pelos bolcheviques tomou uma série de medidas relevantes como à saída da Rússia da Primeira Guerra Mundial (a Rússia assinou um tratado de paz com a Alemanha que ficou conhecido como Tratado de Brest-Litovsk) e o confisco de diversas propriedades privadas (podemos destacar a tomada de propriedades rurais (perfazendo um total de 150.000.000 hectares) que pertenciam a nobreza e a Igreja Ortodoxa).
No ano de 1922 foi instituído formalmente a URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) a qual foi revalidada pelas constituições de promulgadas nos anos de 1922 e 1936.
Dando prosseguimento a análise da Revolução Russa é bom mencionar que nem tudo foram flores para os bolcheviques, pois depois de sua ascensão ao poder tivemos um conflito armado que foi a Guerra Civil (1918-1921). Isto aconteceu devido à resistência de parcelas da população russa contra a instalação do novo governo (e mais precisamente as concepções políticas que o governo queria implantar no país) tendo tido estes grupos opositores contado com apoio estrangeiro, visto de ter havido a participação de combatentes estrangeiros (alemães, estadunidenses, estonianos, finlandeses, franceses, britânicos, japoneses, lituanos e tchecoslovacos) neste confronto armado contra o governo bolchevique.
Devido a grave situação da Rússia durante a Guerra Civil Lênin adotou medidas drásticas (controle da produção e consumo de mercadorias, confisco de parte considerável da produção de cereais para atender as necessidades das forças armadas russas e das pessoas que trabalhavam nas cidades) cujo intuito era tentar contorná-los, tendo ficado conhecida esta política como Comunismo de Guerra (esta política durou o período compreendido entre os anos de 1918-1921).
Tendo em vista a grave situação da Rússia foi instituída no início do ano de 1921 a NEP (Nova Política Econômica) na qual havia algumas práticas capitalistas, cabendo lembrar que este programa do governo teve sucesso (a Rússia teve certo crescimento econômico), entretanto a NEP não durou muito tempo.

9.4-GOVERNO JOSEF STÁLIN (1924-1953)
Com a morte de Lênin no ano de 1924 existiu uma disputa pelo poder na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas entre Iossif Vissarionovitch Djugachvili (mais conhecido como Josef Stálin (1878-1953)) e Lev Davidovitch Bronstein (mais conhecido como Leon Trotski (1879-1940)), sendo que nesta disputa política o vencedor foi Josef Stálin que acabou assumindo o governo da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Em relação a esta disputa de poder a questão não era apenas a escolha de um nome ou outro, pois cada um tinha uma visão diferente sobre a Revolução Russa. Leon Trotski achava que para a revolução se consolidar ela deveria se expandir para outros países, enquanto Josef Stálin achava que ela poderia se consolidar sem necessariamente se expandir para outros países.
Josef Stálin acaba abandonando a NEP e adota os planos quinquenais que consistia basicamente no planejamento da economia soviética para um período de cinco anos (daí a origem do nome desses planos).
O primeiro plano quinquenal (1928-1933) foi caracterizado por ter privilegiado a economia como um todo (em especial o setor industrial). Durante este plano quinquenal tivemos a implantação dos sovkhozes e kolkhozes.
O segundo plano quinquenal (1933-1938) foi caracterizado pelo incentivo ao aprofundamento desenvolvimento econômico e a construção do sistema metroviário da cidade de Moscou.
O terceiro plano quinquenal (1938-1943) foi caracterizado pela atenção dada a determinados setores da indústria, mas acabou não sendo executado na sua plenitude devido a Segunda Guerra Mundial.
No ano de 1934 a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas ingressa na Sociedade das Nações.
O sistema social (comunismo) implantado com a chegada dos bolcheviques ao poder provocou melhorias no padrão de vida da população em geral, mas durante a existência da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas não havia tanta liberdade para a população como um todo.
 
10-PERÍODO ENTREGUERRAS (1918-1939)
O Período Entreguerras foi um dos períodos históricos mais importanteS para a sociedade humana, tendo existido durante período de tempo compreendido pelos anos de 1918 (término da Primeira Guerra Mundial) e 1939 (começo da Segunda Guerra Mundial), período este que foi bastante agitado havendo, por exemplo, crises econômicas, ascensão de governos sem nenhum comprometimento com a democracia (Alemanha, Espanha, Itália e Portugal) e guerras (inclusive guerra civil (Guerra Civil Espanhola)). Este será tema desse capítulo que será visto em três partes, a saber: Aspectos Culturais, Crise de 29, Ascensão do Fascismo e Nazismo e Guerra Civil Espanhola.

10.1-ASPECTOS CULTURAIS
No dia 11 de maio de 1927 (quarta-feira) tivemos a fundação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (Academy of Motion Pictue Arts and Sciences), que vem a ser uma das principais associações na área das ciências artísticas (em especial das ciências cinematográficas), cuja sede é localizada nos Estados Unidos da América no condado de Los Angeles no Estado de Califórnia. Esta associação é internacionalmente conhecida por conceder anualmente o principal prêmio na área cinematográfica (Prêmios da Academia (The Academy Awards)) a nível mundial, cabendo ressaltar que o mesmo é popularmente conhecido como Oscar . É interessante ressaltar que esta premiação engloba os seguintes prêmios, a saber: PRÊMIOS PRINCIPAIS: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator, Melhor Atriz, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Roteiro Original e Melhor Roteiro Adaptado, PRÊMIOS COADJUVANTES: Melhor Filme de Animação, Melhor Filme Internacional, Melhor Documentário de Longa-metragem, Melhor Documentário de Curta-metragem, Melhor Curta-metragem em Live Action e Melhor Curta-metragem de Animação, PRÊMIOS TÉCNICOS: Trilha Sonora, Melhor Canção Original, Melhor Som, Melhor Design de Produção, Melhor Fotografia, Melhor Maquiagem e Penteados, Melhor Figurino, Melhor Edição e Melhores Efeitos Visuais e PRÊMIOS ESPECIAIS: Oscar Honorário, Oscar Científico ou Técnico, Prêmio Memorial Irvend O. Thalberg, Prêmio Humanitário Jean Hersholt e Prêmio Gordon E. Sawyen.
 Podemos citar como exemplos de filmes brasileiros que foram indicados a alguma premiação dos Prêmios da Academia os seguintes, a saber: O Pagador de Promessas (1963), O Quatrilho (1996), O Que é Isso Companheiro? (1998), Uma História de Futebol (2001), Cidade de Deus (2004), O Menino e o Mundo (2016) e Democracia Em Vertigem (2020).

10.2-DEPRESSÃO DE 29
Sobre a Depressão de 29 é relevante saber que os Estados Unidos da América saíram da Primeira Guerra Mundial numa situação bastante vantajosa, podendo constatar isto pelo fato que os estadunidenses emergiram desse conflito armado da situação de um país que era o maior devedor (3.000.000,00 de dólares) para o de um país que era o maior credor (11.000.000,00 de dólares), sendo que a situação de prosperidade não duraria por muito tempo.
Isto aconteceu devido à crescente produção estadunidense que começou a ter problemas para ser escoada, pois o continente europeu começou a recuperar-se do retrocesso que foi a Primeira Guerra Mundial diminuindo as compras dos Estados Unidos da América ao mesmo tempo em que vendia para este mesmo mercado, causando transtornos para a economia desse país tendo em vista que isto prejudicou bastante o nível de renda do setor industrial incentivando uma desaceleração da atividade desse setor econômico.
Completando tivemos o aumento das tarifas alfandegárias por parte dos Estados Unidos da América o que foi respondido com a mesma posição pelos países da Europa complicando ainda mais o cenário econômico.
Diante desse cenário negativo os investidores começaram a se desfazerem das suas ações, visto a queda dos preços das mesmas, o que ocasionou ainda mais a queda dos preços das ações agravando ainda mais a situação.
Como a situação continuou tivemos a Quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque (24.10.1929) provocando uma grave crise nos Estados Unidos da América, a qual se alastraria para o resto do mundo e não afetaria a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (isto aconteceu pelo fato desse país ser comunista e a sua economia não estar atrelada à economia mundial).
Esta crise foi de proporções gigantescas podendo fazer referência ao caso dos Estados Unidos da América que no ano de 1930 tinha 3.000.000 de pessoas enquanto no ano de 1933 este país passou a ter 14.000.000 de desempregados, perfazendo assim um aumento de aproximadamente quatro vezes e meia no desemprego no período de apenas três anos.
Dando prosseguimento cabe mencionar que o presidente da república estadunidense Herbert Hoover (1929-1933) pertencente ao Partido Republicano não toma nenhuma atitude no sentido de tentar resolver o problema em questão, pois achava que a economia conseguiria recuperar-se sem maiores problemas sem ajuda do governo o que acabou não ocorrendo historicamente.
No ano de 1932 houve eleições presidenciais e quem saiu vitorioso dessa disputa eleitoral foi Franklin Delano Roosevelt pertencente ao Partido Democrata com a proposta de tentar resolver a crise econômica que afetou os Estados Unidos da América intervindo diretamente na economia (isto acabou ocorrendo historicamente) e acaba vencendo o pleito eleitoral e fica neste cargo entre os anos de 1933-1945.
Este acontecimento aconteceu através do New Deal (Novo Acordo) que era uma política na qual o Estado deveria intervir na economia com o intuito de estimulá-la e consequentemente recuperá-la objetivo que foi obtido com sucesso. Cabe lembrar que este plano de recuperação econômica foi confeccionado por um conjunto de economistas renomados, sendo que estes economistas tomaram como parâmetro para fazer este plano de recuperação econômica às concepções do economista britânico John Maynard Keynes (1883-1946).
Podemos destacar como medidas do New Deal as seguintes, a saber: investimentos públicos na economia (a intenção era ativar a economia), incentivo para os agricultores não plantarem (a intenção era forçar a alta do preço dos produtos agrícolas elevando a renda no setor agrícola estimulando a economia, tendo em vista que este setor teria dinheiro para gastar) e apoio aos desempregados (seguro-desemprego – ajuda social e incentivo ao aumento do consumo) entre outras medidas.
A implantação do New Deal não tinha como objetivo fazer dos Estados Unidos da América uma sociedade mais igualitária (acabar com as diferenças sociais), simplesmente queria tirar o país da grave situação em que estava, mas preservando a estrutura socioeconômica, ou seja, visava basicamente salvar o capitalismo de problemas maiores.

10.3-ASCENSÃO DO FASCISMO E NAZISMO
10.3.1-FASCISMO
Em relação ao fascismo é interessante mencionar que a Itália estava passando por uma situação social muito complicada depois da Primeira Guerra Mundial (isto deixava suscetível a Itália ascensão do fascismo).
Dentro desse quadro social extremamente complexo tivemos a ascensão dos partidos de esquerda, o que deixou a classe dominante italiana bastante receosa dos seus interesses e devido a isto esta fração da sociedade italiana começou a apoiar um movimento de direita cujo nome era fascismo.
Este grupo político surgiu no ano de 1919 (na cidade de Milão) com o nome de Fascio de Combatimento (Feixe Milanês de Combate) cujo intuito era contrapor os grupos de esquerda tendo como líder Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte. Em 1921 Benito Amilcare Andrea Mussolini funda um partido político cujo nome era Partido Nacional Fascista (PNF).
O fascismo assumiu o governo depois da Marcha Sobre Roma que foi uma grande concentração de simpatizantes (50.000) do fascismo na cidade de Roma pedindo (pressionando) por poder ocorrido no ano de 1922, o que foi obtido quando o primeiro-ministro renuncia ao cargo e o rei Victor Emanuel III (1900-1946) concede o cargo de primeiro-ministro para Benito Amilcare Andrea Mussolini. Os fascistas saem do poder vinte e um anos depois, tendo isto acontecido em plena Segunda Guerra Mundial.
Ao longo do tempo Benito Amilcare Andrea Mussolini foi se solidificando no poder e implantou uma ditadura podendo destacar que no ano de 1925 as municipalidades perderam autonomia, os advogados que eram contrários ao fascismo foram proibidos de trabalharem no exercício de suas profissões e no ano de 1926 todos os partidos políticos foram extintos com exceção do Partido Nacional Fascista.

10.3.2-NAZISMO
Na cidade de Munique no ano de 1919 tivemos a fundação de um partido político que logo depois iria ser chamado de Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, partido este mais conhecido como Partido Nazista.
Adolf Hitler foi preso devido a uma tentativa de golpe (Putsch de Munique/Putsch da Cervejaria - acontecido na cidade de Munique no ano de 1923) que fracassou, cabendo lembrar que foi na prisão que ele escreveu Mein Kampf (Minha Luta) que era o livro que daria a orientação teórica para o nazismo, que chegaria ao poder em 1933.
Em relação à ascensão do nazismo ao poder na Alemanha não poderíamos deixar de relacionar como motivos que favoreceram o nazismo a chegada ao poder às consequências negativas resultantes da Primeira Guerra Mundial e da Depressão de 29 (a situação social na qual ficou a Alemanha depois do término do conflito mundial tornou-a suscetível ao avanço do nazismo), complementada com a preocupação por parte da direita com o avanço da esquerda e consequentemente a necessidade de tomar uma posição contrária a esta situação.
Conjuntamente aos efeitos negativos da Primeira Guerra Mundial para justificar a ascensão do nazismo na Alemanha não poderíamos deixar de mencionar a crise provocada pela Queda da Bolsa de Valores de Nova Iorque. A associação entre a precária situação econômica da Alemanha e a ascensão do nazismo aparece de forma nítida nas eleições para o parlamento, pois quando a situação econômica alemã piorou aumentou a quantidade de parlamentares eleitos pela legenda do Partido Nacional Fascista. Em 1924 eram catorze parlamentares dessa legenda no parlamento alemão, enquanto em 1932 eram 230 parlamentares dessa legenda no parlamento alemão.
Cabendo lembrar que a ascensão de Adolf Hitler se dá quando o presidente da Alemanha Paul Ludwig Hans Anton von Beneckendorff und von Hindenburg chama-o para o cargo de chanceler (primeiro-ministro) solicitação prontamente aceita. A ascensão de Adolf Hitler ao cargo de chanceler ocorreu no ano de 1933.
Cabe mencionar que o edifício do parlamento alemão (Reichstag) foi incendiado (provavelmente pelos nazistas) e os comunistas levaram a culpa pelo sinistro, fazendo com que os comunistas perdessem espaço político, enquanto os nazistas ganharam espaço político. Este cenário político progrediu e o nazismo acabou assumindo de fez o controle da política alemã e consequentemente Adolf Hitler acaba fundando o Terceiro Reich (Terceiro Império).
O nazismo e o fascismo tinham uma série de características em comum, podendo destacar as seguintes, a saber: anticomunismo (aversão ao comunismo), autoritarismo (liderança inatacável do líder máximo, na Itália era Benito Amilcare Andrea Mussolini e na Alemanha era Adolf Hitler), nacionalismo (tudo para a nação) e militarismo (crença que os problemas da nação seriam resolvidos pela guerra/força).
Cabe lembrar que ligado à última característica mencionada, temos que tanto na Alemanha como na Itália praticaram uma política de expansão (vide o avanço italiano no continente africano e a anexação da Áustria (Anschluss) e da Tchecoslováquia pela Alemanha). No caso da Alemanha cabe não esquecer que Adolf Hitler tinha a intenção de constituir para o país o Espaço Vital (Lebensraum) que consistiria em anexar para a Alemanha todos os territórios em que houvesse população de origem alemã independentemente dela ser maioria ou não. Complementando o nazismo (Alemanha) tinha uma característica que não havia no fascismo que era a aversão aos judeus.
No tocante a expansão da Alemanha em relação à Tchecoslováquia aconteceu a partir dos Sudetos (esta região fazia parte da Tchecoslováquia e tinha 3.000.000 de alemães e a Alemanha queria para ela, gerando assim uma forte tensão entre estes dois países europeus).
A partir dessa situação foi realizada uma conferência na cidade de Munique para resolver este problema sendo que a Tchecoslováquia não foi chamada para participar desse encontro evidenciando uma total falta de respeito com este país.
Nesta reunião ficou acertado que os Sudetos ficariam com a Alemanha, mas este país acabou se aproveitando da situação e anexou a Tchecoslováquia.
A imobilidade dos principais países do mundo em relação ao apetite dominador (imperialista) alemão se deve a tentativa de aplacá-lo, o que acabou não ocorrendo historicamente. Daí no caso polonês a França e o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte terem reagido, pois começaram a achar que a política de apaziguamento não tinha funcionado havendo, portanto a necessidade de tomarem uma atitude diferente da anterior.
A Áustria acabou sendo anexada com cumplicidade de parte da sociedade que compunha este país.

10.4-SALAZARISMO (1933-1974)
No ano de 1926 tivemos a eclosão de golpe de estado liderado pelo general Manuel de Oliveira Gomes da Costa (1863-1929), ocasionando na implantação de uma ditadura militar (1926-1933) no lugar da Primeira República (1910-1926).
O salazarismo é implantado em Portugal quando Antonio de Oliveira Salazar ascende a liderança do país no ano de 1932, e no ano de 1933 tivemos a promulgação de uma Constituição a qual possibilitou a instalação do Estado Novo (1933-1974).
O salazarismo manteve-se no poder contando com o apoio da Igreja Católica Apostólica Romana, forças armadas (em especial do exército) e setores importantes do empresariado lusitano. Este regime político esteve baseado do ponto de vista jurídico na constituição de 1933.
As liberdades foram severamente restringidas durante o salazarismo podendo destacar a instituição do partido único (União Nacional) e o controle sobre o movimento operário. Este regime político utilizou-se da polícia política (Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE)) para impor a sua autoridade. Este regime político teve forte influência do fascismo.
Antonio de Oliveira Salazar é acometido de um derrame no ano de 1968, sendo substituído por José das Neves Alves Caetano que fica no governo até 1974 quando acontece a Revolução dos Cravos (este movimento foi liderado pelas forças armadas tendo amplo apoio da sociedade portuguesa, não tendo maiores problemas em derrubar o salazarismo).

10.5-GUERRA CIVIL ESPANHOLA (1936-1939)
No ano de 1931 houve a implementação da república na Espanha e nas eleições realizadas em 1936 tivemos como vencedor um grupo político de esquerda (o nome desse grupo de esquerda era Frente Popular), cabendo lembrar que pelo fato desse grupo ser uma agremiação política comprometida com as causas populares houve uma grande resistência a ela e a partir dessa situação política começou haver uma conspiração contra o governo formado por este grupo político com o intuito de derrubá-lo. Quem estava conspirando contra este governo de cunho social era à direita.
A partir dessa situação política acaba eclodindo uma rebelião com a intenção de retirar do poder este governo de esquerda tendo este movimento sedicioso liderado pelo general Francisco Paulino Hermenegildo Franco Bahamonde começando assim a Guerra Civil Espanhola.
O governo espanhol para controlar esta rebelião contou com a ajuda da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e das Brigadas Internacionais, enquanto os rebeldes contaram com a ajuda da Alemanha e Itália.
A Guerra Civil Espanhola acabou sendo vencida pelos rebelados e acabou sendo implementado um governo de orientação fascista/nazista bem condizente com o apoio recebido pelos rebelados.
Em relação à Guerra Civil Espanhola é importante pontuar que durante o desenvolvimento das batalhas entre ambas as partes houve o bombardeio de Guernica (26.04.1937) por parte da aviação alemã provocou fortes danos nesta cidade. Isto acabou provocando forte comoção na comunidade internacional e consequentemente tivemos a confecção por parte de Pablo Diego José Francisco de Paula Juan Nepomuceno María de los Remedios Cipriano de la Santísima Trinidad Ruiz y Picasso (1881-1973) do painel conhecido como Guernica (uma verdadeira obra de arte contra as atrocidades decorrentes dos conflitos armados).

11-SEGUNDA GUERRA MUNDIAL (1939-1945)
A Segunda Guerra Mundial foi um dos fatos históricos mais relevantes do século XX, causando profunda alteração na sociedade humana e consequentemente ficou caracterizada como um dos principais fatos históricos da História da Humanidade e devido a isto há um grande interesse por parte das pessoas em geral (e especificamente dos historiadores) em relação a este fato histórico.

11.1-SURGIMENTO DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
As raízes da Segunda Guerra Mundial de certa maneira estão na Primeira Guerra Mundial, visto à derrota alemã na Primeira Guerra Mundial e o tratado de paz imposto a Alemanha ter sacrificado bastante à vida desse país, propiciando um ressentimento muito forte por parte desse país preparando assim o terreno para o surgimento de um novo conflito armado.
O fracasso da Sociedade das Nações como instituição foi relevante para o surgimento da Segunda Guerra Mundial, porque ao não conseguir impor a sua autoridade como instituição ela acabou não conseguindo contornar os diversos atritos entre as diversas nações da época atritos estes que acabou levando ao surgimento desse nefasto conflito militar.
O desgaste econômico alemão durante o Período Entreguerras contribuiu diretamente para o surgimento da Segunda Guerra Mundial devido ter provocado uma grande insatisfação na população alemã propiciando atitudes extremas como a participação de um conflito armado. O desgaste da economia alemã pode ser percebido pelo fato de durante os anos de 1919-1923 a economia da Alemanha teve uma inflação de 1.000.000.000.000% e no período de 1918-1923 um dólar (moeda dos Estados Unidos da América) deixou de comprar quatro marcos alemães e passou a comprar 4.200.000.000.000,00 marcos alemães.
A política alemã conhecida como Espaço Vital contribuiu para o surgimento da Segunda Guerra Mundial, tendo em vista que ela preconizava que a Alemanha deveria englobar territorialmente comunidades germânicas (Áustria e Dantzig) localizadas no continente europeu ainda não incorporadas ao território alemão e com isso favorecendo que houvesse atritos com outros países que favoreceu ao surgimento desse conflito bélico. Esta política visava além da parte cultural os benefícios econômicos relativos à anexação desses territórios.
O motivo imediato para o surgimento da Segunda Guerra Mundial foi à invasão alemã a Polônia tendo isto acontecido devido ao interesse alemão no corredor polonês (uma faixa de terra que ligava a Polônia ao Mar Báltico) o qual os poloneses não cederam à Alemanha. O Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte e a França acharam por bem intervir colocando-se em defesa da Polônia o que acabou provocando o início da Segunda Guerra Mundial.
Os dois grupos de países que participaram neste conflito armado foram os seguintes, a saber: Aliados (África do Sul, Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, China, Dinamarca, Estados Unidos da América, França, Grécia, Iugoslávia, Luxemburgo, México, Noruega, Nova Zelândia, Países Baixos, Polônia, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, Tchecoslováquia e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) e Eixo (Alemanha, Bulgária, Hungria, Itália, Japão, Romênia e Tailândia).

11.2-DESENVOLVIMENTO DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) do ponto de vista militar pode ser dividida em três partes, a saber: Primeira Fase (1939-1941), Segunda Fase (1941-1943) e Terceira Fase (1943-1945).

11.2.1-PRIMEIRA FASE (1939-1941)
As operações militares da Segunda Guerra Mundial tiveram início com a invasão alemã à Polônia, operações estas que ocorreram sem maiores problemas para os invasores. No contexto da invasão a Polônia por parte da Alemanha é bom frisar que tropas da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas também invadiram este país e consequentemente o território polonês ficou ocupado pelos invasores.
Depois de um breve intervalo de tempo no qual não houve nenhuma operação militar na qual houvesse confronto direto entre as nações, a França acabou sendo invadida pelo norte através da Bélgica e Países Baixos encurralando as tropas francesas e britânicas na cidade de Duquerque do qual foram retiradas, tendo ficado conhecida a fuga dessas tropas como Retirada de Duquerque.
Enquanto isso no sul as tropas alemãs também invadiram a França conseguindo derrotar as tropas francesas.
A partir dessa situação calamitosa para a França acaba capitulando e foi dividida em duas partes, sendo uma controlada diretamente pelos alemães (norte da França) e a outra controlada pelos franceses (sul da França tendo o governo sido instalado em Vichy e era ligado aos alemães).
O governo francês ligado à Alemanha foi chefiado pelo marechal Henri Philippe Benoni Omer Joseph Pétain sendo que nem todos concordaram com esta situação e fizeram oposição a ocupação alemã.
Enquanto isso a Alemanha invadiu a Noruega e a Dinamarca com o intuito de garantir o fornecimento de ferro oriundo da Suécia (este ferro saía da Suécia em direção à Alemanha através do porto norueguês de Narvik) e para Alemanha conseguir obter posições estratégicas (do ponto de vista militar) contra o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte e acaba conseguindo dominar a Dinamarca e a Noruega.
Alemanha estabeleceu um confronto militar direto com o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte que ficou conhecido como Operação Leão Marinho, que não foi coroada de êxito devido à grande eficiência da RAF (força aérea britânica) em combater a Luftwaffe (força aérea alemã) fazendo que a Alemanha desistisse num primeiro momento de realizar isto (objetivo que nunca seria alcançado).
Antes do término da primeira fase o norte da África serviu de palco para a Segunda Guerra Mundial tendo a Alemanha participado desse cenário de batalhas para ajudar a Itália visto as dificuldades desse país neste cenário da guerra e para prejudicar o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte cortando a ligação desse país com as suas colônias se conseguisse dominar o Canal do Suez (o que acabou não ocorrendo). Neste momento a Alemanha dominava boa parte da Europa inclusive a Península Balcânica.

11.2.2-SEGUNDA FASE (1941-1943)
A segunda fase da Segunda Guerra Mundial foi caracterizada pelo equilíbrio de forças dos oponentes, Alemanha ter invadido a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e a entrada dos Estados Unidos da América neste conflito armado.
A invasão da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas por parte das tropas alemães rompeu com o Pacto Ribbentrop-Molotov (23.08.1939), sendo que esta invasão ocorreu tendo como objetivo básico garantir o suprimento de recursos para a Alemanha continuar as suas operações militares inerentes a Segunda Guerra Mundial. A Alemanha não obteve êxito no seu intento, pois apesar da vantagem inicial nos combates com as tropas soviéticas estas reverteram a situação e expulsaram as tropas alemães do território soviético e posteriormente consegue invadir o território alemão.
Os Estados Unidos da América entraram na Segunda Guerra Mundial, devido ao ataque japonês a base militar estadunidense de Pearl Harbor e para garantirem os seus interesses no cenário internacional.
Em relação ao ataque japonês a Pearl Harbor é importante ressaltar que apesar das pesadas perdas sofridas pelos Estados Unidos da América, as mesmas acabaram não sendo significativas ao ponto de imobilizar as forças armadas estadunidenses (mais exatamente a força naval estadunidense), devido ao fato que importantes instalações (depósitos de combustível, docas secas e oficinas de reparo) dessa base naval não foram atingidas severamente fazendo com que esta base naval continuasse operacional.
Complementando isto cabe ressaltar que três porta-aviões baseados neste local não estavam em Pearl Harbor no momento do ataque e consequentemente não sofreram nenhum dano e puderam servir na Guerra do Pacífico prejudicando em muito os japoneses tendo em vista que este teatro de operações da Segunda Guerra Mundial foi baseado nas operações aeronavais.

11.2.3-TERCEIRA FASE (1943-1945)
Na terceira fase da Segunda Guerra Mundial tivemos a derrota final do Eixo sendo a Itália invadida pelos Aliados e o governo fascista de Benito Amilcare Andrea Mussolini derrotado (ele foi assassinado pela resistência antifascista italiana), cabendo lembrar que os Aliados neste cenário de guerra contaram diretamente com a modesta ajuda das tropas brasileiras (tanto terrestre como aérea).
Prosseguindo vale mencionar que tivemos a tão famosa Operação Overlod que foi a abertura de mais uma frente de batalha contra o Eixo que foi o desembarque de tropas aliadas na França, sem contar que a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas conseguiu inverter a situação e começa a empurrar as tropas alemãs de volta para a Alemanha.
A Alemanha acaba sendo invadida e diante da complicada situação Adolf Hitler comete suicídio e logo a seguir os alemães capitulam.
O Japão foi derrotado pelos Estados Unidos da América nos confrontos militares que estavam sendo travados entre ambas as partes (o campo de batalha entre os dois países foi o Oceano Pacífico) com o lançamento de dois bombardeiros atômicos contra este país asiático (cidades de Hiroxima e Nagasaki).
Este ataque nuclear foi executado sob alegação estadunidense para encurtar a guerra e para economizar vidas numa eventual invasão ao território japonês. Além da questão militar não poderíamos deixar de ressaltar que ataque serviu para questões políticas, pois não deixou de ser uma demonstração de força para a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas tendo em vista que já estava sendo delineada a Guerra Fria.

11.2.4-SOLUÇÃO FINAL
Durante a Segunda Guerra Mundial tivemos a Solução Final (Solução Final a Questão Judaica) que foi a política alemã de extermínio dos judeus e as suas consequências (morte de aproximadamente 6.000.000 pessoas, a expropriação do patrimônio de diversas pessoas e a debilitação física de diversas pessoas). As consequências da Solução Final ficaram conhecidas como Holocausto (mais exatamente a morte dos judeus).
Em relação à Solução Final e o Holocausto não poderíamos deixar de abordar que existiram diversos campos de concentração, locais onde os judeus e outros grupos (grupos étnicos (ciganos, poloneses e yeniche) e grupos políticos (anarquistas e comunistas) e grupo religioso (testemunha de jeová)) que o governo alemão perseguia foram confinados.
Dos vários campos de concentração que o governo alemão mantinha em diversas partes da Europa (Áustria, Bélgica, França, Itália, Iugoslávia (na parte da atual Croácia), Noruega, Países Baixos, Tchecoslováquia (na parte da atual Republica Tcheca) e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (na parte das atuais Bielorússia, Estônia, Letônia e Ucrânia)) podemos citar como exemplo os seguintes, a saber: Auschwitz, Belzec, Berchen-Belsen, Buchenwald, Chelmno, Dachau, Mauthausen-Gusen, Ravensbrueck, Sachsenhausen, Sobibor e Treblinka. Por questões de organização, a administração pública alemã criou um sistema gráfico (triângulo e letras) para identificar os “residentes” dos campos de concentração o qual era composto pelos seguintes elementos gráficos, a saber: triângulo amarelo (judeu), triângulo azul (imigrante), triângulo castanho (cigano), triangulo negro (associal), triângulo púrpura (objetor de consciência), triângulo verde (dissidente comum), triângulo roxo (homossexual), triângulo vermelho (dissidente político); B (belga), F (francês), I (italiano), P (polonês), S (espanhol) e U (húngaro).

11.3-ENCERRAMENTO DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
No ano de 1943 tivemos a Conferência de Teerã (nesta conferência houve a participação dos Estados Unidos da América, União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte) na qual entre outras coisas ficou acertado que os Aliados abririam uma nova frente de batalha contra a Alemanha sendo o local escolhido à França.
Na Conferência de Ialta (esta conferência aconteceu no início de 1945 na cidade de Ialta na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) ficou decidido entre outras coisas que parte do território polonês seria incorporada a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, sendo que a Polônia recebeu parte dos territórios alemães como recompensa por ser forçada a ceder território para a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Nesta conferência também ficou decidido pelo surgimento da Organização das Nações Unidas (ONU) num segundo momento sendo que esta instituição internacional viria substituir a Sociedade das Nações. Esta instituição internacional acabou surgindo através da Conferência de São Francisco (esta conferência aconteceu no ano de 1945 nos Estados Unidos da América) e encerrando a análise dessa conferência vale lembrar que tivemos a definição de áreas de influências dos Estados Unidos da América e da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Cabe lembrar que a ONU tem como suas funções básicas zelar pela manutenção da paz mundial e ajudar no desenvolvimento socioeconômico da sociedade humana, sendo que a sua sede esta localizada atualmente na cidade de New York (Estados Unidos da América) e que apesar de todas as dificuldades enfrentadas por esta instituição internacional ela tem contribuído de forma bastante significativa para o desenvolvimento da sociedade humana (em especial para os setores mais necessitados).
Para conseguir obter sucesso nas atividades sob sua responsabilidade a ONU tem os seguintes órgãos, a saber:
a-Assembleia Geral: é responsável por diversos assuntos de relevância como orçamento, ingresso de novos membros, eleição do secretário geral e questões políticas de importância internacional entre outros, entretanto sem poder de impor as suas decisões aos membros, cabendo lembrar este órgão é composto por todos os membros e a decisão é tomada pela vontade da maioria;
b-Conselho Econômico e Social: é responsável por coordenar projetos da ONU no âmbito socioeconômico havendo diversos órgãos subordinados ao mesmo. Podemos citar como exemplos de órgãos do Conselho Econômico e Social os seguintes, a saber: Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), sediada na cidade de Viena (Áustria), Fundo Monetário Internacional (FMI), sediado na cidade de Washington (Estados Unidos da América), Organização de Agricultura e Alimentação (FAO), sediada na cidade de Roma (Itália), Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), sediada na cidade de Montreal (Canadá), Organização Internacional Marítima (IMO), sediada na cidade de Londres (Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte), Organização Internacional do Trabalho (OIT), sediada na cidade de Genebra (Suíça), Organização Mundial do Comércio (OMC), sediada na cidade de Genebra (Suíça), Organização Meteorológica Mundial (OMM), sediada na cidade de Genebra (Suíça), Organização Mundial de Saúde (OMS), sediada na cidade na cidade de Genebra (Suíça), Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), sediada na cidade Genebra (Suíça), Organização Mundial de Turismo (OMT), sediada na cidade de Madri (Espanha), União Internacional de Telecomunicações (UIT), sediada na cidade de Genebra (Suíça), Organização das Nações Unidas Para Educação, Ciências e Cultura (UNESCO), sediada na cidade de Paris (França), Organização das Nações Unidas Para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), sediada na cidade de Viena (Áustria) e a União Postal Universal (UPU), sediada na cidade de Berna (Suíça);
c-Conselho Internacional de Justiça (Corte Internacional de Justiça/Tribunal de Haia): é responsável por dirimir atritos entre Estados, não sendo obrigatória a utilização desse órgão pelas partes envolvidas, caso seja acionado as suas determinações deverão ser seguidas;
d-Conselho de Tutela: é responsável pela supervisão dos territórios sob tutela internacional, tendo como objetivo final a independência deles. Como o objetivo foi alcançado no final do século XX as atividades desse órgão foram suspensas.
e-Conselho de Segurança: é responsável pela manutenção da paz no mundo e tem mais poder que a Assembleia Geral, pois as suas decisões deverão ser acatadas pelos membros da ONU, sendo composto por apenas quinze países (cinco desses membros são permanentes (China, Estados Unidos da América, França, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas));
f-Secretariado: é o responsável pela administração da ONU e o representante máximo desse órgão é o secretário-geral.
Na Conferência de Potsdam tivemos a decisão de dividir a Alemanha e a cidade de Berlim em quatro partes que seriam ocupadas pelos Estados Unidos da América, União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, França e o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, além de definir que a Alemanha deveria pagar uma indenização de guerra no montante de 20.000.000.000,00 de dólares.
Em relação à divisão da Alemanha instituída pela Conferência de Potsdam cabe relacionar que ela acabou sendo executada e depois tivemos o surgimento de dois países, sendo que um desses países (República Democrática Alemã) foi criado a partir da parte alemã que tinha ficado sob a égide da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, portanto de orientação comunista e o outro país saiu da parte alemã que estava sob controle dos Estados Unidos da América, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte e França, sendo que este país foi criado com o nome de República Federal Alemã e sendo de orientação capitalista.
Ao término da Segunda Guerra Mundial, houve uma série de julgamentos acerca dos crimes de guerras cometidos (perpetrados) no âmbito desse conflito armado pelos Países do Eixo (em especial a Alemanha através dos campos de concentração e Japão através da Unidade 713). Podemos citar como exemplos desses julgamentos acerca dos crimes de guerra os seguintes, a saber: Julgamento de Belsen (1945-1946), Julgamentos de Nuremberg (1946-1948), Julgamentos de Rovensbrück (1976-1948), Julgamento de Tóquio (1946-1948), Julgamento de Auschwitz (1947) e Julgamentos de Crimes de Guerra de Khabarovsk (1949). Desses julgamentos de crimes de guerra os mais emblemáticos foram os Julgamentos de Nuremberg. Cabe ressaltar que pela seriedade dos crimes de guerras e pela rigidez dos julgamentos, tivemos penas bastantes severas para os condenados (pena de norte e pena de prisão perpétua).
É importante ressaltar que os Países Aliados por terem vencido este conflito, não sofreram nenhuma sanção penal relativa a possíveis crimes de guerra que tinham cometidos durante a Segunda Guerra Mundial. Podemos citar como exemplos de possíveis crimes de guerras cometidos pelos Países Aliados os seguintes, a saber: Massacre de Treuenbrietzen (1945), Massacre de Broniki (1941), Massacre de Metgethen (1945), Massacre de Nemmersdorf (1944) e Massacre de Sprindort (1944). Não há registros históricos no sentido de eventuais crimes de guerras praticados pelas tropas brasileiras durante a Segunda Guerra Mundial.
Entre as várias consequências da Segunda Guerra Mundial podemos destacar que este conflito armado deixou mais de 30.000.000 de feridos, mais de 50.000.000 de pessoas mortas (20.000.000 de pessoas só na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) e 150.000.000 de pessoas desabrigadas na Europa.
Temos que ressaltar que os judeus foram um dos agrupamentos humanos que mais sofreram com a Segunda Guerra Mundial devido à política deliberada do regime nazista de assassinar e segregar este grupo étnico, pois na concepção desse regime político os judeus seriam culpados (pelo menos em parte) pela péssima situação que a Alemanha passou durante o Período Entreguerras.
Não poderíamos deixar de ressaltar o fato que o mundo emergiu da Segunda Guerra Mundial basicamente dividido em duas partes, a saber: Bloco Capitalista (era organizada nos moldes do capitalismo sendo liderada pelos Estados Unidos da América) e o Bloco Comunista (era organizada nos moldes do comunismo sendo liderada pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas).
Os dois blocos de países mencionados anteriormente não tiveram um relacionamento muito amistoso, sendo que o atrito entre ambas as partes ficou conhecido na historiografia como Guerra Fria.

12-O MUNDO PÓS-SEGUNDA GUERRA MUNDIAL ATÉ O FIM DO SÉCULO XX
Nesta seção analisaremos alguns aspectos relevantes do período da História da Humanidade compreendido entre o término da Segunda Guerra Mundial e o final do século XX (1901-2000), cabendo lembrar inicialmente que boa parte desse período histórico esteve marcado pela Guerra Fria. Cabe ressaltar que focaremos a análise histórica desse período histórico nos seguintes fatos históricos, a saber: Descolonização da África e Ásia, Revolução Chinesa, Revolução Cubana, Revolução Islâmica, Guerra do Golfo, Guerra Fria e na queda do bloco comunista.
 Em relação a este período histórico é importante ressaltar que ele foi caracterizado pela intensa agitação política (diversos conflitos armados e emancipação de inúmeros países), efervescência cultural (desenvolvimento da indústria do entretenimento) e desenvolvimento científico (intenso desenvolvimento da informática e da indústria aeroespacial).

12.1-GUERRA FRIA
A Guerra Fria pode ser definida como a tensão permanente entre o bloco capitalista e o bloco comunista surgido logo após o término da Segunda Guerra Mundial (há divergências entre os historiadores em relação ao momento exato do início da Guerra Fria) e tem este nome porque não houve conflito direto entre os líderes dos dois blocos. A Guerra Fria encontrou o seu término no momento que o bloco comunista foi dissolvido.
Inserido na questão da Guerra Fria foi elaborado pelo governo dos Estados Unidos da América, a Doutrina Truman que determinava que este país usasse toda a sua capacidade para evitar que o comunismo se proliferasse pelo mundo afora. Esta doutrina foi instituída pelo então presidente Harry S Truman (1884-1972), através de um discurso ao congresso estadunidense ocorrido no dia 12 de março de 1947 (quarta-feira).
Continuando temos que o Plano Marshall foi apresentado no ano de 1947 pelo secretário de estado estadunidense general George Catlett Marshall, sendo que este plano foi instituído oficialmente no ano de 1948 pelo governo dos Estados Unidos da América quando foi aprovado a Lei de Ajuda Externa.
Esta ajuda consistia basicamente na colaboração dos Estados Unidos da América aos países europeus no valor de 17.000.000.000,00 de dólares a ser fornecida entre os anos de 1948-1952. O objetivo era reerguer os países da Europa Ocidental e conter o avanço comunista nesta região do mundo, cabendo lembrar que os Estados Unidos da América obtiveram êxito no seu intento.
No ano de 1949 tivemos a criação da COMECON (Conselho de Assistência Econômica Mútua) pelo bloco comunista, tendo como finalidade básica contrapor-se ao Plano Marshall.
No dia 4 de abril de 1949 (segunda-feira) tivemos a instituição da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) que era uma aliança militar relativa ao bloco capitalista cujo objetivo era fazer frente ao bloco comunista. Com o término da Guerra Fria é interessante ressaltar que a orientação institucional dessa aliança militar mudou, indo da oposição militar ao bloco comunista para ser um dos pilares da segurança da Europa e América do Norte.
No dia 14 de maio de 1955 (sábado) tivemos o contraponto da OTAN que foi a fundação do Pacto de Varsóvia, cabendo pontuar que as principais ações dessa aliança militar foram no sentido de conter movimentos de flexibilização do regime comunista como na Hungria e Polônia em 1956 e Tchecoslováquia em 1968. O Pacto de Varsóvia e o COMECON deixaram de existir no ano de 1991.
É importante ressaltar que inserido neste contexto histórico surgiu o movimento dos países não alinhados, que propunha o não alinhamento com nenhum dos dois blocos políticos. A primeira manifestação formal desse bloco político foi a Conferência Afro-Asiática de Bandung (1955), realizada na Indonésia tendo tido a participação dos seguintes países, a saber: Afeganistão, Arábia Saudita, Birmânia (atual Myanmar), Camboja, Ceilão (atual Sri Lanka), China, Costa de Ouro (atual Gana), Egito, Etiópia, Filipinas, Iêmen do Norte (atual Iêmen), Índia, Indonésia, Irã, Iraque, Japão, Jordânia, Laos, Líbano, Libéria, Líbia, Nepal, Paquistão, Vietnã do Norte (atual Vietnã), Vietnã do Sul (atual Vietnã), Síria, Sudão, Tailândia e Turquia.
Esta conferência tinha as seguintes posições em relação a política internacional, a saber: resolução dos conflitos de forma pacífica, proibição das armas nucleares, autodeterminação dos povos, o direito de escolha de não alinhar-se politicamente a nenhum dos dois blocos políticos, aversão a segregação por motivos étnicos e a cooperação entre os países dos continentes africano e asiático no sentido de combater o colonialismo.
No contexto histórico da Guerra Fria havia quatro áreas de tensão permanente que foram as seguintes, a saber: Cortina de Bambu (área de tensão entre o bloco capitalista e o bloco comunista no continente asiático), Cortina de Cactus (área de tensão entre o bloco capitalista e o bloco comunista no continente americano (região central)), Cortina de Ferro (área de tensão entre o bloco capitalista e o bloco comunista no continente europeu) e a cortina de gelo (área de tensão entre o bloco capitalista e o bloco comunista no extremo norte dos continentes americano e asiático).
É interessante ressaltar que o bloco comunista, não era um monólito estático, havendo diversos atritos entre os países comunistas podendo destacar os seguintes, a saber:
a-Conflito Fronteiriço Sino-Soviético: correspondeu a uma série de escaramuças entre os dois principais do bloco comunista, tendo em vista questões relativas à fronteira entre ambos países. Este conflito armado terminou de forma inconclusiva;
b-Guerra Cambojana-Vietnamita (1978-1979): correspondeu a um conflito armado entre Camboja e o Vietnã devido a questões políticas e territoriais, tendo terminado com a derrota do grupo político que estava no controle desse país;
c-Guerra Sino-Vietnamita (1979): correspondeu a um conflito armado entre a China e Vietnã devido a questões políticas e territoriais, tendo terminado de forma inconclusa.

12.2-DESCOLONIZAÇÃO DA ÁFRICA E ÁSIA
Foram vários os motivos que levaram ao surgimento do processo de descolonização da África e Ásia, podendo ressaltar a Primeira Guerra Mundial e a Segunda Guerra Mundial que provocaram um grande desgaste nos países imperialistas o que acabou dificultando a manutenção das colônias, a ação da ONU que era a favor da autodeterminação dos povos criando uma contradição visto que de modo geral os países que tinham colônias faziam parte da ONU e os movimentos nativos pela independência dessas regiões.
Complementando isto tivemos o fato dos Estados Unidos da América incentivaram o processo de independência para aumentar o seu mercado consumidor e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas ajudou a independência das colônias para ter uma área de influência maior.
Em relação ao processo de independência dos países africanos e asiáticos ocorreu de forma violenta (através de guerra) como da Argélia (França), Angola (Portugal) ou de comum acordo entre as partes como a Índia e o Paquistão (Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte).
Obtido a liberdade política houve casos de brigas internas pelo poder nos novos países como aconteceu em Angola e Moçambique.

12.2.1-DESCOLONIZAÇÃO DA ÁFRICA
12.2.1.1-DESCOLONIZAÇÃO DE ANGOLA (1975)
O movimento de independência de Angola foi liderado por três grupos guerrilheiros, a saber: Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), fundada em 1961, Movimento Popular Pela Libertação de Angola (MPLA), fundado em 1956 e União Nacional Para a Independência de Angola (UNITA), fundada em 1966.
O MPLA era de orientação socialista e apoiado pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas enquanto a FNLA e a UNITA eram de orientação capitalista e apoiados pela África do Sul, Estados Unidos da América e Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte.
A Revolução dos Cravos (25.04.1974) possibilitou a Independência de Angola e o surgimento do Acordo de Alvor (11.01.1975), que previa um governo de transição e a independência desse país africano ainda no ano de 1975. Este acordo foi firmado entre Portugal e a FNLA, MPLA e UNITA.

12.2.1.2-DESCOLONIZAÇÃO DA ARGÉLIA (1962)
Argélia era uma colônia francesa (desde o ano de 1830) localizada no norte do continente africano tendo obtido a sua independência depois de um conflito armado contra a França.
A guerra pela Independência da Argélia se deu através da FLN (Frente de Libertação Nacional) que foi fundada em 1954, sendo que no ano de 1961 houve um plebiscito na França que autorizou o presidente francês Charles de Gaulle a obter a paz através de negociações com Argélia (o representante argelino foi a FLN).
No ano de 1962 foi acertado entre ambas às partes o Acordo de Avian que acabou com a guerra e os franceses reconheceram a Independência da Argélia.

12.2.1.3-DESCOLONIZAÇÃO DE BENIN (1960)
Tendo em vista as despesas em manter Benin como colônia serem muito altas e não ter o devido retorno financeiro, a França optou em conceder a independência desse país em 1960.

12.2.1.4-DESCOLONIZAÇÃO DE CAMARÕES (1960)
No ano de 1948 temos a fundação da União Popular de Camarões (UPC), que visava obter a independência desse país. Camarões obtém a independência da França em 1960 devido a pressão exercida pela UCP.

12.2.1.5-DESCOLONIZAÇÃO DE MOÇAMBIQUE (1975)
No ano de 1962 tivemos a fundação da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) que era de orientação socialista e em 1964 começa as suas ações guerrilheiras.
Na década de 1970 surge a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) que era um grupo guerrilheiro de orientação capitalista.
A Revolução dos Cravos possibilitou a Independência de Moçambique, sendo que os Acordos de Luzaka (7.09.1974) ratificaram a independência desse país africano e instituíram que a libertação de Moçambique em relação a Portugal seria no dia 25.06.1975. Esta data seria para coincidir com a data de criação da RENAMO.

12.2.1.6-DESCOLONIZAÇÃO DA REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO (1960)
A República Democrática do Congo obteve a sua independência da Bélgica no de 1960 depois de severos conflitos promovidos pelo movimento político que lutava pela independência desse país.

12.2.2-DESCOLONIZAÇÃO DA ÁSIA
12.2.2.1-DESCOLONIZAÇÃO DA COREIA (1948)
A Coreia estava ocupada pelo Japão desde o ano de 1905, e devido à derrota japonesa na Segunda Guerra Mundial a Coreia acabou ficando dividido em duas partes, o sul ficou sob a sombra dos Estados Unidos da América enquanto o norte ficou sob a sombra da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, sendo que as duas coreias (Coreia do Norte e Coreia do Sul) se formaram como país no ano de 1948.

12.2.2.2-DESCOLONIZAÇÃO DA ÍNDIA (1947)
Na Índia o movimento de independência política começou antes da Segunda Guerra Mundial, sendo que havia um movimento de independência do Partido do Congresso (Congresso Nacional Indiano) que era liderado por Mahatma Gandhi e Jawaharlal Nehru, movimento este baseado na não utilização da violência e nem colaboração com os colonizadores sendo que o sucesso foi obtido no ano de 1947. Este grupo político (Partido do Congresso) foi fundado basicamente por hindus.
Vale lembrar que apesar da grande relevância desse movimento de independência ele não foi o único podendo destacar a Liga Muçulmana (Muhamamad Ali Jonnah era o líder desse grupo político) que foi fundada no ano de 1906 por muçulmanos e era a favor da instituição de um Estado Muçulmano.
Em relação à Independência da Índia cabe lembrar que havia divergências entre os muçulmanos e os hindus fazendo com que este país ao obter a sua independência, tivesse desmembrado do seu território um pedaço para compor outro país (Paquistão).
A sociedade indiana era basicamente hindu enquanto a sociedade paquistanesa era nitidamente muçulmana.
Prosseguindo temos que o território do Paquistão era dividido em duas partes que eram o Paquistão Ocidental e Paquistão Oriental. No ano de 1971 o Paquistão Oriental (atual Bangladesh) proclama a sua independência e é invadido pelo Paquistão Ocidental, sendo que Bangladesh conta com a ajuda da Índia e consegue garantir a sua independência.

12.2.2.3-DESCOLONIZAÇÃO DA INDONÉSIA (1945)
A Indonésia era colônia dos Países Baixos, sendo que no ano de 1942 no contexto histórico da Segunda Guerra Mundial ela foi ocupada pelo Japão.
Com a derrota japonesa neste conflito armado em 1945 a Indonésia obtém a sua independência neste ano, mas os Países Baixos só reconhece a independência desse país no ano de 1949.

12.2.2.4-DESCOLONIZAÇÃO DA MALÁSIA (1957)
A Malásia fazia parte das colônias do Império Britânico, sendo que durante a Segunda Guerra Mundial esta colônia foi ocupada pelas tropas japonesas. Com o término desse conflito militar a Malásia volta a ser controlada pelos britânicos. O Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte acaba concedendo a independência para esta colônia no ano de 1957.

12.2.2.5-DESCOLONIZAÇÃO DAS MALDIVAS (1965)
Maldivas era um protetorado do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte o qual tinha setores de sua sociedade interessada na independência de seu país (tendo havido até rebeliões neste sentido).
A independência desse país veio no ano de 1965 quando o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte concede a mesma as Maldivas devido ao enfraquecimento do Império Britânico e o fato dos Estados Unidos da América garantir os interesses britânicos no local.

12.2.2.6-DESCOLONIZAÇÃO DO VIETNÃ (1954)
A Indochina (Camboja, Laos e Vietnã) fazia parte do império colonial francês desde a segunda metade do século XIX, cabendo lembrar inserido dentro do contexto histórico relativo a Segunda Guerra Mundial o Japão ocupa esta região.
Com isso tivemos a formação de um movimento nacionalista para a obtenção da independência do Vietnã. Este movimento nacionalista era conhecido como Vietminh (Liga Revolucionária Para a Independência do Vietnã), sendo liderado por Ho Chi-minh.
Com o término da Segunda Guerra Mundial os japoneses se retiram dessa região e os franceses tentam reocupar a Indochina. Com isso tivemos uma luta anti-colonial entre os anos de 1946-1954. Levando em consideração a derrota dos franceses neste confronto militar houve no ano de 1954, a Conferência de Genebra no qual tivemos o reconhecimento da Independência do Vietnã.

12.3-CONFLITOS NO ORIENTE MÉDIO
Veremos neste item alguns conflitos relevantes transcorridos no Oriente Médio que é uma das regiões mais agitadas do planeta, tendo em vista uma série de motivos, a saber:
a-Cultural: as religiões em vez de propagarem a paz acabam facilitando o surgimento de conflitos entre as pessoas devido à manifestação do fundamentalismo que contribui para a intolerância e consequentemente acaba aumentado às possibilidades de confronto entre as pessoas;
b-Geopolítico: esta região é rica em recursos naturais (petróleo) e ocupa uma posição estratégica tendo em vista o Oriente Médio localizar-se na confluência entre três continentes que atrai os interesses estrangeiros para o local além de incentivar as lutas entre os países da região;
c-Institucional: o processo de independência da região foi inadequado tendo em vista que a formação dos Estados Nacionais não atendeu os interesses da população em geral e sim das classes dominantes enfraquecendo as instituições nacionais;
d-Social: amplos setores da sociedade da região vivem de forma precária favorecendo a desestabilização da área.

12.3.1-CONFLITO ÁRABE-ISRAELENSE (1948-...)
Depois do desmoronamento do Império Otomano a Palestina ficou sob o protetorado do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, sendo que no ano de 1922 foi aprovado a Declaração de Balfour pela Sociedade das Nações na qual propunha a instalação de um Estado para os judeus (os britânicos eram favoráveis a esta medida) o que colaborou para o aumento da migração dos hebreus para esta região. Como está região era habitada (basicamente por árabes) acabou provocando atritos com os moradores locais.
Tendo em vista o nível de tensão entre as partes (árabes e israelenses) a Organização das Nações Unidas interveio no problema em 1947 decidindo que a Palestina seria dividida (cinquenta e sete por cento para os judeus e quarenta e três por cento para os árabes) entre as partes em conflito o que acabou não resolvendo o problema principalmente por parte dos árabes (palestinos), pois acharam que foram prejudicados na divisão do território. O Estado de Israel foi fundado no ano de 1948.
A partir desse cenário complicado surgiram quatro conflitos importantes entre as partes que são os seguintes, a saber:
a-Primeira Guerra Árabe-Israelense (1948-1949): os países membros da Liga Árabe invadiram Israel dando o início a Primeira Guerra Árabe-Israelense na qual Israel obteve sucesso contra os árabes.
Com a vitória israelense e consequentemente a obtenção de territórios dos seus adversários surgiu um grave problema (não resolvido até os dias de hoje) que foi o caso dos refugiados oriundos desse conflito bélico.
b-Segunda Guerra Árabe-Israelense (1956): a Segunda Guerra Árabe-Israelense (também conhecida como Guerra do Suez) aconteceu devido ao fato do Egito ter nacionalizado o Canal do Suez e bloqueado o porto de Eilat, impedindo o acesso de Israel ao Mar Vermelho através do Golfo de Ácaba.
Este conflito colocou o Egito contra Israel sendo que o primeiro país estava em desvantagem militar (foi derrotado) e a situação só foi normalizada (a paz foi instituída) através da pressão internacional (Estados Unidos da América, União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e a Organização das Nações Unidas).
c-Terceira Guerra Árabe-Israelense (1967): a Terceira Guerra Árabe-Israelense (também conhecida como Guerra dos Seis Dias) aconteceu devido ao ataque de Israel ao Egito, Síria e Jordânia com a alegação que estes três países iam agredi-los, sendo que Israel obteve de novo territórios de seus adversários.
d-Quarta Guerra Árabe-Israelense (1973): a Quarta Guerra Árabe-Israelense (também conhecida como Guerra do Yom Kippur) aconteceu devido ao fato que Israel não ter devolvido os territórios conquistados neste conflito militar anterior e a partir desse cenário político Síria e Egito atacaram este país.
Este conflito terminou através da pressão internacional e foi selado o Tratado de Camp David no ano de 1979, no qual o Egito reaveria a Península do Sinai e Israel seria reconhecido pelo Egito e teria a garantia que seus navios poderiam navegar pelo Canal do Suez.

12.3.2-CONFLITOS AFRICANOS
Depois da conclusão do processo de descolonização do continente africano houve diversos conflitos armados ao longo dos séculos XX e XXI nesta região dos quais podemos destacar os seguintes conflitos armados, a saber:
a-Guerra Civil da República Democrática do Congo (1960-1963): com a independência da República Democrática do Congo Patrice Emery Lumumba (1925-1961) assume o governo como primeiro-ministro e Joseph Kasavulu como presidente da república, mas logo a seguir eclode uma guerra civil devido a interesses internacionais.
As províncias de Katanga e Kansai (ricas em depósitos minerais (especialmente cobalto, cobre e diamantes)) sob o comando de Moise Kapenda Tshombé (1919-1969) iniciaram uma rebelião pata a obtenção da independência delas contando com o apoio belga (este apoio aconteceu devido ao interesse da Bélgica nos recursos minerais dessas duas províncias).
O resultado foi uma guerra civil na qual os rebeldes são derrotados e o coronel Joseph-Dériré Mobutu (1930-1997) dá um golpe de estado assumindo o governo de seu país. Ele governou seu país através de uma ditadura.
b-Guerra de Biafra (1967-1970): a Guerra de Biafra foi um dos diversos conflitos ocorridos os quais teria como um dos fatores principais para o surgimento as consequências negativas do imperialismo.
Isto decorre porque ao organizar as colônias e consequentemente lançando às bases dos futuros países as metrópoles não respeitaram a situação política dos diversos grupos étnicos (em diversas ocasiões foram agrupados numa mesma colônia/país grupos étnicos rivais) incentivando o surgimento de conflitos étnicos que são tão comuns na África.
No caso da Nigéria foram agrupados três grupos conflitantes que eram: haussas (norte), ibos (leste) e iorubas (oeste).
A questão básica foi que os ibos tinham um convívio muito tenso com os haussas e iorubas e proclamaram a sua independência em relação à Nigéria fundando a República de Biafra sob a liderança do tenente-coronel Odumegu Ojucu.
Este movimento rebelde não conseguiu obter o objetivo desejado (o tenente-coronel Odumegu Ojucu exilou-se na Costa do Marfim) e o conflito provocou a morte de aproximadamente 1.000.000 de pessoas.
c-Guerra Líbia-Egito (1977): o conflito militar ocorrido entre a Líbia e Egito, ocorreu basicamente devido ao desgaste nas relações entre estes dois países, cabendo ressaltar que apesar das intensidades das batalhas o conflito durou menos de uma semana e este conflito armado foi finalizado com a mediação da Argélia não trouxe maiores consequências para ambas as partes além das perdas humanas e materiais (relativamente reduzidas).
d-Guerra Líbia-Egito (1977): o conflito militar ocorrido entre a Líbia e Egito, ocorreu basicamente devido ao desgaste nas relações entre estes dois países, cabendo ressaltar que apesar das intensidades das batalhas o conflito durou menos de uma semana e este conflito armado foi finalizado com a mediação da Argélia não trouxe maiores consequências para ambas as partes além das perdas humanas e materiais (relativamente reduzidas).
e-Guerra do Chifre da África (1977-1988): Esta guerra teve início no ano de 1977 quando a Somália invadiu a Etiópia tendo como objetivo de anexar o Deserto de Ogaden alegando que esta região devido à grande população de origem somali residente neste local.
A Guerra do Chifre da África chegou ao fim no ano de 1988 quando ambos os países assinaram um acordo de paz, no qual foi reafirmado que o Deserto de Ogaden deveria permanecer sob a jurisdição da Etiópia.
f-Guerra Uganda-Tanzânia (1978-1979): o conflito militar ocorrido entre Uganda e Tanzânia, ocorreu basicamente devido as questões relativas a definição de fronteira e questões políticas, cabendo ressaltar que o principal motivo para o surgimento da Guerra Uganda-Tanzânia foi a proximidade política entre o presidente ugandense Apollo Milton Obote (1924-2005) e o presidente tanzaniano Julius Kambarage Nyerere (1922-1999), o qual chegou ao seu ápice quando Apollo Milton Obote é derrubado pelo militar Idi Amin Dada (c. 1925-2003) e Julius Kambarage Nyerere intervêm nesta situação. O resultado final foi a recondução de Apollo Milton Obote ao cargo de presidente da república.
g-Guerra de Fronteira Mauritânia-Senegal (1989-1991): o conflito armado entre Mauritânia e Senegal, ocorreu devido a desavenças relacionadas ao uso das pastagens localizadas em torno da fronteira entre estes dois países, cabendo ressaltar que as relações diplomáticas entre as duas partes foram restabilizadas após o término desse conflito armado tendo havido grandes perdas ambientais, humanas e materiais.
h-Primeira Guerra do Congo (1996-1997)/Segunda Guerra do Congo (1998-2003): a Primeira Guerra do Congo (1996-1997) e a Segunda Guerra do Congo (1998-2003), foram 2 grandes conflitos armados intimamente interligados entre si, ocorridos na África, os quais tiveram como foco principal as disputas internas da República do Zaire (atual República Democrática do Congo), as quais envolveram de forma direta ou indiretamente outros países africanos (Angola, Burundi, Chade, Namíbia, República do Sudão, Ruanda, Uganda e Zimbabwé). Estes dois conflitos armados provocaram aproximadamente 5.650.000 de pessoas mortas (maior conflito armado desde a Segunda Guerra Mundial em termos de pessoas mortas).
A Primeira Guerra do Congo teve início quando forças de oposição liderada por Laurent-Désiré Kabila (1939-2007), contanto com o apoio de alguns países africanos derrubou o presidente zairense Mobutu Sese Seko Nkuku Ngbendu Wa Za Banga (1930-1997), assumindo o governo desse país. Neste momento o nome do país é alterado de República do Zaire para República do Congo (não confundir com a República do Congo).
Com a mudança do governo de Ruanda houve a fuga de parte da população ruandense (aproximadamente 2 milhões de pessoas da etnia tutsi) em direção a República Democrática do Congo, temendo represálias devido ao Genocídio de Ruanda (1994) e consequentemente as tropas ruandenses invadiram este país.
Como a situação interna da República Democrática do Congo não estabilizou e o governo desse país queria a retirada das tropas ruandenses e ugandenses de seu território, serviu de estopim para a eclosão da Segunda Guerra do Congo (1998-2003). Devido as grandes proporções desse conflito armado, o mesmo ficou conhecido como Guerra Mundial Africana ou Grande Guerra de África. Este conflito armado encontrou seu término quando as partes se reconciliaram.
Tendo em vista o clima de tensão política na República Democrática do Congo, devido aos assuntos relacionados a Primeira Guerra do Congo, a ONU instituiu a Missão de Estabilização da Organização das Nações Unidas na República Democrática do Congo (MONUSCO). O Brasil comandou esta missão em quatro oportunidades diferentes, a saber: general de divisão Carlos Alberto dos Santos Cruz (2013-2015), general de brigada Ricardo Augusto Ferreira Cosrta Neves (2019-2021) e o general de divisão Marcos de Sá Affonso da Costa (2021-...).
i-Guerra Eritreia-Etiópia (1998-2000): o conflito armado entre Eritreia e Etiópia, ocorreu basicamente devido a problemas relacionados a delimitação de fronteiras entre ambos os países, cabendo ressaltar que a fronteira eritreia-etíope permaneceu inalterada apesar desse conflito militar.

12.3.3-REVOLUÇÃO ISLÂMICA (1979)
No ano de 1921 o general Reza Khan comanda um golpe de estado tornando-se a partir disso o ministro da guerra, cabendo lembrar que logo depois ele assume o comando do Irã com o nome de Reza Shah Pahlevi.
No contexto histórico da Segunda Guerra Mundial tropas britânicas e soviéticas ocupam o Irã no ano de 1941 e neste mesmo ano o forçam a abdicar do seu cargo de líder máximo desse país asiático em favor do seu filho (Mohammad Reza Pahlevi).
O governo de Mohammad Reza Pahlevi foi caracterizado basicamente pelo profundo alinhamento ao Ocidente (principalmente os Estados Unidos da América do qual recebida amplo apoio) e pelo fato de ser laico.
A insatisfação aumenta ao longo do tempo e no ano de 1978 tivemos o início de distúrbios contra o regime vigente e acaba eclodindo numa rebelião que derrubou o governo de Mohammad Reza Pahlevi em 1979. Esta rebelião foi liderada pelo aiatolá Ruollah Khomeini a partir do exílio.
Com o êxito da Revolução Islâmica o cenário geopolítico do Oriente Médio sofreu uma profunda mudança, tendo em vista que o grupo que assumiu o comando do governo iraniano era fortemente religioso e tinha uma forte aversão ao Ocidente (mais especificamente aos Estados Unidos da América) colocando assim o Irã (um país que tem forte influência nesta região do continente asiático) contra os interesses estadunidenses nesta parte do mundo.

12.3.4-GUERRA IRÃ-IRAQUE (1980-1988)
A Guerra Irã-Iraque ocorreu no contexto histórico da Revolução Islâmica tendo em vista que o governo implantado no Irã a partir dessa revolução foi um governo contrário aos interesses dos Estados Unidos da América.
Tendo em vista este cenário político o Iraque aproveita o apoio estadunidense (tinha interesse em acabar com o governo teocrático do Irã implantado com a Revolução Islâmica) e tenta resolver uma antiga pendenga territorial como Irã invadindo-o. A pendenga territorial mencionada refere-se a uma determinada área do território iraniano que o Iraque alega ser sua. A área em questão é o Chatt-el-Aral que é o local onde os rios Tigre e Eufrates se unem transformando num terceiro rio cujo nome é Chatt-el-Aral e deságua no Golfo Pérsico.
Complementando não poderíamos deixar de mencionar que esta guerra foi incentivada pelos Estados Unidos da América com o intuito de desmoronar o novo regime político, pois eles temiam a consolidação de Estado Teocrático Muçulmano o que poderia eventualmente trazer problemas para os interesses estadunidenses.
Esta guerra foi iniciada no ano de 1980 e terminada no ano de 1988 sem que o Iraque e os Estados Unidos da América obtivessem êxito nos seus intentos.

12.3.5-GUERRA DO GOLFO (1990-1991)
Ao terminar a guerra Irã-Iraque, o Iraque estava extremamente endividado tendo uma dúvida externa de aproximadamente 80.000.000.000,00 de dólares e a queda do preço do barril do petróleo dificultava o equacionamento dessa dívida e a manutenção do Estado Iraquiano.
Levando em consideração este contexto histórico o Iraque voltou-se contra o Kuwait alegando que este país estava mantendo uma produção de petróleo maior que a cota definida pela OPEP (colaborando assim para a queda do preço do barril do petróleo e consequentemente prejudicando o Iraque), divergência em relação à exploração de jazidas de petróleo que faziam parte dos territórios de ambos os países (Kuwait estava extraindo mais petróleo do que o permitido) e a não autorização para autorização para a utilização das ilhas de Bubayam e Warbah para facilitar o escoamento do petróleo.
Com isso o Kuwait foi invadido pelo Iraque no dia 2.08.1991 e os Estados Unidos da América lideraram uma coalizão sob os auspícios sob os auspícios da ONU para liberar o Kuwait das mãos do Iraque. Esta operação ficou conhecida como Operação Tempestade no Deserto e obteve êxito nos seus intentos.

12.4-REVOLUÇÃO CHINESA (1949)
A China foi governada entre os anos de 1644-1911 pela dinastia Mandchu, que foi derrubada do poder por Sun Yat-sen e foi substituída pela república sendo que o governo central chinês acaba não se consolidando havendo resistências locais ao seu poder. Por uma série de motivos o governo central chinês acabou entrando em conflito armado contra os comunistas.
Com a invasão japonesa na China no ano de 1937, este dois grupos uniram-se contra o Japão, cabendo lembrar que esta aliança terminou com a saída dos nipônicos da China. A partir do prosseguimento das lutas os comunistas conseguem tomar o poder no dia 11 de outubro de 1949 (terça-feira) instaurando o comunismo na China.

12.5-GUERRA DA COREIA (1950-1953)
Inserido no contexto histórico da Guerra Fria a Península Coreana tornou-se dois países (um de orientação comunista (Coreia do Norte) e outro de orientação capitalista (Coreia do Sul)) e tivemos o início de um conflito armado por iniciativa da Coreia do Norte cujo objetivo era a unificação dos dois países.
A Guerra da Coreia perdurou entre os anos de 1950-1953 sendo que não houve um resultado claro neste conflito armado e tivemos a suspensão da luta armada através do Armistício de Pan-munjan (27.07.1953) no qual tivemos a manutenção da divisão dos dois países.

12.6-GUERRA DO VIETNÃ (1959-1975)
A Guerra do Vietnã teve início no ano de 1959 na qual se confrontaram Vietnã do Sul e a Frente de Libertação Nacional (mais conhecido como Vietcong) que tinha amplo apoio do Vietnã do Norte.
Os Estados Unidos da América prestam apoio ao Vietnã o Sul a partir de 1961 e ano de 1965 tivemos o início da intervenção militar estadunidense de forma direta. Ao longo da Guerra do Vietnã as tropas estadunidenses perderam (faleceram) 58.000 soldados.
As tropas estadunidenses não obtiveram êxito na ajuda prestada as tropas do Vietnã do Sul e retiraram-se desse conflito armado no ano de 1973. A saída dos Estados Unidos da América da Guerra do Vietnã foi selada através do Acordo de Paris (27.01.1973).
A Guerra do Vietnã prossegue e no ano de 1975 Vietnã do Norte vence este conflito armado unificando este país sob a égide do comunismo.

12.7-GUERRA AFEGÃ-SOVIÉTICA (1979-1988)
A Guerra Afegã-soviética (Invasão Soviética do Afeganistão ou Guerra do Afeganistão) está diretamente relacionado a Guerra Fria, pois foi instalado um governo de orientação comunista no Afeganistão o qual foi combatido pelos Estados Unidos da América através de apoio aos guerrilheiros. A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas por sua vez apoiou o governo afegão de orientação comunista.
É interessante ressaltar que a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas teve sérias dificuldades no combate aos guerrilheiros afegãos devido as suas táticas de guerra fenômeno que tinha ocorrido alguns anos antes com os Estados Unidos da América durante a Guerra do Vietnã.
O resultado final desse conflito armado foi à saída da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas tendo as tropas soviéticas perdido aproximadamente 14.500 soldados. Este conflito armado continua entre o governo afegão de orientação e a guerrilha até a queda desse governo e a implantação de um governo teocrático de orientação muçulmana.

12.8-GUERRA CIVIL LIBANESA (1975-1990)
Politicamente o governo libanês era dividido entre cristãos e muçulmanos (representava a divisão religiosa da sociedade libanesa e tinha como função básica manter o equilíbrio político do país).
Este equilíbrio foi rompido devido à migração dos palestinos expulsos dos territórios ocupados por Israel, a partir da década de 1960 e o deslocamento da Organização da Libertação da Palestina (OLP) para o Líbano devido a sua expulsão da Jordânia no ano de 1970.
Com a forte presença dos palestinos e ação da OLP o equilíbrio é rompido e tivemos a eclosão da Guerra Civil Libanesa, na qual tivemos o confronto entre cristãos e muçulmanos.
Israel e Síria intervieram nesta guerra civil e ela cessa quando a Síria consolida o seu poder no Líbano.

12.9-DESMORONAMENTO DO BLOCO COMUNISTA
O desmoronamento do bloco comunista ocorreu basicamente nas duas últimas décadas do século XX, cabendo ressaltar que o término do bloco comunista aconteceu por diversos motivos.
Podemos destacar inicialmente que os países do bloco comunista eram regidos por ditaduras o que ao longo prazo fez com que perdessem apoio político devido à falta de liberdade.
Prosseguindo não poderíamos deixar de mencionar que de modo geral os ganhos sociais não foram tão elevados fazendo com que parcelas consideráveis das sociedades sob o regime comunista ficassem insatisfeitas com esta forma de organização social.
Finalmente não poderíamos deixar de ressaltar as pressões externas exercidas pelo bloco capitalista e Igreja Católica Apostólica Romana contribuíram diretamente para o desgaste e consequentemente desmoronamento do bloco comunista.

12.9.1-ALBÂNIA (1992)
A Albânia a partir do ano de 1989 (neste momento este país europeu era governado por Ramiz Tafë Alia (1925-2011)) entra num processo de abrandamento do regime comunista que será substituído pelo regime capitalista em 1992.

12.9.2-ALEMANHA ORIENTAL (1989)
O dirigente comunista Erich Ernst Paul Honecker (1912-1994) perde o seu cargo de dirigente comunista no ano de 1989 e em novembro desse ano o Muro de Berlim (símbolo da divisão entre a Alemanha Ocidental (República Federal da Alemanha) e a Alemanha Oriental (República Democrática Alemã)) deixa de existir. A união desses dois países é concluída no ano de 1990 tendo como capital a cidade de Berlim.

12.9.3-BULGÁRIA (1991)
Na Bulgária tivemos a renúncia do dirigente comunista Todor Zhivkov e a ascensão do dirigente comunista Petar Mladenov (era reformista), cabendo lembrar que no ano de 1991 as eleições foram vencidas pela União das Forças Democráticas e tivemos a implantação pela primeira vez desde 1944 de um governo comunista.

12.9.4-HUNGRIA (1989)
No ano de 1988 tivemos o início da abertura do regime comunista da Hungria que chegou ao ápice em 1989 com uma reforma constitucional que acabou com esta forma de organização social neste país.

12.9.5-IUGOSLÁVIA (1990)
A derrocada do regime comunista na Iugoslávia foi um dos mais complicados devido ao fato desse país ser multiétnico e isto acabou contribuindo diretamente para o término desse país através de uma guerra civil extremamente violenta.
Isto ocorreu devido ao fato que no ano de 1990 os partidários do comunismo perderam as eleições gerais em quatro repúblicas (Bósnia-Herzegovina, Croácia, Eslovênia e Macedônia) e venceu em duas repúblicas (Montenegro e Sérvia).
Com este resultado o governo central ficou muito enfraquecido, pois estimulou a luta pela independência da Bósnia-Herzegovina, Croácia, Eslovênia e Macedônia e tivemos o início de uma guerra civil para garantir a independência dessas repúblicas.
O resultado final foi total esfarelamento da Iugoslávia, pois cada uma das seis repúblicas que a compunha acabou tornando-se um país em separado.

12.9.6-POLÔNIA (1989)
Neste país a ação do sindicato Solidariedade e da Igreja Católica Apostólica Romana, foi decisiva para o término do regime comunista.
No ano de 1989 a maioria dos parlamentares eleitos tinha ligação com o sindicato Solidariedade e em 1990 Lech Walesa venceu as eleições para presidência da república.

12.9.7-ROMÊNIA (1989)
A queda do regime comunista na Romênia ocorreu de forma violenta e iniciou-se quando tivemos o surgimento de manifestações (estas manifestações eram a favor de mudanças na economia e na política) na cidade de Timisoara, as quais foram severamente reprimidas pelo governo romeno o que acabou provocando o falecimento de milhares de pessoas e o início de uma revolta contra o governo romeno.
No final do ano de 1989 Nicolae Ceausescu (dirigente comunista) e a sua esposa foram capturados e mortos de forma sumária. No ano seguinte há eleições e Íon Iliescu torna-se presidente da república desse país.

12.9.8-TCHECOSLOVÁQUIA (1989)
Houve diversas manifestações em prol da democracia o que levou a renúncia de Milos Jakes (dirigente comunista) e a ascensão de Vlácav Haveo e consequentemente tivemos a derrocada do regime comunista.

12.9.9-UNIÃO DAS REPÚBLICAS SOCIALISTAS SOVIÉTICAS (1991)
No ano de 1985 Mikhail Sergueievitch Gorbatchev assume o governo da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e toma uma série de medidas visando mudar este país tendo em vista a complicada situação social enfrentada por este país, cabendo mencionar a Perestroika (flexibilização da economia) e a Glanost (flexibilização da política). Cabe lembrar que dentro da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas havia grupos a favor e contra a essa nova política.
O processo político de certa maneira saiu do controle de Mikhail Sergueievitch Gorbatchov tanto que no ano de 1991 houve a tentativa de um golpe militar (este golpe foi colocado em prática basicamente por grupos conservadores tanto das forças armadas soviéticas como do partido comunismo) na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas sendo que este golpe fracassou tendo em vista a resistência surgida contra este movimento rebelde.
A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas estava bastante enfraquecida e acabou não passando do final do ano de 1991, tendo em vista que três repúblicas soviéticas das que compunham a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas acabaram declarando o fim desse país e a instituição da Comunidade dos Estados Independentes (CEI).
Outras repúblicas soviéticas saíram da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e entraram na Comunidade dos Estados Independentes, sendo que nem todas as repúblicas soviéticas acabaram entrando na CEI.
Mikhail Sergueievitch Gorbatchov no final do ano de 1991 acabou renunciando ao cargo de presidência da república da já inexistente União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

13-O O MUNDO NO PRIMEIRO QUARTEL DO SÉCULO XXI
Neste seção analisaremos os principais aspectos ocorridos na sociedade humana no primeiro quartel do século XXI, abordando não apenas os temas tradicionais da historiografia ocidental e sim novos temas como as questões ambientais.

13.1-ASPECTOS ECONÔMICOS
13.1.1-CRISE ECONÔMICA SUL-AMERICANA DE 2002
A Crise Econômica Sul-americana de 2002 foi uma série de perturbações nas economias sul-americanas (em especial as economias do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) cujo ápice ocorreu neste ano. No caso da Argentina o problema estava relacionado ao fluxo de caixa e consequentemente o acúmulo de dívidas não parava de crescer, o que contribuiu diretamente para a grave recessão na economia argentina. A situação econômica desse país apesar de ter estabilizado nesta época voltaria a ficar instável posteriormente.
No caso do Paraguai o problema estava relacionado à instabilidade política e quebra de safras o que provocou desordem nas taxas de câmbio e por extensão tivemos a recessão econômica. A situação econômica desse país estabilizou e atualmente é uma das economias que mais cresce na América Latina.

13.1.2-CRISE FINANCEIRA DE 2007-2008
A Crise Financeira de 2007-2008 foi uma das crises econômicas mais relevantes da sociedade humana no primeiro quarto do século XXI e teve início quando a tradicional instituição financeira estadunidense Lehaman Brothers Holdings Inc. (1850-2008) entrou em colapso devido a Crise dos Subprimes, levando consigo diversas instituições financeiras, ampliando ainda mais a crise a qual atingiu diversas partes do mundo. Esta situação foi contornada com a firme atuação das autoridades financeiras estadunidenses.

13.2-ASPECTOS SOCIAIS
Apesar das questões ambientais serem uma temática antiga na sociedade humana foi no século XXI que esta problemática atingiu o seu ápice, tendo como uma das principais ativistas ambientais a Greta Tintin Eleonora Ernman Thunberg (2003-...). Um dos principais problemas ambientais da sociedade humana são os desastres ambientais, não havendo perspectiva a curto e médio prazo de solução para estes problemas.
Concomitante as estas questões ambientais é interessante ressaltar que durante o século XXI, a sociedade humana enfrentou uma das piores pandemias da história humana que foi a Pandemia de COVID-19 (Pandemia de Coronavírus), que além das questões relacionadas à política devido à gravidade dessa pandemia.
Uma das principais características do século XXI, foi o grande avanço tecnológico em especial na área eletrônica e telecomunicações.

13.3-ASPECTOS POLÍTICOS
13.3.1-GUERRA AO TERROR (2001-...)
 Devido ao ataque terrorista sofrido pelos Estados Unidos da América, no dia 11 de setembro de 2001, por parte do grupo fundamentalista islâmico Al-Qaeda, este país implementou uma política de combate ao terrorismo (Guerra ao Terror (2001-...)) que levou os Estados Unidos da América a participar de dois conflitos armados (Guerra do Iraque (2001-2021) e a Guerra do Iraque (2003-2011)), guerras estas que não conseguiram resolver as questões relativas ao terrorismo internacional.

13.3.2-Primavera Árabe (2010-2012)
A Primavera Árabe foi um conjunto de manifestações ocorridas em diversos países ocorridas em diversos países (Arábia Saudita, Argélia, Bahrein, Djibouti, Egito, Emirados Árabes Unidos, Líbia, Irã, Israel, Tunísia, Omã, Iêmen, Somália, Sudão, Kuwait, Marrocos, Mauritânia, Palestina e Síria) devido às questões socioeconômicas e políticas, as quais possibilitaram algumas mudanças sociais nestas sociedades, contudo sem alterar profundamente as estruturas socioeconômicas das mesmas.
Veremos agora alguns casos específicos relativos a Primeira Árabe:
a-Egito: no caso desse país a Primavera Árabe ficou conhecida como Revolução do Nilo e o foco dela foi à derrubada do ditador Muhammad Hosni Said Mubarak (1928-2020), fato ocorrido no ano de 2011;
b-Líbia: no caso desse país a Primavera Árabe ficou conhecida como Revolução Líbia e o foco dela foi a derrubada do ditador Muammar Muhammad Abu Minyar al-Gaddafi (1942-2011), fato ocorrida no ano de 2011;
c-Síria: no caso desse país a Primavera Árabe possibilitou o surgimento da Guerra Civil da Síria (2011-...) e o foco dela é a derrubada do ditador Bashar Hafez AL-Assad (1965-...) havendo o envolvimento de outros países (Arábia Saudita, Catar, Egito, Estados Unidos da América, França, Iraque, Irã, Israel, Jordânia, Rússia e Turquia);
d-Tunísia: no caso desse país a Primavera Árabe ficou conhecida como Revolução de Jasmim e teve o seu início quando Tarek AL-Tayyib Muhammad ibn Bouaziz (1984-2011), morreu devido à autoimolação promovida, devido ao fato da pessoa em questão, ter tido as suas mercadorias confiscadas, por não, ter aceitado, pagar propina (suborno) as autoridades policiais. Isto provocou uma grande comoção neste país, possibilitando o início de uma onda de protesto e consequentemente Zine El Abidine Ben Ali (1936-2019) foi derrubado no ano de 2011.

13.3.3-CONFLITO RUSSO-UCRANIANA (2014-…)
Por questões pendentes relacionadas a época da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, houve o início do Conflito Russo-Ucraniana (2014-…), na qual tivemos a tentative da Rússia de garantir os seus interesses na Ucrânia a que acabou provocando o surgimento da Guerra Russa-Ucraniana (2022-…) que até o presente momento o mesmo não foi concluído.

TEXTO PARA REFLEXÃO
Não nos é possível isolar, exceto por uma distinção formal, de um lado um objeto, o passado, e, do outro, um sujeito, o historiador.” Henri-Irénée Marrou (1904-1977) 
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